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História Acerto de Contas - Uma pitada de esperança


Escrita por: Clara-kane

Capítulo 8 - Uma pitada de esperança


- O que vocês pensam ser a placa?

Olhei para Samuel. Eu podia muito bem ignorar a pergunta e exigir o objeto por meio nada convencional, mas a possibilidade de agir civilizadamente estava ali e com um pensamento esquicito na minha cabeça de "vai que dar certo", respondi:

- Não sabemos do que realmente se trata, mas a pela a situação que foi nos imposta. Eu acredito ser algo bastante poderoso nos negócios.

- Que situação?

Quem é que está sendo interrogado aqui mesmo?

- Uma pessoa extremamente importante para mim foi sequestrada e a moeda de troca é a placa. - soltei um suspiro, como odiava passar a imagem de "coitadinha" sendo que não sou há muito tempo. - Eu estou mostrando que podem confiar em nós... em mim ao permitir que as armas permaneçam debaixo dos travesseiros ou ignorar as algemas frouxas. Podia muito bem matar um de vocês para mostrar exemplo, mas por Dira e tudo que ela me ensinou, estou sendo... "piedosa" em ser sincera com vocês.

- Não teria coragem, é apenas uma criança.

- Escutou o que eu disse, Dean Winchester? Fui treinada para matar, deveria dar graça aos céus por isso não ter acontecido, ainda.

- Sua mãe que foi sequestrada?

Olhei novamente para Samuel pensando na resposta. Pelo o que pesquisei de suas vidas, nós crescemos sem ter a mãe por perto, só que tivemos destinos diferentes.

- Nunca conheci minha mãe. E... espero que ela esteja morta ou eu sentiria muito ódio se soubesse que ela me abandonou na rua quando eu ainda era um bebê. Mas não, Dira não minha mãe biológica, ela foi e é uma chama no meio de tantas trevas que vivo. Talvez possam compreender a minha vontade de proteger a pessoa que me mostrou algum carinho em toda minha vida, afinal a mãe de vocês morreu quando eram crianças, não?

Eu estava apelando? Quem sabe. Entretanto, não tinha certeza se eles estavam com sorte por minha paciência estar grande, o que era estranho, ou se era a minha vontade de continuar com aquele jogo de pergunta e resposta. É, estou ficando mole.

De qualquer maneira não podia sair dali em minha moeda de troca.

- Certo, se não vão me dar o que eu quero. - dei de ombros, repassaria a informação do problema para o outro.

Peguei o celular e liguei para Carlos, no segundo toque uma voz horrenta e enjoada soou. Só podia ser brincadeira, em algum momento em minha vida devo ter chutado um gato preto e o rebolado num espelho para quebrar em mil pedaços, pois é muito azar ter que falar com ela, principalmente pedir algo.

Respirei fundo, toda paciência havia sumido num piscar de olhos já sabendo quais insultos eu iria receber e quais eu ia usar.

- Passe o telefone para seu chefe.

- Olha quem está ligando. Fracassou, querida?

- Por que quer saber? Já não basta você ser um fracasso na vida, faz coleção?

- Isso foi um insulto? Estar perdendo habilidade, se é que tinha.

- Não sabia que gostava de ser humilhada, achava que o espelho já fazia isso para você...

Escutei o trinco da porta e em segundos já tinha minha arma apontada para quem quer que fosse na porta, logo relaxei ao constatar que eram Marco e Paul com sacolas de comidas.

- Estar falando com quem? - questionou Marco.

- Com a minha adorável e amada amiga, Beth. - usei todo o sarcasmo e falsidade do mundo para dizer ainda com o celular próximo da boca. - É uma pena que ela é mais rodada que uma hélice de helicóptero e está tão enferrujada que não dar em para transformar numa reciclagem.

- Fala na cara, que nas costas é como massagem. - disse ela alto no celular.

- Mais uma vaca para o matadouro, só de imaginar a carne dá nojo. Prefiro ser vegetariana...

Antes que eu pudesse escutar qualquer outro desaforo de Beth o celular foi tomado de mim, e eu estava gostando tanto de nossas demonstração de carinho, só que não. Deixei Marco se resolver com ela e em segundos escutei ele falando do nosso trabalho, com certeza era Carlos no outro lado da linha. Fui para sacolas de papel onde tinha vários pães quentinhos, copos enormes de café. Embora não seja tão fã da bebida, era bem vindo no momento, precisava de muita cafeína para aguentar mais um dia. Até que encontro nas sacolas a minha fruta favorita e perdição, morangos.

Peguei dois copos de café e pães, os levei para os Winchester. Fui alimentar primeiro Samuel, usando as mãos para dar o pão em pedaços. Ele tinha um olhar desconfiado, mas permitiu que o alimentasse.

Por cima do ombro vi Marco ainda falando no celular, Paul assistindo TV e Ângela ainda continuava no mesmo lugar, será que tinha mandá-la comer?

Uma oportunidade, me aproximei do ouvido de Samuel.

- Farei o possível para livrá-los, apenas me digam.

- Não podemos dizer, não sabemos onde estar.

Olhei bem para os olhos azuis dele, estava mentindo para mim, disso eu sabia. Assentir por fim ao dar o café em sua boca. Minha mente ainda trabalhava num plano que fosse rápido e que não matasse ninguém, difícil. Fui para o outro Winchester, vi raiva em seus olhos claros, e na minha opinião era por motivo bobo. Tinha que superar, afinal muitos homens já cairam nesse golpe de "boa noite, cinderela".

Rasguei o pão e dei a ele, mas o mesmo virou o rosto.

- Não está batizado ou envenenado.

- Não confio em você.

- Assim me ofende, quando foi que eu traí a sua confiança? - perguntei brincando e recebi um levantar de sobrancelha como resposta, isso me fez ri um pouco. - Além do mais, como pode ter confiança numa pessoa que conhece em menos de uma hora. Faz pensar que é um tanto ingênuo.

Não sei se o que eu fiz por maldade ou para provar que estava falando sério, comi o pão na sua frente antes de me afastar, eu ia fazê-lo pedir, ou melhor, implorar para comer algo. Fui para a cadeira entre a camas e voltei a vigiá-los enquanto escutava um pouco Marco no celular.

De repente a bandeja de morango apareceu na minha frente com Paul a segurando. Peguei um e o cheirei antes de comer, era uma mania.

- Não mudou em nada deste a última vez que nos vimos. - comentou ele antes de se aproximar ainda mais para sussurrar em meu ouvido. - Se mudou, deve ter sido para melhor.

Revirei os olhos pela cantada barata, ele se afastou quando ouvimos Marco desligar e se aproximar com cara de poucos amigos, deve ter se estressado com algum assunto.

- O que ele disse?

- Quer a placa de qualquer forma.

Assenti, de certa forma nós estávamos autorizados a fazer o que fosse para conseguir. Olhei para o Dean já dando a entender quem seria o interrogado pelos dois.

- Última chance. Onde está a placa? - repito novamente, estava ficando cansativo.

Ele apenas sustentou o meu olhar e ficou em silêncio, esse era teimoso. Será mal de família?

- Por que querem sempre complicar as coisas? É tão simples dizer onde está. - foi a minha deixa para Marco e Paul agirem, foram até Dean e o arrastou para o banheiro. Tinha que encontrar um lugar isolado para fazer isso. - Se for pra fazer barulho, o faz gemer.

- Não dê ideias. - comentou Marco.

- Vai precisar mais desses dois para me fazer falar! - exclamou Dean antes da porta se fechar.

Escutei o bip do computador, backup tinha terminado. Continuei onde estava terminando com os morangos.

- Quem sequestrou Dira? - perguntou Samuel.

Quando ia responder escutei algo sendo jogado contra a porta do banheiro. Estranho, mas logo não me importei.

- Crowley.

Vi os olhos dele se arregalar e se tivesse com algo na boca certamente se engasgaria. Então começou a falar bem baixinho numa língua que não entendia, até tentei por pouco tempo.

- Você é humana.

- Não, sou uma sereia.

- Sabe o que Crowley é?

- Pouco importa no momento. Vou fazer o que ele está mandando até ter Dira comigo, depois irei caçá-lo. Vai ver o que acontece quando se mexe com quem me importo.

- Lamento dizer que nessa altura ela pode estar morta ou pior...

- Reze para que isso não aconteça, ou eu não terei mais motivos para deixá-los vivos.

Minha voz saiu fria e mortal, eu voltei.

Aquilo me deixou desconfiada. Que garantia eu tinha depois de tantos dias do seu sequestro? Precisava ter certeza que ela estava bem e viva. Entrei no banheiro em busca do celular com o Marco e ao entrar vejo algo totalmente fora de controle, Paul e Dean estava brigando dentro do box. Socos atrás de socos, joelhada e entre outros

- Que porra é essa? - perguntei, mas pouco importou para eles. - É sério isso?

- Quem você acha que ganha? - perguntou Marco encostado na pia com os braços cruzados.

- Não deveriam o estar "interrogando"?

- Deveríamos, mas eles começaram a brigar. Não pode negar que a luta está boa, estou apostando no Winchester, parece ter anos de briga.

Escutei Paul reclamar dentro do box antes de levar um chute no estômago. Homens.

- Dê o celular e resolva isso. Somos profissionais, pelo o que me lembro.

Assim que Marco me entregou, liguei novamente para Carlos e no primeiro toque ele atendeu.

- Quero falar com Crowley.

- Fora de cogitação fazer barganha, Vanessa, quero a placa...

- E eu quero ter a certeza que Dira estar viva do mesmo modo que você deveria querer. - em segundos senti tensão enquanto ele ficou em silêncio. Sei que Carlos a amava de sua maneira e sua demonstração era bastante distorcida. - Assim que o encontrar mande-o ligar para mim se quiser ter a placa.

Depois do ultimato desliguei o telefone na cara dele, a inquietação começou a me dominar imaginando já o pior. Se realmente ela estivesse morta eu não deixaria pedra sobre pedra até achar Crowley e isso era uma promessa. Minutos depois recebo uma ligação de um número desconhecido que vinha de Califórnia. Essa foi rápida.

- Um passarinho disse que você queria falar comigo. - era uma voz grave e rouca do outro lado.

- Finalmente nós podemos conversar, Crowley.


Notas Finais


Eu sei, eu sei.
Não é o que estou acostumada a escrever dessa maneira, mas resolvi brincar um pouco. kkk
até a próxima 😁


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