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História A Princesa Fugitiva - Ondínea


Escrita por: Imcadent e logan1234

Notas do Autor


MEU DEUS
Sim gente, é o último capítulo, então ele está bem grandinho...
Nos vemos nas notas finais!! <3 <3

Capítulo 6 - Ondínea


- Você está ansiosa para hoje à noite? – Perguntou Namjoon, sorridente.

- Até que sim – Respondi, tentando olhar para ele, que estava de costas para mim.

Senti uma picada de agulha no peito, “Ai”, dei um gritinho.

- Falei para o senhor não se mexer, majestade. – Disse o costureiro.

Estávamos fazendo os ajudes para o terno da coroação.

- Sinto muito. É que estou inquieto. – Disse.

- Já estamos terminando.

Fiz questão de comprar ternos sob medida para todos nós, meu melhor consultor de moda o desenhou. Os ternos de Jungkook, Jimin e Yoongi já estavam prontos, o vestido que presenteei à Sook – que graças a Deus já melhorou do acidente – finíssimo, também já. Faltavam apenas o meu e de Namjoon, últimos retoques... Tive que ajustar o paletó para disfarçar meu ventre – cada dia maior – e como escolhi para mim e Namjoon os detalhes de diamantes, nossos ternos demoravam mais a ficar prontos.

Namjoon, no começo, não concordou com os diamantes, mas o convenci que brilho nunca é demais. A gravidez me deixou mais glamuroso e me refinou o bom gosto. O enjoo dos primeiros meses havia passado e nunca me senti melhor. Me sinto renovado e fresco como uma flor que acabou de desabrochar.

- Terminamos – Disse o costureiro, que trabalhava na barra da calça de Namjoon, com um tom de voz orgulhoso.

- Magnífico! – Disse o outro, beijando as pontas dos dedos de um modo exagerado.

Me virei para trás e vi Namjoon. Lindo! O terno caiu como uma luva e acentuava seu corpo que tanto amo. Era como um deus grego me encarando.

- Eaí? – Ele perguntou, rindo.

- Surreal de tão lindo! – Respondi.

Ele me virou para o espelho.

- Olhe só para você. Eu tenho tanta sorte, Jin. De ter você. E agora, você assim na minha frente, com o nosso bebê dentro de você. – Ele tocou meu ventre nesse momento – É tudo e muito mais do que eu poderia desejar ou imaginar.

Olhei para a imagem que refletia no espelho, e nunca me vi mais bonito. “Meu Deus, eu sou muito maravilhoso” – pensei.

O que posso fazer, sou realista e tenho que admitir que eu estava lindíssimo naquele momento, tanto como meu amado, que enlaçava minha cintura com seus braços. Senti que Ondínea concordava comigo. Ela até agitou naquela hora.

Nunca me senti tão feliz, e por um segundo até esqueci de Hoseok, da morte horrível que aconteceu a meu pai e do desejo de vingança que andava me corroendo por dentro, o desejo de arrancar o pau do Hoseok e depois o matar da forma mais dolorosa possível. Não me orgulho destes pensamentos, mas, meu pai merece vingança.

Namjoon não concorda comigo nisso, discutimos isso ontem no jardim dos fundos.

- Jin, e se eles se amassem? Se seu pai realmente amava Hoseok, e ele o amava também? Fiquei pensando muito nisso, e afinal, se essa tragédia acontecesse conosco? Se você morresse em um acidente dessa maneira, sabe? Então você gostaria que me prendessem e me matassem? – Namjoon perguntava incrédulo.

- Se ele o amava e foi tudo sem querer, por que fugir como um cachorrinho assustado? – Retruquei.

- Por medo, Jin. É complicado ser amante do rei... não seja tão duro com ele!

Eu havia saído bravo e deixei ele falando sozinho. Não tocou mais no assunto até então. Tomara que nunca mais fale disso mesmo, afinal, ele não sabe como fora difícil para mim. Tocar no assunto é fácil, se não tem o mesmo envolvimento.

Algumas horas se passaram e estava tudo pronto. As luzes iluminavam o grande salão de meu palácio, que já estava lotado por pessoas de toda a cidade. Estava tudo perfeito, exatamente como planejei.

Olhando ao meu redor, avistei Sook, um tanto abalada, mas mesmo assim, deslumbrante. Yoongi estava tentando alegra-la, dançava uma música um tanto agitada com as mãos em sua cintura e um sorriso estampado na face.

Lindos!

Resolvi descer a escadas, e logo avistei uma criança desgovernada correndo.

- Ei! Não era você o cara pelado da praia? – Me olhou espantado.

- O que? Mas...

- MÃÃE!! – Saiu correndo e gritando em direção à uma mulher.

Corei de vergonha e resolvi sair dali, antes que sua mãe chegasse e pensasse que era algum tipo de “príncipe tarado”.

Senti um toque em meu ombro e pulei por impulso.

- Se acalme amor, sou eu. – Riu de meu susto.

- Namjoon! Não faça mais isso comigo! – Coloquei a mão no peito.

- Tudo bem amor. Está tudo lindo aqui, vossa majestade – Falou segunrando levemente minha cintura, o que me fez apoiar as mãos em seus ombros.

- Você me ajudou, amor!

Nós dois continuamos abraçados, enquanto os minutos se passavam.

Uma hora depois

Era o momento da coroação.

Fui para um quartinho me preparar. A costureira logo entrou com uma capa fantástica, era vermelha e com certeza muito valiosa.

Enquanto ela me arrumava ouvimos um estalo forte. A porta havia sido arrombada.

Olhei em sua direção e quem eu menos poderia esperar estava lá, com uma faca em mãos.

- Jungkook On –

Estava com Jimin, dançando, me afastando um pouco, não que eu tivesse vergonha dele, nunca! Mas a maioria das pessoas naquele salão não sabiam da minha relação com Jimin, um homem!

Me distrai com os olhos penetrantes, focados apenas em mim, de uma velha com roupas humildes, não que eu tenha algum preconceito, mas de um certo modo me enfeitiçou.

Jimin de repente me beijou.

- O que foi Jungkook? Está perdido? – Olhou em meus olhos e seguiu a direção, avistando a tal velha. – Como os guardar deixaram-na entrar?

- Nã-não sei! – Bocejei.

- Ah, pelo menos ela está se divertindo, não? – Perguntou Jimin.

Ainda estava em estado de choque por causa do beijo, e se alguém tivesse visto?

- Jungkook? Me responda! O gato comeu sua língua hein...

- Jimin! Precisamos conversar! – Disse o puxando par a gruta, onde não tinha ninguém.

- Ai! Não me puxa, eu sei andar, tá?!

- Jimin, por favor, copere!

O mais velho assentiu com a cabeça e me deixou falar.

- As pessoas no salão não sabem da nossa relação!

- Então conte-as hoje!

- Não é tão fácil... – Eu sentia que queria falar “vamos” com todo orgulho e o abraçar, mas não consegui.

- Como assim Jungkook? Você não me ama o suficiente?

- Am-Am... Jimin eu não consigo! – Disse me desesperando.

- Você nunca consegue, não é? Você nunca teve coragem de me assumir! Eu sou seu segredo vergonhoso, não sou?

- Jimin, não é isso! O que está acontecendo com você? Eu pensei que você me entendia! Sabe que eu te amo, Jimin, meu coração sempre foi seu!

- Então prove! Me leve até aquele salão e me beije, me assuma! Pegue o microfone, chame a imprensa e grite que me ama!

Quando ele disse essas palavras, decidi fazer o que ele me pediu. Ele merecia isso, vou fazer um escândalo e gritar ao mundo que o amo!

- Eu vou. – Disse, o que fez o outro sorrir.

Então percebi que não conseguia me mover. Senti a sensação mais estranha de minha vida, era como se eu estivesse grudado no chão amarrado por cordas invisíveis, tentei sair, me mover, mas nada aconteceu.

- Eu não posso Jimin. – Falei em prantos e ele me olhou incrédulo.

- Que porra é essa, Jungkook?

Tentei responder, mas não consegui, nem minhas cordas vocais, nem meus músculos me obedeciam, estava enfeitiçado.

- Você é patético... Faça-me o favor de não me procurar nunca mais. Cansei de ser seu brinquedinho! – Vi uma lágrima escorrer por sua bochecha.

Merda! Eu queria consolá-lo, abraça-lo e me desculpar por tudo, queria o assumir e dizer a todos que eu era de Jimin, mas eu não podia, eu estava preso dentro de um corpo que não me obedecia. O vi ir embora, eu quebrei o seu coração, perdi ele para sempre.

Ele não olhou para trás e desapareceu de minha vista. Continuei sem poder me mexer, mas sinto lágrimas rolarem por minha pele.

Aos poucos, fui voltado a sentir minhas pernas, depois meus braços e minhas mãos... Quando me senti normal de novo, saí correndo atrás de Jimin, o procurei por toda parte, mas os guardas falaram que ele havia pegado o carro e ido embora. Pensei em pegar o meu e ir procura-lo, mas lembrei de suas palavras e decidi deixa-lo fazer sua escolha. Já havia o machucado demais, e como explicaria que perdi o controle de meu corpo? Ele não acreditaria em mim e iria torturar mais seu coração.

Fiquei andando pela gruta e refletindo sobre tudo. Eu fui um idiota, já deveria ter assumido meu amor por ele a muito tempo.

Vi, no canto da gruta, perto de onde havia acontecido a discussão, um frango morto. Uma visão horrível, ela era preta e decapitada, seu sangue, ainda fresco, tingia as margaridas que cresciam lá de um vermelho escuro.

Merda, jogaram uma macumba aqui!

Cheguei mais perto, um cheiro de morte e mosquitos rodeavam o frango, percebi uma estaca enfiada em sua barriga, na qual estava escrito em vermelho, sangue provavelmente, meu nome inteiro e abaixo o nome de Jimin, e do lado do nome de cada um, algumas letras ilegíveis.

Deus me livre! Tinham botado meu nome no frango da macumba.

Talvez isso explique o fato da perda do controle de meu corpo mais cedo... Maldita macumba!

De raiva, chutei o frango morto para longe e quebrei a estaca no meio.

- Pode chutar minha oferenda agora. A maldção já está feita, e é irreversível! – Escutei uma voz de mulher, vindo de trás de mim.

Olhei para trás e vi a velha que me encarava no salão, macumbeira do capeta!

- Por que? Por que você fez isso? – Gritei.

- O menininho está com o coração partido, está? – A velha falou rindo.

- Sua desgraçada – Avancei para lhe dar um tapa na cara, mas não tive coragem. Mesmo ela sendo uma macumbeira diabólica, continua sendo uma senha idosa e vulnerável, não posso sair espancando velhinhas.

- Você é fraco como seu pai – Ela disse enquanto fitava minha mão, que estava estendida perto de seu rosto.

- Não ouse falar do meu pai! – Eu disse e afastei minhas mãos dela.

- Seu pai era um bosta que nem você! Eu, em meus tempos de jovenzinha, era muito bonita, sabia?

Agora eu ri. Como aquela mulher medonha já foi um dia bonita? Duvido.

- Eu era sim, ok? – Ela falou brava – Eu fui amante de seu pai, ele me fez promessas de amor quando adolescente, disse que se casaria comigo. Até que um dia, ele me largou, me deixou em um canto, e disse que não me amava! Se casou com a puta da sua mãe, com “o amor da vida dele”! Puta!

- Não fale da minha mãe! Ela não tem culpa, nem eu tenho que você foi rejeitada!

- Cale a boca moleque! – Riu e continuou – Por meio de seu nascimento, consegui que a vagabunda morresse e foi levada pelo exu – Deu uma risada sombria – Bom, reservei o pior para você, em vez de te matar, achei melhor apenas te deixar infeliz. Então tirei tudo que você tinha, a única coisa que você tem é aquele garoto bobo. Tinha, pois ele nunca irá te perdoar.

Não me aguentei e lhe desci o tapa.

- Culpa sua! Sua DEMÔNIA!

Ela cambaleou para trás, rindo.

- Agora que meu trabalho está feito, vou voltar para minha casinha. – Disse.

Eu apenas fiquei ajoelhado, chorando e me sentindo um lixo.

Ela passou por mim, entrou no jardim, pegou a galinha e disse:

- Vem minha franguinha linda. – Ela abraçou a galinha sangrenta como se fosse um bebê e foi embora.

- Adeus! – Escutei de longe.

Continuei lá, chorando. Não tinha mais o que fazer, a maldição já foi jogada.

~Jin on~

- O que está acontecendo? – Perguntei assustado.

Hoseok nada respondeu, apenas caminhou lentamente até a camareira e então cortou seu pescoço.

- Sem testemunhas. Velha chata. – Disse indiferente.

- VOCÊ TÁ MALUCO? – Gritei em desespero – Você matou ela!

Me agachei do lado de seu corpo sem vida e comecei a sacudi-la.

- Acorda, acorda! – A balançava.

- Não adianta mais, ela já bateu as botas, foi ver Jesus.

- Sai demônio, já não basta ter matado o papai! – Me afastava dele, com medo.

- Filho da puta! Você que é o culpado pelo seu pai! Você irá pagar pela dor que causou nele! – Se aproximava mais de mim, tinha um olhar totalmente psicopata.

- Eu não fiz nada ao papai!

- Você fugiu quando ele mais precisou, covarde! Eu apenas o amei! – Tentou empurrar minha barriga, e arqueou uma sobrancelha em interrogação. – Que porra é essa?

- Nada, não me toca!

- Estranho, a princesa deu o cu finalmente?

Arregalei os olhos. Com minha expressão, posicionou sua faca em meu pescoço.

- Hoseok! – Falei procurando ar.

- Diga adeus a sua querida vida.

Namjoon entrou no quarto e ao ver a cena, tacou uma garrafa na cabeça de Hoseok.

Ele caiu no chão, sua cabeça sangrava muito. Os cacos de vidro já misturavam-se com o sangue e manchavam o tapete. O momento foi tão tenso que pensei ter feito xixi na calça, mas não era xixi, era a Ondínea.

- Namjoon, minha bolsa estourou.

O mais novo que olhava para o corpo de Hoseok, proferiu as palavras:

- Eu matei um homem. – Disse pasmo.

- Foda-se ele Namjoon! Minha bolsa estourou, porra! – Gritei desesperado.

Ele parou de encarar o cadáver e saiu correndo, gritando “Médico! Parteiro! Bebê!”

Eu queria me deitar, mas longe daquela poça de sangue. Não senti remorso pela morte do Hoseok, pois era ele ou eu.

Fui dando pequenos passos para um sofázinho e me deitei lá.

Logo Namjoon entrou na sala com uma senhora gordinha, que se dizia a melhor parteira da região.

Ela olhou espantada para os corpos ensanguentados e depois para mim, com minha barriga à mostra.

- Você nunca vai contar isso a ninguém, um segredo oficial, escutou? – Disse Namjoon.

Ela se recompôs e veio me ajudar.

- Eu já vi coisas piores – Ela disse tentando parecer confiante.

- Tira ela de mim logo – Sussurrei.

Sentia uma dor imensa em todas minhas entranhas, suava e gritava de dor.

- Bem, vamos lá! Fique em posição fetal e respire, ignore a dor! – A parteira disse vendo meu sofrimento.

A obedeci e tentei ignorar a sensação de estar sendo rasgado.

Namjoon, enquanto isso, não estava me vendo, pois estava focado em colocar os corpos em sacos de lixo.

A parteira começou a me passar exercícios de respiração para aliviar a dor. Namjoon deu um nó no caso e arrastou para um canto, então veio ajudar a me acalmar.

- Amor, respira... Está tudo bem...

Então, quando a dor parecia pior do que nunca, como um jato d’agua, Ondínea veio ao mundo. E tudo passou, a dor, a culpa, o desespero, tudo. Ondínea trouxe a paz de volta. Uma paz que já não sentia há muito tempo.

Namjoon começou a churar e tremer de emoção. A parteira pegou o bebê recém-nascido e berrou:

- UMA CAUDA! A MENINA É MEIO PEIXE!

- Sim, ela é. - Ri e sussurrei, mais para mim do que para ela.

Namjoon pegou o bebê das mãos da parteira e o levantou para cima, como se fosse uma pedra preciosa a ser admirada.

A parteira desmaiou, mas isso não incomodou ninguém.

Olhei Ondínea, ela era tão linda... seus cabelos, ainda ralos e curtos, eram de um verde escuro e vivo, intrigante. Sua pele, branca como uma pérola, chegava a reluzir, já nascera toda limpa. Seus traços eram delicados, lembrava o meu próprio reflexo, ela se parecia comigo, mas de uma forma diferente, quase mágica. Sua beleza era sobrenatural e sei que o tempo e a idade vai apenas acentuar esses ares de sereia que ela possui.

A cauda de Ondínea começa logo após o umbigo e de um azul esverdeado brilhante. Ela me olhava, com seus olhos apesar de puxadinhos – como os asiáticos – grandes.

Ela nunca chorou, nem ao nascer. Talvez sereias não chorem...

- Precisamos coloca-la na água. – Disse.

- Tem certeza? – Perguntou Namjoon.

- Sim, ela me disse. – Respondi.

Sim, esse era outro fato espetacular sobre Ondínea, ela não se comunica de forma humana, soube disso no momento em que a olhei, ela é telepática – se comunica através de pensamentos. Ela sempre sabe o que pensamos.

Namjoon me entregou a bebê e foi atrás de um aquário.

- Namjoon! – Gritei – Tem que ser água salgada!

Logo depois, ele voltou com um aquário gigante que costumava ficar no quarto de Jungkookie, ele jogou sal grosso lá.

- Prontinho.

 

Três anos depois

Naquela noite, no nascimento de Ondínea, depois de Namjoon arranjar o aquário e coloca-la lá, pedimos para Sook, que se encantou com a beleza da pequena sereia, cuidar do aquário, e colocá-lo no meu quarto. Então, me recompus, coloquei outro terno – Pois o meu estava ensanguentado – e encarei a coroação.

Foi tudo lindo, eu e Namjoon nos apresentamos como o primeiro casal gay, e todos aceitaram bem.

Bom, fui um ótimo rei, regi o país de forma justa com a ajuda de Namjoon, que ficou ao meu lado a vida inteira. Nosso amor venceu todas as barreiras da vida, e hoje acredito que ele é o único homem para mim.

Sobre Ondínea, ela cresceu muito rápido e em menos de um ano, já era uma sereia-moça – talvez isso seja normal para sereias. Sua beleza era rara e incrível demais para tornar pública, então a criamos em segredo, num laguinho de água salgada.

Sook e Yoongi foram seus padrinhos. Jungkook me contou o que havia acontecido, o que me deixou furioso, mas já estava feito.

Ele se tornou um pouco mais frio, por perder seu amor, mas me ajudou muito também, pois como nunca levei jeito para negócios, me ajudava a governar, além de se apegar demasiado à minha filha.

- Papai, eu quero encontrar o Taetae hoje! – Ondínea falava em pensamentos.

- Mas filha, você já falou com ele semana passada! – Dizia enquanto fazia carinho nas escamas de sua calda.

- Mas o oceano é incrível, tem tantos como eu! Principalmente Taehyung... – Ela sorria abobada, enquanto se rodeava nas águas, animada.

Ah, a paixão adolescente...

- Você está apaixonada!

- O que é isso? – Perguntou curiosa.

- É a mesma coisa que eu sinto pelo seu pai, que o titio Yoongi sente por Sook.

- Oh! Então eu estou apaixonada! – Ria feliz, era incrível como ela era feliz e positiva sempre.

Sook e Jungkook conversavam e nos observaram, o que fez os mesmos pararem e virem em nossa direção.

- Pelo visto tem uma sereia bem agitada por aqui... – Jungkook brincou.

- Nem me fale, ela não para de me falar sobre aquele tal tritão.

- Ui ui, alguém está com um foguinho. – Sook ria, se sentando nas pedrinhas que rodeavam o rio.

- Eu quero ir para o oceano. – Ondínea disse seriamente dessa vez.

Arregalei os olhos.

- Você é muito nova para ficar sozinha por aí meu amor!

- Tem peixes da minha idade que moram sozinhos no mar, por que eu não posso? – Fez uma expressão triste.

Nós três nos encaramos.

- Princesa, conversaremos disso outro dia, tudo bem? – Sook perguntava.

Ondínea apenas deu as costas e se afundou nas águas, ela estava irritada.

Entramos no palácio, pensativos.

- O que foi amor? – Namjoon perguntava enquanto se aproximava.

- Ondínea quer ser independente.

- Deixe-a ser!

- O que? Não é fácil! Somos pais dela!

- Ah, pensando por um lado, nós poderíamos visita-la! – Yoongi entrava na sala, provavelmente ouvia a conversa de longe.

- É verdade, todos nós temos o direito da liberdade. – Jungkook se pronunciou.

E realmente, era verdade, Ondínea pode ser muito nova, mas já tem a aparência de uma mulher absoluta, com seus cabelos longos esverdeados e olhos tão bonitos como uma concha. Posso ver sua maturidade, ela só quer ter seres iguais a ela por perto. E eu precisaria deixa-la partir.

Todos nós combinamos de leva-la para a praia que há aqui próximo amanhã no pôr do sol, e não será nada fácil.

Um dia depois

 

E aqui estamos nós, carregando um aquário enorme na calçada. Não conseguimos enfiar no carro, então tivemos que dar um jeito. Nesse momento agradeci pela rua estar vazia e a praia não ser distante daqui, pois alguns minutos depois, já conseguíamos ver a maré subir e as ondas medianas se acabarem.

- A praia é tão bonita! – Ondínea soltou.

Logo podíamos ver Taehyung – o tritão a qual era apaixonada – se aproximar.

- Me avisou que viria hoje, que saudades, Ondínea! – Taehyung falava.

Que coisa mais fofa.

- Vocês se comem depois, quer dizer, peixes fazem sexo? – Yoongi se perguntava um tanto confuso.

-  Yoongi! – Sook deu um tapa em seu braço – Ignorem ele gente.

Podíamos ver os peixes envergonhados, tentando mudar de assunto rapidamente.

- Filha, eu quero que todas as manhãs, você venha aqui para nós nos vermos. – Falei, me agachando aonde havíamos colocado no raso e segurando suas mãos.

- Se acalme papai, eu irei vir te ver sempre! Eu não vou sumir! – Falava com um sorriso estampado.

Uma lágrima já saia de meus olhos, estava tão emocionado. Minha filha será independente, e não precisará ficar comendo das sardinhas enlatadas que compro para a mesma.

- Não chore amor, ela estará sobre os cuidados da família dela, a do mar! – Namjoon se ajoelhava também, me abraçando.

Assenti com a cabeça, eu sabia de qualquer forma que esse dia iria chegar.

Jungkook também ficou horas se despedindo da garota, acho que talvez fosse mais difícil para ele, do que para mim, já que havia se tornado tão amigo da sereia.

- É bom você cuidar direito dela. – Yoongi falava ameaçadoramente para Taehyung, que assentiu sério.

- É lógico que eu irei!

Ela se arrastava pelas águas até conseguir se afundar, e entrelaçou uma de suas mãos com a do jovem rapaz, e o que eu pude observar parecia com uma cena de um filme, pois os dois logo se beijaram e olharam para trás sorridentes.

Eu havia formado meu próprio mar de lágrimas, e acenei com um sorriso.

Os dois simplesmente se afundaram no mar, e agora terão sua vida. Tenho certeza que todo dia que vier falar com ela, terei alguma história nova vindo dela. Sou o pai mais orgulhoso desse mundo.

~Jungkook on~

Depois de despedir-me da Ondínea, encarava a praia, tão bonita e ao mesmo tempo solitária. Só conseguia de longe enxergar um corpo masculino, sentado em uma cadeirinha simplista de praia, fui para perto, curioso, e me surpreendi.

Não o vejo faz três anos!

Ele sorriu para mim. E mesmo sabendo que ele talvez me odeie, pareceu como se ele tivesse deixado tudo aquilo que passamos de ruim para lá.

 - Ah, a quanto tempo Kook!

- Boa tarde, Jimin.


Notas Finais


Que dor no kokoro de colocar que está finalizada.
Foi muito legal escrever essa fanfic gente!! Sim, esse final do Jungkook, é meio misterioso, porque eu não queria deixar simplesmente "acabou e fim", então deixa por vocês aí!
Espero de coração que tenham gostado! Qualquer coisa, se quiser continuar acompanhando a gente, tanto eu, quanto as outras meninas é só nos observar!
Beijos <3


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