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História A vida é bela. - O que aprendi na vida.


Escrita por: Hitana11

Notas do Autor


Usei essa imagem porque sempre achei Loki um personagem preso a culpa, aos sentimentos por não saber lidar com eles.

Capítulo 1 - O que aprendi na vida.


A VIDA É BELA.

 

Você não pode desistir antes de tentar.

 

Ouvi muito essa frase. A achava idiota, óbvia, algo que não necessitava ser dito. Claramente, poderia desistir. Desistência não tem ligação com fraqueza, e sim com o quanto você suportou a situação, se conseguiria olhar-se no espelho, ou pior, para minha alma e vê-la. Sempre fui diferente, e por ser assim, pensava diferente. Poderia largar tudo, mas achava fraqueza, e não me via no direito de o fazer. Tinha que aguentar tudo, ser forte para tudo. Não existia a possibilidade de desistir. Mas sim, a possibilidade de cair e levantar com a cabeça erguida.

 

Você não pode viver antes de morrer.

 

Achava que sabia algo sobre a vida, achava que vivia como queria. Porém, as coisas nunca foram como planejei. Era filho de Laufey, um gigante do Gelo. Odin, por pena, me adotou, e por muitas vezes desejei que tivesse me matado. Talvez, a vida tivesse sido mais fácil. Mas como nada foi simples, fui considerado filho de Odin e meio-irmão de Thor.

 

Você não pode aprender a dizer a verdade até aprender a mentir.

 

Através da minha transparência na família, meu isolamento e minha inferioridade, tornei-me frio e distante. O sarcasmo, a manipulação, a frieza e a maldade floresceram. Mentia para todos e sempre fui muito bem resolvido em relação a minha personalidade. Entretanto, existia uma única coisa que me atormentava: a obsessão por liberdade. Por ela eu faria qualquer coisa. Queria me sentir vivo. Não era de ninguém. Pertencia a todos e não tinha nada, a não ser migalhas.

 

Você não pode respirar até que engasgue.

 

Muitas vezes, sentia-me sufocado. As coisas eram intensas demais para uma pessoa tão racional. A vida é intensa demais. Isso me desesperava, porque queria  viver cada experiência com todo o fogo que insistia em queimar dentro de mim. A questão era “sem emoções” e assustava-me o fato de muitas vezes não conseguir controlá-las. Gostava de ter tudo e todos sob meu controle. Gostava de brincar com as pessoas e as situações.

 

Você tem que rir quando for a piada.

 

Muitas vezes, senti-me assim, uma piada. Achava que os outros riam comigo, mas somente agora entendo, que riam de mim. E por muito tempo fui terrível, como uma criança mimada que não permite que riam dela, e se o fazem, emburra-se. Era exatamente assim. Até descobrir, que falava muito mais verdades brincando do que se estivesse sério. Partindo desse pressuposto, sempre fazia piadas, sendo muito mais sincero que muitas pessoas sérias. A diferença era que elas nunca tiveram a sensibilidade para perceberem o quão lípido era.

 

Não há nada como um funeral para lhe fazer sentir-se… Vivo.

 

Quando vi nossa mãe morrer, por você preferir uma mortal, uma parte minha morreu também. A contradição estava em que nunca havia me sentido tão vivo. Porque a vida era maravilhosa. Demorei muito para enxergar o óbvio, me faltava muita coisa. Sensibilidade, amor, esperança, calma, atenção, personalidade fixa, visão-de-mundo. Vivi muitos anos tentando cobrir meus sentimentos: solidão, inveja, raiva, desespero e a obsessão por liberdade. Tinha uma determinação tão grande e oscilante quanto o oceano. Aliás, naquele momento, descobri que oscilante me definia bem. Vivia na estrada da vida, sem rumo ou parada alguma. Só queria um verão para preencher, florear meu inverno. Queria gritar para que me notassem e me machucar para sentir algo além de nada, em certo ponto da minha vida, queria estabilidade em todos os sentidos.

 

Apenas abra seus olhos;

Veja que a vida é bela;

Você juraria pela sua vida

Que ninguém choraria no meu funeral?

 

Achava que quando morresse teria paz. Minha redenção. Mas novamente, me enganei. Como se morrer não fosse suficientemente ruim, agora teria que pagar no pós-vida? Aparentemente, sim, e o preço era caro demais.

 

Eu sei de coisas que você não sabe.

 

Agora sei de coisas que você demorou para descobrir. Sei como é ser considerado a escória da sociedade, porque mesmo que Asgard fosse um povo, não um local, nunca seria bom o suficiente para nenhuma dessas pessoas. Nunca seria bom para Odin. Porque havia você, Thor. Sempre você. Eu conheço sentimentos que você nunca conhecerá, e desejo que nunca sinta, porque você é o herói, e eu, o vilão. Você brilha mais que o Sol, se duvidar, um dia, será capaz de ofuscá-lo. E eu, mais escuro que a  sombra. Demorei tempo demais para entender que as coisas são como são, e não poderiam ser diferentes. Aliás, se fossem diferentes, não seríamos nós. Tudo aconteceu exatamente como tinha que acontecer.

 

Eu fiz coisas que você não faria.

 

Eu enganei, menti, iludí, manipulei e traí. Mas você nunca poderia fazer essas coisas, porque é um herói, e como toda boa história de heroísmo, precisa de um vilão para fazer sua transição. Para ser diferente, para competir. Em toda história de herói, existe um motivo que o leva a mudar, e o seu fui eu. Eu fiz coisas que você nem cogitaria, mas nunca nem tentamos nos entender, as coisas que você queria sempre vinham facilmente para você, era rei de Asgard, tinha o martelo, o amor das pessoas e de nossos pais. Você era Thor o deus do Trovão. E eu?

 

Eu esperava pelo meu caixão,

Mas o que veio foi ainda pior.

 

Eu  era o deus da trapaça e da travessura. Quando morri, dando a vida para salvá-lo, esperava pela paz, pela redenção, mas foi tudo  muito pior. Dei minha vida pela sua, porque ali, no último segundo, vi que nunca teve culpa. Os monstros eram nossos pais, que manipulavam, iludiam, enganavam para ter tudo perfeito como eles queriam. Não poderia culpá-lo pelo que você não sabia, por não perder a fé e esperança nas pessoas, por não perceber meu desespero e raiva, o sentimento de nunca ser suficiente, feliz e a obsessão pela liberdade, a ponto de se tornar prisioneiro dela.

 

Achava que minha morte seria dolorosa, não imaginaria que o pós-vida seria bem pior. Parece que voltei e tenho que ver tudo que mais me dói, sentir tudo que mais me assustava, pagar por todos os meus crimes e pecados e reviver meus piores dias. O preço foi alto demais, não estava preparado para aquilo.

 

Queria abrir seus olhos para como a vida é muito mais bela do que sequer imaginamos ou idealizamos. Por isso, viva, mas viva intensamente, tudo que não fiz, faça por mim. Tudo que não vivi, viva por mim. Tudo que não amei, ame por mim. Tudo que não demonstrei, demonstre por mim. Tudo que não fui, seja por mim.Toda liberdade que não tive, usufrua. Toda loucura que contive, use-a. Viva rápido, morra jovem, seja selvagem, divirta-se, acredite em você, dirija, saiba quem você é, seja louco, mas principalmente: seja livre.

 

A VIDA É BELA.


Notas Finais


Dedico a uma amiga que me desafiou.
Os trechos em negritos são de uma música, Life is beautiful-Sixx A.M


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