– Ela está na antiga casa do pai do Delegado Hopper, fica próximo a um grande carvalho, na Denfield. À direita numa rua sem saída.
Mike não consegue conter a felicidade, que naquele momento, transbordava. Ele corre até a irmã e a abraça. Nancy sorri.
– Não exagera Mike...
– Obrigado, de verdade. – Diz com lagrimas nos olhos.
Nancy bagunça os cabelos do irmão mais novo.
– Você me deve uma, cara de sapo. – Sorri.
– O que estamos esperando? – Questiona Lucas. – Vamos logo até a Eleven.
Mike acena a cabeça em confirmação, animado.
– Esperem. – Dustin diz, num tom sério. – Não podemos chegar lá de qualquer maneira. Se esqueceram que o delegado Hopper guarda Eleven a sete chaves?
Mike suspira, frustrado.
– Dustin está certo, venham comigo! – Mike diz, pegando sua bicicleta.
Todos que estavam no local seguem Mike.
Exceto Jonathan, ainda preso ao assento, e Nancy rindo do desespero de seu namorado.
– Quer ajuda? – Nancy diz, face a face com Jonathan.
– Nancy, me solta. – Suplica fazendo cara de coitado.
Nancy imita sua expressão, em deboche.
– Hmm, será que devo? – Questiona de forma travessa.
Jonathan ri.
De longe Steve observa, apoiado na porta de seu carro. Abana a cabeça um pouco melancólico e segue rumo a casa dos Wheeler.
◂◃◄▷▸▹
Os meninos entram na casa dos Wheeler e seguem Mike até o porão.
Sra. Wheeler conversa ao telefone, observa os meninos passarem incluindo Steve.
Ela estranha. Porém decide não interromper visto que os garotos estavam com pressa.
Todos se reúnem ao redor da mesa.
– Certo pessoal! – Mike diz, acenando a cabeça. – Precisamos de um plano.
– Isso não vai ser fácil. Sabe... – Will diz, engolindo em seco. – ...passar pelo Beholder.
Max concorda com a cabeça e olha para Lucas, que devolve o mesmo olhar preocupado. Steve franze o cenho.
– “Beholder?” – Questiona.
Mike rola os olhos. Vira-se em direção a uma prateleira e pega um livro enorme, posicionando-o sobre a mesa. Ele folheia as páginas até encontrar o que queria. – Aqui! – Aponta.
Esta é a vez de Steve rolar os olhos ao perceber que os garotos falavam de RPG, outra vez. Nerds, pensou.
– Beholders são basicamente observadores. – Explica Dustin. – Assim como o delegado. Ele é extremamente esperto e vê tudo, temos que agir com cautela.
Steve se aproxima do livro e repara no monstro horrível com um grande olho. Lucas aponta para figura e olha para Steve. – Vê?! Igualzinho ao Delegado Hopper.
As crianças soltam uma gargalhada.
Dustin se debruça sobre a mesa.
– Temos que vigiar o Beholder. – Indaga. – Vamos nos dividir, enquanto alguns vigiam o delegado Hopper outros vão até o castelo resgatar a princesa.
– Eleven é uma maga! – Mike corrige.
Dustin rola os olhos.
– Você entendeu...
– Certo. – Steve diz, cruzando os braços. – Eu vou com Mike até a casa do Jim Hopper.
– E eu, Max, Will e Dustin seguiremos Hopper. – Lucas complementa.
– Qualquer movimento em falso do Beholder, avisaremos imediatamente a vocês pelo Walkie-Talkie. – Will explica. – Se necessário, distrairemos o delegado Hopper.
– Mike. Tenha cuidado, qualquer problema já sabe: Código Vermelho.
– Certo! – Mike acena com a cabeça, sério.
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Dustin, Will, Lucas e Max chegam a delegacia e reparam que a viatura do delegado ainda está lá.
– Vamos nos esconder. – Diz Will pegando seu Walkie-Talkie. – Mike, está me ouvindo? Câmbio.
– Perfeitamente, câmbio. – Responde Mike de dentro do carro de Steve.
– O Beholder ainda está na masmorra. Sinal verde para prosseguir, câmbio.
– Certo, câmbio desligo.
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Steve e Mike partem em direção à rua Denfield.
– “Rua Denfield, grande carvalho. Virar à direita. ” – Mike repete as palavras da irmã a Steve.
– Ei, você está ansioso demais. Acalme-se. – Recomenda Steve.
Sim, ele estava ansioso. Finalmente tudo iria voltar a ser como era antes, ele traria Eleven de volta a sua casa, sua mãe compraria uma cama para ela e eles ficariam o tempo todo juntos. Era o que Mike pensava...
Seria difícil esconde-la do delegado, mas Mike estava disposto a pagar qualquer preço.
Steve estaciona o carro no limite da rua e ambos seguem a pé.
– Quer dizer que essa garota consegue mover coisas com a mente? – Questiona Steve, intrigado.
– Sim. – Responde Mike. – Como Yoda.
– Eu a definiria como Jean Grey. – Steve sorri e Mike retribui. – Como ela faz isso? Ela é humana? –
– Eu não sei, ela só... – Mike volta sua atenção à pequena casa a frente. – Olhe!
– Chegamos! – Afirma Steve.
Mike começa a correr em direção a casa.
– Eleven...El... Eleven! – Nesse momento, ele tropeça em algo.
“Pow”
Um barulho semelhante a um disparo ecoa pela floresta.
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Eleven irritada por não poder sair de casa tranca-se em seu quarto. Ela vasculha a estante e encontra um livro chamado The Murders in the Rue Morgue (Os Assassinatos da Rua Morgue) de Edgar Allan Poe.
Interessante, pensou.
Hopper ensinou Eleven a ler, embora sua leitura ainda fosse um pouco ruim, ela resolveu ler o romance policial inteiro, seria um bom método de praticar. Esse livro é a cara do Hopper, pensou.
As horas se passavam, com ela completamente imersa no livro.
De repente, ouve um disparo.
O alarme em frente à casa, pensou.
Ela corre até a janela de forma receosa, prepara-se psicologicamente para qualquer possível ameaça.
Quando vê Mike...
Sua mão cai e seu coração pula uma batida.
– Mike... – Sussurra com lágrimas se formando em seus olhos.
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Steve corre até Mike para ajudá-lo a se levantar.
– Tudo bem com você? – Questiona, preocupado. Ele era responsável por Mike agora, se algo ruim acontecesse a ele, Nancy iria mata-lo. – Mike?
Mike levanta-se e limpa os joelhos cobertos por terra e folhas. – Eu estou bem, Steve.
A porta é destrancada, ambos voltam sua atenção para a casa quando Eleven aparece.
– El... – Mike se emociona e começa a correr em direção a ela.
Eles ficam frente a frente.
– Mike... – Eleven o puxa para um abraço longo e apertado.
– Finalmente. – Diz Mike, sorrindo bobo. – Eleven, eu senti tanto sua falta durante aqueles 353 dias.
– Eu também, Mike. – Eleven fita o chão, corada. – Sabe, eu não consegui parar de pensar naquilo que fizemos durante o baile...
– O quê? A dança? – Mike pergunta de forma ingênua.
– Não. Ahm... – Eleven cora mais ainda. – Aquilo de juntar as bocas.
Steve solta uma gargalhada alta e Mike fica vermelho.
– Ah, o beijo... – Ele não sabe para onde olhar e resolve mudar de assunto, aquele não era o momento para isso, pelo menos não na frente do Steve. – Eleven, depois podemos conversar sobre isso, vim até aqui por outro motivo.
Eleven franze o cenho e questiona. – Outro motivo?
◂◃◄▷▸▹
– Atenção pessoal! – Da janela do delegado, Dustin chama atenção dos amigos localizados em cantos diferentes do estacionamento da delegacia cada um com seu Walkie-Talkie, exceto Max que está do lado de Lucas. – O beholder está se movendo, câmbio.
– Alvo avistado. Câmbio. – Responde Lucas observando o delegado Hopper saindo da delegacia e indo em direção a seu carro.
– Para onde ele está indo? – Questiona Will.
– Bem, vamos descobrir... – Responde Max do Walkie-Talkie do Lucas.
– Vamos! – Afirma Dustin.
O grupo segue atrás da viatura de Jim Hopper.
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