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História A última virgem de Tesoro - Rancho


Escrita por: forbiddenfruit

Notas do Autor


Eu esqueci que eu estava postando então me pedoem ai 🤓

Capítulo 7 - Rancho



Durante duas semanas seguintes, Isabella dividiu-se entre a fazenda e a panificação. Acordava antes de o dia amanhecer para fazer as fornadas e quase sempre deixava o trabalho no começo da tarde para ir ao rancho dos Vitti. E, a cada dia que passava, fechava o estabelecimento mais cedo. Se continuasse assim, logo estaria servindo o café da manhã e fechando em seguida.
Tudo começara com a idéia de Rafael ajudá-la a encontrar um homem. Mas percebeu que havia algo além disso. Gostava de estar junto de Emily. Afeiçoara-se demais à menina. Emily tinha tanta necessidade do amor e atenção de uma mãe que absorvia qualquer afeto que Isabella lhe desse, e o devolvia em dobro. Rafael, entretanto, era uma história bem diferente.
   Isabella apoiou os antebraços na cerca de arame, próxima aos estábulos. No amplo espaço circular fechado, o corpo viril se empertigou, segurando uma correia de couro longa em uma das mãos. Rafael tentava controlar com palavras carinhosas uma bela égua que se empinava nas patas traseiras, lançando a cabeça e bufando sem parar.
   O ritmo da voz máscula pouco a pouco conseguiu acalmar o animal. Isabela observou, hipnotizada, a musculatura do peito largo, quando Rafael contornou o circuito. A camisa azul estava manchada de suor. A calça jeans, coberta de poeira. As botas, imundas, e a aba do chapéu, inclinada sobre os olhos, obscurecendo-os a ponto de não se poder vê-los.
Mas, afinal, era melhor assim. Isabella tinha perfeita ciência do poder daquele olhar. Afinal, não vinha sonhando com ele desde a noite da festa?
    A garganta ficou seca, e o estômago se contraiu em antecipação. Algo apertado, escuro e quente vibrava em cada célula de seu corpo. Era tortura, pura e simples. Mas expunha-se a isso de boa vontade todas as tardes. Tornara-se uma rotina. Algo que aguardava com ansiedade. Observar Rafael trabalhar com os animais era... muito excitante.
    Desviou-se para o jardim próximo à casa da fazenda e depois para das verdes colinas avistadas a distância. Era tudo tão calmo... Nunca se imaginou gostando de um lugar como aquele. Estar distante da civilização era como recarregar as baterias. Sentia-se revigorada, com a alma fortalecida. A falta de pessoas e barulho de automóveis lhe dera a chance de pensar. E concluiu que toda aquela tranquilidade era propícia a devaneios.
A atenção voltou para Rafael, seu devaneio favorito.
- Muito bem, já chega por hoje. - Sua entonação grave a trouxe de volta à realidade.
    Controlando as emoções, Isabella observou-o entregar a correia de couro a Rick e caminhar com passos decididos em sua direção.
- Ela é uma beleza – comentou Isabella.
- Muito teimosa, também. - Rafael arrancou as luvas de couro das mãos. - Vai levar uma eternidade para eu convencer essa égua a usar sela e rédeas.
    Rafael dava a impressão de estar aborrecido, mas Isabella não se deixava enganar. Notara o vislumbre de admiração no semblante dele enquanto o animal era conduzido para o estábulo. Rindo, ela afirmou:
- Você a adora.
Rafael fitou-a, surpreso.
- Sim. É verdade. - Tirando o chapéu, passou os dedos por entre os cabelos e apoiou um cotovelo no topo da cerca. - Montar e treinar cavalos é a parte divertida do trabalho no rancho.
- E a parte maçante?
Seus olhares se encontraram.
- Gosto de viver aqui e de tudo o que se relaciona com o campo. Nunca me ocorreu me mudar para a cidade. Nunca.
   Isabella teve a nítida impressão de que havia uma mensagem implícita naquela última frase. Porém, sem ter uma pista do que poderia significar, concordou:
- Não o censuro por isso.
- O quê?
Ela o encarou, e em seguida contemplou o cenário que se descortinava adiante. Ao longe, os pomares repletos de frutas formavam corredores, como soldados alinhados para inspeção. Em cima, o vasto céu, cujo azul era realçado por nuvens muito brancas, que pareciam marshmallow.
- Falei que não o censuro, Rafael. Aqui é muito bonito... Muito tranquilo.
- Sim.
- Quero dizer, sei que Tesoro é uma cidade pequena, mas mesmo assim, às vezes, o barulho e as pessoas me incomodam.
- Hum, hum...
Reagindo à ironia dele, Isabella voltou-se para fitá-lo.
- Não acredita em mim.
- Digamos que já ouvi isso uma vez.
- É mesmo? De quem?
- De Vicky.
Isabella sentiu um frio percorrer-lhe a espinhas e percebeu que era mais prudente não pisar naquele terreno. Um brilho estranho nas pupilas dele deixava claro que Rafael não pretendia falar sobre aquele tema. No entanto, aquele olhar continha algo mais. Alguns ecos de decepção. Alguma coisa que não soube decifrar, mas que lhe provocou mais um arrepio.
- Do que Vicky não gostava?
Rafael inspirou lenta e profundamente e se virou para o horizonte.
- Seria mais fácil descrever o que ela gostava.
- Certo. Do que Vicky gostava?
Christopher tornou a encará-la.
- De nada. Nem da tranquilidade, nem da solidão, nem de Emily... e por fim, nem de mim.
- Porque era uma idiota.
Ele encolheu os ombros, mas Isabella sabia muito bem o que havia por trás daquele gesto de pouco-caso. Uma mágoa antiga, que ainda o angustiava.
- E eu, outro – retrucou. - Achei que o desejo fosse um bom começo para um casamento. Deixei meus hormônios me guiarem uma vez. Mas não farei isso de novo, entendeu?
- Ninguém está lhe pedindo para fazer – ela o lembrou. Embora não fosse uma má idéia.
- Você parece gostar disto aqui.
- Sim. É deslumbrante. E a casa é tão grande! O lugar inteiro é imenso. Largo, aberto... Podemos ver onde os búfalos estão pastando...
Ele deu uma risada rápida.
- Búfalos, não. Apenas cavalos e...
- É o bastante – interrompeu-o. - É um excelente local para se criar filhos.
As feições dele endureceram.
- Esse era o plano, Isabella. Todavia, nem sempre as coisas saem como se espera.
  Rafael falara tão baixo que ela mal pudera ouvir as últimas palavras que proferiu. Era muitíssimo angustiante para aquele homem falar da ex-esposa. Era como uma faca cravada em seu peito. Isabella gostaria de encontrar Vicky e lhe dar um bom puxão de orelhas. Mas, já que não poderia fazer isso, resolveu mudar o rumo da conversa mais uma vez e notou o brilho de alívio nas feições dele.
- Bem, faça um bom trabalho para me arranjar um marido e depois use a mesma tática para arrumar uma mulher para você.
- Não vai ser difícil.
- Ótimo! Estive pensando em... Que tal Tony Diaz?
- Ficou louca? Ele é vinte anos mais velho que você!
- É um camarada experiente.
- Velho.
- Então, com certeza me consideraria uma doce jovem. Isso é uma vantagem.
- Tem vinte e oito anos, Isabella. Não vai querer trabalhar no programa de assistência a idosos, vai?
- Ei, o que importa é a idade mental, não a cronológica!
- Tony vende sapatos em uma loja de departamentos.
Isabella se divertia com aquela situação. Estava tão interessada em Tony Diaz quanto em dançar nua na Main Street.
- É um emprego estável, ora bolas. Pessoas com pés sempre precisarão de calçados.
- E o fato de ele ter uma filha com sua idade?
- Poderemos compartilhar as mesmas roupas.
  Rafael a estudou durante um longo minuto, até notar o quê divertido nos olhos dela. Cerrou os dentes, tentando conter o riso.
- Está me fazendo de bobo...
As sobrancelhas loiras se ergueram, e um canto da boca se ergueu.
- Ainda não. Gostaria que estivesse?


Notas Finais


E ai meu povo? Como estamos?
Me contem o qu acharam nos comentários e se inscrevam no can... QUE? Sorry noy sorry
Beijinhos na ponta do nariz 😙


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