História Acho que te amo... - Fim, ou talvez seja apenas um recomeço?

*Gumball*

Despertei com alguém cutucando o meu ombro, esfreguei meus olhos e tentei me manter acordado o suficiente para ouvir quem quer que fosse.

Finn: Cara, nós chegamos tem algum tempo.

Praticamente pulei do colchão e meio que bati a cabeça em alguma coisa.

Gumball: Ai...

Disse enquanto massageava o local machucado. Só então notei que o pessoal havia saído (nem se deram o trabalho de me acordar mais cedo? Ok então). Após colocar uma bermuda e uma camiseta qualquer eu fui procurar o Marshall.

Não era muito tarde, onze da manhã no máximo, então ele só poderia estar em um lugar coberto onde não entre sol... Obviamente, na casa. Aliás, com “casa” eu quis dizer mansão de três andares com piscina (o que não tinha muito sentido, já que ficava ao lado de uma imensa praia particular).

...

Digamos que depois de uma hora procurando, eu ainda não havia encontrado Marshall e muito menos a porta de saída. Um vulto passou rapidamente à minha esquerda e eis que surge o rei dos vampiros diante de mim.

Marshall: Está perdido, rosinha?

Gumball: Não!

Ele arqueou uma sobrancelha.

Gumball: Ok... Estou.

O moreno riu e me beijou, passando a mão por debaixo da minha camisa e me prensando na parede, mas os passos no corredor nos fizeram parar.

Jujuba: Hey, vocês não vem para a praia? O mar está ótimo!

Gumball: Ah, claro, já vamos...

Jujuba: Ok, até logo.

Ela caminhou por entre os corredores até sumir do nosso campo de visão. Encarei Marshall.

Gumball: Você não pode ir, neh?

Marshall: Não esquenta com isso, eu trouxe um guarda-sol, digamos, especial. Não terei problemas em ir se ficar debaixo dele e de algumas roupas.

Gumball: Mas eles não vão estranhar?

Marshall: Falei pro pessoal que sol demais faz minha pele ficar vermelha e descascar, o que tecnicamente, não é bem uma mentira. Eles entenderam numa boa.

Gumball: Sendo assim, te espero lá.

Eu saí em busca da porta por onde havia vindo (para a minha sorte, consegui achá-la desta vez). Em poucos minutos já podia sentir a areia nos meus pés e olhar o mar, que estava incrivelmente calmo e cristalino. Pensei que lugares assim nunca passariam de meros cenários de filme, mas estava enganado.

Não sei quando ele chegou ali, mas cerca de dois metros à minha esquerda havia um enorme guarda-sol, e debaixo dele o rei dos vampiros estava sentado me observando com um sorriso bobo no rosto.

...

Foi um final de semana incrível, onde preparamos (e queimamos acidentalmente) churrasco na beira da piscina, tentamos afogar uns aos outros, discutimos e fizemos as pazes. Durante a noite eu quase nem dormi (aliás, Marshall não me deixou dormir).

Terminei de ler o diário todo. O estranho foi que as últimas páginas estavam em branco e infelizmente eu não poderia perguntar o motivo para o próprio dono sem ser assassinado pelo mesmo por causa disto. Então presumi que este apenas se cansou de registrar cada detalhe de sua vida ou simplesmente se esqueceu da existência desse livro.

Havíamos retornado ao colégio, a recepção da Rainha Gelada não foi das melhores, pra variar. Marshall anda meio distante. Ele sempre some, reaparecendo horas depois como se nada tivesse acontecido. Quando pergunto sobre o assunto o moreno me evita e dá uma desculpa qualquer...

Levantei-me da cama em que estava e sentei ao lado dele.

Gumball: Temos que conversar.

Marshall: Ta me dando um fora?

Eu ri.

Gumball: Não. Só quero saber por que fica sumindo e nunca me conta pra onde foi?

Marshall: Ah, só vou dar uma volta por aí, esfriar a cabeça...

Gumball: Mentira. Por acaso está me traindo, é isso?

Marshall: Claro que não!

Gumball: Não é o que parece.

Ele me abraçou mais forte que o normal e afundou a cabeça no meu peito. Encarei-o, surpreso e ao mesmo tempo preocupado.

Gumball: Você... Está chorando?

Marshall: Não estou te traindo. Eu te amo, ok?

Sua voz estava saia abafada, mas dava de notar o quanto estava trêmula. O abracei de volta e ficamos assim um tempo. Acho que acabei pegando no sono, já que acordei na cama dele. Olhei ao redor e tudo o que vi foi um quarto vazio e o diário aberto em cima da cômoda.

Desta vez, as últimas páginas continham algo escrito:

Lembra quando te disse que nunca passava muito tempo em um lugar só? Pois é.

Talvez eu não tenha contado tudo sobre mim, há segredos que é melhor deixar enterrados.

E sim, eu descobri que você pegou meu diário. As lembranças que tem nele não são das melhores, neh? Estou pensando em escrever outro, mas com você fazendo parte dele. Seria mais divertido.

Os dias que passei aqui foram os melhores. Desculpe-me se tive que sumir assim, é que odeio despedidas.

Não se preocupe comigo, estarei bem, sabe que não morro com facilidade. É por isto que tive de vir sozinho.

E qualquer dia desses, eu volto pra te buscar, ok? Não irá se livrar de mim tão facilmente, rosinha!

Ass: Marshall Lee.

Nesse instante um vento forte correu pelo quarto, abrindo as janelas e derrubando algumas coisas.

Gumball: Você sempre me deixa esperando, não é?

 Sorri de canto, murmurando para mim mesmo: “Não demore”.