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História A um metrô de distância - Um longo caminho


Escrita por: obvious

Notas do Autor


ola bolinhos, turu bom? obrigada pelos novos favs e fico mt feliz que estejam gostando da história <33

finalmente as prometidas capinhas aaaaaaa
infelizmente hj n tem post do tumblr, onde eu to a internet é horrivel então já está sendo um parto conseguir postar esse cap (mas semana que vem eu trago o post atrasado)

enfim, boa leitura <3

Capítulo 3 - Um longo caminho


Fanfic / Fanfiction A um metrô de distância - Um longo caminho

A última aula havia iniciado a menos de dez minutos, quando de repente a luz clara que o Sol refletia fora trocada por nuvens cada vez mais escuras, deixando a sala de aula em uma luminosidade não muito adequada. Praticamente todos os estudantes praguejaram quando olharam para a janela do ambiente, e Seungkwan não ficou para trás.

O menino estava obviamente com toda a sua sorte hoje – ironicamente falando, é claro. Quando sua avó avisara para levar um agasalho mais quente e seu guarda-chuva, não deu atenção para a mais velha e falou que não iria chover de modo algum, ainda mais quando o Sol já estava todo radiante em plena sete da manhã.

Ledo engano.

O problema era que o garoto de Jeju era um tanto quanto teimoso (na maior parte do tempo) e, depois de ter se acostumado com o clima de Seul, não andava com o guarda-chuva para cima e para baixo, assim como fazia quando vivia na ilha.

Pra piorar seus melhores amigos não teriam a última aula naquele dia, então já haviam ido embora para casa, ou seja, sem carona até o metrô (os mais velhos estavam sempre carregando o guarda-chuva). Provavelmente iria ter que ir para casa embaixo daquela chuva e ganhar de brinde um resfriado no dia seguinte, já que os pingos não estavam com jeito de que iriam parar logo.

Mas não adiantara nada torcer, já que assim que o sinal tocou, anunciando o final da última aula, a chuva ainda persistia e estava ainda mais forte. Com toda a coragem que lhe restara, caminhou o mais devagar que era permitido pelos corredores, tentando atrasar o máximo possível sua saída da escola, mas depois de dez minutos enrolando pelo lugar o menino chegou até a saída – e última parte coberta.

Quando estava para tomar impulso, com o paletó do colégio sob sua cabeça para lhe proteger pelo menos um pouco da chuva, seu salvador chegara e lhe puxara delicadamente para debaixo do guarda-chuva. Só não esperava que esse fosse Hansol, visto que dois dias atrás não havia sido nada agradável com o mais novo; se estivesse no outro, talvez não teria a mesma bondade.

– A gente vai pra mesma estação, eu te dou uma carona.

Depois que o Chwe disse isso, Seungkwan colocou novamente o paletó e os dois se colocaram a caminhar pelas ruas, indo até a estação que não ficava muito longe de onde estudavam. Hansol pensou em puxar o mais velho pelo ombro para não deixa-lo tão desprotegido, já que o guarda-chuva não era grande o suficiente para os dois ficarem totalmente cobertos, mas não tinham o mínimo de intimidade para tal, então se limitou a aproximar-se o máximo possível, os braços levemente encostados.

O silêncio que se instalou não era incômodo; por mais que fossem "estranhos", os dois curiosamente não se sentiam como tal. Por mais que Seungkwan – definitivamente – não quisesse se aproximar do outro, era como se Hansol fosse um imã que o puxasse inconscientemente, porquê a curiosidade do mais novo estava o afetando também.

Quando chegaram à estação, enquanto Hansol fechava o guarda-chuva, o Boo continuou seu caminho e seguiu até a plataforma que o metrô pararia; de alguma forma, ele sabia que Chwe Hansol logo estaria ali, atrás de si. Dito e feito, Hansol já ia na direção do mais velho, a cabeça borbulhando e tentando pensar no que fazer, e decidiu deixar que o tempo e a situação o guiasse.

Os dois ficaram parados um ao lado do outro esperando o metrô, a estação estava um pouco mais cheia que o normal por conta da chuva, já que a velocidade do veículo diminuía nos dias de clima ruim.

Assim que o metrô chegou e a porta do vagão se abriu, todos os passageiros se apressaram para entrar e por sorte um assento havia sobrado. Seungkwan não se demorou em ocupa-lo, já que além da viagem um tanto quanto cansativa, ainda teria que andar mais um pouco até chegar em casa. Já Hansol se posicionou do lado do garoto, assim como fizera no outro dia, e ficara lá, tentando se segurar em uma das barras de metal, ao mesmo tempo em que carregava seu guarda-chuva e sua mochila. O mais velho logo notou a inquietação do maior, em como estava atrapalhado – e até mesmo um pouco engraçado – tentando se equilibrar, e decidiu tentar ajudar para se redimir um pouco pelo favor prestado pelo outro.

– Quer que eu segure sua mochila, Hansol?

O mais novo apenas sorriu levemente e acenou com a cabeça, a mochila deslizando pelo único braço na qual estava apoiada, logo entregando para o outro. Por menor que tivesse sido o ato, Boo Seungkwan já estava cedendo levemente à sua proximidade e isso já estava de bom grado para si, por enquanto.

Conforme o trem passava de estação em estação, quando não passavam por um túnel dava para ver pelas janelas que a chuva ainda não havia cessado. Visto que Hansol não queria deixar o menor tomar chuva – e já havia o ajudado um pouco antes –, por que não acompanhar este até em casa? Assim, além de ajudar o mais velho, que estava se mostrando um pouquinho mais aberto, também poderia matar uma de suas curiosidades e descobrir onde o menino morava.

Assim que o metrô parou na estação que Hansol costuma descer, o mesmo não o fez. Seungkwan levantara o olhar, esperando que o outro acordasse para a vida e visse que tinha que descer, mas o mesmo o olhou com uma cara de "o que foi?".

– Você não vai descer? Essa não é a sua estação? – perguntou ao outro, nem ao menos notara que sabia onde o outro descia ou deixava de descer.

– Vou te levar até em casa. Você não pode tomar chuva, Seungkwan.

– Mas... – o outro tentou responder, mas a porta do vagão fora fechada e não havia mais escolha para si.

Enquanto seguiam viagem, a cabeça do menor só faltava explodir, de tanto raciocínio em um pequeno espaço de tempo. Ele não gostava nem um pouco que as pessoas soubessem onde morava – apenas Seokmin e Wonwoo sabiam –, pensava que por morar em uma parte mais antiga da cidade, onde geralmente só pessoas mais velhas ou com menos dinheiro moravam, poderia sofrer algum tipo de represália e pensou até mesmo em seus avós, não queria vê-los sofrendo por um de seus netos ser negado diariamente. Boo necessitava o mínimo possível de atenção, e graças ao bom Deus, ou qualquer entidade superior, seus melhores amigos apareceram em sua vida, quando chegara visivelmente confuso e perdido na escola, no primeiro dia de aula; o garoto com sotaque diferente, um pouco mais fofinho e claramente o que chamariam de nerd, estava ali, a mercê dos engraçadinhos daquela escola.

Foi pensando nessas e em outras situações que poderiam e podem acontecer, que Seungkwan saíra do metrô um pouco pilhado, pensando no que Hansol poderia achar de onde morava.

– Você tem certeza que quer ir? É meio longe, você pode se cansar. – perguntou ao mais novo, tentando intimida-lo a não ir consigo.

– Não importa, só vamos.

O mais velho foi guiando o outro, e com o guarda-chuva em mãos, seguiram pelas sinuosas e extensas ruas daquele bairro. E Hansol não podia negar, por mais que fosse do tipo esportista, toda aquela caminhada naquele dia frio estava aos poucos lhe cansando. De fato não imaginou que o outro morasse na parte afastada da cidade, mas quando notou que andariam muito mais do que pensara, ficou pensando o que levou ao menino morar em um local tão distante.

Como nunca havia ido para tal local, estava parecendo um verdadeiro turista, olhando admirado para as construções antigas e algumas tradicionais que ainda persistiam naquelas ruas e pequenas vielas; parecia coisa daqueles doramas antigos que sua mãe ás vezes assistia com sua irmã, ele não sabia que ainda podia existir resquícios de um período antigo, naquela Seul aparentemente tão atualizada.

Demorou certa de vinte minutos para chegarem, mas logo estavam ali, parados em frente aquela casa do final da rua. Seungkwan olhara nervoso para o Chwe, que apenas sorriu amarelo. O mais velho pediu para que o outro pelo menos esperasse a chuva passar para poder ir embora, este concordou e logo estavam tirando seus sapatos e colocando-os na sapateira da entrada, para adentrarem a casa.

– Vó, cheguei. – anunciara com o tom elevado alguns decibéis, mas logo um senhor (que Hansol deduzira ser o avô de Seungkwan) apareceu para recepciona-los.

– Olá Seungkwan. Seu amigo?

– Ah, sim... - ficou sem ter o que responder e acabou confirmando para não ser grosso com o colega.

– Hansol, prazer em conhecer o senhor. 

– O prazer é meu. Sua vó está na cozinha, fiquem à vontade.

O convidado estranhou muito o fato de, aparentemente, o mais velho viver apenas com os avós; a primeira coisa que cogitou foi que talvez o menino fosse órfão, isso justificaria um pouco a personalidade afiada do Boo.

Quando chegaram a cozinha, a senhora de cabelos grisalhos estava retirando um bolo do forno, e logo o neto fora ajuda-la.

– Kwannie, como você demorou! – deu um aperto na bochecha fofinha do menino, enquanto o mesmo apenas corou, sua vó estava o fazendo passar vergonha na frente de um "desconhecido" para si – Quem é esse menino fofo? – a mulher desviou sua atenção assim que percebeu o mestiço naquele ambiente, indo em direção ao mesmo.

Se Boo Seungkwan fosse um gif, com certeza seria aquele com a mão na cara, em pura descrença. Sua avó havia o chamado de Kwannie, apertado sua bochecha e agora estava prestes a fazer algo parecido com o menino que trouxera ao seu encalço.

– É o Hansol, vó. – disse já passando na frente dela, chegando antes em Hansol e o arrastando, somente dando tempo para ele reverenciar em respeito à mais velha – A gente tá no quarto se precisar de qualquer coisa.

Seguiram pelos corredores até o cômodo indicado, e quando entrou no quarto do mais velho, não pode evitar o choque cultural que era aquela casa; por fora a construção respeitava a aparência da dinastia Joseon, por dentro apenas as portas antigas de correr restavam e, fora alguns móveis, era no modo ocidental. A casa inteira parecia ser como Seungkwan, uma confusão total, um misto de sentimentos incompreensíveis.

– Pode sentar aí na cama, se quiser. Vou aproveitar que você está aqui e te ajudar com o que me pediu esses dias. – sentou-se na cama e logo fora acompanhado pelo outro, que tirara o estojo e um dos cadernos de sua bolsa.

O Chwe parecia perdido, olhando fixamente algum ponto qualquer no chão, estava em dúvida se perguntava ou não sobre a família do outro, mas não demorou muito para ser notado.

– O que foi, Hansol? Tá tudo bem? – perguntou, largando seus materiais em cima da cama, preocupado com o mais novo.

– Seus pais... – disse finalmente olhando nos olhos bem delineados do outro, que suspirou fundo ao ver que não era "nada".

Ainda era um tabu para si falar sobre isso, visto que nem todos aceitavam tão bem famílias fora do padrão, e com certeza não estava muito confortável com o assunto, mas falar com o mais novo é como se fosse uma válvula de escape, sentia que podia falar tudo para o mesmo, e isso era de fato muito estranho, afinal praticamente nem conhecia o mesmo.

– Ah, sobre isso... – se prolongou um pouco.

– Tá tudo bem se não quiser falar, eu que sou muito curioso mesmo. Desculpa.

– Não, eu falo sim, não tem problema sabe? – disse, mesmo sabendo que na realidade não era bem assim – Meus pais se divorciaram quando eu era mais novo, e pouco tempo depois ele morreu. Minha mãe e minhas irmãs mais velhas moram em Jeju mesmo.

– Então veio para cá estudar?

– Sim, e você, veio dos Estados Unidos agora ou...

– Eu vim quando era criança, não me lembro de fato sobre lá. É irritante ás vezes o modo como me tratam, acredito que quando se vem de outra cidade é a mesma coisa. – o outro acenou em concordância.

– Nos tratam como se fossemos alienígenas!

Passaram a tarde conversando um pouco sobre algumas coisas aleatórias, Seungkwan ajudou Hansol em matemática – aquelas malditas fórmulas – e comeram a comida maravilhosa da vó do mais velho, mas a noite já estava chegando e o Chwe precisava voltar para casa.

Se despediu de todos na casa e agradeceu pela hospitalidade, já estava pra sair quando Seungkwan veio atrás de si.

– Eu te levo pra estação.

– Não precisa Seungkwan, eu sei me virar.

– Sabe nada, duvido que ache a saída ainda hoje se for sozinho. Vamos logo.

Dessa vez com o guarda-chuva em mãos – já que não queria ser pego desprevenido de novo –, foram descendo as ruas em uma conversa simples sobre como o tempo estava maluco, e mal perceberam quando chegaram ao destino.

– Então, é isso. Desculpe qualquer coisa e o incômodo, hyung.

– Já disse pra não me chamar assim, ainda mais depois de hoje. Foi muito agradável passar a tarde com você, obrigado.

– Eu que agradeço. – ajeitou a mochila nos ombros, pronto para seguir viagem – Até amanhã, Seungkwan.



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