História A saga crepúsculo - Seu sol - HOGWARTS!

Minha garganta está seca, meus lábios rachados por conta da desidratação. Posso sentir meu corpo fraco e flácido ao mesmo tempo. Levanto minha cabeça e vejo Will diante dos meus olhos, sua bochecha rachada, como se o mármore de sua pele tivesse sido quebrado, seus braços estão com múltiplas rachaduras também. Meus olhos encontram o seu que fica tenso, sua boca vira uma linha fina, ele se debate, percebo que há duas pessoas o segurando, dois homens, mas não identifico seus rostos.
“Mary, não, não...” ele parece lamentar algo, mas não entendo o porquê. Esta lamentando porque estou viva?
Algo pega meus cabelos puxando meu rosto para trás, não há nada segurando meus pulsos e tornozelos, mas estou tão fraca que não tenho forças para mover um dedo.
“Mary, Mary, Mary, você é tão linda e tão forte, me surpreende uma humana, frágil... Ainda estar viva.”
Reconheço a voz, o sotaque Frances, deve ser o cara do aeroporto. Ele empurra minha cabeça para baixo, minha cabeça mergulha em algo, parece água. Solto o ar de meus pulmões mais pelo susto do que por vontade, agora que estou sem ar e meus pulmões gritam por socorro, meus pés e mãos começam a se debater, procurando apoio ou ajuda para levantar a cabeça. A mesma mão me ergue, fazendo-me puxar uma grande e desesperada lufada de ar. Tusso e repilo toda a água para fora.
“Pare, pare, ela não merece isso.” Will choraminga, vampiros não choram, mas parece que Will está.
“Mary, você é uma garota forte, diga para seu namorado. ‘Eu sou uma garota forte. ’”
Tento dizer as palavras, mas nada sai de minha garganta, de repente minha cabeça estava de novo no balde de água gelada, dessa vez foi mais demorada que a outra, minha garganta queima, sinto a água entrando e preenchendo meus pulmões. Minhas pernas e braços param de se debater, posso escutar alguém gritando. Minha cabeça é puxada novamente para superfície. Vomito toda a água de meu organismo, meu corpo exausto... Eu não vou aguentar mais, não mais um round desses.
“Mary, Mary, MARY, ACORDA”

***

Meu corpo emerge pra cima, quase bato a cabeça na poltrona da frente, Will pega em meus ombros e vira meu corpo em sua direção. Encontro seus olhos amarelos, quando ele se alimentou? Isso não importa, seus olhos me passam segurança, mas não consigo conter as lágrimas que brotam de meus olhos, o rapaz puxa minha cabeça com delicadeza para seu peito e afaga meu cabelo.
-Foi só um pesadelo, não foi real... Eu estou aqui, não vou deixar que nada aconteça com você.
Will sussurra em meu ouvido de um modo tão delicado que me acalma de certa forma, me conforta, mas ainda consigo sentir a água invadindo meus pulmões. Ele ajeita meus óculos que estão tortos em meu rosto.
-Quer falar sobre? –Me pergunta, em resposta balanço a cabeça negativamente. – Quer um suco? Chocolate quente? Biscoito? – Balanço a cabeça positivamente.
Eu pareço uma idiota sem conseguir falar. Will aperta um botão acima de nossas cabeças que chama uma aeromoça, com uma educação que só Will consegue ter, ele pede chocolate quente, biscoitos, sucos e um lanche natural para mim. A moça me lança um olhar preocupado, Will explica que é minha primeira viagem de avião e que estou um pouco assustada. A aeromoça parece acreditar e se retira, mas rapidamente volta em poucos minutos com todos pedidos. Ela puxa a mesinha e coloca os alimentos no local.
-Algo mais?
-Não, só isso, obrigado.
A mulher lança um sorriso e se retira Will ameaça desgrudar seu corpo do meu e em resposta, agarro sua camiseta com as unhas.
-O que teve nesse sonho que te abalou tanto? – Pergunta preocupado, ele entrega o chocolate para mim que dou um gole para limpar a garganta.
-Os Giranis... – Ele enrijece ao meu lado.
-Nada vai te acontecer, e não irei permitir, escutou? Olha pra mim. – Faço o que ele me pede. Seus lábios tocam os meus por longos segundos. – Agora coma, foi só um pesadelo, estou aqui.
Will me envolve em um abraço e acaricia minha pele com seu dedo indicador. Consigo ver que as garotas da poltrona do lado estão nos observando, mas apenas as ignoro.

***

Quando desembarcamos a ansiedade não cabia dentro de mim, está quente, abafado para ser exata porque há nuvens no céu cobrindo o sol, fazendo eu e Will soltarmos suspiros de alivio. Retiro minha touca e blusa. Após pegarmos nossas malas, corro para a saída. Que havia muitos taxis, todos os aeroportos são assim. Will acenou para um taxista que indicou que estava livre. Entramos no veiculo, Will passou as coordenadas e minutos depois estávamos partindo.
O taxista era um homem muito calado, perguntava apenas algumas coisas e voltava sua atenção para a estrada. A maior parte do tempo só se vê estrada e carros, mas depois de alguns minutos começa a ter muitas árvores, pude perceber. Não demorou mais de meia hora e já estávamos chegando e isso fez meu estomago querer pular para boca de tanta ansiedade, encostei meu nariz no vidro do carro, Will me observava enquanto ria.
-Chegamos, chegamos, chegamos... –Digo sem me conter.
-Chegamos!!! – Will parece animado também.
O carro para, abro a porta rapidamente e pulo em terra firme. Will vai até o porta malas e pega nossas bagagens sem esforço, pego uma mochila e uma mala de rodinhas para ajudar, passo a alça da mochila em um dos meus ombros e arrasto a mala com a mão boa.
-Podemos jogar nossas malas o quarto e ir para o parque?
-Claro! – Will começa a correr, abro a boca, mas logo em seguida dou um sorriso de orelha a orelha e parto atrás dele.

***

Will cumpriu sua palavra, fizemos o check in no hotel, largamos nossa coisas de qualquer jeito no quarto e corremos para o parque. Will não soltou minha mão nenhum segundo se quer, ele parecia maravilhado com o lugar assim como eu. Estava sendo a primeira vez de ambos no parque e o tempo estava ótimo, quente, porém nublado, Will não teria problemas com o sol.
-OLHE!
O Cullen aponta para o topo de algo e quando me viro meu coração quase sai pela boca, do ponto onde estamos, dá para ver o castelo de Hogwarts daqui, beco diagonal, Hogsmeade está na nossa frente!
-Me belisca. –Digo sem pensar.
O rapaz me puxa para perto de um grande barril, estava dizendo “cerveja amanteigada”
-BEBIDA DE BRUXO! –Explodo.
Will pede uma grande quantidade para mim, pego a caneca com os olhos brilhando. Bebo um gole do liquido que é muito bom! Will começa a rir, não entendo o porquê.
-Tem... Tem uma coisinha aqui. –Ele aponta para minha boca, passo a língua no famoso “bigodinho” e percebo que está tudo melado. – Vem, deixa que eu limpo.
Will puxa minha cintura e encosta seus lábios nos meus, depois ele lambe o local melado em minha boca. Seus lábios distribuem beijos pelo meu rosto, me deixando sem graça.
-Você me faz o cara mais feliz do mundo.
-E você me faz a garota mais feliz do mundo.
Fico na ponta dos meus pés e lhe dou um selinho. Mesmo com o gesso, me esforço pegar a mão de Will, puxo-o para a ponte que da uma ótima visão do castelo, Will me abraça por trás e enterra seu nariz em meu couro cabelo, ficamos ali, curtindo nosso momento enquanto eu bebo mais desse liquido maravilhoso.