Percy –
O coração de Percy estava acelerado, como quando ele começava uma luta. Mas aquilo era pior. Não era uma situação que o rapaz pudesse pensar em se safar. Quero dizer, aquele lugar era o território de Jason, não o dele. Estava certo de que morreriam. Percy não conseguia pensar pois todos gritavam e alguns até choravam. As aeromoças corriam de um lado para o outro sem conseguir entender. Quando menos percebeu, Percy estava gritando tanto quanto os passageiros.
Nico conseguiu se levantar e agarrar o GPS da mão de Leo.
- COMO QUE SE DESLIGA ESSE TRECO? – berrou ele, tentando se sobressair ao barulho
- NÃO TEM COMO DESLIGAR! – gritou Leo de volta – NÃO É UM GPS QUALQUER!
O filho de Hades devolveu a engenhoca rapidamente para o garoto e chamou os amigos. Annabeth agarrava o braço de Percy com tamanha força que ele chegou a pensar que ela iria arrancá-lo.
- PARA A CABINE DO CAPITÃO! – ordenou Will
Todos eles passaram correndo pela multidão, e entraram na cabine do capitão, tendo permissão ou não. Quando chegaram lá, o próprio parecia em desespero.
- Os controles... os controles não funcionam! As turbinas... – gaguejou o homem em pânico
Sem nenhuma explicação, nem mesmo dando alguma satisfação, Percy e Nico tiraram o piloto da cadeira e sentaram nas cadeiras tentando operar o avião.
- Ali! – exclamou Percy, apontando para o local até onde eles estavam caindo. Era um gigantesco rio – Ótimo! Eu posso dar um jeito!
Os amigos comemoraram, contentes.
Tentando controlar o avião para continuar na direção do lago, todos ficaram em choque quando o avião passou por cima do rio, ainda bem alto, sem chances de pousar ali e voltando a sobrevoar a terra.
- A felicidade passou – murmurou Percy
Will empurrou o piloto para fora da cabine ( o homem protestava em alto e bom som ) e virou-se para os colegas.
- SE TIVÉSSEMOS JASON... – começou Annabeth com uma cara de terror
- Mas não temos... – Nico olhou para o céu – Ó, Zeus por favor... Eu imploro... tire a gente dessa... por favor...
Um trovão rimbombou, ao mesmo tempo que a chuva começava grossa.
- SERÁ QUE ESSE DEUS IDIOTA NÃO ENTENDE QUE SE NÃO NOS SALVAR O PLANO DE DOMINIC VAI ACABAR DANDO CERTO E... – Calipso tapou a boca de Leo, que gritava.
Mais trovões soaram, mais ameaçadores. Os segundos pareciam passar devagar. Estavam se aproximando da terra mais e mais e mais...
- Por favor, Zeus... por favor, eu lhes imploro. Nos salve – recitou Nico novamente – Temos uma missão importante... por favor.
- É... E NÓS PODEMOS TER UMA PUNIÇÃO! QUEM SABE PERCY PODE FICAR TRÊS MESES SEM COMER PANQUECAS, ENTÃO, QUE TAL? FECHADO? – interrogou Leo, também olhando para o céu, com uma expressão esperançosa.
- O QUÊ? – começou Percy – NÃO MESMO! SEM CHANCE! FAÇA ACORDOS COM SUAS PRÓPRIAS PANQUECAS, LEO!
Jack balbuciava: “Nós vamos morrer... morrer é claro...” com os óculos escorregando pela ponte do nariz.
- Calem a boca! – gritou Reyna – Sejam sinceros! Precisamos de Zeus nesse momento.
Os amigos obedeceram. Fecharam os olhos, tentando ficar calmos.
- Por favor, Zeus – imploraram todos juntos – Nos salve.
- Você até que está hm... nos devendo essa... e várias... AI! – gritou Percy quando a namorada lhe deu uma cotovelada na costela.
Os trovões pararam por um momento. O avião não deu sinal de ter parado de cair. Podia-se ouvir gritos horrendos. Crianças choravam.
“Você não pode deixar toda essa gente inocente morrer” – pensou Percy, se controlando para não berrar – “Não pode.”
De repente, o avião foi ficando em uma posição reta, dois segundos antes de aterrissar perfeitamente em uma clareira rodeada de árvores, gigantesca. O impacto foi gigante e os lançou para frente, mas não foi nada comparado ao que seria se eles caíssem da outra forma.
- Zeus ajudou – suspirou Annabeth, se apoiando na cadeira do piloto com o corpo completamente mole.
Todos respiraram fundo, com a respiração falhando. Se entreolharam e por um segundo, estavam sérios com as bocas brancas de medo e pálidos. E no outro, começaram a rir. Foi uma das maiores loucuras que Percy já tinha passado.
- Não morremos – riu Jack nervoso – Estou vivo!
- Só tem um problema – começou Nico, sério – Nós com certeza não estamos em Nova York. Na verdade, não tenho certeza de onde estamos.
As janelas do avião estavam todas rachadas, e cheias de folhas grudadas nelas, com a ajuda da chuva, que prosseguia.
- Vamos dar um jeito – afirmou Reyna, confiante.
Neste exato momento, alguém abriu violentamente a cabine, fazendo todos se sobressaltarem. O piloto, todo desarrumado, os olhava com um misto de raiva e admiração.
- Como fizeram isso? – sussurrou ele
- Isso? – riu Calipso devagar – Não foi nada, apenas sorte. Na verdade nem mexemos nos controles. Nem estava funcionando. É só.
O homem passou os olhos pela menina, como se desconfiasse. Logo em seguida, começou a mexer no painel do avião e conseguiu se comunicar com alguém.
- Tem outro aeroporto á alguns quilômetros daqui. Helicópteros de resgate vão vir nos buscar. Até chegar em Nova York, demorará um pouco, algumas horas...por conta dos passageiros e da organizações de malas.
Os amigos se entreolharam. Eles não tinham esse tempo todo. Na verdade, estavam com bastante pressa. O piloto saiu da cabine para falar com os passageiros amedrontados.
- Isso tudo provavelmente é culpa minha, não é? – riu Leo, sem graça, coçando a nuca.
- É sim – Calipso cruzou os braços
- Estava fora de mim quando peguei o GPS. Esqueci de deixá-lo na pequena mala que peguei. Acabei trazendo-o comigo. Na verdade... está tudo bem confuso. Mas, eu posso me redimir com vocês. Tenho um plano.
Enquanto esperavam os helicópteros, Leo estava sentado, ajustando o GPS, para que de uma forma ou de outra, ele não desse mais interferência em nenhum veículo. Quando terminou, o barulho de hélices pôde ser ouvido. Ele levantou e tirou a poeira do short jeans.
- Venham comigo – pediu.
Ninguém sabia ao certo o que o rapaz queria fazer, mas não tinham outra escolha senão acreditar em seu plano. Eles saíram do avião meio destroçado e se esgueiraram até onde os helicópteros pousavam. Homens saíram do helicóptero. Os amigos esperaram um tempo agachados, somente seguindo o exemplo do que Leo fazia.
- O quê exatamente...? – começou Nico, mas Leo pôs a mão em sua boca, pedindo silêncio.
Os homens foram direto para dentro do avião, provavelmente falar com o piloto. Um dos helicópteros estava vazio agora.
- É a nossa chance – falou o filho de Hefesto – Venham!
Eles o seguiram curiosos, e viram o garoto entrando no helicóptero.
- Vamos logo agora, assim economizaremos tempo. Vejam, há um mapa aqui! Podemos tranquilamente ir até Nova York.
Todos estavam chocados com a sugestão, mas mesmo assim entraram rápido. Parecia ser bem grande e ter capacidade para várias pessoas de vez.
- E você sabe dirigir isso Leo? – interrogou Reyna, um tanto preocupada
- Não – o garoto sorriu, com expectativa – Mas vai ser divertido aprender.
Dizendo isso, eles começaram a decolar, enquanto todos reclamavam para o rapaz descer de novo, e lá debaixo os homens donos do helicóptero gritavam, querendo tê-lo de volta.
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