Um dia antes de Sakura volta
Sasuke
Eram apenas 6h30 da manhã e eu já estava puto da vida. Itachi fez o favor de ficar até tarde em uma festa ontem à noite e esqueceu de me acordar de manhã.
— Acorda, Itachi! — bati na porta de seu quarto, mas ele não abriu. — Eu vou entrar!
Assim que abri a porta me arrependi imediatamente.
Itachi estava pelado de pé na minha frente enquanto uma mulher terminava de se vestir. Detalhe: a mulher era bem mais velha, ela devia ter seus quarenta e tantos anos, meu irmão por outro lado, estava no ápice dos vinte e cinco.
— Que porra é essa?! — não é como se eu quisesse continuar olhando aquela cena mas meu corpo não queria me obedecer, então eu continuei olhando a tal mulher se vestindo e o meu irmão peladão na minha frente.
— Porra, Sasuke! Por que diabos você não bateu na porta? — Itachi me empurrou para fora de seu quarto e fechou a porta com força.
— Eu bati, caralho!
A cena do meu irmão e daquela mulher ainda se passava na minha cabeça como se ainda estivesse acontecendo. Esse momento provava iria me assombrar para o resto da minha vida.
— Para que esse palavreado e essa gritaria toda á essa hora da manhã? — meu avô Madara, apareceu ao meu lado do nada.
Sua voz estava rouca, ele provavelmente acabara de acordar também.
— O que faz vestido assim, Sasuke? Vá se arrumar para a aula agora! — gritou.
— Itachi não me acordou! — tentei me explicar.
— Não coloque a culpa no Itachi, Sasuke! Eu não sei se você sabe mas estamos no século vinte e um e usamos uma coisinha chamada “despertador” para nos acordar. —gostaria que ele não fosse tão ironico.— Vá se arrumar agora!
Corri para o banheiro, tomei um banho de gato e já sai correndo de volta para meu quarto. Peguei meu uniforme e o vesti o mais rápido possível, arrumei meu material escolar e fui escovar os dentes.
— Tô saindo! — peguei uma maçã na fruteira e sai correndo. — Diga ao Itachi que vou pegar o metrô hoje. — pedi antes de sair.
— Não se atrase! — Madara gritou antes que eu fechasse a porta da sala.
[…]
Consegui chegar a tempo na escola, os alunos ainda estavam nos corredores esperando os professores chegarem. Caminhei calmamente até minha sala, todos estavam conversando e brincando juntos.
— Teme! — Naruto correu até mim. — Tem uma tal de Yume te procurando pela escola.
— Aff, essa menina não me deixa em paz. — coloquei minha bolsa na mesa á frente de Naruto.
Ele se sentou e começamos a conversar também.
— Desde que eu peguei essa garota naquela festa do Neji, ela não me deixa em paz. Tem umas cinquenta mensagens dela no meu celular e umas vinte ligações. Odeio garotas que são pegajosas.
— Ui, você é um arrasador de corações. — tirou sarro. – Ei, teme, lembra da Sakura-chan, a nossa amiga que foi embora para Nova Iorque anos atrás?
— Você quer dizer a sua amiga, não? — dei ênfase no “sua”. — Eu odeio aquela garota e ela também me odeia.
— Tá, tá, sei... — ele revirou os olhos. —Enfim, ela vai voltar para Tóquio, e não é só isso, ela vai morar na minha casa também.
— Tá, e o que eu tenho a ver com isso? — indaguei.
— Você a beijou uma vez no ginásio, não beijou? – sua pergunta me assustou, achei que ele já tinha esquecido daquilo.– Você gostava dela ou foi só um beijo?
— Por que tá me perguntando isso, Naruto? — franzi as sobrancelhas. — É óbvio que eu não gosto da Sakura! E naquela época...sei lá o que deu em mim para beijá-la. Fica tranquilo, se isso te incomoda. — cheguei um pouco mais perto dele e passei a encará-lo seriamente. — Você gosta da Sakura, Naruto?
— Hein?! Quê? Não! Não! Ela é minha melhor amiga. — conheço Naruto desde que usávamos fraudas, só pela cara dele já dava para saber que ele estava apaixonado por aquela garota.
— É, você gosta dela. — dessa vez eu tirei sarro dele.
— Tá, uma vez eu tentei roubar um beijo dela, mas ela deixou bem claro que só queria amizade comigo e mesmo gostando muito dela, prefiro não tê-la como eu quero do que perdê-la totalmente.
Cara, Naruto era um maldito clichê!
— Credo, que patético, dobe. — fiz careta e ri mais ainda.
— Agora que cheguei vocês podem parar de agir como vândalos e voltarem a ser alunos, certo? — o professor Kakashi disse quando entrou na sala. Naruto virou para frente e pegou seu material. — Então hoje vamos ver quem foram os principais filósofos da história e...
O professor começou a explicar a nova matéria mas eu não consegui o ouvir, só via sua boca se movendo.
Estava perdido em meus pensamentos, Naruto gosta da Sakura. Eu estava irritado com isso e sabia o motivo, no entanto, preferia fingir que não sabia de nada.
Paixão é um sentimento forte e perigoso, pode machucar você muitas vezes, eu sabia disso mais que ninguém e era por isso que preferi evitar sentimentos como esse, porque eles só servem para nos destruir.
Lembro-me de como me senti destroçado ao ver Sakura embarcando naquele avião de longe, ela parecia tão triste quanto eu. Naquela época eu estava perdidamente apaixonado por ela, só não entendia muito bem pois era muito novo.
Hoje eu entendo como me sentia, por isso não posso deixar que aquele antigo sentimento volte.
Tenho medo sentir novamente a dor que senti no dia em que vi a garota que amava ir embora.
***
O resto do meu dia foi como de costume, eu sai da escola com Naruto, pegamos o mesmo metrô mas descemos em estações diferentes. Caminhei até minha casa, tomei meu banho e passei o resto da tarde e da noite estudando.
“Teme, vem dormir aqui em casa hoje” — mensagem de Naruto na noite de Sexta.
“Não tenho nada para fazer mesmo” — respondi.
Arrumei minhas coisas e fui para casa de Naruto.
[…]
Na manhã de Sábado eu vi a Sakura.
Ela estava com os cabelos bagunçados, a expressão do rosto cansada e usava uma camisola da Pucca engraçada, parecia a mesma de sempre. Entretanto, quando nossos olhares se encontraram eu percebi que ela havia mudado muito, suas olhos de esmeraldas não brilhavam mais como antes, era como se a alegria que antes era clara em seu olhar tivesse sido arrancada dela da pior maneira possível. Não sei o porquê mas eu vi a mim mesmo em seu olhar, seus olhos são iguais aos meus agora e sinceramente isso me incomodou um pouco.
O que aconteceu a ela durante esses anos? Aquela Sakura alegre, boba e radiante que conheci anos atrás desapareceu?
— Sakura... — podia jurar que aquela Sakura havia desaparecido, porém quando eu a vi me ameaçando com um pote de geleia eu vi aquela garota.
Naquele momento eu percebi que a Sakura antiga não tinha desaparecido, não totalmente.
Tempo atual…
Ali estava eu, Sasuke Uchiha, feito um idiota dos filmes de drama correndo atrás de uma garota e chamando seu nome. Depois que Sakura saiu correndo por aí eu fiquei uns cinco minutos parado lá, olhando para o chão e tentando processar o que havia acontecido. Eu a beijei. Já nem sabia diferenciar um beijo sem sentido e um beijo de verdade, daqueles que têm sentimentos, sabem? Mas hoje quando a beijei eu senti algo, uma coisa que eu não sentia quando beijava outras garotas, e não estava gostando disso.
Bom, eu entrei em pânico por ter sentido algo verdadeiro com o beijo da Sakura, então inventei que havia a beijado somente para fazê-la calar a boca, o que era uma mentira. Eu a beijei porque senti vontade, muita vontade.
— Sakura! — gritei seu nome enquanto corria pelas ruas de Tóquio. — Merda, Sakura!
Não pense que estou correndo atrás dela porque me importo com que acontecerá com ela, só estou fazendo por isso por três motivos. Primeiro: se acontecer algo ruim com ela Naruto vai me matar. Segundo: se algo de ruim acontecer com ela, Ino irá me matar. Terceiro: eu posso ser um cara frio mas deixar uma garota perdida por aí no frio e em um lugar com tantos caras maus vai contra meus ideais, não sou um monstro.
Além disso, o fato dela estar nessa situação é culpa minha, nada mais justo do quê ajudá-la.
Corri atrás dela a tarde toda e nada, eu estava começando a ficar preocupado de verdade e o pior, Naruto parecia estar preocupado também porque não parava de me ligar.
“— Teme! Cadê a Sakura-chan?” — Naruto só faltou sair através da tela do meu celular.
“— Calma, dobe. Ela está bem, é que a neve está impedindo o trânsito. Já vamos chegar aí.” — não posso dizer a verdade a ele, se dissesse ele iria sair do celular mesmo. “— Já estamos indo, tchau.” — encerrei o telefonema e silenciei o celular também.
— Merda, já é essa hora? — meu relógio de pulso apontava 21h45. — Sakura!
Sakura
Sinceramente, eu não sei onde estava com a cabeça quando resolvi correr de Sasuke, realmente não sei. Como resultado desse ato inconsequente eu fiquei completamente perdida! Só que o pior é que em vez de ficar parada em um lugar, eu sai correndo tentando achar um terminal ou algum lugar familiar, mas foi inútil, eu apenas piorei minha situação.
Peguei meu celular no bolso a fim de ligar para Ino. Estava discando o número quando um homem passou por mim de bicicleta, parou ao meu lado e me jogou no chão. Ele pegou meu celular, minha bolsa e até meu uniforme, depois ele subiu novamente na bicicleta e saiu pelas ruas estreitas.
— Merda! — não pensei duas vezes antes de sair correndo atrás dele. – Ei, volta aqui! — gritei enquanto corria.
Acabei perseguindo o cara até uma rua estranha, quase não tinha iluminação e não havia alma alguma ali. Parei onde estava, tirei meu sapato e atirei na direção do cara, por pura sorte (ou não) acertou em cheio sua cabeça, ele caiu com a mão em no lugar que foi atingido.
— Sua fedelha de merda! – o cara se virou para mim com os olhos cheios de ódio.
— Fodeu. — comecei a correr de volta para a área povoada mas o cara de bicicleta continuava me seguindo.
"Que merda você acaba de fazer Sakura?”. Minha consciência me abolia.
Vi um beco a minha frente, ele podia ser sem saída mas esse era um risco que eu precisava correr, já que se eu continuar correndo assim de um cara que está de bicicleta eu só vou me cansar e vai acabar dando merda pra mim. Senti que meu coração iria sair do meu peito quando entrei naquele beco e vi uma parede gigante, sem sáida. Eu estava encrencada.
— A gatinha ficou encurralada. — o homem com cara de psicopata desceu da bicicleta e veio até mim. — Você foi uma garota má hoje, precisa de uma lição. — seu sorriso malicioso me dava nojo.
— Não me toque! — lágrimas já estavam escorrendo pelo meu rosto quando ele começou a passar a mão pelas minhas coxas. — Por favor...não faça isso.
— Shh, cala a boca. — ele segurou minhas mãos acima da minha cabeça e abaixou minhas calças. Eu até tentei me debater mas meu corpo estava mole e quente, além disso, o cara era muito mais forte que eu.
O desespero começou a me consumir, toda vez que o olhava eu sentia mais nojo e medo, àquela altura ele havia tirado minha blusa também, meu corpo já estava bem exposto. Meu rosto estava totalmente molhado pelas lágrimas e o único som que estava sendo emitido ali era dos meus soluços desesperados.
— Hum...são lindos. — disse se referindo aos meus seios quando abriu o fecho do meu sutiã e o jogou longe. — Então além de gostosa é cheirosa. — começou a beijar meu pescoço e apertar brutalmente meus seios.
— Me solta! — não sei de onde tirei forças para reagir aqueles toques nojentos, pode ser sido um impulso de "sobrevivência" ou sei lá, mas eu consegui.
Chutei o saco dele com toda a minha força e sai correndo o mais rápido que pude dali.
— Sasuke...Sasuke….Sasuke! — gritei o nome dele com toda a minha força restante. — Por favor, me ajuda!
Eu sabia que logo eu cairia em minhas próprias pernas, meu corpo estava queimando e eu não sintia mais nada para cima da cintura, entretanto continuei correndo usando somente calcinha e gritando o nome de Sasuke desesperadamente, na esperança dele ouvir, onde quer que ele estivesse.
— Sakura? Sakura? — vi alguém correndo em minha direção, mas achei que fosse ilusão. — Sakura...meu Deus! Por que está assim? O que aconteceu com você? — pensei que era uma ilusão mesmo até que senti aquele perfume e ouvi sua voz grave, era ele mesmo. Sasuke.
— Sasuke? – levei minha mão até seu rosto. — Me ajuda.
— Quem fez isso com você? — tinha um certo tom de raiva e desdém em sua voz.
— Eu mesmo. – era a voz daquele cara, ele já havia nos alcançado. — O que vai fazer, garoto? Machuquei sua namoradinha? — ele ria, debochando. — Sabe como é né, ela foi uma garota malvada, então tive que ensinar uma lição à ela.
— Você que precisa de uma lição, seu verme! — Sasuke me acobertou com sua blusa e encostou meu corpo em algo gelado e duro, acho que era uma parede. — Vou te ensinar a respeitar as mulheres!
Sasuke acertou um soco na cara daquele homem e o fez cair no chão, subiu em cima de seu corpo com uma perna de cada lado e passou a esmurrar o sujeito com vontade. Ele tentou revidar os socos de Sasuke mas não conseguiu e acabou apanhando até desmaiar.
— Vou ligar para polícia e vou fazer de tudo para ver você atrás das grades. — Sasuke pegou o celular e discou o número.
— Ele vai pagar pelo que fez com você, eu prometo. — o tom de Sasuke era intimidador e frio mas aquilo não me assustava, eu me sentia protegida. — A polícia vai chegar aqui em questão de minutos.
[…]
A polícia chegou ali em questão de minutos como Sasuke disse, eles prenderam aquele desgraçado, pediram meu depoimento e o exame de corpo de delito quando fomos para a delegacia, eles disseram que precisariam falar com um responsável mas eu pedi que não fizessem isso, acho que o delegado sentiu pena e atendeu meu pedido.
Depois disso Sasuke me levou para sua casa, a casa dele.
— Sasuke, por que estamos indo para sua casa? — disse com dificuldade enquanto olhava os prédios e as pessoas passando rápido devido a velocidade do carro de Sasuke.
Meu corpo estava quente, eu sentia dor onde fui tocada por aquele idiota e ainda estava com frio, todo o meu corpo tremia violentamente.
— Você vai preocupar Ino e Naruto se aparecer assim, está acabada. — olhou para mim. – E está muito tarde, todos devem estar dormindo por lá. Você dormirá na minha casa hoje. — meu coração quase parou. —Chegamos.
Ele parou o carro na frente de uma casa gigante, quase do tamanho da de Ino, apenas um pouco menor. Abri a porta do carro mas na hora de ficar de pé eu cai, meu corpo me decepcionou mais uma vez.
— Por Kami! – Sasuke me ajudou a levantar. — Você é muito apressada garota, fica calma.
— Sasuke...— sussurrei. — Eu acho que vou vomitar.
— Agora? — ele perguntou, meio nervoso.
Não só vomitei, como sujei minhas roupas também.
— Merda… — comecei a chorar novamente.
— Para de chorar. — sussurrou também. — Vem. — ele colocou um braço em volta da minha cintura enquanto o outro foi até minhas pernas, depois ele me levantou, eu estava em seu colo. — Pesada. — murmurou enquanto entravámos na sua casa.
Sasuke me levou até o banheiro, fechou a porta e acendeu as luzes (seu banheiro era grande também), ele caminhou até uma banheira jacuzzi e a encheu com água.
— Tira a roupa. — Sasuke parou na minha frente.
— Hein? — foi a febre ou ele disse isso mesmo?
— Você prefere que eu tire? – arqueou uma sobrancelha. — Não vai dormir assim, vai? Agora não é hora para ficar envergonhada, Sakura.
— Eu posso tomar banho sozinha, não sou uma inválida. — tentei levantar mas acabei caindo de joelhos no chão.
— Para de ser marrenta, droga. — e lá estava eu, mas uma vez nos braços de Sasuke.
Ele me ajudou a tirar a blusa suja, a calça que eu usava e a calcinha, depois me colocou dentro da banheira.
— Isso é horrível. — desviei meu olhar do seu enquanto ele me ajudava no banho.
— Sinto muito... — sua voz saiu como um sussurro, mas eu consegui ouvir.
Ele estava cabisbaixo e suas mãos tremiam, nunca ouvi um “sinto muito” sair de sua boca, nem quando ele fazia as piores burradas.
– Foi culpa minha o que aconteceu com você, se eu não tivesse te beijado nada daquilo teria acontecido, eu não sei o que deu em mim, Sakura. Eu sei que desculpas não vão apagar o que você viveu e muito menos concertar as coisas mas...eu realmente sinto muito por tudo. Me desculpa.
— Sasuke, não quero que se culpe. Tá me dando pena te ver assim. — tentei soar humorada. — Vai ficar tudo bem.
Sasuke pode ser um mesquinho às vezes mas ele ainda é um ser humano e está reconhecendo seus erros.
Ele saiu do banheiro e poucos minutos depois voltou com uma camisa gigante do Batman, eu a vesti e fomos dormir, Sasuke em um colchão e eu na sua cama.
[…]
Sonho on
— Não seja assim, amor .— aquele maldito cara dizia enquanto passava a mão pelo meu corpo. — Você é tão linda. — ele lambia meu pescoço, eu queria empurrá-lo para longe mas minhas pernas e mãos estavam presas. — Eu vou te fazer mulher de verdade.
— Não! – eu me debatia mas era inútil, ele já estava me violentando.
— Você nunca vai esquecer de mim, linda... — sua voz miserável dizia aquela frase repetidamente, era humilhante e me causa repulsa.
Sonho off.
— Não! — gritei. — Não, não, não!
Eu sabia que não havia sido estuprada de verdade, no entanto, era como se tivesse acontecido, meu corpo sentia que havia acontecido.
— Sakura? O que aconteceu? — Sasuke estava de pé ao meu lado, seu olhar estava preocupado.
— E-eu tive um pesadelo. — coloquei a mão no peito e respirei fundo. — Desculpe por te acordar, Sasuke.
— Não, tudo bem. Tenta dormir de novo. — voltou a se deitar.
— Sasuke? — o chamei.
— Hum?
— Pode dormir comigo essa noite?
Meu corpo fazia questão de me lembrar o quão apavorada eu estava, minha mente continuava repetindo a cena com aquele verme no beco sem saída, eu não conseguia dormir de jeito nenhum.
Tudo o que eu queria era me sentir protegida, e eu sabia que só Sasuke podia me dar essa sensação no momento.
— Tá. — Sasuke subiu na cama também, pegou a coberta e nos cobriu. — Boa noite. – se virou de costas para mim.
— Boa noite. — disse.
Eu estava fechando os olhos para tentar dormir novamente quando senti os braços de Sasuke abraçarem minha cintura, fiquei assustada no início, queria que ele me largasse, contudo ele nos aproximou mais e virou meu corpo de frente para ele. Eu estava na altura de seu peito, podia ouvir as batidas de seu coração, e só então consegui me acalmar de verdade.
— Eu estou aqui. — seu tom de voz era quase inaudível.
O toque de Sasuke me fez lembrar do momento horrível no beco, a lembrança veio sem querer á minha mente, eu estava com medo e sentia vontade de gritar, era como se aquele homem repugnante ainda estivesse tocando meu corpo. As lágrimas desciam pelos meus olhos fechados, não consegui segurá-las.
— Abra os olhos. — Sasuke pediu, eu não queria abrir, mas o fiz.
Sasuke me analisava, vê-lo em minha frente fez eu me acalmar um pouco, meu corpo parou de tremer e eu mergulhei na escuridão dos seus ônix.
— Eu estou com medo. – admiti. – Sinto que ficarei marcada para sempre.
— Não pensa nisso, eu estou aqui agora e não vou te fazer mal. Além do mais, você é uma garota forte, vai superar isso.
Eu sabia que ficaria de fato, marcada para sempre, mas ter Sasuke ali comigo fazia a dor dessa marca se afastar um pouco. Inconscientemente, desejava que ele estivesse comigo sempre para fazer a marca ir para mais longe, o mais longe possível, até desaparecer.
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