História A ultima feiticeira - Eve

As cortinas não são o suficiente para impedir a luz que oscilava no meu quarto. O que me impede de continuar a dormir, então desperto e caminho até as janelas, puxo as leves cortinas e a vejo, Filadélfia, abençoada com sua beleza divina em todas as manhãs. Hoje é quinta feira, e a unica coisa eu queria ter que fazer é continuar olhando da janela do meu quarto, no sétimo andar do prédio em que vivi a minha vida toda. Quando eu era criança meu quarto era azul como o céu, era pra me lembrar que sempre havia o dia seguinte e que a noite não podia me fazer mal. Hoje em dia, penso que, a noite é sempre mais segura, pois os ecos na minha cabeça só eu posso ouvir e controlar para que não machuque ninguém. Aos 8, uma menina que eu conhecia escorregou na lama e bateu a cabeça no escorrega quando tentou se levantar, por mais que essa seja a versão que todos contam, a versão que eu aceitei, algo parece reprimir a memoria que faz mais sentido. Aos 13, uma menino, Joah era o nome dele. Joah sempre caçoava meu aparelho e o quanto eu era magra. Bom, Joah quebrou os dois braços, um acidente. A minha vida toda, acidentes acontecem perto de mim, e por um bom tempo eu me questionei, mas de todas as formas eu sempre reprimi as memorias, e aceitei que acidentes são acidentes. Hoje meu quarto branco me ajuda a lembrar de bondade, meus ataques de raiva pioraram depois da adolescência. Minha aparência dos 13 aos 17 mudou também, tirei o aparelho e aprendi a pentear o cabelo. Olho no espelho do banheiro enquanto escovo os dentes, meus olhos são castanhos claros, meu cabelo encaracolado e loiro, eu sou a copia fiel da minha mãe, pelo que me dizem. Não acho que eu seja, ela era tão bonita. Meu pai era bem diferente de mim na aparência mas dizem meus avós que eu o puxei na persistência. Antes de ir, pensando como seria minha vida se os tivesse comigo, toco o pingente com uma pequena lua crescente que eles me deixaram. Saio do meu quarto correndo, atrasada como sempre. Passo pelos meus avós na sala e dou um beijo na bochecha de cada um.

- Eve, não esqueça de passar na rua sr. Blake pra mim depois da escola, e ah, querida, não vá la tarde, é perigoso - Gritou minha vó.          - claro,vó. - A respondo.

O céu estava azulado e o sol radiante, embora a escola não fique muito longe meu amigo Kyle me busca sempre esse horário, todos os dias a 2 anos.

- Acha que devemos acordar mais cedo ou a escola devia começar mais tarde? - Diz Kyle quando eu bato na porta do carro.

Dou um sorriso e ele arranca.

- Bom dia, senhor Kyle Levico.

- Bom dia, senhora Levico.

Jogo no rosto pra trás e reviro os olhos.

- Nunca vai acontecer. - digo sorrindo.

- jura? achei que estava perto de te conquistar. - Responde ele.

 Ele me encara rindo e continua.

- Serio Eve? Em dois anos e ainda não consegui?

- Pode continuar pela eternidade, melhor amigo. - Retribuo rindo.

- Ah olha, isso ai já é sacanagem Eve. Essa doeu. - diz ele rindo.

Mas talvez la no fundo ele não esteja realmente rindo. Ah dois anos quando nos conhecemos Kyle era um menino nerd, nada atraente e hoje, ganhou músculos e trocou seus óculos por lentes de contato. Ele se apaixonou por mim e eu pela irmã dele. Bom, passado.          - Achei que só eu podia tirar seu lesbianismo! - Exclama ele.

- Eu não sou lésbica, Kyle - O encaro, tentando ficar seria por dois segundos mas é impossível. Bem, eu realmente não sou lésbica, eu achei que tinha me apaixonado pela irmã dele, e talvez tenha mesmo. Mas nunca senti atração por ela de forma que a desejava. Eu criei uma barreira, e obsessão por ela. Isso a machucou, como eu disse acidentes sempre acontecem se eu amo demais.