História Adorable Life - Corredor

Passado alguns meses meu tio já tinha sido transferido de hospital, agora para um dos melhores da cidade, nós estávamos pagando pelo tratamento caríssimo com o plano de saúde do meu tio que graças ao trabalho dele tinha um suporte enorme. As seções de poliquimoterapia estavam dando resultado, mas como o soro era muito forte meu tio ficou ainda mais fraco do que antes, simplesmente o derrubava, depois de cada seção ele tinha que ficar no hospital por umas três horas até que se sentisse um pouquinho melhor para poder voltar para casa, mas estava dando resultado. Eu só o acesso algumas vezes na seção de poliquimoterapia mas me doía ter que ver ele todo fraco, aquele soro era quase que um dopante, mais forte do que se misturar todas as bebidas alcoólicas do mundo e tomar de uma só vez.

 

Tio Kim teve que tirar licença do trabalho, o que seria um por longo tempo, ele trabalhava na área de economia da empresa, e como bom trabalhador não podeira deixar nossa família sem um fundo, ele sempre era bem prevenido, nunca gastava dinheiro demais com coisas fúteis, economia para ele era tudo, o que estava sendo muito bom, como ninguém mais trabalhava naquela casa o dinheiro que ele havia guardado no banco agora estava nos ajudando em tudo, tanto em coisas básicas de casa e também nos tratamentos no hospital e remédios. Toda vez que eu chegava da escola eu corria para ficar com ele a tarde inteira assistindo tevê, agora eu estava cuidando dele como ele cuidava de mim quando eu era pequena, mas nem por estar debilitado daquele jeito ele não parava de se preocupar comigo, um ora e outra estava perguntando sobre a escola e sobre as avaliações. Tia Yoona era a pessoa mais meio termo da casa, ela também se preocupava com tio Kim mas ela ainda se fazia de durona para nós, sempre tentava esconder o que estava sentindo mas nós sabíamos, todos estávamos passando por momentos difíceis mas cada um com seu jeito de expressão. Eu estava até gostando da comida "normal" que tia Yoona fazia, agora ele tinha que seguir um cardápio bem certinho de coisas que tio Kim deveria ou não comer, e não era as coisas mais gostosas do mundo, mas nós comemos as mesmas coisas para ajudar tio Kim com a dieta horrível que o médico tinha passado, nós estávamos juntos nessa.

Lá estava ele, magro, com suas ossos a mostra, sem cabelos algum na cabeça, um olhar triste e um caminhar desesperançoso. Além de todo o tratamento físico nós também tínhamos que incentivar ele a ser forte, ajudar ele a não perder as esperanças e a não jogar tudo pelos ares e simplesmente desistir de tudo, seu psicológico estava mais afetado do que seu corpo, o meu maior medo era que ele um dia dissesse: "eu desisto". Eu sempre tentava puxar conversas descontraídas que talvez pudessem fazê-lo se sentir melhor e superar tudo. Um dia meus melhores amigos vieram para casa, nós passamos a tarde inteira assistindo filmes e comendo muitos doces e pipoca, nós conseguimos tirar alguma sorrisos do rosto dele que pareciam ser muito espontâneas. Jisoo e Jungkook já tinham intimidade com tio Kim, quando nós éramos menores eles costumavam frequentar muito minha casa e rolava aquela bagunça, e como já tinha sido muito tempo que eles tinham ido até minha casa, tio Kim reagiu surpreso ao ver os dois ali. Era bom ter outras pessoas pra nós apoiar num momento tão delicado.

 

***

 

- Lisa atenda! Estou ocupada. - me levantei do sofá para ver quem tocava a campainha de casa.

 

- Olá senhor Kim. - aceno para o homem em frente a porta - Oi Taehyung! Entrem. - só olhei uma vez e pude perceber que Taehyung não tinha nenhum traço aparente do pai dele, os dois eram totalmente diferentes.

 

- Ohyun! Quanto tempo! - tio Kim descia as escadas lentamente.

 

- Como você está, YangMi? - o senhor Kim abriu um sorriso largo, aí está, o sorriso é igual todo quadrado.

 

- Ah você sabe, ninguém para de pegar no meu pé. - os dois se cumprimentaram quando tio Kim terminou de descer as escadas.

 

- E você Taehyung, Quando vai cortar esse cabelo? - tio Kim passava a mão no cabelo de Taehyung bagunçando cada fio.

 

- Eu gosto assim. - Taehyung faz um bico e ajeita o cabelo bagunçado.

 

- Vem Taehyung! Deixa esses dois sozinhos. - pego no pulso dele levando para o andar de cima.

 

- Peraí, me solta eu vou sozinho. - ele se solta.

 

- Eu também gosto assim...

 

- Ahn? - ele passa a mão no cabelo - Ah tá! - ele solta um sorrisinho de lado - Ei! O que tem naquela porta? Sempre que eu vim aqui ela sempre estava fechada.

 

- Eu não sei, desde que eu moro aqui se ela está assim. Deve estar quebrada. - empurro a porta do meu quarto entrando com Taehyung.

 

- Lisa... Ele parece pior... - Taehyung se senta na minha cama.

 

- É, eu sei... Cada vez que ele volta da terapia sinto que ele está pior. - me sento de pernas entrelaçadas em cima da cama - Mas acho que é só os remédios.

 

- Sim, pode ser. E você como se sente? - Taehyung pega minha pelúcia roxa de uma lula.

 

- Eu não sei... Tem vezes que eu tento tirar o melhor de mim, mas alguma coisa me diz para estar preparada para qualquer coisa. Não que eu esteja desperançosa mas eu já passei por tantas.

 

- Entendo, mas nós não sabemos o amanhã, então vamos aproveitar o agora. - ele começa a balançar os tentáculos roxo da pelúcia, fiquei o observando brincar agora fazendo efeitos especiais.

 

- Fale alguma coisa... - me encarou.

 

- Não. não sei o que perguntar.

 

- Você pode perguntar alguma coisa sobre mim, e eu sobre você. - ele sobe em cima da cama cruzando suas pernas.

 

- Tá bom... Você começa?

 

- Não, você. - ele fica de frente para mim.

 

- Chaeyoung, você gosta dela? - pergunta errada - Como vocês estão? - pergunta errada de novo - Ahn, vocês estão se vendo muito? - pergunta errada de novo e de novo, parei antes que perguntasse se eles já... Você sabe.

 

- Era pra ser uma pergunta. Mas vou responder. - ele se agarra a outra pelúcia agora a de ursinho - Eu gosto dela sim, sinto que ela me completa sabe? Mas a gente não tá se vendo muito, só na escola mesmo.

 

- Hum... Ok. - fiquei frustrada por ter perguntado isso, com tantas coisas para perguntar.

 

- Agora eu. Você tá gostando de alguém? - tô - Quem é? - você - Você vai me contar? - provavelmente não.

 

- Não Taehyung, que isso? - fico desconfortável, como ele pode perguntar isso logo pra mim? - Eu não gosto de ninguém... desse jeito.

 

- Tá bom! Não precisa ficar vermelha. - droga, minhas bochechas - Se não quiser contar não tem problema, logo eu fico sabendo. - Taehyung é um cara muito convencido.

 

- Não, é sério!

 

- Ok Lisa, eu entendi. - se não fosse pela risada sarcástica dele eu teria ficado em mais aliviada.

 

- Ei! - me levanto da cama em direção a minha mesa do computador, depois abrindo o caderno de matemática - Você pode me ajudar? Não tô entendendo nada disso. Parece código morse! - ele solta uma risada.

 

- É fácil - ele vem ao meu lado olhando os problemas no caderno - Eu te ajudo.

 

Me senti mal, eu tinha que ter prestado atenção no que Taehyung estava me explicando e não nele. Eu realmente não estava entendendo como se resolvia aqueles problemas mas Taehyung fez com que eu só olhasse para ele, se eu tivesse prestado mais atenção na explicação e não nele com certeza me sairia bem na prova, eu estava num transe, eu não sabia disfarçar e acho que ele se sentiu desconfortável e até saiu de perto de mim, começou a explicar de longe, sentado na cama. Mesmo assim não entendi nada, já tinha perdido metade de toda a explicação e agora pedir pra ele repetir só iria confirmar que eu estava o encarando esse tempo todo.

 

- Então... É fácil, conseguiu fazer?

 

- Ahn... Sim, entendi - fechei o caderno antes que ele visse os rabiscos que eu tinha feito.

 

- Se você prestar mais atenção nas aulas, pegaria o assunto mais rápido.

 

- Só porque você é o primeiro da turma. E, eu presto atenção sim! Só que eu esqueço tudo depois.

 

- Anhan... É os seus pais? - ele olha o retrato em cima da minha cômoda ao lado da cama.

 

- Sim. - me levanto da cadeira.

 

- Você é parecida com a sua mãe. Principalmente as bochechas. - ele tirou o retrato da cômoda trazendo para si - quantos anos você tinha aqui?

 

- Uns seis eu acho. Faz tempo, eu era gordinha nessa época.

 

- Fofinha. - coloca de volta no lugar.

 

- Lisa - tia Yoona abre a porta do quarto - Vamos descer, tá na hora do almoço. Você também Taehyung seu pai vai ficar.

 

Descemos na mesma hora logo atrás de tia Yoona, que tinha feito provavelmente a mesma coisa que estava cozinhando todo dia, sopa. Mas hoje o cheiro estava diferente, cheirava bem.

Tio Kim e o senhor Ohyun ja estavam sentados na mesa, os dois um ao lado do outro, me sentei na frente de tio Kim e Taehyung ao meu lado. Olhei para a mesa e não vi nada além de pratos e talheres, tia Yoona ainda estava fazendo alguma coisa no fogão. Logo depois ela colocou algumas panelas em cima da mesa, revelando porções de arroz, bulgoggi e um pouco de Kimchi.

 

- Já que temos visita hoje eu fiz uma coisa diferente. - ela se sentou na ponta da mesa - Pelo menos do que estávamos comendo antes.

 

- Ainda bem! Não estava mais aguentando comer todo dia aquela sopa. - Eu disse pegando um pouco da carne.

 

- O cheiro está muito bom! - o senhor Ohyun se pronunciou.

 

- YangMi! - minha tia chama a atenção do doente ao pegar uma porção de Kimchi - É só por hoje, você não pode estar comendo isso muitas vezes.

 

- Sim, querida. - vi ele mudar sua expressão.

 

- Vamos comer! - falei - Boa refeição!

 

***

 

Depois de todos acabarem de comer nos despedimos de Taehyung e seu pai, até perguntei se Taehyung queria ficar mais um pouco - na esperança que ele explicasse novamente como se resolvia o problema - mas eles tinham algum compromisso. Me arrependi de ter desviado minha atenção, tentei fazer mais algumas vezes sozinha mas não consegui. Ou Taehyung era um gênio ou eu realmente era uma idiota desatenta.

 

Fui para o meu quarto me deitei na cama e senti alguma coisa dura nas minhas costas, um celular, ligo e vejo que ele aparentemente era de Taehyung, deixo em cima da minha cômoda para que eu não estragasse até poder devolver a ele, liguei meu computador e abri o navegador logo pesquisando algumas coisas inúteis na internet, fechei a aba do navegador decidida a dormir um pouco para o tempo passar mais rápido, mas recebo uma chamada no Skype, abro e vejo Jisoo e Jennie na minha tela.

 

- Oi! - Jennie fala.

 

- Oi gente. - respondo.

 

- Ainda preocupada com aquele assunto? - Jisoo pergunta e logo respondo balançando a cabeça.

 

- Calma, ele já está em casa,então quer dizer que já está bem melhor. - Jennie fala.

 

- Você tem razão, ele parece bem melhor agora.

 

- O que é isso Jisoo? - Jennie pergunta é Jisoo reage com abacaxi cheia de alguma coisa que eu não sabia também.

 

- Ah... - ela mastiga - São alguns chocolates, o Namjoon me deu.

 

- Namjoon é? Você tem sorte. - Jennie responde.

 

- Por isso que você está mais gordinha, ele que tá te deixando assim.

 

- É, né? Vou manerar um pouco.

 

- Você até que fica fofinha desse jeito. - falo.

 

- Mas e você Lisa? Tá tão magra... Você não está comendo nada? - Jennie fala.

 

- Esses dias agente tá comendo uma sopa especial que foi recomendada pelo médico. E não é muito boa.

 

- Mas pelo menos como outra coisa também, senão você vai ficar fraca. - Jisoo fala continuando a mastigar mais chocolates.

 

- Eu só tô fazendo isso para mostrar a tio Kim que não é tão ruim.

 

- Vem cá meu bebê! - Jennie fala ao pegar um gato no colo.

 

- Jennie! Que bonitinho! - Jisoo fala.

 

- Não é? Encontrei ele semana passada dentro de uma caixa abandonada. - Jennie acaricia o gato enquanto falava.

 

- Eu queria ter algum animal, tia Yoona é alérgica a pelo.

 

- Lisa! - ouço um som que não fosse de dentro do computador me chamar - Lisa!

 

- Meninas eu preciso ir tia Yoona está me chamando, tchau! - desligo a chamada saio do meu quarto correndo pelas escadas.

 

- Lisa, chame a ambulância rápido! - vi tia Yoona no sofá com tio Kim ao lado dela desacordado - Rápido! - pego o telefone em cima do centro e disco o número da emergência.

 

- Alô? Precisamos de uma ambulância, urgente. - escuto a moça do outro lado da linha perguntar o nome do paciente - É Kim YangMi - ela responde dizendo que a ambulância já estava a caminho - Obrigada.

 

- YangMi! YangMi! - tia Yoona chamava por ele desesperada.

 

- O que aconteceu tia? Ele estava bem.

 

- Sim, ele de repente ficou inconsciente enquanto nós estávamos assistindo o programa.

 

- Será que foi a comida?

 

- Acho que não, ele estava comendo correto, só hoje que comeu alguma coisa diferente. - ela passava a mão na testa dele - Segure ele preciso ir lá em cima.

 

- Vá... - sento ao lado dele vendo seu rosto vazio - Você aguenta, seja forte. - ouço a campainha tocar, encosto a cabeça de tio Kim no sofá e vou atender a porta.

 

- Oi Lisa! Eu esqueci meu celular... - vejo Taehyung do outro lado com um sorriso no rosto - O que aconteceu? Porque você está chorando?

 

- Tio Kim, ele está... Ele desmaiou. - coloquei Taehyung para dentro de casa.

 

- Como aconteceu isso?

 

- Não sei... Fique com ele, eu vou pegar seu celular. Espera um pouco. - tia Yoona desceu as escadas enquanto eu subia, peguei rapidamente o celular em cima da minha cômoda, ao ouvir a sirene alta corri para a sala vendo Taehyung já um pouco distante de onde estava antes.

Entreguei o celular e abri as portas esperando os paramédicos que já estavam saindo da ambulância com uma maca, eles correram até o sofá e colocaram tio Kim sobre a maca depois o levando nas pressas até o veículo, cheguei perto da ambulância e novamente fui impedida de ir junto.

 

- Lisa, eu vou ligar para o meu pai e podemos pegar um táxi. - Taehyung colocou uma mão no meu ombro já com o telefone na orelha.

 

- Obrigado Taehyung. - tia Yoona falou - Fique calma Lisa, nos vemos no hospital.

 

- Tudo bem, vá logo. - dei uma última olhada no rosto de tio Kim antes de ser levado.

 

- Meu pai disse para esperarmos na parada de ônibus, vamos logo. - Taehyung falou me pegando pelo pulso e me levando até o local.

 

***

 

Chegamos no hospital em desespero, todos estávamos agitados, vimos tio Kim sadio alguma horas atrás e agora ele estava novamente no hospital precisando de ajuda. Pegamos a informação com a recepcionista e fomos até o quarto onde ele tinha sido levado, chegando lá vi um médico e uma enfermeira entrarem no quarto e tia Yoona estava sentada no banco de espera no corredor, me sentei ao lado dela e todos esperamos ansiosos para que o médico saísse logo dali e nos dissesse alguma coisa que pudesse pelo menos nos deixar mais aliviados. Nessa hora a tensão estava alta, os mais velhos se levantaram e começaram a andar incomodados e pensantes, ouvi o som da maçaneta girar. O médico saiu do quarto com a enfermeira logo atrás com uma bandeja em suas mãos que seguravam uma seringa e um tubo cheio de sangue.

 

- Doutor, como ele está? - tia Yoona perguntou desesperada.

 

- Senhora, tenha calma. Ele provavelmente teve uma baixa na pressão cardíaca, o que fez ele desmaiar. Mas só vamos saber o certo depois que realizarmos uma reavaliação do paciente, vi nos documentos dele e a próxima avaliação seria semana que vem, então vamos realizar hoje mesmo. Peço que esperem, quando eu tiver resultados concretos venho os informar.

 

- Obrigado doutor. - o senhor Ohyun se curvou em agradecimento Junto com todos nós.

 

Agora é questão de espera, o processo iria demorar como todos outros demoravam, o que fez a me sentir ainda mais insegura, como uma pessoa que estava bem há pouco tempo desmaiou do nada?

Taehyung me tirou do corredor e me levou ao refeitório do hospital onde estava com um número considerável de pessoas, que me fez refletir, quantas pessoas podem estar passando o mesmo que eu? Pensei em coisas desse tipo enquanto tomava meu suco de morango sentada no meio do refeitório que ficava perto da área das crianças, e tinha muitas criancinhas, curioso que mesmo nessa situação elas não pareciam tristes e nem descontentes, ao contrário, estavam sorrindo e brincando em conjunto com uma bola, que a propósito quase derrubou todo o meu suco que estava em cima da mesa.

 

- Desculpa, ela é muito desastrada - um garotinho veio até nós.

 

- Não sou não! - uma garotinha falou.

 

- Você quase derrubou o suco dessa moça! - o garoto gritou com a garotinha.

 

- Não briguem crianças! - Taehyung se moveu ficando entre as duas - Brigar é feio, pecam desculpas e vão brincar. - as duas crianças saíram dali.

 

- Me desculpem, eu não deveria tê-los deixado brincar por aqui. - uma enfermeira veio até nós.

 

- Sem problemas, não foi nada. - respondi - Elas só estavam brincando.

 

- Eu vou levar eles para dentro, com licença. - a mulher se retirou.

 

- Taehyung, que coisa triste - olhei para Taehyung ao meu lado que estava bebendo seu suco com o canudo - Elas são só crianças e já tem essa doença.

 

- É incrível. Mas eu li que uma criança tem mais probabilidade de se curar tanto quanto um adulto. - ele puxa o resto do suco.

 

- Tão pequenas mas já enfrentando esses problemas, elas são mais fortes do que muita gente que fica reclamando da vida.

 

- É verdade.

 

***

 

Depois de alguns minutos voltamos para o corredor do quarto onde os mais velhos ainda estavam esperando do lado de fora, mas nós conseguimos entrar um pouco depois para ver ele. Tio Kim estava com a pele totalmente pálida e seus lábios brancos sem nenhum tom rosado nem nas maçãs do rosto, o contador de batimentos cardíacos me deixava mais angustiada, a cada beep sentia uma sensação diferente no meu corpo. A porta se abre e finalmente o doutor entra, agora com uma prancheta nas mãos.

 

- Já tenho os resultados. - ele ajeitava algumas folhas - Preciso que vocês saiam para podermos falar.