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História Abra seu Coração para a Salvação! - Palavras Sujas, Ditas na Casa de Deus


Escrita por: Twecker

Notas do Autor


Oi gentem~~~
Prometi que ia postar uma vez por dia, e aqui estou eu
Esse capt é um pouco mais longo que o outro, mas é bem importante pra história
espero que gostem~

Capítulo 2 - Palavras Sujas, Ditas na Casa de Deus


Fanfic / Fanfiction Abra seu Coração para a Salvação! - Palavras Sujas, Ditas na Casa de Deus

No último culto do dia, Craig olhou pela fresta das cortinas que separavam o altar da igreja de sua sala de preparação, procurando por algum sinal de Tweek e Butters, e de fato, os viu.

Butters parecia nervoso. Aparentemente ele pensava que todos ali iriam eventualmente descobrir que aquele homem de sobretudo preto e chapéu estilo fedora da mesma cor era na verdade, um servo real de Satan, e que o chapéu e o sobretudo eram para esconder suas asas, chifres e cauda.

Craig ficou animado ao ter avistado eles, uma vez que se purificasse aquele demônio, teria a melhor história para sua igreja, e isso o faria um pastor ainda mais reconhecido por Deus e pelas pessoas no geral, desnecessário será dizer que a igreja de Craig também ganharia muito dinheiro com esta façanha única. Ele olhou o relógio, viu que era hora de começar o culto e saiu pela cortina.

 

— Abram seus corações para a salvação! — O pastor aclamou ao microfone, fazendo sua entrada habitual. Os fiéis fizeram um pequeno tumulto, sorrisos afetados e olhos brilhantes saudavam-no, até que o pastor proferiu sua próxima frase. — Estão com suas bíblias? A passagem de hoje é inspiradora.

Os irmãos e irmãs ali presente abriram os livros, alguns riscaram a passagem com marca-textos e leram juntamente com Craig.

 

“Porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que venha o reino de Deus.”
 

No fundo da igreja, onde ninguém questionaria o uso de um chapéu, Tweek tinha um olhar afiado pregado direto no pastor.

— Até porque, pra que ele vai querer o “fruto da vide” se eu posso lhe dar algo muito melhor pra beber? — Murmurou Tweek, com o mesmo sorriso malicioso da noite anterior nos lábios. Butters novamente se condenou pelo o que fizera.

O pastor seguiu o culto dando um discurso sobre caminhos fáceis dados pelas más pessoas, e falou como servos do Senhor deveriam evitá-los. Depois seguiu com as músicas, histórias e exorcismos de sempre

— É sempre assim ou ele tá tentando me impressionar? — Perguntou Tweek, aos sussurros para Butters. Ele encarava com um certo desgosto o exorcismo que o pastor conduzia nesse exato momento.

— Na verdade, hoje tá bem típico. — Respondeu Butters.

Após anunciar o fim do culto, Craig certificou-se que todos os fiéis haviam saído antes de ir conversar com Tweek e Butters, que o esperavam próximos aos bancos aonde sentaram.

— Então, o que achou do culto? — Perguntou Craig, com um leve sorriso arrogante nos lábios.

— Cara, você não sabe cantar ou atuar. — Disse Tweek, rindo ao lembrar dos exorcismos. Craig se sentiu ofendido. — Mas devo admitir, você é um bom influenciador, e entendo o porquê de tantas pessoas seguirem sua pregação.

Agora ele estava se sentindo lisonjeado.

— Então, isso serviu para abrir seu coração para Deus? — Perguntou Craig, levemente animado.

— Não, mas aceitei outra pessoa sim. — Tweek sorriu docemente, e Craig novamente sentiu seu rosto esquentar.

 

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No dia seguinte, Craig seguiu sua rotina de cultos como sempre fizera. Ele pensara bastante em Tweek e no que ele havia dito na noite anterior, e concluiu que o demônio estava apenas se fazendo de difícil ou coisa assim, e provavelmente a essa hora estaria tentando pedir demissão para o Satan... ou qualquer coisa parecida, Craig realmente não sabia como funcionava a burocracia no inferno.

Butters apareceu em um dos cinco cultos que ele conduzia, e lhe perguntou se havia visto Tweek, o pequeno loiro pareceu aliviado quando o moreno respondeu que não.

Porém, para sua surpresa, o pastor o viu.

Um pouco antes do início do último culto, Tweek apareceu lá, sobrevoando os irmãos e esperando a entrada de Craig. O moreno se perguntou qual seria a reação dos fiéis ao verem uma literal besta flutuando logo acima deles, no lugar aonde deveria ser a casa do Senhor, mas... como ninguém parecia ter notado, Craig fez sua entrada habitual, e pediu para lerem uma passagem qualquer.

 

“E por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho”

 

— Se abrir a boca pra mim, pastor, te darei bem mais que uma palavra de confiança ou mistério do evangelho. — Tweek praticamente gritou, com um tom de erotismo de sempre.

Craig se assustou, arregalando os olhos ele esperou a reação dos irmãos, no entanto, aparentemente seus fiéis não haviam notado aquelas palavras tão sujas, ditas tão alto, na casa de Deus. Então, o pastor se recompôs e resolveu conduzir o culto, com um monólogo sobre espalhar a palavra bíblica pelo mundo e a importância que isso tinha.

Após essa pequena interrupção, o culto se desenrolou normalmente... ou seria assim, se não houvesse aquele estranho par de olhos verdes olhando de maneira estranhamente libidinosa para o pastor em pessoa.

No final, os seguidores foram embora, comentando que Craig parecia muito disperso hoje, e isso o preocupou, mas o pastor não ligou tanto e assim que a igreja ficou vazia ele se dirigiu para Tweek, que parecia ansioso o observando.

— O que faz aqui? Gostou tanto da casa de Deus que pediu demissão para o Satan para vir diariamente? — Perguntou o moreno, sorrindo sarcasticamente, mas com a sensação de que com certeza não era aquilo.

Tweek sorriu, não com um sorriso lascivo ou doce, apenas um sorriso normal.

— Não reparou ainda? — Ele parecia estar se divertindo com a inocência do religioso, que se encontrava dois metros abaixo de si.

— Bem, eu deveria ter esperado, afinal, você estava proferindo palavras tão pecadoras em um lugar sagrado como esse. — Ele disse, querendo parecer entediado.

Tweek apenas riu.

— Você não viu nada. — O loiro disse, se aproximando de Craig e o encarando nos olhos, como na noite anterior.

Desta vez, Craig apenas virou o rosto e foi embora. Tweek não o impediu, para a surpresa dele.

 

 

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A casa do pastor ficava, propositalmente, na mesma rua da igreja aonde ele trabalhava diariamente. Ela possuía dois andares, e era bastante espaçosa, apesar de Craig morar sozinho desde os vinte anos e receber pouquíssimas visitas.

O moreno suspirou enquanto colocava a chave na fechadura, lembrando de tudo que aquela maldita besta loira havia despertado dentro dele, Craig ligou a luz da casa com a ajuda de um interruptor que se encontrava ao lado da porta. A casa estava devidamente limpa e organizada, com rosários, quadros de cruzes, rezas e outros artigos do gênero pendurados nas paredes. Exatamente da maneira que ele deixara, o que o acalmou, pois era um amante de rotina.

Craig olhou para os outros lugares da casa, na sala estava a cruz que mantinha em cima da lareira, a estante com todos os seus livros de teologia, ele apanhou um exemplar velho o suficiente para ter desenhos infantis feito por ele e seus amigos da infância, que hoje em dia também trabalhavam na igreja.

O moreno folheou as páginas amareladas encarando aqueles desenhos com afeto, ele se sentiu levemente nostálgico, lembrando das brincadeiras bobas que fazia com Token, Clyde e Jimmy. Atualmente, os três amigos também trabalhavam naquela igreja e Craig os via sempre.

Token era o evangelista, e um dos melhores que aquele lugar já havia tido (depois de talvez Craig, o evangelista anterior), Clyde era diácono e Jimmy o segundo pastor. Com certeza um grupo memorável, já que ninguém acreditava que eles realmente seguiriam essa carreira durante os tempos de escola.

Bons tempos que não voltavam mais.

Às vezes, no meio da noite, Craig se encontrava pensando que talvez tudo seria diferente se ele tivesse escolhido outra carreira, que talvez fosse melhor não ter escutado seus pais, e talvez devesse ter seguido seu sonho de ser astronauta. Ora, seus professores de matemática sempre o elogiaram, e pareceram decepcionados quando o que o jovem rapaz escolheu foi teologia, para ser um pastor melhor depois que terminasse seu período como evangelista.

Mas não demorava para espantar aquelas tolas ideias, e voltar a preparar seus cultos para o dia seguinte.

O moreno passava por uma dessas reflexões naquele exato momento, provavelmente levado pela força satânica de Tweek que já o afetava, e para esquecer, resolveu procurar algum outro livro na estante, apenas para ver que aquele capeta provavelmente havia lhe lançado uma maldição para que Craig contestasse sua posição com o Senhor.

Ele sem querer derrubara um livro, e quando foi juntá-lo, percebeu que era um livro preto, grande e com letras douradas enfeitando a capa. Era um livro que ele há muito tempo não via, e não precisou de uma segunda olhada para saber que livro era.

Aquele livro continha magias pagãs, e fora um presente dado para Craig por alguém que ele deveria esquecer por completo.

Porém não o fez.

Na faculdade, Craig havia conhecido um garoto chamado Thomas, do Campus de Sociologia. Ele era magro, loiro, pálido e com olheiras bem marcadas das noites sem dormir, fora que ele sofria da Síndrome de Tourette, que o fazia repetir palavrões sem isso ser sua intenção.

Craig com certeza acabou se apaixonando por ele, e foi correspondido. Porém, devido aos seminários que estava indo, o moreno acabou por começar a se culpar por esse romance “proibido aos olhos de Deus”, e Thomas percebeu isso, mesmo que o moreno não tivesse realmente falado.

O relacionamento deles acabou quando Thomas começou a sair com um outro cara da Faculdade de Filosofia, Bradley. Este último também era loiro e nervoso como Thomas, mas, parecia lidar melhor com as coisas, e aparentemente, os dois ficaram juntos até o fim da faculdade.

O moreno abriu o livro, e sem surpresa, encontrou uma foto que continha ele, com um pequeno sorriso, o braço serpenteando por trás de Thomas, que também sorria levemente.

Ele nunca conseguira rasgar ou queimar essa foto, muito menos o livro, que representavam seus “tempos de pecador”, mas não mexia neles com frequência, no entanto uma vez que estava com o livro em mãos, resolveu folhear.

Ele parou em uma página aleatória, e seus dedos pousaram em uma com uma figura de um ser cujo as asas, a cauda e os chifres lembravam em sua totalidade ninguém menos que Tweek.

O moreno olhou atentamente a página, e nela havia uma descrição da criatura da ilustração.

“Diabretes (ou imps) são criaturas, descritas como servas de Satan. Na maioria de suas aparições, são ditas como travessas, mas não más ou prejudiciais. Suas ‘brincadeiras’ variam de esconder objetos, a levar pessoas a se perderem por anos em caminhos errados. Eles fazem tudo isso para ganhar atenção humana, pois pensam que somos criaturas incríveis. Podem ser mantidos presos ou deixados longe com alguns encantamentos.”

No livro não mencionava tentações libidinosas para religiosos, isso deixou o pastor surpreso e frustrado, mas ao menos Craig tinha certeza agora que ele realmente tinha a intenção de levá-lo para o mal caminho.

Ele leu os feitiços descritos no livro, mas resolveu não tentar nenhum deles, por serem magias não reconhecidas por Deus, assim, Craig fechou o livro e voltou a preparar o culto do dia seguinte, até que subiu para dormir.


Notas Finais


E aí? Gostaram?
Só deixando claro, Bradley é aquele menino que aparece em "Cartman Sucks", que tá no acampamento pra crianças gays com o Butters. Tem gente no tumblr que shippa ele e o Thomas, então resolvi usar a ideia
Comentem~


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