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História A última virgem de Tesoro - Cookies


Escrita por: forbiddenfruit

Notas do Autor


Desculpem a demora pra postar. Eu só tinha tempo na volta do trabalho, mas agora não ta rolando.
Boa leitura amores

Capítulo 6 - Cookies


Fanfic / Fanfiction A última virgem de Tesoro - Cookies

- Podemos fazer biscoitos de chocolate? - Emily perguntou.
- Claro que sim, querida. - respondeu Isabella, esfregando-lhe um pouco de farinha na ponta do nariz.
- Isto é muito divertido! - a menina colocou as mãozinhas na tigela de massa. - Papai não me deixa cozinhar porque sou muito pequena.
   Isabella refletiu sobre o que a garotinha acabara de dizer. Talvez fosse mais prudente ter falado com Rafael primeiro. Por outro lado, ele não estava ali. E, desde que a criança não se aproximasse do fogão, não via problema algum.
- Bem, só precisamos lhe contar sobre o ótimo trabalho que você fez, não é mesmo?
   Emily abriu os lábios num sorriso encantador, e Isabella supôs que aquela recompensa era suficiente para superar qualquer desentendimento que pudesse vir a ter com o pai dela.
  E por falar em Rafael, onde se metera? Chegara à fazenda fazia duas horas, e nem sinal dele. Quando chegou, Donna Dixon , a mulher do capataz do rancho, tomava conta de Emily. Grávida de oito meses, Donna ficara satisfeita ao entregar a menina a seus cuidados e ir para casa descansar.
   Assim, Isabella e Emily passaram o tempo jogando Banco Imobiliário, colorindo desenhos e tomaram chá com as bonecas favoritas da pequena. Quando o chá terminou, a criança levou-a pela mão para conhecer o resto da residência. Para surpresa de Isabella, com exceção do aposento de Emily, que era o quarto dos sonhos de toda menina, a casa da fazenda era decorada com bastante simplicidade.
No dormitório de Emily, as paredes eram azuis, as cortinas de renda, e havia uma estante repleta de clássicos infantis. Sem mencionar a quantidade de bonecas e bichinhos de pelúcia sobre várias prateleiras. Mas, nos demais cômodos, não se via requinte algum. Na enorme sala existia apenas um conjunto de sofás de couro e uma cadeira antiga em frente à lareira. Nas paredes, nada de quadros. As janelas eram desprovidas de cortinas.
   Naquele instante, o cérebro de Isabella começou a girar com mil idéias para tornar aquele espaço mais aconchegante. Mas isso não era de sua conta, não é mesmo? Rafael não a convidara para decorar a casa dele. Na verdade, não a convidara para coisa alguma. Praticamente, obrigou-o a recebê-la.
- Será que os biscoitos já estão prontos, Bella?
- Hum? Oh, os biscoitos! Vamos ver, está bem?
Emily correu, saltitante, em direção à porta do forno.
- Não toque agora, está quente.
  A garota se afastou, com os olhos brilhando de expectativa.
   Sorridente, Isabella apanhou uma luva de pano, abriu o forno e foi de imediato contemplada por uma onda de calor e o aroma maravilhoso de chocolate quente, que se espalhou pelo ambiente.
- Pronto! - afirmou.
Em alguns segundos, Isabella dispôs os biscoitos sobre uma bandeja e colocou outra leva para assar.
Emily tomou fôlego e em seguida olhou para Isabella.
- Podemos provar um?
  Qualquer adulto razoável sem dúvida diria que não... Que seria melhor esperar até depois do jantar para não estragar o apetite. Sua própria mãe era uma seguidora ferranha dessa teoria. Mas não estava com coragem de dizer “não” àqueles olhinhos castanhos que cintilavam com tamanha intensidade.
- Sem dúvida que podemos! Nada melhor do que comer biscoitos de chocolate mornos. - Isabella apanhou a bandeja e ofereceu um à menina. - Tome cuidado para não queimar a língua.
- Certo. Céus! Que delícia!
- Tenho certeza de que estão ótimos. - a loira sorriu ao ver o rostinho corado sujo de chocolate transbordando de orgulho.
  Pobre criança... Sem mãe para compartilhar essas poucas aventuras e um pai que, embora a amasse muito, tinha de se dedicar ao trabalho no tancho. Donna lhe fazia companhia durante o dia, mas desde que engravidara não pudera mais dispensar-lhe tanta atenção. Isabella sentiu um aperto no peito, tornou a sorrir e disse, com suavidade:
- Você é uma excelente cozinheira, sabia?
- É?! Sou mesmo? Posso falar para papai que cozinho bem, não posso?
- Garanto que ele vai ficar impressionado – assegurou Isabella, torcendo para que Rafael se orgulhasse da filha.
- Podemos fazer um pouco mais de massa?
Achando graça, Isabella se levantou e passou a mão pela testa de Emily.
- Vamos terminar esta primeiro, está bem?
- Como você quiser, senhorita.
  Com todo o cuidado, da mesma maneira que Isabella lhe ensinara, a garotinha colocou colherada após colherada de massa de biscoito sobre um tabuleiro.
  A de olhos azuis mantinha um olho na criança e outro na janela da cozinha. O sol havia muito desaparecera por trás do horizonte. Através do jardim, via-se o reflezo da luz vinda da residência de Rick e Donna. De repente, viu-se comparando aquele ambiente ao de seu lar. Acostumara-se a contemplar a paisagem de sua janela e ver postes de luz elétrica e carros que passavam ao longo da estrada. Mas ali, além dos limites da cidade, a escuridão era total. Muito escuro, mesmo...
Caminhando para o lado oposto, abriu a porta dos fundos e deixou a brisa noturna, tão fresca, entrar. Com exceção do som de Emily cantarolando e de sua própria respiração, o silêncio era extremo e profundo. Deveria achar tal quietude opressiva. No entanto, em vez disso achou... relaxante. Existia um clima de paz naquele lugar que parecia quase mágico.
  Consultando o relógio, desejou saber onde estaria Rafael e quanto tempo ainda levaria para aparecer ali.

                               ♡

Rafael se manteve ocupado até não ter mais nada para fazer. Seu capataz já o chamara para retornarem fazia mais uma hora. Rick estava ansioso para chegar à casinha que compartilhava com a esposa grávida. Não tinha uma mulher com uma missão no mínimo bizarra a sua espera.
  As primeiras estrelas piscavam no firmamento, e a lua banhava as planícies com sua luminosidade prateada. Exausto, Rafael tirou o chapéu, passou os dedos por entre os cabelos e disse a si mesmo que já estava na hora de voltar. Não era apenas Isabella que o esperava. Emily deveria estar preocupada com aquela demora.
  Entrando na caminhonete, bateu a porta, acionou o motor e recostou a cabeça no banco. A razão ordenava que seguisse adiante, mas recusava-se a acatar aquela instrução. Protelou o retorno o máximo que pôde. Porém, se permanecesse ali ainda mais, ficaria com as pernas dormentes. Além disso, por que permitiria que Isabella o mantivesse longe de sua própria casa?
   Engrenando a primeira marcha, ligou os faróis e pôs o carro em movimento. “Idiota! Trata-se apenas de Isabella Ribeiro Santoni. Costuma vê-la pelo menos umas duas vezes por semana, há anos. Agora, de uma hora para outra, não pode mais ficar perto dela?”
Apertando os dedos no volante, acelerou.
Cinco minutos mais tarde, desligou o motor e desceu do veículo. Convenceu-se mais uma vez de que não havia motivo para se preocupar em relação a Isabella. Ela lhe assegurara que ele não constava na lista de pretendentes a livrá-la do cinto de castidade. E isso o deixava numa posição mais confortável. Pegou o chapéu no bando do passageiro, apertou as abas com força e estacou próximo à janela da cozinha.
   No interior, duas cabeças –loiras, em tons diferentes, mas ainda loiras– se mantinham juntas e curvadas. Eram Isabella e Emily, lado a lado, rindo, conversando e fazendo biscoitos.
  Naquele instante, a filha ergueu o rosto, olhou nos olhos de Isabella, e Rafael pôde notar o brilho de satisfação e o rubor no rostinho delicado. Havia apenas uma palavra para descrever a expressão na face de sua filhinha: veneração. Isabella Santoni era sua nova heroína.
  Mas, antes que pudesse ponderar se isso era bom ou ruim, Emily o avistou e deu um grito de felicidade.
- Papai!
Contornando a mesa, correu em direção à entrada. Em segundos, saltava nos braços do pai. E, do mesmo modo como acontecia todas as noites, o coração de Rafael se derreteu. Abraçou-a bem junto a si e não se esqueceu de agradecer a Deus por ter lhe dado aquela criança. Ela era tudo em sua vida.
- Papai, fiz um monte de biscoitos!
- É mesmo?
A pequena assentiu e virou-se em direção à mesa.
- Senhorita Isabella ajudou, mas fiz quase tudo sozinha.
  Antes que Rafael pudesse falar, a voz de Isabella se fez ouvir:
- Emily disse que não permite que ela cozinhe, mas achei que apenas esta vez não teria nada de mais. Que você entenderia e...
  Rafael ergueu a não para interrompê-la. Soava como se ela o estivesse advertindo para não ficar furioso. Como se ele fosse repreender Emily por ter assado biscoitos. Será que Isabella o achava um simplório ignorante? Além do mais, mesmo se quisesse repreender a filha, não teria coragem. A menina não cabia em si de tanta alegria.
- Quer um, papai?
- Claro que sim! Vá pegar e traga-o para mim.
- Escolherei o maior e mais gostoso!
Enquanto Emily estava ocupada, Isabella se aproximou dele.
- Obrigada por não brigar com ela.
- Não sou um pai severo.
- Não falei que era. Mas Emily comentou que você não quer que ela cozinhe e...
Rafael pendurou a jaquela atrás da porta e enfiou ambas as mãos no bolso da calça jeans.
- Isso é porque Donna não é muito prendada nas antes culinárias. Quase incendiou a cozinha uma vez, quando esqueceu uma panela no fogo. Não quero que minha filha corra riscos desnecessários.
- Que horror!
- Pois é.
- Mas não se importa se eu e Emily fizermos uns biscoitos de vez em quando?
“De vez em quando?”, pensou desconfiado. Então aquilo não se tratava de uma visita única?
- Quanto acha que isso vai demorar? - indagou, estreitando o olhar.
- Bem, pelo menos até resolvermos meu problema. - Isabella se virou para olhar Emily, que examinava cada biscoito. - Quanto tempo imagina que levará?
   Quanto tempo levaria para achar um homem merecedor de Isabella Santoni? Estava começando a suspeitar que poderia ser uma tarefa impossível.
Emily trouxe os biscoitos e os ofereceu:
- Prove isto, papai.
Isabella apanhou um também, deu uma mordida e passou a língua pelo lábio inferior. Um calor intenso o envolveu, fazendo-o sentir um arrepio que lhe percorreu a pele.
- Não está com fome, papai?
- Estou, filhinha. Mas não de biscoitos.
Isabella lançou-lhe um sorriso rápido, virou-se e caminhou para o outro lado da cozinha. Rafael observou as curvas da silhueta feminina e desejou saber se um jeans assim tão justo não deveria ser considerado ilegal.
  Tentando distrair os pensamentos, enfiou o biscoito de uma só vez na boca. Emily se deleitou. Todavia, continuava faminto... E não haveria biscoito de chocolate suficiente no país para saciar aquele desejo crescente que o consumia.


Notas Finais


Pra quem nao sabe, eu to com uma oneshot de Léo Regis e Letícia Bezerra (pois é). Ela está no meu perfil. Cliquem nas minhas estórias e as conheçam 😚
Beijinhos na ponta do nariz


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