História A saga crepúsculo - Seu sol - A Guarda

Will estava jogando todas nossas malas de qualquer jeito em um carro alugado, esse carro não é nada grandioso, o rapaz pegou qualquer um só para conseguirmos chegar ao aeroporto, aposto que por ele nem as malas estariam aqui.

Entro no carro e espero que ele termine, Will da a volta pela frente e se senta no banco de motorista com o olhar frio. Ele se vira pra mim e puxa o cinto, me esqueci completamente do cinto, talvez isso tenha o irritado ainda mais. Não ouso dizer uma palavra sequer, sei que ele está passando por um momento difícil, Will e Rosalie não eram lá muito próximos, mas ela era da família, não é?

O Cullen partiu com o carro rapidamente, costurou aqui e ali entre os automóveis, ultrapassou alguns faróis vermelhos e escutou alguns xingamentos de pedestres. Um percurso que daria mais ou menos uns quarenta minutos, Will fez em apenas vinte. Quando chegamos na frente do aeroporto, retirei meu cinto e desci do carro rapidamente, coloquei minha mochila nas costas e peguei uma das malas de rodinha. Will pegou a outra mochila e a outra mala também, sua mão livre pegou a minha e ele começou a me arrastar até onde fica os carrinhos, colocou a mala rapidamente nele e pediu que eu me sentasse em cima dela, fiz como o solicitado e me sentei na mala. Will partiu para dentro do aeroporto com pressa, agora entendi o porquê dele querer o carrinho, ele está com pressa, se eu fosse andando ao seu lado, o atrasaria.

-Will… Por que a pressa?

-Não quero correr riscos aqui, nosso vôo parte em vinte minutos, Edward também já está a caminho.

Passamos rapidamente pela segurança, quando chegamos para embarcar…

-Suas passagens. -Disse a mulher com pouco humor.

Realmente não vi Will pegando as passagens, aliás, ele as comprou?

-William Cullen e Marysa Cullen. -Me controlei para não fazer uma cara de surpresa quando ele pronunciou meu nome dessa forma.

A mulher pegou uma prancheta e entregou a ele, Will assinou rapidamente e gesticulou para que eu descesse do carrinho, fiz o que ele me pediu e peguei em sua mão, mas e as nossas malas? Fiquei somente com a mochila… Viro minha cabeça para trás a tempo de ver a mesma mulher pegar nossas malas e entregar a um homem, talvez eles iriam enviá-la de outra forma.

Entramos no avião e nos sentamos em nossas poltronas, Will sempre deixando a janela para mim. A viagem durou horas, mas eu mal percebi, após comer um lanche e tomar um suco de caixinha, encostei minha cabeça no peito do rapaz e acabei dormindo, aviões sempre me deixaram sonolenta.

***

Mal senti quando o avião pousou, William não me acordou, ele simplesmente colocou o cinto em mim e segurou meu corpo para que não sentisse o impacto, ele apenas me acordou quando os passageiros estavam liberados para descer.

-Por favor, não desgruda de mim um só segundo.

Will pega em minha cintura e me conduz para a saída, só paramos em frente a uma lanchonete onde há sofás chiques, por sorte estavam desocupados.

-Will, nós vamos pedir ajuda para os Volturi… Mas eles me odeiam, o que vai acontecer? -Digo enquanto nos sentamos.

Era algo para se pensar, ainda sou humana, os Volturi Não iriam gostar nada nada disso. Will olha pensativo para o chão e da de ombros.

-Provavelmente irão entrar em acordo, a ajuda deles pela sua mortalidade, ou algo parecido… Mas como eu já disse não irei lhe transformar, vamos aceitar a proposta se é o que eles desejam, mas não a cumpriremos de imediato.

Olho em seus olhos que continuam frios desde a notícia da Rosalie, percebo que estão começando a perder a coloração amarelada e se tornando negros, sinal de sede.

-Will?

-Hn?

-A quanto tempo não se alimenta?

-Algumas semanas, aguento por mais tempo do que imagina, fique tranquila​, não se preocupe comigo.

***

Horas e horas se passaram, consegui ao menos tirar a atenção do rapaz, jogamos truco depois que entrei em uma lojinha e comprei um baralho para passarmos o tempo. Will parecia ter se esquecido dos problemas por um tempo, o vi sorrir.

Até que os altos falantes soaram anunciando um vôo vindo da Escócia, Will guardou as cartas e lançou um olhar para mim, sua mão​ encontrou a minha e nossos dedos se entrelaçaram.

Fomos até o desembarque onde estava Edward, Bella e Renesmee, mas e o Jacob?

-Pai! -Will me puxou junto consigo e abraçou Edward sem soltar minha mão.- E-eímai…

-Eímaste.

Will sabe falar grego? Edward também sabe? Okay, isso é papo para outra hora. Edward sorri para mim, mas não há brilho em seus olhos, ele me abraça e da um beijo em minha testa, Bella beija o rosto de Will e também me abraça. Já Renesmee está muito quieta, calada, sua mão sobe para o rosto de Will que com sua mão livre cobre a dela, em silêncio eles se abraçam, Nessie vem até mim e beija minha bochecha.

-Senti sua falta. -Digo.

Ela balança a cabeça positivamente em concordância e se afasta pegando a mão da mãe.

-E agora? -Diz Will.

-Aro já sabe que estamos aqui, estão nos esperando, Mary posso te pedir algo? -Olho surpresa para Edward, balanço a cabeça positivamente.- Preciso que não diga nada, preciso que fique em absoluto silêncio, a não ser que Aro te pergunte algo, você ainda é humana e qualquer coisa que disser pode ser usada contra nós e contra você, pode fazer isso?

-Sim, posso sim.

***

A viagem foi veloz, agora entendo a paixão dos Cullen por carros rápidos, não é por conta do luxo e sim pela velocidade, estão acostumados a serem velozes. Por que seus carros não seriam?

***

Uma mulher de cabelos negros nos recebeu, seu vestido colado no corpo deixando cada curva ainda mais bonita, sua pele é de um tom bronzeado muito bonito, ela é humana! Mas se ela é humana por que os Volturi estão com ela?

-Porque ela é bela, e a beleza chama a atenção dos turistas. -Responde Edward a minha pergunta não feita em voz alta.

Uma sensação de dejavu passa por mim quando a mulher abre os familiares portões de mármore dando entrada para uma enorme sala clara e limpa, mais e mais vampiros da guarda espalhados pelo local. Alguns me lançam olhares acusatórios, outros inspiram meu cheiro. Will me puxa para mais perto, sua mão em volta de minha cintura em um ato protetor, posso escutar o rosnado de Edward no fundo da garganta. Olho para frente e Vejo um dos líderes, o loiro, Caius se não me engano… O loiro me encara, ele não parece muito satisfeito em me ver, abaixo minha cabeça e coloco uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.

-Vai ficar tudo bem, seu coração está veloz, tente se acalmar. -Pede Will.

Posso escutar as palmas de Aro ecoando pela sala, levanto o olhar e vejo que ele passa os olhos de mim para Bella, Bella para Renesmee e de volta para mim.

-Sento il calore di umana -Diz Aro. - Que surpresa agradável.

-Não viemos falar da Mary, Aro. O assunto é mais delicado. -Bella soa firme.

-Muito bem então, em que posso ajudá-los?

Não deixo de observar de como todos ali estão tensos e com os corpos em alerta, Aro lança outro olhar para mim, mas dessa vez, com um sorriso sinistro.