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História A Pureza de Afrodite - O Justo Acordo


Escrita por: LunnaDAngelo

Capítulo 2 - O Justo Acordo


Ela
  
Enquanto esperava ser anunciada e entrar, encarava a porta num interesse tedioso. Aprendi a controlar meu corpo, mas minha mente é de uma hiperatividade incontrolável. Em poucos segundos avalio os sulcos em curvas na madeira da porta, uma paisagem de Nínfas em volta de um Apolo nu tocando uma harpa. Belo! Dourado do ouro decorava a harpa, seus cachos e as flores do jardim. Impedi o impulso de tocar as linhas marcadas, prometendo a mim mesma que mais tarde faria uma versão em pintura daquele jardim.
  Ao mesmo tempo registrei minha respiração, calma e ritmada, minha expressão neutra. Ok.
O modelo de meu vestido era da simplicidade do de uma camponesa, mas pra alguém mais atento veria a riqueza e luxo contido naquele pedaço de pano.
  Os serviçais do hotel estavam ansiosos, só o mordomo que me acompanhou manteve de verdade a calma,  anos de experiência, marcados pelo seu grisalho, já devem ter acostumado-o com esses tipos de encontros confidênciais. Mas logo a porta abriu pra gente.
  Quando entrei, foquei minha atenção aos dois homens presentes. Suas caras, suas roupas, gestos, humor, interação e reação. Como já conhecia o velho, me concentrei no mais jovem.
  De novo me segurei para não deixar escapar um sorrisinho brincalhão. Ele estava impressionado, de olhos arregalados que logo disfarçou. Seu cabelo preto, fino e macio d mais, tinha um arrepiado natural,tão fofo! Seus olhos de um azul profundo, num rosto firme com um nariz aristocrático. E que boca! Rosada e cheia. Uau! E o pior ( quer dizer, O Melhor),aquelas roupas não conseguiam disfarçar o seu corpo e músculos bem desenhados. 
"Na primeira oportunidade vou dar  uma boa checada no que você esconde. Ryuu."
 ~aah!~não consegui segurar  o risinho com esse último pensamento, rapidamente mudo para um sorriso educado e o dirijo ao Bryan Claíomh.
  _É uma honra encontra-la novamente senhorita Astrid. Realmente estou muito satisfeito com nossa aliança.
  _A honra é minha senhor. E agradeço por ter aceitado o convite desse encontro antes da cerimônia.
  De canto de olho vejo Ryuu contorcer a cara, um ótimo sinal do seu desgosto com tudo isso. Vai ser bem divertido provocá-lo.
  _Este é o meu filho Ryuu Claíomh, seu noivo _ e este por educação se curva, mas noto que seu ângulo não é mais baixo  do que um cumprimento amigável _ Agora vou deixa-los a sós para que possam conversar a vontade, com sua licença miss Louise Astrid.
  Ele se retira, só que antes percebo um disfarçado olhar na direção do filho, com algo que vai além de um simples aviso. 
  O que Bryan faria-o se depois eu reclama-se pra ele? Com certeza algo nada legal. Mas repenso, amanhã esse homem vai ser meu, e não gosto que os outros toquem no que é meu. Tenho um senso muito aguçado pra vingança fria... Nada bom por agora. Então prefiro sinalizar para que sentamos.
   Ficamos de frente um para outro, ele está em uma fúria mal contida. Assim eu espero que Ryuu tome a iniciativa. 
  _Está realmente satisfeita com toda essa situação?
  Levanto minhas sobrancelhas ironicamente.
  _E por que não estaria?
  _Vc é muito jovem, não deveria estar sendo forçada a esse casamento por seus próprios conselheiros. Se nós dois nos opormos,  há possibilidade deles ao menos adiarem até você ter maioridade.
  Enquanto ele falava, dou uma risada , e ele termina com seus olhos cerrados, céticos
  _Acho que estamos tendo um mau entendido aqui senhor Ryuu Claíomh. Ao contrário do que você pensa não fui forçada pelos meu conselheiros, eu mesma tomei essa decisão e negociei com seu pai. Na verdade eu que impus minha vontade sobre alguns conselheiros que assim como você acharam muito cedo para essa aliança. Contudo, posso ter apenas 15 anos, mas já lidero completamente a Família Astrid a 3 anos. E você sabe muito bem, que no nosso mundo, alguém fraco é logo elimido, seja quem for, até mesmo a última herdeira pura, e quem dirá assumir a liderança. Então digo qual é a minha vontade, e consequentemente a vontade do meu Conselho, essa cêrimonia não será adiada nem anulada e ocorrerá amanhã.
 _Tudo isso? Para quê? Se é tão esperta ao ponto de comandar uma Família, e é tão jovem, por que não viver uma vida normal. Amigos, curtir a juventude como quiser, se apaixonar, viajar o mundo, ou .... sei lá, fazer o que gosta. Por que está nesse mundo podre?
   Mantenho meu rosto neutro e controlo meu olhar. Como seu pai disse, ele tem uma inocência e esperança tão incríveis e tolas, um senso de heroísmo. Parece até impossível que ele tenha sido criado no submundo da humanidade. Aaahrr!  Essa sua inocência infantil me encantou, como os olhos de uma criança. Que vontade de protege-la. Amenizo minha expressão.
  _ Sabe, se eu ouvisse isso anos atrás realmente teria acreditado. Teria escolhido tudo o que você falou. Mas não agora. Porque eu faço isso? Simples, por poder. Aquilo que até o mais pobre dos seres humanos deseja. Poder. Para controlar tudo a meu favor, ter tudo o que eu quiser ter, ver meu inimigos rastejarem como vermes, realmente decidir o que eu quero ser, meu futuro. Ter o poder de escolha _ essa parte jogo como uma ofensa que acerta bem no alvo, seu ódio só aumenta... É tão excitante provoca-lo _ E proteger quem eu quiser. Isso é ter Poder, você também tem coisa e pessoas  que quer proteger, certo? Professor Claíomh._ jogo a carta final.
  Impressionante! Ele já passou do seu limite, está tremendo e o rosto vermelho. Ainda assim não mexeu sequer um dedo, sua respiração está pesada, mas sua voz sai calma... Até de mais, há um tom de ameaça nela. Isso só me dá mais desejo de domina-lo, ele realmente não tem consciência o quanto é sensualmente provocante.
   _O que quer de mim? Eu nem mesmo estou envolvido nos negócios do meu pai. Nem esse casamento é necessário para essa aliança. Muito menos agora, pode ser  até deixada para a próxima geração. Então, por que eu?_ essa última frase sai uma oitava acima.
   _Ryuu, você é realmente tão idiota ao ponto de acreditar que sua fuga o livra do seu sangue? Dos seus laços com sua Família, suas obrigações, interesses e inimigos? Não seja burro. Você pode fugir o quanto for, tudo vai continuar a existir, e se o trono estiver vazio, não vai faltar interessados a ocupa-lo. Que na primeira oportunidade vão elimina-lo e tudo o que ama, quer você esteja envolvido ou não. Não importa nem se você já está no trono, abaixe a guarda e as víboras vão te atacar dos seus covis que estão bem de baixo dos nossos pés. Assim como aconteceu com minha família. _ Minha voz está uma oitava baixa, fria, profunda e mortal.
  Ele continua impassível, mas agora parece que foi acertado por um balde de água fria. Nada o suficiente para amansa-lo. Assim continuo, novamente neutra.
  _Por isso quero propor um acordo a você.
 Em silêncio ele acena para continuar.
 _ Você sabe muito bem que eu sou uma desconhecida tanto na superfície como no submundo, só poderei oficializar minha posse de "Rainha" publicamente quando tiver 21 anos. Até lá sou inexistente. E quero manter minha identidade oculta mesmo depois, sendo conhecida apenas como Imperatriz. Porém, preciso anunciar já detendo o poder de uma. Minha aliança com Os Claíomh , assim como com outros, me dar esse poder. Mas eu preciso de alguém seguro para ser minha imagem pública, para mexer as peças mais a vista, não necessariamente um Astrid. Meu casamento, mesmo que encoberto, com você me da essa possibilidade. Contudo ainda preciso de um acordo direto com você.
  Faço uma pausa, e ele continua mudo.
_Claro que isso traria benefícios a você. Sendo só um rosto e uma voz, não será preciso se envolver profundamente em qualquer negócio. E garantirei que mantenha sua vidinha de professor, pacífica e tediosa, além da segurança do seus próximos até o final de sua vida.
  _ E se eu não aceitar?
   _Então exterminarei tudo o que ama, admire ou deseje. Mas te manteria vivo, pra ser a coisa mais miserável existente.Não vai te restar Nada!
  E nesse momento ele explode, levanta de uma vez, jogando a cadeira no chão e bate na mesa com um soco. Sua voz é um rugido de fazer inveja até a um leão. Seus olhos estão vermelhos, a mais pura Fúria.
 _Você é apenas uma pirralha mimada, age como se o mundo tivesse ao seus pés e realizasse todas as suas vontades.Se você encostar em qualquer um deles vou te fazer desejar ter morrido no ataque de 12 anos atrás. Vou fazer você cuspir suas próprias entranhas com minhas mãos. Vai rastejar implorando por misericórdia, vai se arrepender de sequer ter pensado mim ou na  minha Família.
  "Ora, ora... Parece que nosso belo Herói também tem um lado muito... sombrio."
  Solto uma gargalhada em desafio, deixando-o mais louco ainda. Sei muito bem para o que suas mãos poderiam ser usadas, algo bem mais prazeroso.
  _ Finalmente mostra que o Sangue Claíomh corre nas suas veias. Há poucos tão sádicos e sanguinários como vocês. Mas ao contrário de suas ameaças vazias, eu realmente posso realizar a minha agora mesmo. Se você mexer sequer mais um dedo vai morrer aqui mesmo, e os Claíomh vão ser extintos da face da Terra. Garantirei que não sobre uma migalha com seu nome. Pode deixar, que seu pai e você terão tratamento especial, suas cabeças serão bem conservadas numa bandeja de prata. Eu tenho o poder para isso, e acredite , sou extremamente impulsiva. Então o que me diz, concorda?
  _Parece que não tenho muita escolha, não é mesmo?
 _ Ao contrário "querido", no momento você está sim se submetendo a minha vontade. Mas se fizer como quero, terá todas as possibilidades e liberdade pra fazer o que quiser com sua vida. Aceite esse acordo e te darei o Poder de Escolher. Colocarei até seu pai a seus pés se assim quiser. Terá o que sempre desejou. Esqueça as ameaças que falamos antes. Isso é só uma questão de você me da o que eu quero e eu te dou o que mais deseja. Então o que me diz?
  ~puff~ Ele faz um som bem sarcástico.
  _ Como poderia confiar em você!?
  _ Não pode. Porém, como disse antes, você não tem muita escolha mesmo. 
  Pelo seu olhar. Não. Por toda a expressão do seu rosto e corpo. Ele definitivamente me odeia.                                                                             Bem-vindo ao meu Mundo!
  _Onde eu assino? Minha Senhora.
   _Amanhã mesmo firmaremos nosso acordo.
 Digo num sorrizinho, já me virando para sair.
  Assim ouço ele murmurar as minhas costas.
 _ Por que sinto como se tivesse vendido minha alma!?
   _ Relaxa, Baby! Eu vou cuidar muito bem dela.
  Falo já saindo. Agora não me seguro mais, e abro um sorriso diabolicamente largo e belo.
  


Próximo capítulo: Desfrute do Banquete que Não Podes Comer.  _ Ele


Notas Finais


obs: o termo "Família" com F maiúsculo, tem significado diferente de "família" com f minúsculo.
Família: grupo, irmandade, reino de uma linhagem antiga, que detém o poder de comando e controle sobre política, economia, armas, social, mídia e até cultura. Geralmente as escondidas (submundo), mas alguns um pouco mais abertamente (superfície).
família: grupo de pessoas que se amam/aturam e que convivem ao menos um pouco. se auto denominando família. defina do jeito que quiser.


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