James se encontrava tranquilamente deitado na sua cama em seu quarto devidamente bagunçado para uma criança de onze anos.
Mas toda essa tranquilidade não duraria muito tempo, sabia ele. Por mais que tentasse, sua mãe sempre descobria o que ele aprontava. Afinal, mãe é mãe... e essa era uma das coisas que ele sempre tentava entender. Parecia algum tipo de mágica, mas sem varinha.
E dessa vez não foi diferente.
- James Potter! – Chamava sua mãe do andar de baixo.
Sempre que ela o chamava assim, sabia que não era boa coisa.
- O que foi, minha querida e tão estimada mamãe? – Perguntou James como de não soubesse o que se passava, e tentando falar do modo mais meigo possível, após descer as escadas e estar frente a frente com a fera.
- De novo, filho? – Indagou a mãe se referindo a parte da frente da casa que estava toda molhada e melecada de lama – Já não falei para tomar mais cuidado?
James se lembrou das outras vezes em que fora descuidado enquanto jogava Quadribol sozinho, apenas brincando de jogar a bola e tentar pegar. O que mais acontecia era ele derrapar na lama e sair sujando tudo por aí. Sua mãe até jurava que essa era sua parte preferida. Mas é claro que também vinham no pacote, vários vasos quebrados.
- Qual é, mãe? – Perguntou o jovem num tom indiferente – Não é só fazer uma mágica que tudo fica limpo novamente?
Isso já acontecera tantas vezes antes, por que essa seria diferente?
- Era exatamente isso que eu não queria que você pensasse! – Pois todas as vezes era a mesma coisa e ele não aprendia – Quer saber? Dessa vez você vai limpar.
- Mas eu nem sei fazer magia ainda! – Disse o jovem, realmente não entendendo o que sua mãe estava querendo dizer – Mas se você quiser... eu poderia tentar! Com uma varinha e... – tentou propor o garoto.
Sempre se encantou por feitiços, transfigurações e qualquer coisa que se possa fazer usando uma varinha. Seus planos “infalíveis”, sempre descobertos, ocorreriam muito mais rápido.
- Você usando magia sem ao menos ter entrado na escola ainda? Nem pensar! – Disse num tom de brincadeira – Mas e quem disse que precisa se usar magia? Já que é tão bom jogador, pode usar sua vassoura para chegar aos lugares mais altos. – Falou ela, sarcástica.
- Mas já está de noite! – Tentou argumentar o garoto, que tentava achar alguma forma de sair do castigo.
- Acredito que não tenha planos para amanhã. – Retrucou a mãe que sempre sabia o que dizer.
- Mas... – sua mãe lhe lançou um olhar mortal – Tá bom, eu vou.
Relutante o garoto concordou, não haveria escapatória. Então subiu para o seu quarto, já que amanhã teria um longo dia, não o restava nada, senão dormir.
- E não se esqueça de arrumar o seu quarto! – Gritou ela do andar de baixo.
_*-_*-_*-_
No dia seguinte James acordou disposto, já que era para limpar a casa, então ele iria limpar a casa. Mas do seu jeito...
- E aí, pai? – Cumprimentou o menino descendo para tomar café da manhã com o seu pijama amassado e os cabelos desarrumados, que arrepiavam em ângulos estranhos.
- Bom dia, filho – respondeu o seu pai educadamente, uma das tentativas indiretas de mostrar ao seu filho como se cumprimenta as pessoas.
- Bom dia! – Disse ele, dessa vez se dirigindo à mãe.
- Que animação toda é essa? – Indagou a mulher dando um beijo na testa e tentando, inutilmente, domar os cabelos revoltosos do filho.
- Não sei. Acordei... inspirado. – Respondeu ele tentando achar alguma palavra que descrevesse o que pretendia fazer.
- Uhum, inspirado... sei. – Desconfiou a mãe, sabendo que tipo de inspiração era aquela.
E assim sentaram-se à mesa.
- Acabei! – Anunciou James enquanto ainda mastigava o último pedaço do seu quinto prato de panquecas.
- Finalmente! – Exclamou a mãe, que já estava impaciente com a demora do filho – Espero que tudo isso seja para ter energia para a sua atividade.
- Está mais para castigo...
E com isso James foi à lavanderia e subiu para o seu quarto pegar tudo o que precisaria. Um pouco depois já estava descendo as escadas novamente.
- Para que tudo isso? – Perguntou a mãe quando viu o quanto de coisas que o garoto trouxera junto com ele ao descer as escadas.
- Você saberá! – Respondeu o garoto.
O que ela achava? Que James iria entregar seu plano tão facilmente assim? Do jeito que ela o conhecia, era até difícil pensar na possibilidade da mulher realmente achar isso.
Então James se deparou com o estrago. É, ele nunca pesara que estivesse tão ruim assim...
A parte da frente da casa, e um pouco dos lados para ser mais exata, estava toda suja, nem parecia mais de sua real cor no modo em que se encontrava. Mas era o preço que teia que pagar... bem, teria sua recompensa.
E começou a limpar, pegou a esponja, o balde de água e colocou as mãos à obra. Depois de um tempo até a parte que ele conseguia alcançar estava limpo, para o resto teria que utilizar a vassoura, como propusera sua mãe. De alguma forma, a atividade ficara mais divertida agora, talvez o simples fato de voar o fazia bem.
E acabou, agora vinha a parte mais divertida.
- Mãe! Pai! Acho que me machuquei! – Gritou o menino o mais alto possível, e voou para cima da porta com o seu balde de bexigas de água ao lado, enquanto escutava os passos apressados dos seus pais descendo a escada.
- O que aconteceu? – Perguntou sua mãe, preocupada, quando chegou ao jardim que ficava na frente da casa, onde seu filho deveria estar.
- Onde você está? – Gritou ser pai, também preocupado.
- Aqui! – Disse o garoto saindo do seu esconderijo e atirando as bexigas em seus pais, uma cena realmente engraçada.
- James Potter!!! – Berraram seus pais em uníssono.
- O que foi? Um pouco de diversão não matará ninguém! Ou pelo menos espero. – Se pronunciou antes que alguém continuasse com a gritaria.
- Você quer diversão, certo? – Disse o pai pegando uma bexiga. – Então é diversão que você terá! – Terminou jogando uma bexiga em James, que por um triz conseguiu escapar.
- Ei! Volta aqui! – Mandou a mãe, também entrando na brincadeira.
E assim passaram o resto da tarde. Brincando com as bexigas e mangueira que James conseguira, sabe-se lá onde, no quintal em frente à casa.
A diversão era tanta, que não notaram uma coruja que passou voando, pois estavam absortos demais na pegadinha, que no final acabara virando uma brincadeira, que James preparara. A coruja trazia uma carta que por acaso, ou talvez não, era para James, a carta que ele tanto esperara por longos onze anos, até que o momento chegasse.
No final da tarde do mesmo dia, já estavam cansados de tantas brincadeiras, por mais que fosse divertido, agora precisariam descansar.
Mas quando entraram em casa, levaram um susto, mais que todos James, era a carta. Era a carta!
- Minha carta de Hogwarts! – E correu em direção a coruja.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.