Qual é a sua intenção? Seus olhos caramelados estão sobre mim, doces e ao mesmo tempo amargos.
Minha mente está sempre em pane quando me rodeia, esqueço minhas crenças, meus medos, meus sonhos e meu nome. Assim como me lembro a que ponto posso chegar a ser estúpida, contanto que estes lindos olhos estejam aqui para me assistir.
Neste ponto eu odeio seu maldito amor agridoce, quer dizer, tento me convencer que é amor o que sente por mim. No entanto não sei, você é um enigma que nunca consigo resolver.
Penso em entreabrir os lábios e perguntar diretamente: Onde você quer chegar? Mas logo me esqueço, assim que sorri.
Você é como um personagem de romances açucarados, gentil e perfeito demais para acreditar. Adoro isso, é como viver diariamente em meus romances favoritos, ao mesmo tempo que não gosto.
Neste momento não precisamos de palavras gentis ou este restaurante exuberante. Só preciso que se incline sobre a mesa, pegue minha mão. Nós jogaríamos os guardanapos por cima de nossas cabeças e andaríamos sem rumo, talvez comprássemos uma garrafa de vodka naquela loja de conveniência que nunca pede identidade e depois de alguns goles nos beijaríamos com fervor em um lugar inadequado.
Por um instante rio de mim mesma e você nota, inclinando a cabeça um pouco para o lado em um gesto claro de curiosidade.
- No que está pensando? - pondero, decidindo se devo ou não lhe dizer.
- Em você. - sorri sem graça, meio envergonhado, seus dedos roçam em minha mão por cima de nossa mesa.
- Pareceria fingido se eu disser que eu também estou pensando em você? - não consigo evitar de sorrir.
- Claro que não, afinal você praticamente implorou para que eu viesse até aqui com você. - digo com um tom brincalhão de confiança excessiva.
- Não seja tão pretensiosa, sabe... - o garçom tinha acabado de sair para buscar nossos pedidos. - Meio que se auto convidou, não?
- Talvez... - me inclino um pouco mostrando um sussurro próximo. - Não se preocupe, te dá o direito de se auto convidar para meu apartamento no fim da noite.
Sua expressão revela surpresa, mal acredito que disse em isto em alto e bom som. Depois de segundos que parecem durar séculos você volta a se tornar ameno, recebo um sorriso de volta. Carregado de tudo e nada.
Não fico furiosa pela falta de resposta, só balanço os pés ao ritmo da música ambiente, novamente me lembro do porquê eu gosto tanto de você, não é porque é perfeito ou exageradamente educado, sim porque por mais que pareça um conto de ficção, é real.
A noite se passa, entre conversas animadas, algumas piadas arriscadas e pouco engraçadas de ambas as partes. Na volta eu aperto sua mão na minha, você responde com o mesmo gesto, meu coração bate tão forte que chega a doer.
Enquanto nos beijamos percebo que o seu também. Não somos um casal de ficção, somos melhores. Está é a única certeza, depois do primeiro beijo não sobem os créditos ou o felizes para sempre, no lugar disso há o resto de nossa história.
Ainda está por vir, mesmo assim não tenho dúvidas de que será incrível.
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