História A vida prega peças - O que aconteceu com você e a peguete do Justin?

Segunda-Feira.

Vitor Efron POV

Andar com Kamila por toda extensão do colégio era uma belo desafio para mim. De uns tempos para cá, a mesma deixou de ser a santinha, legal e humilde para essas menininhas filhinhas de mamãe e papai, ela já sabia o quão me irritava o fato de ser assim, mas a garota vinha com aquele discurso: "Vitor! Se você não for assim, não sobrevive na vida! Você sabe!"

— Vitor você está me escutando? — a mencionada perguntou, aparecendo em minha frente.

— Desculpa, não ouvi. — respondi e ela revira os olhos.

— Então, tem um teste de líderes de torcida, obviamente eu participei! Acontece que acabei descobrindo sobre um teste para jogadores de basquete… Você deveria participar! — explica e eu a olho.

— É, talvez. — digo e ela começa a falar sobre umas coisas que não me importava, até que finalmente chegamos aos nossos armários. Graças a deus!

O armário de Kamila ficava dois armários depois do meu, mas mesmo com a distância, a insistência em dialogar comigo continuava.

Logo fecho o meu armário e me viro para o lado ao contrário de Kamila e lá estava a menina que me ajudou no meu primeiro dia, junto com suas fiéis escudeiras que felizmente não sei os nomes. Ela sorri para mim e eu o retribuo, logo vejo a quinta participante que as ignoram completamente e vai em direção a Justin.

— Elas são legais. Eu conversei com elas, a mais legal é a Ashley. Você tem que conhecer ela, vem! — Kamila fala me puxando em direção as meninas, chegando perto vejo que a morena cujo não sei o nome está olhando para a quinta participante do grupo, que retribui com um olhar amargo. — Ashley! — chama e começa uma conversa aleatória com a tal de Ashley.

Vou em direção a morena que estava um pouco cabisbaixa.

— O que aconteceu com você e a peguete do Justin? — pergunto e ela me olha um pouco surpresa pela minha chegada.

— Sei que você não perguntou, mas meu nome é Anne. E respondendo a sua pergunta, ela acha que eu sinto alguma coisa pelo Justin, por isso parou de falar comigo e com as meninas. Me sinto culpada sem ao menos ter feito algo. — explica triste.

— Já tentou falar com ela? — indago e a outra ri sem humor.

— Diversas vezes! Ela não me escuta. —  diz.  Olho a quinta participante, mas logo desviou e volto a olhar Anne novamente.

— Qual é o nome dela? — aponto para a quinta participante.

— Gabrielle, mas todo mundo chama de Gabi.

— Você… — comecei, entretanto, fui interrompido por Kamila.

— Vocês estão falando sobre? — Kamila fala tentando se controlar, o seu ciúme era perceptível.

Kamila nunca foi aquela menina barraqueira de briga, ao contrário disso odiava qualquer violência, era uma das pessoas “passivas”, porém tudo isso mudava quando se tratava de mim e outras meninas ela virava o satanás em pessoa.

— Ah, sobre a Gabi, ela não fala mais comigo e com as meninas. - Anne explica sorrindo meigamente.

— Ah, entendo. — Kamila diz e logo bate o sinal, sinalizando o começo das aulas.

Kamila e as outras meninas foram andando até a sala e eu tive que aturar esse bando feminino. Logo Justin e seus amigos passam rindo junto com a Gabi e parando para olhar bem, já sei até porque ele a escolheu: poderia ser alta que nem uma girafa, mas tinha um corpo que deixava todas as meninas com inveja, e sua beleza então nem se compara!

Logo eles foram em direção de um grupo de excluídos. E como o esperado, começam a zoar os pobres coitados. Era perceptível que Gabi odiava isso, mas ela sabia se deixasse a carcaça os urubus iram vir, então fingia animação e gargalhadas sem humor. Até que é uma ótima atriz.

Quando vi, Anne estava na frente dos excluídos junto com as meninas, menos Kamila. Todos pararam o que estavam fazendo para ver a leve “treta” que estava ocorrendo.

— Parem com isso! — Ashley exclama com raiva. — Não iriam gostar se fosse com vocês, não é, covardes? — o corredor fica silencioso.

— Pode abaixando a bola ai loirinha. — Justin se pronuncia, com um sorriso de lado. —  Os coitadinhos não precisam de umas vadiazinhas para defende-los.

Todos soltaram um “Não deixava”.

Ashley está vermelha de raiva. E pelo o que vi, ela não era de deixar barato.

— Desculpe “Justin”, mas você não está falando com a sua família para nos chamar de “vadias”. — todos murmuram um “Uuuhhh”.

Justin estava se segurando para não ir para cima de Ashley.

— Os deixem em paz! Eles não merecem quatro paspalhos que nem vocês! — Jessie pede e Ryan, uns dos amigos de Justin, ri.

— Se continuarem fazendo isso, irei chamar a diretoria. Acho que não querem uma bela suspensão no começo do ano, certo? — ameaça Anne, o quê me deixou surpreso, mas creio que Justin está se fudendo para isso.

— Olha aqui menininhas, se querem botar medo na gente, desculpe-me decepciona-las, mas não estão conseguindo.

Ashley entra na frente de Justin.

— Olha aqui Zé Droguinha. — Ashley fala colocando o dedo indicador no peitoral alheio. — CAI FORA OKAY? NINGUÉM QUER PERDER O TEMPO COM VOCÊ E SEUS AMIGUINHOS MACONHEIROS TÁ? ENTÃO PARA DE FICAR SE ACHANDO O REI DA COCADA PRETA E VAI COMER UMA DE SUAS VADIAS! — como resposta, recebe um riso sarcástico.

— Olha Ashley, sei que você quer dar uma de “heroína”, mas acho que não funciona comigo, okay? Eu não bato em mulheres então, é melhor eu ir indo antes que me exalte. — deu de ombros.

— Ai, ai. Lá vai a princesinha Justina deixando seu reino. — provoca Ashley. Novamente, todos ficam surpresos pela audácia da garota, menos Justin que fecha a mão em punhos.

Quando vi, Justin tinha jogado Ashley em uns dos armários, ficando em sua frente, vermelho de raiva.

— QUEM É A PRINCESA AGORA EM, ASHLEY?! — Justin gritava com ela, mas diferente dele, Ashley não esboçava nenhuma emoção.

— Achei que não batia em mulheres, Bieber. Calma ai, eu me esqueci! Você não é o Justin… É a princesinha Justina né? Ah! Desculpe-me te comparar com uma aberração da natureza.

Quando Justin estava quase dando um tapa na cara de Ashley, a diretora Pattie aparece.

— O QUÊ ESTÁ ACONTECENDO AQUI?! — grita.

Justin sai de perto de Ashley, que estava com os olhos fechados, ainda esperando impacto que não aconteceu.

— POR ACASO EU CRIEI UM FILHO MACHISTA? UM FILHO AGRESSOR DE MULHERES?!

Logo todos se olharam. Justin era filho da diretora?

— QUERO OS DOIS JÁ NA MINHA SALA, E TODOS VÃO PARA A SUAS AULAS! — todos a obedecem.

Anne, Jessie e a outra loira se olham.

— Eu nunca vi a diretora assim. Bom, pelo o que eu ouvi, ela era legal e simpática. — diz Anne.

— Err… Muito obrigado meninas, por nos defenderem. — um deles agradece.

— De nada. — responde Jessie.

— Ah, nem nos apresentamos! — diz sem jeito. — Meu nome é Harry. Esse é o Zayn. — apontou para o moreno. — Aquele, o Niall. — desta vez, apontou para um loiro. — Aquele é o Louis. — o mencionado ergue a mão. — E aquele é o Liam. —o outro só deu um meio sorriso.

— Ah… — as menina falam.

— Bom, até mais. — eles se despedem e partem.

— Gostei daquele Harry, ele é fofinho. — a loira revela, Jessie e Anne se olham.

— Hummm… — elas falam, lançando um olhar malicioso para a amiga.

— Está safadinha em, Nicole. — Anne fala rindo.

— EU ACHEI ELE FOFO! NÃO PENSEM EM BESTEIRA! — a loira chamada Nicole se defende.

— Bom é melhor irmos, não quero chegar atrasada. — Kamila fala e todos concordam.

Fomos todos para a aula e olha que maravilha, era aula de matemática. Uma das matérias que você poderia ser atingido facilmente por um apagador. Que ótimo!

Depois da aula...

Anne Gomez POV

Estava esperando minha irmã, Luna, chegar. Desta vez só ia eu sozinha, Gabi nem ia mais com a gente e sim com o seu motorista, Ashley tomou uma suspensão e foi para casa mais cedo, Nicole não estava bem e também foi para casa e Jessie foi com Gabi, já que a mesma ia convencer Gabi de tirar essas baboseiras da cabeça.

— Hey! — Luna chega sorridente. — Cadê as meninas? — pergunta e eu entro, me sentando no banco do passageiro.  

— Ashley aprontou e foi para casa mais cedo, Nicole passou mal e foi para casa também. Gabi não vem mais com a gente, por ela achar que eu quero o macho dela, e a Jessie foi com a Gabi tentar esclarecer as coisas. —- Falo jogando minha mochila no banco de trás.

— Vixe... O que a Ashley fez? — Luna fala sem tirar o olho da estrada.

— É que tinha uns meninos que estavam sendo zuados pelo Justin, o peguete da Gabi, e seus amigos, dai eu e as meninas nos intrometemos, a Ashley ficou nervosa e xingou ele de “princesa Justina”, dai quando ele foi dar um tapa nela a diretora chegou. — digo, fitando minhas unhas que estavam pintadas de branco.

— Ela deu a maior bronca nele? — Luna ri — Dona Pattie é fogo!

Pattie e Luna são amigas, já que as duas faziam curso de informática juntas de uns tempos para cá.

— É! E descobrimos que o filho que só da “problemas” para ela, era o Justin, peguete da Gabi. — explico e ela para o carro me levando para frente.

— Ai meu Deus. — exclama e eu a encaro.

— Você quase MATOU a gente Luna. — ela começa a rir descontrolada.

Já até sei de onde eu puxei a minha loucura.

— Ele foi se pagar de fodão, e levou uma bronca da mãe na frente de todo mundo?! — ela quase não conseguiu falar de tanto rir.

Assenti com a cabeça e logo comecei a rir também. Sim, temos sérios problemas.

Uma senhorinha passeando com o cachorro, passou e nos olhou assustada e pelo vidro estar abaixado a vimos e rimos mais ainda. Ela achou que tínhamos fugido do hospício.

Ficamos rindo tipo uma eternidade.

— Tá, vamos logo, antes que o nosso querido papai ache que fomos sequestradas. — diz sorrindo.

Logo chegamos em casa. Peguei a minha mochila e fui em direção a porta. Nem precisei abrir, já que a nossa empregada, Pietra, abriu antes.

— Anne, Luna, ainda bem que chegaram. Keterine está dando trabalho para seus pais. — explica. Eu e Luna nos entreolhamos.

É sempre Keterine.

Entramos em casa e vimos Keiterine e meus pai brigando, quando Keiterine nos vê,  corre em nossa direção.

— ANNE, LUNA! AINDA BEM QUE CHEGARAM! MAMÃE E PAPAI NÃO QUEREM ME DEIXAR IR NA FESTA DA EDUARDA! — Keiterine fala desesperada.

Keterine, Keite, ou mais conhecida como a rainha do drama, tem 13 anos. Entretanto, possui mais corpo do que eu. Ela vive brigando com nossos pais por coisas bobas, quase sempre é por festas, ou roupas e meninos. E outra, ela idolatra a Gabi, já que a Gabi a entende.

— Keite. — suspiro.

— EU JÁ FALEI QUE NÃO, KETERINE GOMEZ!!! — meu pai grita sem paciência.

— NÃO É JUSTO. TODO MUNDO VAI A ESSA FESTA PAI! VOCÊ NUNCA ME DEIXA FAZER NADA, QUE SACO DE VIDA! — Keiterine fala e sobe as escadas furiosa.

— Eu realmente não sei o que fazer com a Keiterine, cada dia que passa parece que mais rebelde ela fica. Aonde foi que eu errei? — minha mãe diz cabisbaixa.

— É só uma fase, Sra. Beth. — a governanta Manoela diz.

— Bom, meninas, vamos a um jantar beneficente hoje, então quero que vocês fiquem de olho em Keiterine. — papai fala. Ele e minha mãe vão em direção a porta e saem.

Deu para perceber que eles iam em algum lugar, pois estavam muito chiques.

— Vamos lá para cima. Keiterine deve estar soltando fogo pelo rabo. — Luna fala e eu dou risada, mas logo escuto um estrondo de alguma coisa quebrando.

— E lá vamos nós. — digo e ela ri.

Subimos as escadas e chegamos ao segundo andar, de onde o barulho veio e fomos em direção ao quarto de Keiterine, Zona da Morte para outros. Luna abre a porta e quase é atacada por um vaso que logo em seguida se estilhaçou na parede.

— ELES NUNCA ME DEIXAM FAZER NADA! — Keite grita. Eu e Luna nos olhamos.

— Olha Keite, as vezes temos que aceitar as coisas e não virar o quarto do avesso. — Luna fala trazendo Keite para cama.

— MAS ISSO NÃO É JUSTO! Ele deixa você e a Anne saírem para onde quiserem e eu fico aqui em casa sem fazer nada, isso é injustiça! — Keite diz ainda com ódio.

— Você acha que foi de primeira? Tá muito enganada, Keite. — Luna fala e suspira.

— É mesmo. Antes Luna tinha que me seguir, a qualquer momento e a qualquer hora.

— Pior! Tinha uma festa que começava às onze da noite e você acredita? Eles falaram que era para eu estar às dez da noite. — Luna fala e nós rimos.

— Somos filhas de pais protetores. — digo arrancando risadas delas.

Eu amo essa família.