1. Spirit Fanfics >
  2. A Quinta Dimensão >
  3. Dois

História A Quinta Dimensão - Dois


Escrita por: slay0x

Notas do Autor


Olá~

Cá está o segundo capítulo! Espero que gostem, demorei tempos pra terminá-lo AJSASKAJSAIKJSAS

Capítulo 2 - Dois


 

ASSIM QUE O táxi me deixa em frente à universidade, eu sorrio, inspirando o ar fresco do fim de outono. Yale, com certeza supera todas as expectativas de qualquer aluno que venha estudar na mesma. Por uma semana, consegui ser uma garota normal. Uma caloura universitária comum, preocupada com o início de seus estudos ao mesmo tempo em que quer aproveitar festas — mesmo que, no meu caso não sejam festas, mas sim noites com as amigas assistindo Netflix ou idas a pubs de New Haven. Mesmo não reavistando aqueles olhos vermelhos, que parecem me sondar, retirar minhas forças pouco a pouco, eu sinto que não estou só. Nos momentos em que deveria estar sozinha, algo me diz que estou sendo observada. Isso, no final, me rende boas noites perdidas de sono, olheiras que, realmente, deveria receber um prêmio por conseguir escondê-las.

Começando a caminhar em direção ao prédio principal da universidade, observo os estudantes pelo campus. Alguns sentados nas sombras das árvores que espalhadas pelo gramado, criam um ambiente acolhedor. Outros andando apressados pelos caminhos de pedra polida que ligam os prédios, com inúmeros livros em seus braços, as expressões aflitas.

Avisto, mais ao longe, a entrada do prédio principal, e apresso meus passos para chegar lá de uma vez. Meus passos ecoam no porcelanato cor de gelo do hall de entrada do prédio. Sinto-me envergonhada, pois fora meus passos ecoando no local, o silêncio reinara, atraindo a atenção para a fonte de barulho: eu. Há momentos em que eu gostaria de ser uma avestruz; poder cavar um buraco no chão e enfiar minha cabeça ali, esperando a tempestade passar. Mas eu não era uma avestruz. Infelizmente.

A secretária, uma mulher de cabelos esbranquiçados, óculos finos e expressão dura me observa parar em sua frente. Ela não sorri, e não demonstra simpatia. Sinto-me mal por isso, mas tento ignorar a sensação de mal estar e esforço-me para um sorriso aparecer em meu semblante.

— Boa tarde, eu sou aluna nova aqui e...

— Preciso saber seu nome e o curso que está iniciando. – a mulher me corta, me fazendo arquear as sobrancelhas rapidamente, mas logo voltando ao normal.

— Audrey Wright, biomedicina.

Ela começa a digitar algo no computador em sua frente, e depois de alguns segundos, sua expressão enfezada é direcionada a mim. Eu respiro fundo, pensando no quão inconvenientes essas pessoas são, apenas pela sua própria escolha. É chato, mas é real, infelizmente.

— Bloco F, os horários estão aqui – ela diz, me alcançando um papel que há pouco havia sido imprimido – Sua próxima aula começa em oito minutos.

Encaro o papel em minhas mãos, suspirando enquanto dou as costas para a mulher, começando a refazer meu caminho para fora do prédio principal.

Não presto atenção no quanto tempo se passa, mas assim que chego no prédio de biomedicina, meu queixo cai com o que vejo. O prédio é uma espécie de bloco de vidro, possivelmente com cinco andares. O vidro possui um brilho acinzentado, refletindo o pátio e os estudantes que circulam por ali. Não pensei duas vezes, apanho meu celular de meu bolso e logo tiro uma foto do prédio em um ângulo legal para postar no Instagram.

"Alô, faculdade!"

Não demora muito para que Nora curta minha foto, fazendo meu celular bipar assim que cruzo a porta principal de entrada para o prédio. Dessa vez, não paro para observar as coisas direito, minha primeira aula está prestes a começar. Meus tênis parecem grunhir assim que começo a subir rapidamente as escadas e cruzar um corredor do segundo andar do prédio que no momento estava parcialmente vazio.

Observando o número da sala no papel em que a secretária havia me entregado, avisto a sala que deveria estar a três minutos mais ao fundo do corredor e começo a correr para lá, minha mochila sacolejando em minhas costas. Eu paro, assim que alcanço a maçaneta. Vou levar bronca, ah, vou. E se ninguém for com a minha cara? E se eu cair de boca no chão assim que entrar ali? Foco, Audrey, você consegue.

Com um suspiro, eu abro a sala e entro. Engulo em seco assim que meu olhar se cruza com o professor, que agora cruza os braços e me analisa assim como o resto da turma.

Talvez você esteja imaginando o professor, como um cara novo demais para ser um professor de faculdade, com os bíceps rígidos por conta dos braços cruzados e uma feição angelical. Quem me dera, quem me dera. O professor que está em minha frente mais parece um vendedor de bananas da quitanda da esquina do Whitemore do que um professor gatão de faculdade. É sério, o cara deve ter uns... Sei lá, noventa e nove anos?

— Com licença, senhorita...?

— Audrey Wright, senhor. – eu digo, pigarreando e desviando o olhar do professor que me fuzila com os olhos. Ele pigarreia, e depois de um tempo de silêncio perturbador, finalmente diz algo.

— Bem, senhorita Wright, creio que és uma aluna nova. Podes sentar-se junto ao senhor Young, já que o mesmo é o único aluno sem uma dupla por aqui.

Eu passo os olhos pela sala de aula, procurando o garoto que estava sozinho. E, assim que meus orbes pousam em um cara observando um lápis entre seus dedos, os cabelos castanhos caindo por cima de seus olhos de modo desengrenhado, meu estômago resolve dar um salto de bungee jump.

Sim, eu tinha consciência de que poderia encontrar o rapaz da festa de uma semana atrás, só não sabia que seria assim. Não que eu tenha ficado mexida com ele e tudo o mais — ele era só mais um rostinho bonito no meio de universitários, sem conteúdo e pensamentos lógicos —, mas ouvir seu sobrenome me fez lembrar do pequeno surto que Nora e Leah tiveram quando eu contei a história da minha camiseta.

Engulo em seco novamente e começo a andar para lá, antes que o professor resolvesse me chutar de vez para fora da sala. Assim que me sento na cadeira, fecho os olhos de imediato, respirando fundo e me lembrando de todo o estardalhaço que Nora fizera devido à história da festa. Lembrando-me disto, não consigo conter uma risada baixa. Logo, meus ombros estão movendo-se de trás para frente, enquanto tento engolir as risadas que teimam em sair.

— Audrey Wright, você está bem? – ouço o garoto ao meu lado perguntar. Eu balanço a cabeça, deixando escapar mais uma gargalhada baixa e me viro para ele, respondendo-o na mesma oitava que ele me questionara.

— Estou, Alexander Young, por quê não estaria?

— Não sei... Talvez porque você começou a ter uma espécie de convulsão misturada com ataque epilético assim que se sentou ao meu lado?

Balanço a cabeça, sorrindo. Sei que minha risada não é das mais bonitas, e sobre a "convulsão com ataque epilético", não posso discordar.

— Desculpe. Eu me lembrei de algo que uma amiga minha me falou... Enfim. – eu suspirei, voltando meu olhar para o professor que explicava algo sobre imunologia e avistei, pelo canto dos olhos, Alexander assentindo junto a um sorriso torto.

— Os principais componentes do sistema imune são as células T, células B, linfócitos grandes granulares ou células NK, fagócitos mononucleares ou monócitos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos, mastócitos, plaquetas e células teciduais. Os linfócitos T e B são responsáveis pelo reconhecimento específico dos antígenos...

Minha atenção logo é desviada da voz cansada do professor para meu braço, que é cutucado por um dedo de um ser sentado ao meu lado. Eu aperto a ponte do meu nariz e me viro, observando-o sutilmente.

— O que houve, Alexander Young? – sussurro.

— Pode me chamar de Alex. – ele diz, sorrindo e dando de ombros.

— Okay, Alex. – eu sorrio de volta. Mas logo volto à minha expressão séria de antes. – Agora, o que foi?

— Quem diria que estamos cursando a mesma graduação, hein?

— É que você não sabe... Quando você me emprestou sua camisa, eu aproveitei os momentos perto para hackear seu telefone e rastrear você. Descobri seu curso e agora estou aqui, como uma stalker! – balancei a cabeça. – Agora me ature.

— Há, há. Engraçadinha. – ele revira os olhos, embora sorria. – Mas então, qual vai ser sua área de atuação assim que se formar?

Eu franzo os lábios, apoiando minha cabeça em minha mão, que descansa em cima da mesa.

— Não sei... Estou em dúvida. Não sei se sigo para biologia molecular ou biofísica. E você?

— Genética. – ele responde, mas há um "q" em seu tom de voz, como se aquela resposta tivesse saído no automático. Isso me faz arquear uma sobrancelha enquanto observo suas feições. – Mas sabe, não que seja meu sonho.

— ...senhorita Wright?

Meu corpo se enrijece ao ouvir meu sobrenome. Levanto minha cabeça e encaro o professor, meus olhos levemente arregalados.

— Desculpe?

— Oh, vejo que a senhorita e o senhor Young tenham se dado bem. – diz o velho, enquanto alguns alunos soltam risadinhas que me fazem querer me enterrar no chão, ali mesmo. – Eu havia lhe dito para que me dê um exemplo de doença por imunodeficiência de células B, de células T e por deficiências fagocíticas. Mas penso que está ocupada demais socializando com seu colega para responder a questão, estou errado?

Eu suspiro, me endireitando na cadeira e fechando os olhos enquanto espalmo minhas mãos na mesa em minha frente. Sinto todos os olhares da sala queimando sobre mim, e isso me deixa mais nervosa ainda. Pigarreio e abro os olhos, desviando-os de Alex e fitando o professor com uma sobrancelha arqueada.

— Células B: agamaglobulinemia ligada ao X, Síndrome da hiper-IgM, Hipogamaglobulinemia variável comum e Deficiência seletiva de IgA ou IgG. Células T: Síndrome de Digeorge, candidíase mucocutânea crônica, Deficiência de purina nucleotídeofosforilase, síndrome do linfócito. Fagócitos: Doença granulomatosa crônica, Defeito de adesão dos leucócitos, Síndrome de Chedjak-Higashi.

Assim que termino de responder a questão, os risinhos dos alunos morrem, e o professor me encara com um olhar surpreso. Claro, essa questão não é algo que se é questionado à um calouro normal no primeiro dia de aula. Mas, quem disse que eu sou normal? O professor logo volta sua atenção para o resto da turma, recomeçando a explicar o conteúdo. Encaro-o por alguns segundos com um sorriso orgulhoso. Qual é? Eu praticamente sambei na cara daqueles que acharam que eu ia me ferrar ali!

— O que exatamente foi isso?

— Isso, Alex, foi uma nerd mostrando sua verdadeira face. – eu digo, arqueando uma sobrancelha para ele. – E, pode me chamar de Adrey. Audrey Wright é formal demais para tratar uma colega de faculdade.

Ele sorri torto, pegando seu lápis e começando a anotar algumas coisas em seu caderno. Resolvo fazer o mesmo também, anotando as coisas que mais achei importantes na lousa quase transbordando de informações que o professor havia passado.

— Então tá, Adrey.

Sinto meu traseiro doer de tanto que fiquei sentada em um banco qualquer no campus assim que as minhas aulas de hoje acabaram. Todos os deveres de casa já foram feitos, mesmo que o prazo de entrega fosse para semana que vem. Alguns livros que aluguei na biblioteca descansam ao meu lado, quatro, no total. Um deles já lido pela metade. São todos sobre genética e imunologia, embora eu tenha me sentido muito tentada ao pegar um de anatomia. Nessas duas horas que passei sentada ali, na sombra de uma árvore, senti olhares sobre mim. Claro que, não é aquela coisa de colegial, quando uma estrangeira chega na escola e tudo o mais. Aqui é uma faculdade, é diferente, maior e com mais alunos. Mas mesmo assim, eles devem pensar que eu sou uma nerd louca por conhecimento. Talvez eu seja, não me importo. Passei a vida inteira sendo assim, e não será por meia dúzia de olhares que mudarei meu jeito.

Mesmo sem Nora e Leah aqui, comigo, rindo e classificando os garotos em níveis de beleza — o que seria bem difícil, pois todos que encontrei até agora parecem ter saído de uma revista da Calvin Klein ou terem sido, um dia vendedores ou modelos da Abercrombie —, senti que poderia contar com Alex. Sim, eu sei que faz pouco tempo que nos conhecemos, mas sei lá, me parece que ele também quer ser meu amigo, assim como eu quero ser amiga dele. Começamos mal, eu sei, ele derrubando toda aquela vodca em mim, mas ele não tinha me visto. Mesmo com sua língua afiada, a ironia e sarcasmo palpáveis em seu tom de voz — eu não posso reclamar sobre isso, visto que sou assim (ou pior) —, há vezes em que ele pode ser realmente legal.

Sorrio fraco e largo um dos livros ao meu lado, observando os alunos ao redor. Alguns andam despreocupados, conversando, rindo, enquanto outros correm apressados entre um prédio e outro com livros e mais livros em seus braços. É, Audrey, sua vida vai mudar muito de agora em diante. Suspiro com meu pensamento, descansando minha cabeça em minha mão, que se apóia em meu cotovelo sobre meu joelho direito. Ainda é cedo para voltar para casa, mas ficar sentada aqui nesse banco na sombra também não é uma boa opção. Respiro fundo, levantando-me e limpando sujeiras invisíveis na parte traseira de minha calça — um costume chato que adquiri em todos esses anos. Apanho os livros do banco e jogo, desengonçadamente, minha bolsa com os cadernos e estojo em meu ombro livre. Não me dou o trabalho de por meus fones de ouvido — já estavam em meus ouvidos antes, mesmo que desligados — apenas ligo uma música qualquer e começo a andar, em direção a um ponto de táxi na saída da faculdade.

Mais tarde, eu entro no apartamento de Noralia com os braços dormentes. Acabou que, depois que saí do campus, resolvi voltar a pé. Conhecer o terreno. Explorar. Uma das coisas que sempre admirei e odiei ao mesmo tempo em mim mesma era minha curiosidade. Ô coisinha chata aquela pulga atrás da orelha que sempre fica quando a gente vê algo, mas não tem como explicar o porque daquilo. E essa curiosidade me fez querer conhecer New Haven melhor. Por um lado, foi legal. Descobri que a cidade é mais interessante do que eu imaginava, com mansões e prédios antigos, no estilo vitoriano, misturado com a nova arquitetura do século vinte e um. Descobri, também, uma locadora de VHS e uma livraria perto do prédio onde moro. Sei que hoje em dia existe uma coisa inventada pelos deuses chamada TV a cabo, mas mesmo assim são emocionantes todos aqueles bugs estranhos quando você assiste aos filmes de terror antigo em VHS. E, eu realmente estava precisando comprar os livros de Guerra dos Tronos, pois os meus eu tinha trocado com um hacker que morava a umas quadras do Whitemore por algumas aulas de informática e para aprender gambiarras para meu hobby: ser uma hacker nas horas vagas. Eu sei. Eu sei que isso é perigoso, ainda mais quando se mexe em assuntos confidenciais do governo, como eu faço. Mas, eu sou cautelosa. Como uma cobra à espreita, sempre esperando a hora certa e a melhor maneira de agir.

Okay. Pararei com esses tiques geeks.

Balanço a cabeça comigo mesma enquanto deixo, de qualquer jeito, os livros que carregava a horas em meus braços no sofá da sala. Tiro com meus próprios pés meus tênis e meias, agradecendo por não ter chulé. Jogo-me no sofá macio e branco da sala, fechando os olhos e reunindo coragem para me arrastar até o banheiro e tomar um banho frio.

Assim que tomo impulso para ficar em pé e migrar até o banheiro, ouço a porta ser aberta e uma Nora com uma expressão exasperada entra, quase pulando em cima de mim assim que me vê.

— O que aconteceu mulher? Por que essa cara? – eu pergunto, assim que me afasto dela, vendo-a respirar com dificuldade.

— Eu... Eu... – ela começa a dar pulinhos no chão. A única coisa que posso fazer é observar a cena com o cenho franzido.

— Você...?

— EU CONSEGUI INGRESSOS PARA O SHOW DO LIGHTHOUSE! – não tenho tempo de responder. Ela se joga em cima de mim e me derruba no sofá, gritando enquanto eu rio da reação dela. Sério? Tudo isso por causa de um show?

— Nora, calma, cara. É só um show. – eu rio, assim que ela senta ao meu lado, arrumando os cabelos enquanto respira fundo. Nora percebe minha confusão, devido ao nome da banda que não conheço. – Respire.

Sinto-a me espingardear com o olhar.

— Audrey, não diga nada. Você também vai gostar do som dos caras. É uma banda nova, de uns formandos em música... Mas mesmo assim, eles tocam muito bem.

Balanço a cabeça, concordando com sua "predição". É, talvez eu goste. Todavia, consigo perceber, por um milésimo de segundo, algo em seu olhar, e isso me faz sorrir de um modo sacana.

— Não me diga que você está de rolo com um integrante.

Ela apenas balança a cabeça, com um sorriso de canto.

— Bateristas têm os braços fortes.

— Safada! – eu exclamo, apanhando uma almofada e batendo contra sua cabeça, estragando totalmente a trança que ela usava. Nós rimos, e eu volto a me sentar no sofá, observando, dali mesmo, a cidade por trás das janelas do apartamento. Suas luzes brilham, contrastando fortemente com o céu escuro de New Haven, e não consigo ouvir muita coisa das ruas, apenas uma sirene ao fundo, seu som desaparecendo no ar.

— Ah, me esqueci de dizer – ela começa, cortando o silêncio que reinava na sala por mais de cinco minutos. – O show é amanhã.

Os corredores do shopping de New Haven parecem não ter fim. Sinto como se estivesse presa dentro de um labirinto. E eu odeio me sentir presa. Talvez eu devesse começar a me considerar claustrofóbica. É. Ou também essa sensação deva ser solucionada, pois Nora acordou esse pobre ser infeliz que vos fala às sete e meia da manhã de um sábado para ir ao shopping comprar "roupas apropriadas para ir a um show como Lighthouse", aliás, como a mesma disse "Nós vamos para a área VIP, vai que algum outro integrante, que não seja o baterista é claro, goste de você? É sempre bom ter alguns pretendentes por aí".

Vai sonhando, Nora. Sonhar é de graça.

— Audrey, o que acha daquele vestido? – a morena me desperta de meus pensamentos, apontando para uma vitrine mais à frente, revelando um vestido azul escuro, tubinho, com detalhes em prata e tomara que caia.

— É perfeito pra você, Nora. Devia comprar. – eu digo, dando de ombros enquanto sorrio. Realmente, o vestido é a cara de Nora, cairia super bem nela. Perfeito.

— É mesmo. – ela sorri, enquanto gesticula na direção da loja. – Vamos entrar lá?

— Hmm... – eu corto minha fala assim que ouço minha barriga roncar. Reviro os olhos e suspiro olhando para ela. – Eu queria ir comprar alguma coisa no McDonalds, sabe. 'Tô com fome e tal. Porque você não entra lá e vai experimentando? Eu compro rapidinho e já volto.

— Okay. Vá lá, esfomeada.

Eu rio, enquanto balanço a cabeça e dou-lhe as costas, começando a procurar a praça de alimentação. Eu estava realmente com fome, mas toda aquela sensação desconfortável foi embora e deu lugar a um pavor imenso, que chegou a paralisar minhas pernas, assim que virei o próximo — e estranhamente vazio — corredor.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...