1. Spirit Fanfics >
  2. A Quinta Porta >
  3. Prólogo

História A Quinta Porta - Prólogo


Escrita por: Dexterfarias

Capítulo 1 - Prólogo


A rua era tranquila e deserta. Aqui e ali casas com amplos jardins, cercas baixas e fachada colorida despontavam entre as inúmeras árvores frondosas nas calçadas. Era uma rua lindamente aconchegante e fresca, muito agradável para caminhar. Talvez fosse com intenção de apreciar tanta beleza e frescor que uma mulher subitamente surgiu do nada ali – sim, quando eu digo surgiu do nada quero dizer que repentinamente o ar tremulou e ela apareceu, como se atravessasse uma porta invisível. – era muito elegante, diga-se de passagem: vestido cor de creme, um chapéu em diagonal na cabeça, provavelmente francês, sapatos altos e brilhantes, cabelos cacheados presos na nuca e pele morena reluzente. Seus olhos eram muito impressionantes, fortes e cinzas; Pareciam perscrutar o local. Esta figura, apesar de sua chegada teatral – e até sobrenatural - não assustou ninguém no momento, pois não havia ninguém para assustar. Todos estavam em suas casas, o que era raríssimo por aquelas bandas; Os moradores adoravam aquela rua em tudo e em todos os momentos. Colocavam bancos nas calçadas e ficavam aproveitando o frescor e a sombra das árvores, enquanto as crianças brincavam de pique-esconde. Portanto foi muita sorte da moça misteriosa que não houvesse ninguém ali naquele momento. E, mesmo de dentro das suas casas, os moradores não olharam para fora nem por um segundo enquanto ela esteve ali, ocupados repentinamente com outros assuntos, o que era mais raro ainda. Também não havia automóveis passando no local; Dificilmente passava algum carro por lá. Aquela era, digamos assim, uma rua sem importância que levava a outra rua sem importância, que levava a uma terceira, esta já sem saída. Assim sendo, raras vezes algum carro incomodou a quietude que ali havia.

 A mulher elegante olhou para os lados, observando a singela quietude do lugar. Começou a caminhar vagarosamente, analisando casa após casa, como que procurando por algo muito importante e valioso. Subitamente parou, com seus olhos cinza faiscando. Olhava estaticamente uma casa verde-limão, com porta de madeira trabalhada, cerca branca e jardim coberto de flores multicoloridas. Seus lábios esboçaram um leve sorriso – encontrara o que procurava. Andou decidida até o portãozinho de madeira e abriu-o; Com um pequeno rangido das dobradiças metálicas ela entrou no jardim. Caminhou sobre ladrilhos bem colocados até a soleira da porta. Ali estancou pensativa, com o indicador sobre o lábio inferior, como se tentasse lembrar-se de algo importante. Por fim, levantou os braços, em sinal de cansada resignação:

- Eu sabia que esqueceria! – ela falou, consternada, apalpando vigorosamente o vestido, e subitamente lembrando-se que este não tinha bolsos.  – ainda bem que trouxe isso comigo para estas emergências – falou, retirando do decote uma pequena chave dourada. Encaixou-a na fechadura da porta, que imediatamente estalou, transformando-se em uma porta diferente, dourada com detalhes sutis em alto relevo. A mulher elegante girou a chave, e a porta se abriu. Mas o que havia no outro lado não era o interior da casa verde-limão, mas um lugar diferente: uma pequena saleta branca, sem nada exceto por um pequeno papel enrolado no chão, como um pergaminho. Ela pegou-o e voltou a fechar a porta. Girou a chave, e colocou-a de volta no decote. A porta voltou ao aspecto normal – de madeira trabalhada marrom. Ela Pegou o papel-pergaminho, beijou-o carinhosamente e depositou-o em cima do carpete, onde estava escrita a frase “Seja Bem Vindo” em amarelo vivo.

- Para dar sorte – ela falou, sorrindo. – você vai precisar.

A mulher elegante olhou o pulso para ver as horas, mas lembrou-se que não tinha relógio. Deu de ombros, e voltou para os ladrilhos do jardim. Saiu pelo portãozinho branco com um sorriso maroto, como se uma grande diversão lhe aguardasse. Caminhou elegantemente de volta até o ponto onde havia surgido. Ergueu a mão no ar e girou como se abrisse a maçaneta de uma porta invisível. O ar repentinamente tremulou, e tal como veio, a mulher elegante se foi.

Naquele momento as pessoas subitamente perceberam que a rua lá fora estava maravilhosa, e para lá se encaminharam.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...