História A saga crepúsculo - Seu sol - Idiota.

Deito em minha cama, puxo o cobertor e coloco entre minhas pernas. Retiro meus óculos para que eles não me incomode enquanto eu estiver deitada, a silhueta de Renesmee se senta no chão e olha para mim, ela não parece muito contente.

-O que quer? -Pergunto um tanto quanto irritada.

-Posso lhe fazer uma pergunta direta? -Não respondo apenas espero.- Acha que se nós fôssemos maus ou os vilões não teríamos acabado com você na primeira oportunidade?

Não digo nada apenas olho para sua silhueta, Renesmee parece tranquila.

-Quando meus pais se conheceram, minha mãe se apaixonou por ele, como você e Will, ambos passaram por altos e baixos, eu adoro relembrar a história dos dois, mas jamais, JAMAIS! Minha mãe duvidou dos Cullen, ela sabia que apesar de todas as dificuldades e quase mortes que passava, os Cullen dariam seus últimos suspiros por ela, não estou dizendo isso só porque faço parte da família, mas olhe bem, Mary… Acha que vilões teriam uma filha? Iriam correr para a Itália para resgatar uma humana? Will está muito chateado sabe? E ele está do lado de fora da sua casa, preocupado, apesar do fora que você deu nele a quase uma hora atrás, ele disse que ia passar a noite aqui, te observando, caso algo acontecesse ele estar aqui para lhe proteger. Entendemos que foi um choque para você, que você ainda está em estado de pânico, amedrontada mas pense bem, okay? Não nos julgue de cara, somos um livro aberto, não existe segredos entre nós.

A garota dá um leve suspiro e um sorriso sem graça, ela se levanta e vem em minha direção, seus lábios encostam a lateral de minha cabeça. Renesmee se retira mas antes dá uma olhada para trás, para ver se seu trabalho tinha sido concluído com sucesso, segundos depois desaparece pela escada.

Suas palavras não saem de minha cabeça, o que diabos eu fiz? Sou humana, tenho diversas emoções que não posso controlar, o medo é uma delas, eu estava ou ainda estou em estado de pânico, os Cullen entendem isso não é?

-Marisa? -A voz é de minha mãe.- Está tudo bem?

-S-sim, só estou exausta…

-Imagino, a caminhada foi longa não é? -Diz ela subindo as escadas, sua voz se aproximando de meu quarto.

-Hã…?

-Você não teve tempo de contar querida, foi caminhar com os Cullen não é? O acampamento foi legal? Seu pai não sabia, até esqueci de contar para ele e fiquei fora também, ele ficou maluco, mas já está tudo esclarecido, conte-me como foi! Ah, Esme e Carlisle são pais incríveis não acha?

Calma, muita informação, os pais de Will vieram aqui e mentiram para os meus pais para que eles não se preocupassem com meu sumiço?

Minha mãe aparece sorrindo na porta, parece não desconfiar de nada.

-Ah, s-sim, posso contar os detalhes amanhã? Preciso de um banho e descansar, sabe, nunca fui acampar antes…

-Tudo bem, querida.

Me levanto, deixo meus óculos na cama e atravesso o corredor até o banheiro. Meu banho foi demorado, deixei a água cair sob minha cabeça, pensei por muito tempo até que a água quente acabou e eu tive que terminar ele gelado. Atravessei o corredor novamente, peguei um pijama qualquer em meu armário e o vesti, apalpei minha cama a procura de meus óculos, estava no mesmo local em que deixei, os coloco e encaro a janela sentada em minha cama.

Suspiro alto e vou até ela, abro a mesma, deixando o vento gelado invadir meu quarto, olho para os lados e para a floresta a dentro.

-Will? -Sussurro.

Me afasto da janela, acho que não deu um segundo e Will estava no canto de meu quarto, me observando, suas mãos no bolso do moletom, seu cabelo bagunçado -mais que o normal- seus olhos tão escuros e frios que me deixou preocupada, eu estava observando os Cullen, seus olhos dourados é quando tinham se alimentado, negros quando estavam com fome.

Fecho a janela e me sento na cama, começo a mexer em minhas mãos, um tanto quanto envergonhada pela minha estupidez de desconfiar dos Cullen.

-Will… -Ele espera sem dizer nada, seu maxilar travado, parecia chateado, parecendo que iria pular da janela a qualquer momento.- M-me desculpe, eu não queria… Eu estava assustada, E-eu não sei o…

Meus olhos começaram a queimar, minha garganta a arder, minhas bochechas corarem, eu mal consigo formar uma frase sem gaguejar. Will se desloca de onde estava, ele me dá uma leve empurrada para que eu fornecesse lugar para ele se sentar ao meu lado, sua mão me ajeitar para que eu deite ao seu lado, logo em seguida ele começa a acariciar minha bochechas e limpar minhas lágrimas, ele esperou até eu parar de ter meu surto de choro.

-Eu entendo que você é humana, não é como nós, fiquei chateado que tenha desconfiado de minha família… -Diz com sua voz rouca.- Eu jamais irei lhe machucar, e sempre irei fazer o possível para que ninguém lhe machuque. Falhei miseravelmente nessa minha missão nos dias anteriores, mas espero que tenha paciência, sou novo nisso também.

-Não vai…

-Lhe abandonar? Não tão fácil, terá que fazer muito pior que isso, não sou de desistir, Mary. Nem mesmo quando quero sinto seu cheiro, e se fosse para me sacrificar por alguém, seria por você.

Abraço sua cintura e apoio minha cabeça em seu peito duro, Will acaricia meus braços com movimentos leves e delicados.

-Sua família deve estar me odiando…

-Então chateados sim, mas Carlisle explicou que você ainda estava em choque, por isso agiu daquela maneira, só Rosalie que…

-Ela já me odiava antes…

-Rosalie odeia todo mundo -Ele da um sorriso fraco. - Mas é questão de costume, depois de um tempo ela te suporta. Mas… Posso fazer algo que está me matando desde que lhe encontrei?

Olho confusa para ele, mesmo sem saber o que é, balanço a cabeça positivamente. Will pega em minha cintura e me puxa para mais perto, seus lábios vindo de encontro aos meus, seu hálito gélido, sua mão começa a descer lentamente até chegar em minha coxa, ele puxa para cima para que eu abrace sua cintura com a perna. Empurro seu ombro e subo em cima do rapaz, minhas pernas na lateral de sua cintura, meu corpo curvado para que o beijo não parasse, Will parecia começar a ficar fora de si, louco… De repente ele me deita na cama e some, fico desnorteada olhando em volta, procurando o Cullen, a porta de meu quarto se abre e quem aparece é meu pai.

-Está tudo bem?

-Hã? -Minha cara deve estar a mais idiota possível.

-Acordou de um sonho ruim?

-Não, muito bom, eu só… Acordei na melhor parte -Dou uma risada sem graça

-Ah sim, boa noite, querida.

-Boa noite pai.

Meu pai se retira e fecha a porta, Will logo em seguida aparece novamente, se deitando ao meu lado.

-Preciso ser mais cuidadoso, durma, amanhã você tem aula, precisa descansar.

Me ajeito ao seu lado e suspiro fundo, agora tudo voltaria ao normal, certo?