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História A nova vida de uma pequena shinigami - A chance de um recomeço


Escrita por: AyaHinami

Capítulo 74 - A chance de um recomeço


Fanfic / Fanfiction A nova vida de uma pequena shinigami - A chance de um recomeço


Na semana seguinte Harumi já havia iniciado a fisioterapia. Circulava pelo esquadrão usando uma cadeira de rodas guiada por Isane, e com a ajuda de dois oficiais do 4° esquadrão ela tentava se manter de pé, mas sem muito sucesso já que sempre era segurada pelos dois. Suas costelas já estavam melhores, ela agora usava apenas as faixas pra que não se esforçasse muito, mas já havia sido liberada do uso do colete. 

Duas semanas após isso ela já estava em "perfeitas condições" pra receber alta, completando agora três meses de internação.


 Por um pedido dela, Unohana a auxiliou enquanto a mesma tomava um rápido banho no chuveiro.

Enquanto lavava seus cabelos a médica do 4° esquadrão perguntou:


Unohana: E então? O que fará a partir de agora?

A pequena capitã estava com a cabeça baixa, sentindo a água cair entre seus ombros.

Harumi: Não sei... Nem ao menos sei o paradeiro das minhas zanpakutous, e por conta dessa perna eu não poderei andar direito por um bom tempo... Creio que não me reste outra opção além de me ausentar até que me recupere totalmente.

Unohana: Em relação as suas zanpakutous, estão sob a guarda do Soutaichou. Elas foram entregues a ele no dia do ataque, pelo tenente Sasakibe. Então não se preocupe. Já em relação a sua volta, creio que o Comandante fará uma reunião assim que você puder comparecer.

Harumi: ...Hai, fui informada disso pelo Ukitake san...

Ao ouvir o nome do grisalho Unohana decidiu tocar em um "certo assunto".

Unohana: Soube que vocês dois estão mesmo juntos. Meus parabéns.

Harumi: Arigatou... Foi ele que lhe falou?

Unohana: Hai, não sei se você sabe, mas cheguei a ser noiva do Ukitake há muito tempo atrás.

Por essa ela não esperava.

Harumi: Isso é novidade pra mim, ele nunca me falou nada sobre relacionamentos passados...

Unohana: Entendo... creio que ele ainda guarde alguns ressentimentos por conta disso, afinal nossa relação ia de mal a pior... Mas agora que eu sei que ele encontrou alguém que ele goste estou extremamente feliz.


~



Um tempo depois ela havia saído do banho, vestiu um kimono azul escuro e agora estava sentada na mesma poltrona próxima à janela.

Unohana: Harumi taichou, já que estamos aqui se importaria se eu desse um jeito no seu cabelo? Devido ao corte pela espada ele ficou bem torto... não levo muito jeito pra essas coisas mas poderia tentar.

Ela sorriu sincera ao ver a expressão solidária de Unohana.

Harumi: ...Hai, ficaria agradecida.


E pouco a pouco após isso, os fios desalinhados de cabelo foram caindo no chão, dando lugar a um corte na altura dos ombros, que deixou Harumi com uma aparência ainda mais jovem.

Unohana: Está pronto.

Harumi: Arigatou... - Disse a capitã do 9° esquadrão assim que viu seu novo "visual".


Depois de conversarem mais um pouco, Unohana avisou a Harumi que ela receberia alta dali a três dias, o que a deixou feliz.


(...)



De volta ao seu escritório Unohana ouviu quando um de seus oficiais bateram à porta.


Unohana: Entre.

Assim que entrou ele disse:

- Com licença Unohana taichou, acabou de chegar esse bilhete pra senhora vindo do 13° esquadrão.

Ela pegou o envelope da mão do seu oficial e respondeu:

Unohana: Arigatou.

Assim que ele se foi ela o abriu, revelando seu conteúdo:



"Unohana taichou, desde já agradeço por tudo que fez a Harumi san, mas queria pedir-lhe apenas mais um favor. Estarei muito atarefado no meu esquadrão esses próximos dias, então não poderei visitá-la, mas peço que não a libere até que eu ou o Hisagi kun sejamos informados. Sei que da última vez o Byakuya a acompanhou e ela chegou em segurança, mas dessa vez eu ficaria feliz em poder buscá-la pessoalmente. Por favor nos avise.

Agradeço por todo o seu apoio.

Atenciosamente,

                                    Ukitake Juushirou"



Ela dobrou o papel e deu um leve sorriso. 

Unohana: Parece que dessa vez é mesmo pra valer...


(...)




Mais dois dias haviam se passado, um dia antes dela receber alta ela cumpriu com o combinado, enviando um aviso pra Ukitake.



"Cumprindo seu pedido ela será liberada amanhã, no horário do fim da tarde.

Compareçam se for possível.


                                           Unohana Retsu"

(...)





O dia tão aguardado por todos havia chegado. Após um pouco mais de três meses depois do segundo ataque à Sereitei, a capitã que mais havia sofrido danos receberia alta. Havia o falatório por toda a Soul Society, mas devido a isso o 4° esquadrão havia recebido uma maior segurança, impedindo possíveis tumultos.

Mais ou menos às 4 da tarde, Ukitake se aproximou da entrada do bantai, sendo cumprimentado por todos que estavam curiosos ali por perto. Depois de ser liberado ele permaneceu na sala de espera, feliz por finalmente poder levar sua amada embora pra casa.

Trinta minutos mais tarde, e um pouco apressado, o tenente da 9° divisão também havia chegado. O mesmo havia sido avisado por Ukitake, mas o excesso de trabalho no bantai não permitiu que ele saísse mais cedo. Mesmo atrasado, ele não abriu mão de usar seu emblema de tenente naquele dia tão importante, como gesto de respeito, admiração e felicidade por finalmente poder buscar aquela que de certa forma havia salvado sua vida, confiando a ele parte de seu poder e sua própria katana. Sentia-se feliz por fazer parte do 9° esquadrão. Usar aquele emblema naquele dia era prova disso.

Hisagi também foi cumprimentado, a felicidade era visível em seu rosto mesmo atrás de sua seriedade de sempre. Ao entrar na sala de recepção encontrou Ukitake, que aguardava pacientemente.


Hisagi: Olá Ukitake taichou.

Ukitake: Hisagi kun, até que enfim chegou o grande dia...

Hisagi: Hai, arigatou por ter me avisado, afinal eu prometi a ela que também viria acompanhá-la.

Ukitake: De nada, mas dessa vez mesmo que ela quisesse ir embora sozinha não seria possível... - Disse ao lembrar da última vez que ela esteve no hospital, encontrando o leito vazio assim que foi visitá-la.

Os dois permaneceram ali sentados, observando o sol que comecava a se pôr, enquanto aguardavam serem chamados.


(...)





No quarto, Harumi estava acompanhada de Unohana e Isane, que faziam os últimos preparativos antes de sua saída.


Harumi estava bastante calma, permanecia sentada na poltrona, vestia um kimono preto, que contrastava com o branco do gesso e da sua pele, em consequência da falta de sol. Observava pela janela enquanto Unohana anotava numa folha as recomendações médicas que ela teria que seguir assim que saísse dali, que constituía numa lista um pouco grande de remédios, que além dos novos pra conter a tuberculose, havia também uma ampola de morfina, que era a única forma de conter as fortes dores na perna. Após prescrever tudo, virou-se pra Harumi e disse:


Unohana: Muito bem, chegou a hora Harumi taichou, irei chamar seus acompanhantes.

Harumi: ..."Acompanhantes"?

Unohana: Hai, eu recebi meio que uma ordem duas noites atrás, a qual dizia que você só poderia ser liberada na presença de uma dessas duas pessoas. E pelo que pude notar, os dois vieram.

Ela se recostou na poltrona e disse:

Harumi: ...Eles não precisavam se incomodar com isso...

Unohana: Foi um pedido deles, não pude negar. Posso chamá-los?

Harumi: Hai, é claro...


Assim ela saiu, deixando Harumi na companhia de Isane.


~~~~





Ao chegar onde os dois estavam ela disse:


Unohana: Chegou a hora que vocês tanto esperaram, ela já está pronta pra receber alta.

No mesmo instante os dois se levantaram.

Ukitake: Como ela está?

Unohana: Está bem, bastante tranquila. Vamos lá?


Os dois seguiram Unohana, que ao abrir a porta do quarto deu passagem pra que eles entrassem, ficando felizes ao ver Harumi mais uma vez.

Unohana: Aqui estão eles Harumi taichou.

A pequena capitã deu um sorriso em resposta.

Antes de sair, ela aferiu mais uma vez a pressão arterial de Harumi, mostrando que agora estava mais estável, cerca de 10/9.

Unohana: Harumi taichou, é importante que você siga a risca as recomendações da prescrição, não faça nenhum tipo de esforço, por menor que seja. Seu reiatsu está em cerca de 75%, creio que voltará ao normal em mais 1 mês se você se cuidar, você sendo médica sei que entende a situação e que seguirá as minhas indicações.

Harumi: Hai... Unohana san, eu gostaria de lhe agradecer do fundo do meu coração por tudo que fez por mim nesses três meses de internação... Sei que fui um caso complicado, mas é graças a todos vocês que estou aqui hoje, arigatou. Você também Isane, jamais esquecerei do que fez por mim, contem comigo pro que precisarem e a qualquer hora, ficarei feliz se puder retribuir isso à vocês algum dia.

Retsu havia ficado emocionada, chegou perto de Harumi e a abraçou, a mesma retribuiu beijando sua mão.

Unohana: Sei que já deve ter ouvido muito isso, mas é o que todos sentem: você faria o mesmo por todos nós, e é isso que nos dá a motivação pra ajudá-la.

Harumi: ...Arigatou. - Ela viu que os dois também sorriam emocionados com a situação, por isso resolveu chamá-los. - ...E vocês dois? Não vão me dar um abraço também?

Ukitake foi o primeiro, a abraçou ternamente, sussurrando palavras de carinho que só ela pôde ouvir, finalizando com um beijo no alto da sua cabeça.

Em seguida foi Hisagi, que mesmo bastante emocionado conteve as lágrimas ao poder sentir o abraço de sua capitã mais uma vez.

Hisagi: Taichou... estou tão feliz... - Dessa vez foi ela que beijou sua cabeça, Hisagi surpreso se curvou na frente dela e beijou suas duas mãos.

Após esse momento de agradecimento, Unohana voltou a falar:

Unohana: Foi ótimo que os dois vieram, afinal vocês terão que levar as muletas e os remédios da Harumi taichou. Isane, vá buscar a cadeira de rodas por favor.

Isane: Hai! Com licença.

O tenente se assustou com a última frase.

Hisagi: C-cadeira de rodas?!

Antes que Unohana pudesse explicar Harumi tomou a frente, acalmando mais uma vez seu tenente.

Harumi: Não se assuste Hisagi. Claramente eu não posso andar, então pensei que a cadeira seria uma melhor opção, assim vocês não precisam se incomodar em me carregar... Não quero dar mais trabalho a ninguém.

Hisagi: Entendo... mas não seria trabalho nenhum, eu a carregaria com o maior prazer taichou.

Ela riu e disse sem graça:

Harumi: Eu sei que sim... mas não se preocupe, não lhe faltará oportunidades pra isso, afinal ainda irei precisar da sua ajuda por um bom tempo...

Ukitake: Eu também não me importaria em carregar você, mas já que teremos que levar seus remédios e suas muletas, creio que foi uma boa escolha.

Unohana: Bem, creio que ela não aguenta mais ficar aqui. Certo Harumi taichou?

Harumi: Confesso que sinto falta do meu esquadrão...

Isane havia chegado trazendo uma cadeira de rodas.

Unohana: Então chegou a hora. Vocês dois, poderiam colocar a Harumi taichou na cadeira?

Os dois disseram ao mesmo tempo:

- Hai!

Assim eles se aproximaram e se posicionaram, ficando Ukitake na esquerda e Hisagi na direita. Ambos se abaixaram até ficar na altura dela.

Ukitake: Por favor, se segure em nós dois Harumi san.

Harumi: Hai...

E ela assim o fez, passando seu braço em torno de cada um, e ao mesmo tempo que eles seguraram seus braços, passaram o outro braço em torno de sua cintura.

Ukitake: Está pronta?

Ela apenas acentiu com a cabeça.

Assim, com cuidado e lentamente, eles usaram sua força pra levantar Harumi da poltrona. Ambos inconscientemente se surpreenderam com o quão leve ela estava. Assim que Unohana posicionou a cadeira, eles a ergueram do chão e em seguida a colocaram sentada na mesma, Unohana então finalizou depositando sua perna quebrada em cima do suporte.

Ao se dirigir pro canto do quarto, ela pegou as muletas e um saco de papel, onde estavam os remédios e a prescrição, além da última rosa que Ukitake havia trazido.

Unohana: Creio que gostaria de levá-la com você.

Ukitake observou o sorriso que ela deu, ficando um pouco ruborizado por conta daquilo.

Harumi: Hai... arigatou.

Unohana: Então, qual dos dois irá guiar a cadeira?

Eles se entreolharam, mas Ukitake falou antes que alguém pudesse decidir.

Ukitake: Faça as honras Hisagi kun, afinal um tenente deve sempre estar ao lado de seu capitão, concorda Harumi san?

Harumi: ...Hai, ficaria agradecida.

Hisagi: Lhe levarei com o maior prazer taichou...

Unohana: Sendo assim Ukitake taichou, você ficará responsável por levar as outras coisas.

Ukitake: Hai.

Ao estarem todos prontos, Unohana abriu a porta e disse sua última mensagem:

Unohana: É um novo recomeço Harumi san, o que passou ficou pra trás, não esqueça disso. Se recupere pra que você possa voltar a frente do 9° esquadrão, sei que com a ajuda e o apoio desses dois isso será possível mais rápido do que você imagina.

Ela respondeu baixinho, com lágrimas nos olhos:

Harumi: ...Hai, arigatou...

Ukitake: Vamos lá, arigatou por tudo Unohana e Isane san.


Enfim, Hisagi começou a empurrar a cadeira pelos corredores, seguido por Ukitake, que caminhava ao lado dela. Devido as escadas eles tiveram que tomar um novo caminho, seguindo por um grande corredor até chegar a entrada do 4° esquadrão.


~




O sol já estava baixo quando eles chegaram em frente ao 9° esquadrão. Havia vários shinigamis de outros esquadrões que queriam ver aquele momento, além de vários oficiais da própria 9° divisão. Seguindo lentamente pelo caminho, Hisagi e Ukitake chegaram finalmente na entrada do bantai.

Assim que Ukitake abriu a porta e deu passagem pra que os dois entrassem, Harumi ficou surpresa ao ver tudo do jeito que estava antes do ataque. Seu silêncio repentino logo chamou a atenção do moreno.


Hisagi: Harumi taichou, algum problema?

Harumi: Não... apenas me veio algumas memórias... afinal quando eu saí daqui estava tudo destruído... Agora vejo que vocês reconstruíram tudo... estou feliz, não pensei que iria voltar aqui novamente...

Ele parou a cadeira no meio da sala e disse:

Hisagi: Irei abrir as janelas.

Harumi:...Hai


Assim que Hisagi se distanciou, Ukitake percebeu que Harumi não estava muito confortável, teve a impressão de que ela estava revivendo os momentos em que havia sido atacada.

Após colocar as outras coisas em cima da mesinha ele se aproximou dela, como um gesto de conforto pôs uma de suas mãos em seu ombro, falando baixo:

Ukitake: Agora está tudo bem, estamos com você.

Ela apenas pôs sua mão em cima da mão dele.

Hisagi abriu as janelas, deixando a luz entrar no escritório, em seguida levou a cadeira até a frente da mesma, deixando Harumi observar aquela linda noite que estava começando.

Ela observava a tudo em silêncio, sua maior prova de que realmente estava pensando em tudo que aconteceu.


Depois de alguns minutos, Ukitake disse:   

Ukitake: Bem, já que o Hisagi kun está aqui eu sei que você ficará bem, preciso voltar ao meu esquadrão, mas voltarei amanhã. Hisagi kun, posso contar com você?

Hisagi: Hai, não se preocupe.

Ele olhou pra Harumi e disse ao se despedir:

Ukitake: Qualquer coisa que você precisar peça pro Hisagi kun me chamar, está bem?

Harumi: ...Hai, arigatou...

E após dar um beijo na sua cabeça ele se foi, deixando apenas a capitã e o tenente ali.


~~~



Cerca de trinta minutos mais tarde o tenente disse:


Hisagi: Parece que está na hora do seu remédio taichou.


Shuuhei era muito sério em relação a essas coisas, Unohana sabia disso, por isso o deixou responsável pela medicação dela. E Harumi também sabia, tinha consciência que não iria conseguir escapar da grande responsabilidade de Hisagi.

Harumi: Me pergunto se eu preciso tomar mesmo todas essas coisas... Não duvidaria jamais da Unohana taichou, mas como médica vejo que é coisa demais, além disso... - Ela olhou pro frasco que Hisagi segurava entre as mãos. -  Esse é o pior de todos...

Ele se aproximou dela, colocando a dose recomendada em um copo.

Hisagi: Mas você terá que tomar taichou.  - Harumi ficou em silêncio, deixando-o  preocupado. -  Por favor, sei que é difícil, mas você tem que se manter forte, além disso nosso esquadrão precisa de você Harumi taichou... Se não quiser fazer isso por você... Faça por mim.

Ela olhou pro rosto sério do seu tenente.

Harumi: Nunca pensei que minhas palavras fossem ser usadas contra mim... - Ele apenas riu sem graça e entregou o copo a ela, que ficou hesitando com ele entre as mãos, após um momento tomou coragem, ingerindo o líquido de uma vez só.

Assim que engoliu, sentiu uma enorme queimação em sua garganta, seguida de uma grande tosse. A expressão terrível que ela havia feito fez Hisagi ficar preocupado, e na mesma hora ele se levantou e correu pra pegar um lenço e entregar a ela.

Após alguns minutos de "sofrimento" ela se estabilizou, limpando as lágrimas que tinham rolado por seu rosto sem que ela percebesse. Fechou os olhos e disse com a voz falha:

Harumi: ...Se isso não é uma prova de confiança a você... n-não sei o que mais seria... Cof Cof Cof

Ele pegou o copo da mão dela e respondeu:

Hisagi: ...Arigatou taichou. - Disse ele tentando disfarçar a tristeza por vê-la daquele jeito.

Harumi: Não faça essa cara Hisagi... me sinto completamente inútil por causa dessa perna quebrada, não posso nem ao menos andar pelo meu próprio escritório...

Ele olhou pra ela determinado.

Hisagi: Eu estou aqui pra isso, lembra? Eu disse que seria uma honra pra mim lhe ajudar, e eu estava falando muito sério.

Harumi: Eu terei que aprender a me virar sozinha enquanto não tiro esse gesso, não quero incomodar você toda hora.

Hisagi: Não diga isso, o dever de um tenente é estar ao lado de seu capitão, dando-lhe cobertura. E depois de você ter salvo minha vida diversas vezes e de diversas formas, o mínimo que eu posso fazer por você são essas coisas pequenas. Por favor... não me negue isso.

Ela suspirou e se rendeu.

Harumi: Está bem... mas não será sempre.

Hisagi: Arigatou... e então, pra onde deseja ir?

Harumi: Eu ficarei por aqui mesmo essa noite, então eu gostaria de ir ao meu quarto, se ele estiver em condições é claro...

Hisagi: Está sim, não se preocupe.

Ele se aproximou dela e se preparou pra levá-la, a apoiou em seus ombros e a pôs de pé, ela batia na altura do seu ombro, ficando meio instável mesmo sendo segurada por ele.

Ao perceber que ela não tinha muita força nas pernas e que não seria possível levá-la "andando", Hisagi não perdeu tempo e a pegou no colo, deixando a mesma um pouco sem graça.

Harumi: H-hisagi...

Hisagi: Não há outro jeito de lhe levar taichou, suas muletas estão ali, mas eu  precisaria da ajuda do Ukitake taichou pra você poder usá-las, e como ele não está aqui eu tenho que carregá-la.

Ela não pôde deixar de rir do rosto corado de Hisagi, que logo perguntou o motivo da graça.

Hisagi: D-do que você está rindo taichou? - Não era possível dizer quem estava mais constrangido com tal situação.

Harumi: Você já deveria saber, sua expressão envergonhada é algo que eu adoro ver, senti muita falta disso...

Hisagi: T-taichou...

Ele estava extremamente envergonhado. Harumi como um gesto de amizade, deitou a cabeça no seu ombro, mas continuou rindo.

Assim ele começou a andar, mas sentiu quando Harumi segurou mais forte o seu braço.

Hisagi: Está se sentindo bem?!

Ela estava novamente com dor.

Harumi: Parece que esta perna não me permite ter nem ao menos um momento descontraído com meu tenente...

Ele se apressou e a levou até o quarto, a colocando com cuidado na cama, recostando suas costas com um travesseiro.

Hisagi: Quer que eu chame alguém?!

Harumi: Não precisa... apenas pegue a ampola de morfina e aplique no meu braço...

Ele estava nervoso.

Hisagi: E-eu?!

Harumi: Hai... eu não posso fazer isso... Então terá que ser você... não tenha medo... eu lhe direi como fazer...

Ele ainda estava assustado, mas ao ver ela se contorcendo de dor não perdeu tempo e correu até a sala, voltando com a ampola, a seringa e as luvas.

Hisagi: O que devo fazer?! - Disse já com as luvas calçadas.

Ela disse a quantidade que ele deveria colocar na seringa.

Harumi: ...Agora segure o meu braço e aplique diretamente na veia, não hesite em segurar firme, isso evitará que eu mexa o braço bruscamente...

Hisagi: Hai!

Ele segurou o braço esquerdo de Harumi impedindo que ela se mexesse, mas mesmo assim estava com medo.  Morfina era algo muito forte, e ela era sua capitã, mas logo o nervosismo desapareceu quando ele ouviu novamente a doce voz de Harumi.

Harumi: Não tenha medo... você não fará nada de errado... E-eu confiaria a minha vida a você... Então isso não é nada... oneg-gai...

Ela já não aguentava mais, então ele finalmente aplicou a injeção na veia.

Após retirar a agulha ele olhou pra ela, que ainda permanecia com uma grande expressão de dor, mas que mesmo assim olhou pra ele e agradeceu.

Harumi: Arigatou...

Ele colocou um dos curativos que Unohana havia mandado.

Hisagi: Taichou...

Ele ainda estava preocupado, mas ela logo tratou de responder:

Harumi: Vou ficar bem agora... não se preocupe... Você pode voltar pros seus aposentos se quiser... eu ficarei bem...

Hisagi: De forma alguma, ficarei aqui com você, além disso prometi ao Ukitake taichou que cuidaria de você hoje, ele confiou em mim.

Ela riu um pouco sem graça.

Harumi: Vocês dois se preocupam demais comigo... Eu não sou uma criança, sei da minha condição... e sei que posso ficar por minha conta...

Hisagi: Eu não posso ir embora e deixar você sozinha, da última vez que fiz isso... você acabou desse jeito... Jamais irei repetir uma coisa dessas! Foi uma promessa que fiz a mim mesmo!

Ela ficou séria.

Harumi: Eu gostaria que você esquecesse isso se fosse possível.

Hisagi: Infelizmente não é... A imagem do bantai destruído não sai da minha cabeça... não importa quantas vezes eu tente...

Harumi: O que importa agora é que tudo acabou. Estou feliz por ser eu quem está assim e não você Hisagi, apesar de eu ter essa aparência pacífica, eu teria perdido a cabeça muito fácil se tivesse acontecido alguma coisa a um de vocês... Então, ainda bem que tudo acabou assim. Mas eu falo sério quando digo pra você esquecer isso, você não tem nenhum tipo de dívida comigo.

Hisagi: Está bem... mas eu ainda prefiro ficar aqui... sua companhia me faz bem, e eu... sinto falta de conversar com você taichou, você sempre me deu bons conselhos...

Ele havia se sentado do lado da cama dela, se preparando pra ter uma boa conversa com sua capitã.

                                                        Continua



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