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História A rota do campeão - Um grande dia


Escrita por: Boxer_Writer

Notas do Autor


E finalmente algo começa a acontecer!
Espero que gostem desse capítulo com algumas referências musicais a Hajime no Ippo!

Capítulo 6 - Um grande dia


Fanfic / Fanfiction A rota do campeão - Um grande dia

Chegou o grande dia, estava em uma aparente calma, mas ela seria uma calma desesperada. Com sua aflição interna, cabelo cortado e barba feita, ele sentia que algo novo poderia acontecer, uma nova esperança surgia no frio e azulado fluxo nervoso de sua alma.

 Não!

A negação é a provável resposta, provavelmente ela queria um favor, um autógrafo para um parente, uma foto, um par de luvas. Algo que não se relacionaria a ele, afinal, quem iria querer ter contato com uma alma fria e solitária que brilhava somente nos ringues e agora vive esquecido, opaco e cinza.

Contudo, mesmo que esse encontro não fosse como ele queria, havia chegado a hora de ir, colocou sua calça jeans preta, camiseta branca e sua blusa de couro vermelha. Nos pés, um sapatênis verde escuro. Passando seu perfume de marca e usando sua corrente com um dragão, o garoto saiu de sua casa como há muito tempo não saia. Foi ao encontro controlando toda sua intensidade.

Saiu para a rua ainda de dia, e percebeu que não estava mais acostumado com o sol forte batendo em sua face, era horário de verão, então mesmo às 18 horas o sol ainda estava brilhando intensamente.

Nunca havia escutado falar daquele restaurante, porém, quando chegou ao local percebeu que se tratava de um pequeno restaurante e bar, com alguns adornos e caprichos, os quais davam um ar caseiro e sofisticado ao simples e pequeno local. Por tal decoração Rafael se sentia confortável, afinal, que mal tinha falar com uma mulher?

Contudo, no momento em que viu Mey algo mudou, toda aquela experiência acumulada pelo boxeador e utilizada ao longo dos anos sumiu subitamente. Ela estava lá, com a pele ligeiramente morena, olhos negros e chamativos, cabelo liso, rosto impecável, coberta por um vestido escarlate que se mexia como o sangue pulsante no peito de Rafael. Seus pés estavam calçados com lindas sandálias prateadas, ela estava linda, uma dádiva do mundo, enquanto o boxeador que sempre se focou em seus próprios problemas e nunca percebera o quão atraente eram as mulheres, agora, se sentia intimidado com tamanha beleza.

Respirou fundo, era difícil demais para ele, mas não poderia desistir. “Inspira e expira, já passei muito por isso, ela é somente mais uma mulher, eu não posso perder minha postura”, enquanto isso ele se aproximava da mesa até que uma doce e suave voz tomou conta de todo o local:

-Olá Rafael, tudo bem com o senhor?

Nesse momento o olhar do boxeador congelou, estava fixo e fixamente observava um ponto imaginário fixo no chão. No entanto, assim que tomou coragem soltou palavras fixas, fixamente duras e secas, as que nunca seriam escolhidas por um conquistador, mas o que importava, ele nunca mais conquistaria ninguém:

-Olá, vou bem e você como vai? Perdão, mas sem muitas delongas, por que estou aqui?

-Ei calma, você prometeu almoçar comigo não foi? Mas bom, se o senhor não tiver interesse eu entendo.

Rafael, que há anos atrás já havia maltratado uma menina parecida com ela, ainda quando era criança, atualmente decidiu não cometer o mesmo erro novamente:

-Perdão, creio que me expressei mal, não queria magoá-la.

A moça que antes havia cara de tristeza agora esboçava felicidade, era como um jogo de emoções.

-Tudo bem, eu só quero ter uma conversa legal, vamos, sente-se, vou pedir alguma coisa para nós comermos.

Puxei uma cadeira e sentei-me a mesa, meu olhar revelava o interesse e a curiosidade que eu tinha naquela proposta.

O garçom chegou. Pedimos uma porção de picanha na pedra, a qual veio com um gosto especial. Eu que já havia comido nos maiores restaurantes do mundo, agora sentia o sangue dela carne de outro jeito em minha boca. O sal que se misturava as vísceras estalava em meus dentes, tudo parecia mais prazeroso que o comum. Será que realmente o sabor vinha da companhia?

Ela estava me olhando com um olhar de preocupação, eu não entendia a situação até suas palavras serem soltas na mesa:

- É... Desculpe se o senhor não estiver gostando muito, sei que deve ir nos melhores restaurantes, mas eu estou com algumas dificuldades financeiras e achei que esse seria o melhor lugar que eu conseguiria pagar.

-Não se preocupe com isso, por favor, estou amando tudo de um jeito incrível. Não sei como nunca vim aqui antes!

-Nossa, mas esse lugar é tão perto da sua casa.

-É bem... Eu não costumo sair muito sabe. Por isso fiquei bem feliz com seu convite na verdade.

Uma tinta vermelha tingiu nossos rostos, ela soltou um leve sorriso que parecia uma pena de uma pomba branca que alegra e traz a ideia de calma e paz.

-Bom... Vamos pedir alguns sucos né, hoje a noite vai ser divertida.

Após eu falar isso, ela se alegrou:

-Sim! Vamos, afinal não escolhi esse lugar somente pelo preço!

-O que você quer dizer com isso?

Nesse momento chegou um homem anunciando a noite de karaokê.

Eu fiquei apavorado, como assim?

-Ah não, Mey você não vai me fazer passar por isso!

Eu, que sempre mostrava uma postura séria, estava mais descontraído do que nunca, enquanto ela ria de mim.

-Vamos seu velho! A noite é uma criança e nós vamos se divertir, vamos aproveitar que o karaokê é bem aqui!

Ela se levantou e pegou o microfone, cantou uma música que eu nunca esperava ouvir, se tratava de Inner Light da banda Shocking Lemon, um clássico do mundo dos boxeadores. Ela era afinada, mas no fim tudo acabou em risadas. Enquanto ela ia soltar o microfone ela apontou para mim e riu, fui forçado a escolher uma música para cantar.

Ao ver a lista me deparei com uma música que era muito tocada na academia, se chamava The Champion, de Tanimura Shinji. Era um cantor japonês nascido em 48, cujo som, em japonês, contava toda a rota de um campeão e o sentimento do mesmo. Nosso treinador, que sempre havia sido influenciado pela cultura japonesa, nos fazia ouví-la todo dia. Eu estava me descontrolando, gritava a canção com uma felicidade inigualável. Mey ria de um jeito inesperado.

No fim, ela aplaudiu de pé. Eu não me reconhecia, sempre havia ficado no meu canto, introvertido e agora estava parecendo o homem mais alegre e espontâneo do mundo.

Nós nos juntamos e fomos cantar mais uma, se chamava apenas mais uma de amor, do Lulu Santos. Enquanto cantava, reparava nos olhos da menina, os quais brilhavam com a iluminação local. Sua boca se mexia como uma pluma era algo magnífico. Ela, com toda a certeza, praticava alguns esportes, seu corpo deixava isso claro.

Se ela queria me conquistar ela havia conseguido.

Fomos para a mesa, sentamos e rimos de nós mesmos, parecíamos crianças que acabaram de fazer alguma travessura e esperam a repreensão de seus pais.Pedimos doces e sucos. Ela parecia feliz, mas o gasto excessivo provavelmente a incomodava. Naquele momento, decidi pagar a conta para aquela garota, outra coisa inusitada, afinal, desde que havia ganhando alguns títulos de campeão mundial, não fazia mais isso para mulher alguma.

Quando estávamos comendo a sobremesas, o assunto veio à tona, eu soltei o gatilho, estava esperando o momento perfeito para um sim. Era um momento novo, mas eu estava pronto para isso? Não sabia o que pensar? O que eu estava prestes a fazer?

-Rafael, eu queria te pedir uma coisa.

-Di, Diga, por favor.

-Você quer...

Eu estava soluçando

-Quer dizer, você pode...

Meus olhos estavam arregalados.

-... Treinar-me e me fazer aprender boxe?

Eu quase congelei, não sei o que eu estava pensando, nunca uma garota tão jovem e bonita iria querer alguém como eu. Além disso, meu pensamento havia saído daquele lugar, eu me lembrava de meu tempo sozinho, sem ninguém, não poderia voltar para aquele esporte, mesmo que eu ainda o amasse, os tempos eram outros, eu não seria alguém produtivo.

-Perdão, acho que você viu o cartão e cometeu um equivoco, eu estou aposentado.

-Eu sei, mas você já foi o melhor por dez anos seguidos.

-Sim, mas isso foi há tanto tempo! Eu não sou útil para você, mas conheço alguns amigos que...

-Rafael, eu quero você!

Ela disse em voz alta, seus olhos cheios de lagrima, ela estava realmente com vontade de me ter, de me possuir, perder parecia ser algo muito ruim para ela. Mas porque eu?

-Eu não entendo, o que eu tenho de especial?

-Eu vi tudo sobre você, suas lutas, o modo incrível que você lutava, seu foco, determinação, treino destruidor, a pressão que você sofria, eu vi tudo sobre você! Você abriu mão de sua vida por aquilo não é mesmo?

-Sim, mas...

-Exatamente por isso que eu quero você, minha vida toda vivi sobre pressão de não conseguir manter minha bolsa escolar, de não passar na faculdade, abdicando de parte de minha vida para poder estudar e me matar. Você até pode não perceber, mas, Rafael, você é a pessoa que mais deve me entender e saber como eu me sinto em toda a face da Terra.

Eu fiquei abismado, ela sabia como era, mas nunca havia o mundo em cima dela. Algo eu parecia provar a dor relativa, ou seja, mesmo que sua fama não fosse como a minha, a dor dela de perder o que tinha, mesmo que poucos fossem saber, seria igual a dor que eu sofreria.

-Eu entendo, mas não sei se...

-Eu imploro! De joelhos se precisar, eu quero poder treinar boxe, eu não sei o porquê, mas desde que achei aquele cartão, uma paixão muito antiga ascendeu em meu coração e ela é incontrolável.

-Por favor, eu que deveria agradecer-lhe por tamanho carinho e toda essa noite maravilhosa, infelizmente, acho esse meio complicado e difícil, terei que ser bem rígido em alguns pontos, mas se é realmente o que você quer, bom, vamos treinar juntos!

Ela começou a sorrir como nunca antes, mais uma vez estava quase chorando. Abraçou-me forte, um abraço diferente de todos os anteriores.

-Todavia, peço que me veja como companheiro de treino, não como treinador. Vou te ajudar, mas você terá que carregar si própria.

-Não importa! A partir desse ponto você será responsável por mim? Entendeu? E não tem mais volta, está escutando? Esse abraço selou nosso contrato.

Eu comecei a rir, não imaginava que alguém tão animada e feliz poderia ser exigente desse modo. Era em partes assustador, mas muito fofo também.

-Não ria de mim!

-Desculpe. - Tentado segurar a risada

-Tudo certo, vamos pagar a conta!

-Antes eu posso ir ao banheiro?

-Claro!

No caminho, chamei o garçom de canto, paguei-lhe a conta e fui embora. Parecia ser algo que iria fazer o meu estilo. Mandei-o entregar um cartão a ela dizendo:

“Se quer ser minha aluna é melhor ficar mais esperta, começaremos amanhã às 9h, vá ao endereço que lhe mandarei pelo celular que você me encontrou, é a academia de um amigo meu.”.

No entanto, na saída, mais uma feliz surpresa. Ela estava me esperando e falou:

-Achou mesmo que eu não saberia o seu truque? Vamos voltar juntos?

Voltamos então, na noite quente de verão daquele mês, andamos, deixei-a na casa dela e fui à minha gentil e calma caminhada para casa.

Na volta dei sorte, minha que já impusera respeito estava baixa e calma, estava suscetível a qualquer assalto e abordagem, mas não queria perder o brilho do momento. Mesmo que não tivesse cumprido algumas expectativas, superei as outras e agora estava voltando para meu palácio me sentindo um vencedor,

Naquela noite me lembrei de um passeio em minha infância.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado, obrigado por ler, semana que vem talvez saia o capítulo 7!


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