História ABC do Amor - Capítulo 6 - Pedindo perdão para a outra

Sexta-feira no Habbit Hole era de morrer, era correria o tempo todo, o lugar estava lotado e mal dava de respirar lá dentro. Emma já sentia o cansaço de toda a semana caindo por suas costas, precisava urgentemente deitar e dormir, mas continuava ali trabalhando com um sorriso no rosto para agradar seu chefe.

Enquanto a loira servia mais uma rodada de Chop em uma mesa de convidados do seu chefe, olha para o balcão, elas continuavam lá, as irmãs Mills. Zelena bebia mais uma dose de tequila e Regina estava entretida fazendo origamis nas toalhas de boca enquanto bebia uma agua com gás. Emma termina de servir aquela mesa e segue para a do lado ver se os clientes gostariam de mais algo, houve uma piadinha idiota de um deles dizendo que queria saber se ela também estava no menu. Emma sorri forçado e se retira dali ouvindo a risada dos homens.

Volta para balcão, Zelena já estava toda sorrisos conversando com Killian que parecia ter se interessado na ruiva.

- Vocês querem mais alguma coisa? – Emma pergunta, Zelena abre a boca para fazer mais um pedido mas a morena lhe impede.

- Não, estamos bem – A ruiva resmunga com a resposta da irmã mais velha – Zelena chega, não vou levar ninguém para casa bêbada.

- Tudo bem, eu poderia levar – Killian diz com seu tom charmoso que conquistava qualquer uma, mas que dava nojo em Emma.

- Não poderia não – Emma diz reprovando o chefe de maneira ríspida, logo se toca de que agira de forma errada com o olhar que recebe do mesmo – quer dizer...

- Quer dizer isso mesmo – Regina responde – Zelena veio comigo e vai comigo, você pode ir ajudar Emma a servir aqueles idiotas que frequentam esse bar ridículo e que ficam passando a mão nela a cada misero segundo – diz se levantando e os olhos de Emma se arregalam com o jeito que Regina falava com seu chefe, droga estava ferrada – apenas machistas idiotas e sem respeito frequentam esse lugar, e eu continuarei aqui apenas para me certificar que ela ficará bem até o fim da noite – diz olhando para a loira – porque pelo visto você é uma marica que nem mesmo tem o poder de fazer com que seus clientes respeitem sua funcionara – termina seu discurso com Emma e Killian de boca aberta com as palavras da morena.

- Killian... – Emma olha preocupada para o chefe como quem pede desculpas.

- Conversarei com você mais tarde Swan – o moreno avisa com uma cara nada boa e sai para os fundos do bar com um maço de cigarros nas mãos enquanto Emma apoio as mãos no balcão e abaixa a cabeça derrotada. Sabia que uma bronca lhe esperava para encerrar aquele dia com chave de ouro.

- Se eu lhe causei problemas – Regina tenta falar vendo que tinha piorado as coisas – me des...

- Para – Emma grita e todos que estavam perto delas olharam para as duas – já estragou meu emprego na creche quer estragar aqui também? – A loira diz ríspida, a morena abre a boca para pedir desculpas mais uma vez – não quero mais suas desculpas Regina, quero que vá embora – termina de falar e vai mais uma servir as mesas que pediam por mais bebidas.

***

Eram 5:40 da manhã quando os últimos clientes do Habbit Hole decidiram ir embora. Emma limpava as mesas e colocava as cadeiras em cima delas para depois poder varrer o lugar, varreu e fechou todas as janelas enquanto Killian fechava o caixa.

- Emma antes de ir embora venha aqui – seu chefe fala e a loira engole em seco – quero falar com você.

A loira termina todo o serviço e já eram 6 da manhã quando foi falar com Killian.

- Se a sua namoradinha aparecer aqui no meu bar mais uma vez para fazer barraco considere-se no olho da rua, intendeu? – Pergunta.

- Ela não é minha...

- Emma você intendeu? – Pergunta mais uma vez e Emma abaixa a cabeça concordando – tudo bem – separa um tanto de dinheiro – aqui está o seu pagamento do mês.

A loira franze o cenho porque aquilo era muito menos do que ela geralmente recebia.

- Que droga é essa Killian – Pergunta brava – e o resto do meu salário?

- Depois de hoje considere-se com sorte por eu ter lhe dado isso – diz e fecha o caixa – e outra coisa, não precisa aparecer esse fim de semana.

A loira guarda o dinheiro na sua bolsa e sai bufando, não iria trabalhar nos dias que mais ganhava gorjeta, aquilo claramente era um castigo pelo que havia acontecido antes com Regina.

Emma vai caminhando até sua casa, o sol já dava sinais de que iria aparecer em breve pois o céu já tinha alguns tons de alaranjado. Sua casa que estava mais para um cubículo ficava a alguns quarteirões dali e iria andando, não poderia se dar ao luxo de pagar um taxi, ainda mais depois da mixaria que havia recebido de Killian. Emma houve passos um pouco mais atrás de si, sente o sangue gelar em suas veias. Arrisca olhar discretamente por cima do ombro para trás, era um homem alto e forte, devia ter o dobro do seu tamanho, a loira engole em seco e acelera seus passos houve os passos atrás de si acelerarem também e o medo toma conta de si. Pensa em correr mas seu corpo parecia não obedecer ao seu comando, um carro para ao seu lado bem na hora que o homem segura Emma pelo braço.

- Emma – a voz de Regina sai de dentro do carro ali ao seu lado o homem olha para a morena e depois volta a olhar para Emma.

- Você deixou cair isso – o homem diz e entrega a chave da sua casa para ela, a loira deixa o ar ser liberado de seus pulmões em alivio, a cara de Regina que também estava em uma máscara de preocupação parece suavizar um pouco.

- O.Obrigada – a loira gagueja e então o homem segue seu caminho.

- Entra – Regina grita sem dar-lhe outra escolha, Emma não entraria no carro da morena em uma situação normal, mas depois daquilo sentia suas pernas bambearem um pouco.

- Obrigada – diz e solta um suspiro de alivio, achara que não tinha como mas parecia que seus ossos tremiam dentro de si.

- Você está bem – Regina pergunta preocupada e Emma apenas faz que sim com a cabeça – me guie até onde você mora, vou te levar para casa – diz e Emma apenas concorda. O caminho curto até a casa de Emma foi feito em silencio apenas sendo quebrado vez ou outra pelos comandos da loira que dizia onde Regina devia virar.

Quando chegaram na frente do cubículo que Emma chamava de casa Regina respirou fundo, aquele não era um bairro legal de se morar. A loira agradeceu mais uma vez a Regina e estava pronta para sair do carro quando sentiu seu braço ser segurado pela mais velha.

- Espera – Regina Pede – Emma, me desculpa – pede mais uma vez – por ser uma idiota com você quando te vi na casa de minha mãe e por hoje, sinto muito se lhe causei problemas – diz sincera, Emma não fala apenas encara o vazio – Emma...

- Já disse que não tem o que desculpar, está tudo bem – era mentira não estava tudo bem, a loira estava magoada, mas não diria aquilo.

- Então volte a ser professora do Henry ele sente a sua falta – a morena quase implora – ontem ele chorou tanto que mal conseguia respirar de tanto que soluçava, Emma eu não sabia mais nem o que fazer com ele.

- Não sou eu quem decido isso, é Ingrid – a loira diz seca, mas seu coração havia se apertado ao saber que o pequeno havia chorado o dia todo por causa dela.

- Então a falarei com ela – diz decidida – e sobre hoje...

- Não volte ao Habbit Hole – Emma diz e a morena a olha confusa – se você voltar lá, Killian disse que vai me demitir.

- Porque? Por jogar algumas verdades na cara dele? – diz dessa vez brava – Há mas espere só...

- Regina por favor... – Emma pede, estava esgotada – eu realmente preciso do emprego.

A morena concorda a contragosto.

- Tenho certeza que você pode encontrar algo melhor do que esse emprego horrível que você tem – a morena diz e Emma solta um sorriso sem graça e cansado.

- Acredite, eu tentei encontrar muitos outros serviços – balançou a cabeça em negativa – nenhum deles aceitava alguém jovem, sem experiência e que poderia trabalhar apenas a noite e nos fins de semana a não ser esse e prostituição – ri sem graça lembrando-se que a morena havia perguntado durante o fiasco que fora o jantar na casa de Cora quando a mesma perguntou-lhe se Emma não era acompanhante – e ao contrário do que você acha, eu não sou uma prostituta, nunca faria algo assim com meu corpo...

- Eu não acho que seja – Regina diz vermelha da vergonha – eu sou uma idiota por ter insinuado isso Emma me desculpa. E eu realmente intendo o quão importante é seu trabalho ali nesse bar, mas ainda assim não concordo.

Emma ri mais uma vez e balança a cabeça em negativa.

- Boa noite Mills – abre a porta do carro – obrigada.

- Boa noite Emma – diz com um sorriso carinhoso para a loira.

- Alias, cade Zelena? – Emma pergunta.

- Levei ela para casa e depois voltei para te esperar – diz com as bochechas ganhando um tom rosado – eu falei que te esperaria.

Emma apenas sorri, dessa vez um sorriso sincero de agradecimento e vai para dentro de casa enquanto Regina dá a volta e vai para a sua casa. A loira estava frustrada ainda pelo fato de ter trabalhado o mês inteiro igual uma escrava e agora ganhar apenas uma misera quantia que mal daria para pagar o aluguel de seu apê. Como passaria o mês inteiro sem dinheiro? Abriu o seu armário de comida, havia um pacote de arroz aberto, alguns pacotes de macarrão instantâneo. Na geladeira tinha apenas garrafinhas de água e algumas frutas que ganhara de Belle. Emma fecha os olhos e sente lagrimas caindo por seu rosto, o que diabos iria fazer para conseguir dinheiro aquele mês?

***

Regina chegou em casa já era quase sete da manhã. Daniel voltaria apenas na segunda-feira a noite. Cora e Zelena dormiam em seu quarto e o pequeno Henry estava em seu berço dormindo feito um anjo. A morena prepara-lhe um café forte, toma um banho, coloca uma roupa confortável e depois se joga no sofá colocando em um canal aleatório. Fecha os olhos e pensa em Emm Swan, em todos os problemas que a menina devia enfrentar sozinha e mais os problemas que Regina causara-lhe em tão pouco tempo. Era quase oito horas quando pegou o seu celular decidida. Discou o número de Ingrid Burke a diretora da creche onde Emma trabalhava.

- Alô?

- Ingrid? – Regina pergunta.

- Sim – a mulher fala do outro lado da linha.

- Ingrid é a Regina, mãe do Henry Mills – avisa – quero lhe pedir que coloque Emma Swan como professora do meu filho – pede.

- Mas até esses dias você... – a mulher diz confusa com a voz lenta devia ter pena acordado.

- Olha eu sei o que eu disse antes – a morena bufa – mas ouça o que eu estou dizendo agora, não existe ninguém melhor para ser professora do Henry que não seja Emma Swan.

- Tudo bem – Ingrid diz e Regina sorri vitoriosa – vou falar com ela, caso ela queira, lhe coloco na sala de Henry.

- Obrigada.

- Mais alguma coisa senhorita Mills? – Ingrid pergunta.

- Na verdade sim... – fala meio incerta – a senhora poderia me passar o número de celular da Emma? – pede e Ingrid da mesmo estando desconfiada.

Terminam a conversa e a morena desliga a chamada agradecendo a loira.

Regina digita o número da loira, pensa em ligar. Emma devia estar dormindo naquele momento, pensa, e então decide mandar-lhe uma mensagem.

“Falei com Ingrid, ela disse que caso queira coloca você na sala de Henry. A decisão é sua Emma, ele está com saudades. Poderíamos marcar um jantar esse fim de semana? Como um pedido de desculpas? Eu sei que você disse que não tem o que desculpar, mas eu realmente queria que viesse jantar comigo. Se não por mim, venha pelo Henry. Fico aguardando sua resposta. Regina Mills”

A morena envia e logo depois cai no sono ali mesmo no sofá da sala.