História Acho que te amo... - Capítulo extra

*Gumball*

Seis anos se passaram desde que conheci o Marshall e durante todo esse tempo não tive notícias dele. Ninguém teve... Disseram-me para desistir, seguir em frente, esquecer que um dia o conheci. Mas como é possível esquecer a única pessoa que você amou na vida? Se alguém souber fazer isto, eu imploro que me ensine.

O restante daquelas férias de verão no colégio foi vazio. Todos tinham alguém com quem contar (ou mesmo brigar, que era mais o nosso caso), exceto eu.

Acabei me afastando aos poucos dos amigos que possuíamos. A turma seguiu caminhos diferentes. Por sorte, nós conseguimos nossas profissões desejadas (como Marceline, que ficou famosa tocando em uma banda).

O tempo não parou para mim. Hoje, completo vinte e dois anos, mas optei por não fazer nada. Apenas mais um dia em casa na frente do computador, para variar.

Foi quando um livro mais antigo jogado em cima da mesa chamou-me a atenção. Andei até ele e percorri o olhar por cada centímetro deste.

Gumball: Não me lembro de tê-lo deixado aqui...

Toquei a capa empoeirada do diário. Fazia tempo que não o via, pois toda vez que isso acontecia, uma chuva de memórias retornava à minha cabeça e me deixava atordoado.

Nesse instante eu ouvi um barulho vindo do telhado e, com certa dificuldade, acabei subindo lá para ver o que era. Assim que pus os pés neste, um calafrio percorreu minha espinha e uma voz sussurrou rouca em meu ouvido.

Marshall: Sentiu minha falta?

Abracei o moreno com todas as minhas forças, temendo que aquilo fosse um sonho e que a realidade tornasse a tirá-lo de mim novamente. Estava praticamente o mesmo, fisicamente, mas algo parecia ter mudado nele em si.

Gumball: Pensei que não voltaria nunca...

Marshall: Desculpe-me por não te levar, é só que, te colocar em perigo... Olhe, eu jamais iria me perdoar se algo acontecesse a você.

Gumball: Por quê? Onde esteve? O que aconteceu nesses anos que esteve fora?

Marshall: É complicado demais pra explicar. E não importa agora, não fará diferença saber.

Gumball: Mas...

Marshall: Mas nada. Já disse que não importa!

Seu tom de voz me assustou um pouco, foi como se por alguns segundo eu não o reconhecesse. Ele deve ter percebido isso no meu olhar, pois suspirou e me abraçou.

Marshall: Não quero falar sobre isso. É mais um episódio da minha vida que quero esquecer, por isso não registrarei nem mesmo em diários, entende? Quero pensar no presente, aproveitar cada momento que puder com você, aqui e agora.

Assenti com a cabeça e o beijei, saboreando mais uma vez o gosto daquela boca que tanto ansiei, desejando que aqueles segundos fossem os mais longos da minha vida e que não fossem os últimos.

Marshall: Bem, por que não vamos comemorar seu aniversário lá no quarto, hm?

O moreno sorriu malicioso, fazendo-me corar um pouco.

Gumball: Parece que dessa vez tenho mesmo o que comemorar, afinal...

Sorri de volta. Esse seria, sem dúvidas, o melhor aniversário de todos.