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História Adicto - Capítulo Único - Cativo


Escrita por: MannyChuva

Notas do Autor


Ooooolá! Como estão? Espero que bem! :D
Essa é a primeira fanfic que posto nessa conta. As fanfics que postarei aqui vão ser inspiradas em músicas e clipes, então a maioria vai ser one-shot. Não sei com que frequência vou postar, mas vou postar o máximo que puder. Falo mais nas notas finais.

Essa one-shot é XiuSoo, inspirada na música e no clipe de Addicted do Enrique Iglesias. Se ouvirem a música enquanto leem, fica bem legal.
Quem narra é o Xiumin.
Boa leitura!

(Link do clipe nas notas finais)

Capítulo 1 - Capítulo Único - Cativo


 

Capítulo Único

Cativo

▪▪▪

 

É incrível o poder de me trazer calor que ele tem.

Mesmo nessa cela fria e úmida. Quando eu acordo, ainda parece que seu cheiro está no ar, vindo dos meus sonhos.

E não, eu não posso tirá-lo da cabeça. Mesmo aqui, longe e isolado. Parece que manter a memória dele é a única maneira de não enlouquecer. De passar os dias, semanas e meses até ele vir me ver de novo.

Até eu ter outra pequena e delirante dose dele.

 

“Eu já te disse como é bom ser eu,

quando eu estou em você?(...)”

 

Parece que estou piorando. Parece realmente pior do que a primeira vez em que estive em um lugar como esse. Mas até que faz sentido, porque antes eu não o conhecia.

E mesmo sendo pior agora por tê-lo em meus pensamentos constantemente, ainda estou grato por tê-lo conhecido.

Se eu fechar os olhos, é como se ele estivesse comigo. Naquele quarto de hotel, usando só meu colar de identificação do exército. É a única coisa minha que ele carrega o tempo todo, escondido debaixo da camisa. Ele me contou da última vez que veio me ver. Não sei quando foi, parece que passou tanto tempo. Ou talvez não tenha passado tempo nenhum, talvez eu esteja preso dentro de mim mesmo, tentando alcançá-lo de novo.

Novamente a visão de si vem aos meus pensamentos.

Garrafas de refrigerante estão espalhadas pelo quarto luxuoso. É a bebida mais forte que tomamos. Mas não precisaríamos de álcool nenhum pra nos embriagar.

Suas mãos quentes escorregam por meu peito desnudo. As pontas dos seus dedos estão sujas de tinta, já que ele veio direto do ateliê. Eu gosto, é a cara dele.

Faz-me lembrar de quando ele me desenhava. De como seus olhos ficavam sérios e focados, analisando cada parte de mim, fazendo meu corpo tremer de êxtase por ser o objeto de sua total atenção.

Ouço latidos ao fundo da cena que imagino. Não deveria haver latidos, o hotel não permite animais de estimação.

Mas novamente ele está me olhando; os olhos grandes e escuros brilhando. Um rock antigo está tocando ao fundo, abafando os latidos. Ele está na cama, tirando a camisa, enquanto ela escorrega por seus braços firmes e é jogada de lado.

Com o olhar vidrado, vejo-o me chamando com as mãos e um sorriso tímido. Dou um último gole no refrigerante antes de ir a sua direção e tomar seus lábios.

Ouço o portão de grades ranger enquanto desliza para o lado. Os latidos parecem mais altos. Estão abafando a música.

 

“(...) Tudo está claro para mim

Até eu atingir a realidade

E eu perder tudo isso... (...)”

 

Um puxão me tira do transe e me traz à dura realidade. O guarda grita comigo e me manda ficar de pé. Perto da entrada da cela está outro guarda com o cachorro. Olho interrogativamente para o homem à minha frente e ele fala:

— Visita. Anda logo, vai ser curta.

Visita. Elas sempre são curtas demais. E longas o suficiente para serem dolorosas quando acabam.

Então passara mesmo tempo suficiente para outra visita.

Comecei a andar, sendo incentivado pelo empurrão do guarda. O cachorro rosna pra mim, preso firmemente na coleira curta. Sigo pelo corredor mal iluminado. O chão de cimento é gelado e molhado debaixo dos meus pés descalços e as barras dos meus jeans, compridos demais, ficam molhadas logo, sendo arrastadas no chão. Há várias portas dos lados; outras celas, salas, locais que eu nunca prestara realmente a atenção.

A memória ainda corre na minha mente, meio ofuscada pela realidade, mas ainda consigo ver se me concentrar. Ele está me beijando. Tento me lembrar do gosto de seus lábios macios, de sua língua deslizando pela minha boca. Tem gosto de refrigerante.

A cena desfoca novamente quando recebo outro empurrão e tenho que me concentrar pra não cair.

O corredor chega ao final onde há uma porta aberta para uma sala branca e bem iluminada. O chão ainda é frio, porém, seco e liso. À frente estão os cubículos separados do outro lado por vidros, onde falamos com os visitantes. Sem poder tocar, sem poder falar diretamente. O único contato é pelo telefone ao lado do vidro.

Antes mesmo de chegar ao cubículo posso vê-lo. Está do outro lado, sentado na cadeira de plástico. Parece mais irreal que nos meus pensamentos, justamente por ser absolutamente real.

Aproximo-me devagar, sem tirar meus olhos de si. Seus cabelos escuros estão mais curtos; seus olhos estão vermelhos e me observam atentamente. Ele sorri, mas eu não consigo sorrir de volta, com medo do que viria depois.

Eu sento na cadeira de plástico do lado de cá. Se não fosse o vidro, eu poderia tocar suas mãos, apoiadas na bancada de madeira. As observo; estão limpas, sem traços de tinta.

Tão perto, mas tão longe.

Ele pega o telefone do seu lado e coloca rente ao rosto, ainda me olhando. A camisa de botões que usa está parcialmente aberta na parte do colarinho, posso ver a corrente do meu colar aparecendo.

Pego o telefone do meu lado e o coloco contra o ouvido.

— Oi, hyung — ele fala. Sua voz é rouca e grave, e seus olhos já estão marejados.

— Olá, Kyungsoo.

Sinto minha garganta arranhar. Faz tempo que não falo. Acho que não disse uma palavra desde a última visita. Não valeria a pena dizer nada que ele não pudesse escutar.

— Hyung — ele continuou, parecia receoso. — Eu tenho que ser breve. O diretor permitiu essa visita fora do horário apenas para que eu... que eu... me despedisse.

As lágrimas começaram a rolar. O encarei, sem saber o que dizer. Sem querer entender o que ele dizia.

— Se despedir?

Ele sorriu levemente entre as lágrimas e acenou com a cabeça, confirmando.

— Eu... estou indo pra Londres — contou. — Pra academia de artes de Bristol.

Bristol. Ele sempre quis ir pra lá. Nós fugiríamos para lá. Se não fosse...

— É ele quem está te mandando.

Pareceu uma pergunta, mas eu já sabia que era verdade. Seu pai sempre foi contra nossa relação. Ele era um mentiroso cruel. Se me concentrasse, conseguia sentir seu punho batendo contra meu rosto, o gosto de sangue na minha boca, a areia em meus olhos quando cai no chão seco. Mas eu preferia usar minha imaginação para sonhar com o homem que estava em minha frente. Com sua mão quente me acariciando e seus lábios macios beijando meus ferimentos.

Kyungsoo inspirou profundamente.

— Ele disse que é o melhor pra mim — sua voz tremeu. — E pra você.

 

“(...) Se eu fechar os meus olhos para sempre

Isto aliviaria minha dor? (...)”

 

Senti meu peito apertar. Ele ainda estava preso na mentira. Eu não tinha tempo suficiente durante suas visitas para esclarecer tudo. Pra lhe dizer que eu não deveria estar ali. Mas eu sempre acabava parecendo um louco, um viciado. Mesmo que estivesse preso ali injustamente. Mesmo que meu único vício fosse ele, e não mais o álcool.

— Não é o melhor — eu falei, sentindo meus olhos arderem com as lágrimas. — A distância só vai fazer piorar. Eu preciso sair daqui, Kyungsoo. Eu não devia estar aqui.

Ele negou com a cabeça, mas eu não deixei que falasse.

— Eu preciso de você. É só disso que eu preciso — minha voz se elevava. — Eu não devia estar aqui, Kyungsoo, é uma mentira. Isso tudo é uma farsa pra me afastarem de você!

— Por favor, Minseok hyung — ele falou entre o choro.

— Não! Você não pode ir! Não pode me deixar aqui! Não pode me deixar!

Levantei e espalmei as mãos no vidro, querendo desesperadamente tocá-lo.

— Não me deixe! Não me deixe, Kyungsoo!

Eu já não me importava de parecer louco. Eu realmente ficaria louco se ele fosse embora. Eu não sabia o que fazer, o que dizer para que ele não fosse.

— Kyungsoo!

Eu sei que já menti muito na minha vida, mas tudo o que sentia por ele era verdade. Sempre seria. Porque eu não conseguia dizer isso, enquanto essas palavras eram gritadas na minha cabeça?

 

“(...) Eu não tenho medo de morrer,

mas tenho medo de perder você. (...)”

 

— Minseok — ele se levantou também e colocou a mão no vidro, no mesmo lugar que a minha. — Vai ficar tudo bem, eu prometo. Por favor, não faça isso.

O cachorro latia e rosnava no fundo da sala.

Vi o secretário do pai de Kyungsoo se aproximar dele e pegar seu braço, enquanto murmurava alguma coisa.

— Não! Espere! — Kyungsoo gritou pra ele e se soltou.

Meus braços foram agarrados, me impedindo de continuar a bater no vidro.

— Vai ficar tudo bem, Minseok hyung — Kyungsoo falou, apesar de continuar derramando lágrima.

Mentiras. Mentiras!

Ele estava coberto de mentiras. Palavras envenenadas de seu pai. E nem meus gritos desesperados podiam alcançá-lo.

O vi sendo puxado pelo secretário pra longe do vidro, pra longe de mim. Enquanto eu era puxado na direção oposta, pra longe dele. Não podia mais ouvi-lo, mas vi seus lábios ditando “eu te amo”.

E não importava o quanto eu gritasse que o amava de volta, eu era puxado pra longe. Até não poder vê-lo mais, até estar de volta ao corredor sombrio, sendo levado à minha cela.

Novamente me vi escapando pra dentro de mim. Para o cenário que eu insistia em me manter. Naquele quarto de hotel, onde Kyungsoo sempre estaria. Onde ele dizia que me amava, mas não aos gritos, e sim, aos sussurros. E eu lhe segredava de volta que o amava também, em meio à nuvem de prazer que cobria nossos corpos nus abraçados.

 

“(...) Talvez eu esteja viciado,

Eu estou fora de controle,

mas você é a droga

que não me deixa morrer. (...)”

 

Vi-me sendo jogado no colchão da minha cela. O portão bateu ao ser fechado, o som ecoando abafado enquanto eu ainda estava mergulhado na realidade irreal que eu criara.

Fiquei parado do jeito que caíra, sem me importar com aquela cela, com aquele lugar. Recusando-me a acreditar que Kyungsoo iria embora. Porque ele está ali, na minha frente, vestindo sua camisa de botões, com meu colar balançando e roçando sua pele clara. E não haveria ninguém para nos separar.

— Meu amor — ele sorriu, passando a mãos no cabelo escuro, jogando a franja para o lado. — Temos que ir.

Assenti sorrindo, ainda olhando em seus olhos. Peguei a mala ao meu lado e andei em sua direção. Ele segurava a bolsa cheia de dinheiro, que levaríamos quando fugíssemos.

Porque se Kyungsoo fosse embora, eu iria com ele. Não poderia viver sem ele, sem seu amor. Ele era meu vício, um vício que me mataria se estivesse longe; que me manteria vivo se estivesse comigo.

Então eu fui com Kyungsoo. Enquanto meu corpo continuava cativo naquela cela fria e solitária.

Mas minha mente livre estaria sempre com ele.

 

“(...) É, você sabe que eu estou viciado...”.

 

▪▪▪


Notas Finais


Clipe e música -> https://youtu.be/2M-2BFS6Jxc

Então... gostaram?? Captaram a história?
Me digam o que acharam, se ficou muito confuso, se deu pra entender o que estava acontecendo...
Se quiserem, podem sugerir couples e músicas. Digam couples não usuais, os que não são tão famosinhos. Pode ser de outros grupos também, inclusive girls bands.
Minha outra conta é @Manny, se quiser dar uma olhadinha nas minhas outras fanfics vai ser ótimo!
Obrigada por lerem! Beijinhos! ♡♡♡


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