Acordo e olho pela janela, daqui vejo os diversos prédios e as ruas movimentadas bem abaixo do meu edifício, do jeito rotineiro de Monterrey as pessoas seguem suas vidas. Lá, ao longe, vejo as montanhas e me lembro da minha cidade natal. Que saudade.
Nasci em Los Herreras e vivi lá até minha maioridade, fui criada a maior parte do tempo por minha avó Queta, pois meus pais morreram quando eu ainda era menina.Como numa boa cidade do interior, todos se conheciam e bem perto da minha casa morava a minha melhor amiga, Maite. Por incrível que pareça, o destino dela se parecia muito com o meu, pois ela e seu irmão perderam os pais em um acidente quando ainda eram bebês. Desde então eles são criados por sua tia Pilar, que se casou com Juan Herrera e hoje é dona de uma fortuna na cidade, sendo quase os donos da mesma, pois os Herreras dão o nome à cidade por terem sido seus precursores.
A vida naquela cidadezinha sempre foi boa, além da minha avó eu sempre fui tratada com muito carinho pela tia Pilar e tinha a eles como minha família, mesmo tendo Alfonso como parte dela. Eu e Maite sempre fomos muito companheiras e é com ela todas as minhas lembranças, desde as brincadeiras de boneca até o trabalho que deu quando seu primo, Poncho, colou chiclete no meu cabelo. Eu amava viver lá, mas depois que perdi vovó Queta, precisava criar a minha vida com meus esforços. Já fazem
E aqui estou eu, em Monterrey, advogada de uma grande empresa e com uma vida confortável. Infelizmente além das conversas com Maite por telefone em dias alternados, tenho poucos amigos. Mas gosto daqui, da sensação de ter construído o meu futuro.
Me levanto da cama e, após tomar um banho, vou para cozinha preparar meu café. Minha rotina é bem regrada e nunca muda, gosto disso. Meu telefone toca.
ANAHI: Alô!?
XXX: Anahi? Oi meu bem!
ANAHI: Tia Pilar?? Aconteceu algo? Mai está bem?
PILAR: Não meu bem, eu preciso de um favor seu.
ANAHI: Ai que susto! Claro tia, diga.
❋
PONCHO
Acordo com Maite me gritando.
MAITE: VEEEEM PONCHO! VEM ALMOÇAR! - Ela abre a porta do meu quarto. - Você sabe que a mamãe gosta que todos almocemos juntos.
PONCHO: Sério cara, me deixa dormir. É sábado!! Diga a ela que estou sem fome hoje.
MAITE: Você sabe muito bem que ela não vai engolir isso, vamos, levanta logo! - E bateu a porta.
Desde que Maite e Christopher chegaram, a casa sempre foi agitada. Ao contrário do que meus pais pensavam, eu os acolhi como irmãos e ainda hoje não vejo minha vida sem eles. Resolvo me levantar, antes que minha mãe venha pessoalmente me perturbar.
Assim que desço vejo a cena tão comum em minha casa: Minha mãe, sentada ao lado de Mai, o espaço a frente dela esta reservado pra mim, com Ucker ao lado. Meu pai, como sempre, esta trabalhando e não participa desses momentos conosco. Me sento enquanto minha mãe esta tagarelando.
PILAR:...ela chegará aqui sábado que vem e..
PONCHO: Quem vai vir?
PILAR: A Anahi.- diz, sorrindo.
Por um momento lembro-me dela sorrindo e de me batento também, sou interrompido por alguém falando.
MAITE: Nem acredito que a Any vai voltar aqui tanto tempo depois. Eu estou com taaanta saudade dela!
UCKER: Só espero que não fiquem com aqueles papinhos chatos ou resolvam brincar de boneca. Vocês já não tem mais idade pra isso hein?!
MAITE: Cala a boca Ucker!!
PONCHO: Mas calma aí, ela resolveu vir do nada? - Eu estou incomodade e não sei porque.
PILAR: Não meu filho, fui eu quem a chamou.
PONCHO: E por que teve essa brilhante idéia mamãezinha?
PILAR: Anahi é advogada e preciso da ajuda dela com algumas coisinhas.
PONCHO: Que são?
PILAR: Você saberá em breve, meu filho..
Eu bufo. Só o que faltava era minha mãe ter segredos com aquela menina, ou mulher. Me pego imaginando como Anahi esta hoje e me perco no assunto que continua na mesa.
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