História A saga crepúsculo - Seu sol - Emoções

Will me puxa pela mão boa. Começo observá-lo enquanto andamos pelo parque. O modo que seu cabelo vai para trás por conta do vento, como parece uma gota de graxa porque sua pele é um tom tão branco que deixa seu cabelo em um contraste perfeito. O modo que ele aponta para os pontos turísticos do parque como se tivesse pesquisado por dias e horas só para não me deixar entediada. O modo que seus olhos brilhavam a cada palavra que saia de sua boca, o modo que seus dentes brancos aparecem a cada sorriso, cada sorriso que me arranca um suspiro de tão belo. Fico imaginando se Will fosse humano, como sua pele estaria levemente bronzeada, suas bochechas avermelhadas, seu cabelo ficando cacheado na nuca por conta do suor...
-Ali está o expresso de Hogwarts...
Ele me deu uma leve apertada na mão e vira seu rosto para mim. Seus caninos afiados me arrancando um suspiro forte, seu sorriso me deixando completamente grogue, ele é tão lindo. É engraçado como alguém vem do nada na sua vida apenas para desgraçá-la, digo de um modo bom. Will desgraçou a minha vida de um modo bom, foi algo tão rápido e inesperado... É engraçado também como a pessoa que você ama se torna tudo da noite para o dia, não é? De como uma pessoa como você pode ser tão sortuda para ter alguém como ele, ao seu lado.
Will franziu a sobrancelha e fez o sorriso desaparecer. Sua feição se torna preocupada, minha visão está ficando embaçada, e não é por conta dos meus óculos que estão com os graus baixos ou algo do tipo, é porque estou prestes a chorar. Pisco para que as lágrimas sejam libertas.
-Está com dor? Você está bem? E-eu fiz algo?
Dou um sorriso sem graça e limpo minhas lágrimas.
-Não, não... E-eu estou bem, é só que... – Fico nas pontas dos pés e puxo a nuca do rapaz para que seus lábios venham de encontro aos meus.
Não dou um beijo caloroso ou algo do tipo, apenas encosto meus lábios nos seus e fico ali por alguns segundos, sentindo suas mãos segurarem minha cintura de modo carinhoso, o beijo tem um gosto salgado por conta das minhas lágrimas.
-Eu te amo Will, te amo de todas as formas possíveis.
-Eu também te amo, mas...
-Sou tão sortuda por tê-lo ao meu lado.
-Sou tão sortudo por tê-la... –Ele está prestes a repetir as mesmas coisas, mas beijo seus lábios novamente. Quando me separo dele, puxo sua mão a caminho do expresso Hogwarts.

***

Entramos no trem e mal consigo conter minha animação, quico no assento enquanto o trem não parte. Will está no banco da frente, ele está novamente com aquele sorriso de orelha a orelha. Começamos a partir, e então o caminho é até Hogwarts em um tempo mais curto, claro, mas mesmo assim é lindo, é incrível, surreal.
Encosto minha testa no vidro e minha mão boa na lateral da cabeça, sinto os olhos do Cullen me observando, posso senti-lo me encarando de modo bobo, como eu estava fazendo a minutos atrás. Não ouso olhar para ele e tira-lo desse transe. O trem para e nos levantamos.
-Próxima parada? –Pergunto.
-Beco diagonal.
-AH MEU DEUS!
-Claro! Antes de entrar no castelo precisamos comprar varinhas, vestes, e tudo mais não é? Não é assim nos livros?
-Você é o melhor namorado do mundo, onde já se viu ler Harry Potter? ... Sendo um... Vampiro
-Por que eu não leria? "A verdade é uma coisa bela e terrível, por isso deve ser tratada com grande cautela.” Disse um sábio homem chamado Dumbledore.
-Isso faz me lembrar os Giranis... Será que sua família está bem?
-Não quero que pense nisso, por favor. – O rapaz realmente parece cauteloso.
-Sabe de algo que não sei? –Pergunto.
-Não, só não quero que procure saber deles, não enquanto estamos viajando, quero que se divirta tudo bem?
 -"Por que eu sairia por ai procurando alguém que quer me matar?" Disse Harry uma vez sobre o Sirius, eu digo o mesmo para você, Will.
-Uma garota que se lembra das frases e nem tem uma memória fotográfica... "Hogwarts deveria ensinar como entender as cabeças das mulheres, seria mais útil do que as aulas de Adivinhação." Ahh... Rony...
-"A Adivinhação é um dos ramos mais imprecisos da magia." Quer contestar com Prof. McGonagall?
E com isso saímos da cabine rindo.

***

~Mary off~
~Will on~


Mary está saltitando pelo parque, deixei ela ir na frente para que possa explorar as coisas sozinhas, quero observá-la, quero vê-la dançar, gritar, rir, quero que seja... Humana.
Meu telefone começa a tocar no bolso, atendo o mesmo e coloco na orelha.
-Sim? –Digo enquanto observo essa pequena coisa de cabelos loiros a minha frente.
-Will? Chegaram bem? Está tudo okay? –Alice.
-Sim, está sim, viu algo?
-Na verdade sim, um dos Girani mudou a rota, não sei ao certo para onde ele vai, mas você sabe... Por precaução...  Estou trabalhando nisso, mas fique tranquilo, não tive nenhuma visão em questão a Mary.
-Alice, você acha que... Estão tentando rastrear ela? –Só de pensar nessa ideia me da enjoo.
-Estamos desconfiando que sim, mas espero que seja só um mal entendido, Will... Não largue ela, tudo bem? Não desgruda do lado dessa garota.
Nesse exato momento, Mary vira em minha direção e começa a andar de costas, dou um sorriso para não demonstrar nenhuma preocupação para ela, a garota retribui o sorriso e volta a andar normalmente.
-Posso fazer isso, mas me mantenha informado tudo bem? Qualquer coisa eu alugo um carro, levo ela nas minhas costas, não sei, dou um jeito.
-Tudo bem.
-Alice?
-Sim?
-Está tudo bem por ai?
-Está, está tudo bem, eles já chegaram, mas não nos procuraram, ainda...
-Espero que isso não aconteça. –Digo colocando minha mão livre no bolso da calça.
-Me mantenha informado sobre a segurança de vocês também, Mary não é a única com quem me preocupo...
-Ah corta essa garoto, somos mais experientes, tenha um bom passeio, Will.
Ela desliga o telefone, mas posso escutar sua risada no fim da linha... Alice, Alice...