Evan Schreave de Koskinen
Não se falou sobre outra coisa nos jornais, que não atentado que sofri em Baffin. Enquanto todos os jornais falaram sobre o absurdo que foi o acontecido, o jornal dos Illéa questionou o que eu fiz para que provocar os cidadãos e eles me atacarem, como se eu fosse o culpado do ataque. Estava no meu quarto, terminando de por o terno azul escuro que fizeram para o aniversário do meu pai. Eu nunca gostei muito de usar ternos, achei que quando crescesse eu me acostumaria, mas eu só passei a aceitar que os uso.
- Alteza, deu a hora do seu remédio – Loreta abre a porta do quarto com uma bandeja na mão.
- Loreta, você deveria deixar os remédios no meu quarto – digo indo na direção dela.
- Tenho que garantir que você os tome, alteza – ela sorri.
- Acho que você deveria parar de me chamar de alteza – respondo enquanto tomo o remédio.
- A impessoalidade facilita o trabalho – ela sorri e ajeita minha gravata – O senhor ainda precisa de alguma ajuda?
- Não Loreta, pode ir – eu digo e ela sorri, saindo do quarto.
- Evan? - Rachel me chama da porta do meu quarto – Já está pronto?
Rachel usava um vestido verde brilhante, com alças fininhas e a costa nua, sua maquiagem preta destacava seus olhos e seu cabelo ondulado emoldurava seu rosto.
- Sim, obrigado por ser minha acompanhante hoje – sorrio pra ela.
- Ah que isso, nada demais – ela sorri – Alec vai com a Ever.
- Quando vai dizer a ele que gosta dele? - pergunto ela arregala os olhos.
- O que? - ela desconversa.
- Lógico que eu sei disso, já que será a acompanhante dele no meu aniversário, devia dizer a ele, vão ficar muito tempo por aqui – falo e ela revira os olhos.
Descemos para o salão e Michael havia chegado. O garoto usava seus cabelos azuis, da cor da bandeira de seu país e seu terno vermelho o deixava descontraído naquele lugar. Mike é meu único amigo que é principe, filho único, é o futuro rei da Inglaterra, mas nada em Michael lembra a realeza. Ele nem sempre está de terno, seus cabelos são sempre coloridos, ele tem liberdade de sair e curtir, talvez por ter essa vibe tranquila, seja meu amigo.
- E aí Evan! Como está se sentindo? Emma me falou que está meio doente – ele pergunta vindo em nosso encontro.
- Estou tomando remédio, vai passar logo – dou de ombros.
- Já falou com Emma sobre a seleção? - ele me pergunta e eu o olho confuso – Porque ela descobriu.
- O que? Contou a ela? - questiono indignado.
- Não, eu acho que… - ele começa, mas Emma o empurra para o lado e me olha com um olhar mortal.
- Eu tive que saber pela mamãe que você vai trazer um bando de garotas histéricas pra dentro da minha casa?!?!? - ela pergunta transtornada.
- Vamos lá fora – puxo Emma pelo braço e ela sai marchando ao meu lado. - Eu acho que será uma ótima experiência pra mim e mesmo que eu não tenha seu apoio, eu coloquei você como avaliadora no projeto.
- Que projeto imbecil esse que você inventou, trazer um bando de carniceiras, interesseiras e amargas pra dentro desse castelo, era só o que me faltava Evan! - Emma fala soltando fogo
– Você vai ver que isso vai trazer coisas boas – digo sendo positivo.
- Engole esse seu positivismo, garoto! - ela responde e eu me assusto – Olha aqui, todas essas meninas vem aqui com um objetivo, a coroa, todas são encantadas com a possibilidade de serem rainhas e podres de ricas, nesse meio vem garotas de todo jeito e algumas são muita encrenca.
-Não acha que nenhuma viria por mim? - pergunto triste e ela amolece.
- Elas não conhecem você – Emma responde - Elas não tem porque estarem aqui necessariamente por você…
- Mas sabe, o vovô encontrou a vovó e a mamãe encontrou o papai… - tento lembrá-la.
- O papai não era selecionado da mamãe – ela me corta.
- Vai dar certo Emma! - respondo desesperado – Você vai me ajudar.
- Eu sei que você sabe que sim… - ela suspira e volta para o salão.
Eva foi o centro do evento, sua barriga de 6 meses chamou a atenção de todo mundo. Ela e Ashton estavam nas nuvens com essa gravidez e ainda mais que seria um menino, então Ashton estava todo babão. Emma estava toda feliz perto de Eva, mas depois disse que tudo aquilo lhe assustava, era como se ela se visse no espelho e imagino que isso seja mesmo assustador, Eva pediu desculpas por não pode vir ao me aniversário, tendo em vista que ela estará bem perto de ter seu bebê. Disse que se ela enviasse meu presente, eu ficaria bem feliz e ela riu com a piada.
Acordei com dores em meu corpo e uma sonolência inexplicável, mas eu tinha reunião com minha mãe. O general e o Calum voltaram de Baffin com alguns prisioneiros, infelizmente eles seriam mortos. Meu avô disse que não concorda com a situação, vovó a mesma coisa, mas o agravante foi que eles tentaram me matar e isso não tinha perdão, foi um atentado contra a vida de um membro da família real e isso não tinha flexibilidade.
- Acho que podemos só açoitá-los – levanto a questão mais uma vez.
- Evan, se não cortamos esse tipo de atitude, elas podem se tornar mais graves e isso não pode acontecer – mamãe fala irredutível.
- Papai o que acha disso? – Emma pergunta.
- Acho que dessa vez não temos escolha – papai responde pra baixo.
- Acho que não podíamos escapar disso pra sempre – vovó America fala de uma vez por todas – Até porque, lutamos contra os rebeldes e matamos como foi preciso, eles não mediram forças pra nos matar e isso você precisa reconhecer, Maxon.
- Eu não acho que matar seja a solução – vovô ainda reluta.
- Mas eu acho que isso foi longe demais – mamãe diz levantando e saindo da sala.
- Vovô, se eles não medem esforços pra nos machucar, acabou nosso dever de protegê-los. – respondo triste e saio da sala de reunião.
Acordamos cedo naquele dia, um terno preto tinha sido separado pra mim e Loreta deixou minha coroa na escrivaninha. Dificilmente usávamos aquele adereço, mas quando usámos eram em ocasiões muito formais e oficiais, pra mim a coroa era pesada e irritante, imagina como pesava a cora da mamãe e do papai. O clima no palácio estava bem pesado e fúnebre, Loreta não falou muito comigo hoje, me trouxe os remédios e disse que está feliz por não ser meu funeral.
- Evan? – vovô chegou no meu quarto, ele vestia preto e parecia triste – Desculpe não levar a sério sua vida, eu sei que sua mãe quer te proteger...
- Vovô, o senhor mais do que qualquer outra pessoa me ama e eu entendo que pense diferente, mas o que aconteceu foi muito sério e por isso a solução é essa. – digo sentando perto dele.
- Bom, mas vim falar com você sobre a sua seleção – ele diz com uma expressão mais leve – Querido, sei que uma seleção parece uma boa ideia e é, mas ela vai definir o resto de sua vida e por isso, dê chance a todas, mas se tiver certeza do que quer, termine logo com isso e seja feliz, o mais importante é ser feliz.
- Obrigado vovô – abraço meu avô e ele me abraça forte.
No palanque só estavam meus pais, Emma, eu, meus avós, tio Osten, tio Kaden, tia Josie, e tia Brice. Alex conseguiu viajar por uma semana e meus avós logo vão pra sua casa. O povo vaiava o atirador e os homens que quiseram me atacar, eram ao todos três. Os carrascos estavam a postos, uma para cada, todos apoiavam nossa decisão e eu vi que o povo, no geral, está satisfeito com a atual monarquia.
- Sabemos da misericórdia de nossa querida monarquia – um carrasco falava alto e a multidão cessou – Mas nossos acusados não tem de misericórdia com nossos soberanos, por isso hoje estamos aqui para que seja feita justiça! – a multidão gritou – Esses homens ousaram atentar contra a vida de nosso querido príncipe Evan e por isso terão seu castigo.
Ele anunciou a sentença, os homens seriam decapitados. Meus avós abaixaram a cabeça, Emma estava um pouco pálida, tia Josie virou sua cabeça de lado, assim como meu pai, tio Osten, tio Kaden olhavam a cena sem expressão, mas minha mãe olhava pra tudo com frieza, com uma expressão realmente soberana. Eu tive pena, ninguém merece isso, mas entendo que sem as leis, o povo viveria de forma prejudicial e leis devem ser aplicadas, independente das consequencias.
Minha mãe não saiu do quarto dela o dia todo, estava com dor de cabeça e não queria muito contato com as pessoas, meu pai resolveu ficar com Emma na biblioteca e eu fui ao meu quarto, não me sentia muito bem, achei melhor e deitar.
Narrador ON
Loreta entrou no quarto para dar a medicação de Evan, viu ele dormindo e foi acordá-lo. Chamou o garoto uma vez, duas, abriu as cortinas e ele nem se mexia, se aproximou da cama e o tocou, Evan ardia em febre e estava inconsciente. Desesperada ela gritou por ajuda e alguns guardas correram para auxílio, levaram o príncipe correndo para a ala hospitalar. Logo todos estavam no local, Eadlyn estava assustada abraçada a Eikko que tentava permanecer calmo, Emma andava de um lado para o outro, Kaden e Josie sentaram-se lado a lado perto da saída, junto com America e Maxon, Osten entrou para ver o sobrinho, já que ele também era médico. como Evan adoeceu tanto e ninguém percebeu?
- Masjestades? – o médico chama os reis – Evan está bem, dimuímos a febre e ele já acordou, mas não tenho boas notícias.
Eadlyn e Eikko choraram, junto com America e Maxon, Emma caiu sentada atônita, Kaden e Josie foram falar com Osten, todos ficaram arrasados, mas aconteça o que acontecer, isso nunca sairá do palácio.
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