História A Nova Ordem (Após Boo) - De mal a pior

Percy –

Aquilo já estava ficando chato. Procurar Dominic em todos lugares, perseguir aquele mortal que poderia causar um problemão. Percy estava começando a achar que deveriam espalhar papéis pelas cidades como:

PROCURA-SE UM ANIMAL.

SEU NOME É DOMINIC.

CASO ACHAR, POR FAVOR, TRAGA VIVO OU MORTO E GANHE NOSSA ETERNA GRATIDÃO COMO PRÊMIO.

Com uma foto para enfatizar. Ou talvez não desse muito certo. Mas nem Percy nem seus amigos faziam alguma ideia do que Dominic faria a seguir. Quero dizer, sim, o plano dele era dominar o deuses e cá entre nós, não seria muito fácil. Então necessitaria do mundo inteiro a seu favor, mas o que ele poderia fazer para conseguir essa atenção? Criar um site do mal? Www.voudominaromundo.com ? Não, teria que ser algo maior. Mal sabiam os semideuses que descobririam isso logo.

Jack estava melhorando, felizmente. Sua cabeça parecia ensanguentada e cheia de pontos, mas fora a isso, o cara estava bem. Reyna ficava com ele a maior parte do tempo. Leo estava fazendo algo para eles todos comerem, enquanto Percy estava sentado em um sofá com Annabeth, ao mesmo tempo que acariciava uma de suas mãos.

- Parece que não há descanso para nós, não é mesmo? – interrogou a garota, tristemente

- Realmente – sussurrou Percy

- Chegará um dia que não teremos mais problemas – Annabeth olhou eu seus olhos, como se quisesse saber se ele concordava.

O filho de Poseidon inclinou ligeiramente a cabeça.

- Espero que não – concordou, desanimado.

Os dois só queriam paz. Só queriam ter uma vida boa juntos. Conseguirem quem sabe uma família... Tudo parecia mais possível desde a ‘morte’ de Gaia. Mas aquele mortal tinha conseguido estragar as coisas.

Por fim, todos tinham tido uma boa noite de sono, então se sentiam renovados. Percy e Annabeth pretendiam dar uma olhada em Nova York, procurando algum indício de algo errado. Rastros de Dominic.

Jack, Reyna e Will ficariam por ali mesmo, pelo menos por enquanto. Os outros vasculhariam a cidade também. Mais tarde, pães com ovo foram servidos a todos. Percy estava com tanta fome que aquele alimento era considerado uma refeição. Ninguém falava nada, só apreciavam os sabores.

- É, crianças. Eu sei que está muito bom. Não há de quê! – disse Leo bem alto da cozinha do local

Nico se engasgou. Tossiu alguma coisa na sua mão.

- O quê... – murmurou ele, enquanto Will batia em suas costas – Tinha um pedaço de engrenagem no meu pão!

- Ah... – falou Leo, parecendo desconcertado – Sinto muito por isso! Deve ter caído por acidente!

Percy começou a mastigar mais devagar depois daquilo. Depois do lanchinho, era hora de se levantar e fazer o que era importante. Deveriam ser umas onze horas da manhã.  O garoto sentiu seus dedos formigarem ao colocar a mão no bolso da calça e sentir que Contracorrente estava lá, pronta para ser usada. Se bem que não teria muita utilidade naquela missão. Ela não poderia ferir Dominic.

Com isso em mente, foi até a cozinha e pegou uma faca afiada que Leo estava usando tempos atrás. Colocou na bainha da calça, se sentindo mais confiante. Assim que combinaram um horário para voltar, caso não tivessem resultados, Annabeth e Percy saíram para manhã escaldante. Nova York já estava bem movimentada. A rua repleta de carros.

O garoto cuidava para andar bem ao lado de Annabeth. Sabia que sua namorada conseguia se defender completamente sozinha. Porém, não queria que nada de mau acontecesse a ela.

Passaram o que pareceram ser horas vasculhando cada canto da cidade, cada ruela ou becos, onde só se encontravam pivetes que não pareciam perigosos como Dominic. Percy ainda não desconsiderava a opção de aquilo tudo ser uma tremenda armadilha e estarem indo pela direção errada. Mas o quê poderiam fazer? A profecia poderia estar incompleta, já que Rachel estava tendo problemas em ter visões nos últimos tempos. Pelo menos, estavam sempre seguindo o norte. Era algo que Percy havia colocado em sua mente: Norte sempre. Rachel havia dito que encontrariam tudo o que precisassem indo ao Norte.

Estavam com uma pequena vantagem sobre Dominic: provavelmente ele não sabia da profecia. Na verdade, nem deveria saber o que exatamente é uma profecia. Isso era ótimo. Mesmo que profecias fossem incertas e irritantes, os semideuses já poderiam fazer hipóteses e desvendar algumas pistas.

Percy suava, mas se recusava a desistir. Eles já tinham se afastado muito do local de onde tinham vindo. Annabeth parou, segurando seu braço:

- Devemos voltar. Já passamos do horário. Não há nenhum indício que Dominic esteja aqui agora – falou ela

O garoto teve que concordar de mau-humor.  Tudo estava em perfeita ordem em Nova York. De repente, Percy sentiu um súbito desejo de ir no apartamento que sua mãe se encontrava. Queria vê-la. Mas sabia que aquilo não era hora para isso. Teria que deixar para depois.

Quando estavam muito perto do lugar de onde tinham saído, aconteceu uma coisa muito estranha. As lojas de eletrônicos que tinham por ali começaram a emitir um ruído estranho. Todos na calçada pararam para ouvir. O ruído foi aumentando, aumentando... As telas ficaram pretas, todas de uma vez. Os celulares das pessoas se desligaram. De repente, apareceu um rosto muito familiar em todas as telas.

Uma imagem gigantesca foi projetada em um dos prédios, com o rosto dessa mesma pessoa. O garoto se encontrava em todos os aparelhos e lugares digitais e eletrônicos possíveis sorriu. Ele abriu a boca para falar. Todos os cidadãos pararam de andar. Carros frearam. A cidade inteira parou. De susto, choque, curiosidade ou só para ouvi-lo. O som de sua fala ecoou como se estivesse ligado a uma caixa de som enorme. Toda Nova York estava ouvindo. Provavelmente estava sendo transmitido para as TV’s de todo o mundo.

- Olá meus caros. Obrigado por dirigirem toda essa atenção para mim. Fizeram o certo – falou o garoto na tela, sua voz ressoando por toda Nova York

- Dominic – rugiu Percy, olhando para maior imagem projetada, que era no prédio.

Repentinamente, Reyna e os outros surgiram ao seu lado, parecendo espantados.

- O que eles está aprontando não é nada bom – disse Reyna rapidamente – Temos que interromper o sinal. Ou todos os mortais saberão da existência de deuses.

Os amigos se entreolharam. Ah não. Aquilo estava indo de mal a pior.