História A saga crepúsculo - Seu sol - Aeroporto

Após Seth me deixar no interior do aeroporto, comecei a andar pelo local a procura de algum guardinha ou ponto de informações para não me sentir “sozinha”, mas como o local esta um aglomerado de gente com malas pra cá e para lá, acabo desistindo.
Avisto fileiras e mais fileiras de cadeiras de espera. Me dirijo a elas sem pressa. Quando me sento, abro o pacote que Seth me deu, com batatas e um hambúrguer. Como algumas batatas. Balançado a perna de modo despreocupado, olho para o relógio que não marca mais de 20:00PM. Desisto das batatas e pego o lanche dando uma bela mordida nele sem ao menos perceber a fome que eu estava a alguns minutos atrás. Um homem se senta ao meu lado, dou uma olhada rápida, mais por ato “automático” do que outra coisa.
O homem tem uma parte da barba falhada, não parece ter mais de vinte e cinco anos, sua pele é branca, branca até demais. Ele está usando roupas de frio como as minhas, reforçadas, seu cabelo é de um castanho chocolate muito bonito e também está de óculos escuros. Percebo que o estou encarando e desvio o olhar, voltando para meu lanche quase acabado. Um celular toca, mas não é o meu porque não tem nada vibrando em meus bolsos.
-Alô? –Seu sotaque não me é estranho, sua voz é grossa e bonita. – Poli, Poli, me escuta. Vocês estão enrolando a horas já, quanto tempo terei que ficar plantado aqui? –Alguém diz algo da outra linha. – Ta, já entendi. – E então desliga.
Amasso o papel que estou segurando, o rapaz ao meu lado puxa uma grande quantidade de ar e se vira para mim, dou uma olhada de soslaio para ele um tanto incomodada.
-Posso ajudar o senhor?
-Ah sim... Pode me dizer as horas? O horário do meu celular está errado.
Dou uma olhada pelo aeroporto até encontrar um grande relógio, que agora está marcando 20:07PM.
-20:07PM.
-Mercy. –Agradece.
O homem é frances! Eu sabia que conhecia esse sotaque de algum lugar! Espera, Frances... Eu sei que é bem improvável eles já terem chegado, mas meu pensamento só se move aos Giranis. Meu telefone toca, o homem me observa, atendo o aparelho e o coloco rapidamente na orelha.
-Mary? –Alice.
-Sou eu.
-Saia daí, AGORA, procure o banheiro feminino ou algum lugar para se trancar até o Will chegar. Anda!
Me levanto rapidamente e começo a andar pelo aeroporto, dou uma ultima olhada para trás para ter certeza de que ninguém está me seguindo, graças a Deus não, mas o homem está batendo seu aparelho na palma da mão enquanto me observa partir, aperto o passo e observo as placas que mostram o caminho para o banheiro.
-Alice?
-Estava falando com alguém?
-Só informei as horas para um rapaz, o que está havendo?
Finalmente chego ao banheiro feminino entro em uma das cabines me trancando dentro, ignorando olhares feios para mim, meu peito está subindo e descendo rapidamente, percebo que estou ofegante. Coloco a mão em meu curativo no abdômen para saber se está tudo certo.
-Como ele era? –Pergunta Alice ainda na linha.
-Parecia ter uns vinte cinco anos, tinha uma falha em sua barba, usava óculos escuros, branco, sotaque frances...
-Ele te cheirou?
-Como assim? Por que alguém me cheiraria? –Pergunto confusa.
-Ele inalou profundamente ou suspirou ao seu lado?
“Amasso o papel que estou segurando, o rapaz ao meu lado puxa uma grande quantidade de ar e se vira para mim”
-Sim, Alice o que está acontecendo? –Sussurro.
-Já está dentro de um banheiro? Fique onde está, não saia daí até Will chegar. Tudo bem?
-Okay...
Logo em seguida a linha fica muda. Ótimo, Alice mal me contou o que estava acontecendo, eu detesto ser a ultima a saber e Alice não ajudou muito.
Os minutos passam e passam, estou ficando inquieta e louca para sair daqui. Desbloqueio a tela de meu celular e começo a jogar um demo de naves espaciais do meu celular para ver se o tempo passa mais rápido. A barra de notificações me avisa que acabou de chegar uma mensagem.

Will C
“Estou do lado de fora, pode sair.”

Abro a porta do banheiro e corro para a saída, procuro os cabelos negros e familiares, Will está parado com as mãos nos bolsos, corro até ele que me envolve em um abraço e acaricia meus cabelos, ele inala profundamente meu couro cabeludo.
-Você está bem? –Balanço a cabeça positivamente.
-O que está acontecendo?
-Os Giranis – Sussurra em meu ouvido. – Estão aqui.
Meu coração acelera, parece que irá pular pela minha boca a qualquer momento, Will parece perceber minha agitação e nervosismo.
-Calma. Apenas um deles está aqui, entrou em contato com você, mas não sabemos se ele se interessou ou não. Os outros provavelmente irão chegar amanhã, não estaremos mais aqui. Eles vieram antes do esperado, pensamos que iriam chegar apenas no fim do mês.
-SENHORES PASSAGEIROS COM DESTINO ORLANDO, SE DIRIJAM AO PORTÃO TRÊS.
Will pega minha mão e começa a me guiar pelo aeroporto, garotas viram a cabeça para observar sua beleza, mas quando olham para mim, parecem ter nojo, como: “como alguém como ele, pode gostar de alguém como ela?”, abaixo minha cabeça para não ter que ver mais nenhum olhar do tipo e deixo que o rapaz me guie pelos corredores largos do local.
Chegamos no portão três, entrego minhas passagens para Will que entrega para uma mulher, ela libera nossa entrada. O avião é grande, percebo que há muitas crianças e adolescentes no vôo.
-Não esperava ver tanta criança.
-Esperava o que? –Diz Will rindo.
Entramos dentro do avião e começamos a procurar nossas poltronas, o que não foi difícil, Will fez questão de deixar a janela para mim, pediu um cobertor, travesseiro e fones de ouvido para uma aeromoça, depois “molhou” a mão dela para que trouxesse alguma coisa para comer antes do tempo.
-Isso é realmente necessário?
-Claro que é! Quero que essa seja sua melhor viagem, tirando nossa futura lua de mel, ela será melhor que essa – Will sussurra em meu ouvido.
Um grupo de garotas se senta ao nosso lado, ao todo eram três, duas loiras e uma castanha. Elas olham para Will e começam a cochichar algo.
-Acho que estão falando de você... – Digo baixo.
-Ah é?
Will se vira para mim e pega em meu rosto, seus lábios encostam os meus de modo delicado e suave, seu dedo indicador sobe e desce pela lateral do meu rosto. Ele cessa o beijo com alguns selinhos e um beijo em minha bochecha.
-Acho que entenderam o recado. – E com isso ele Lança uma piscadela para mim, me fazendoeu soltar uma risada.