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História Akai Ito - Vermelho Paixão


Escrita por: Miss_Signaria

Notas do Autor


Olha eu aqui de novo! 😜🎊💃
Escrevi esse capítulo de maneira bem rápida e espero que gostem ❤

Capítulo 2 - Vermelho Paixão


Às ruas de Konoha estavam mais movimentadas do que o costume. Em plena manhã de sábado e quase todos os jovens estão de pé, caminhando, comendo e observando os preparativos para o Matsuri¹ Saṃsāra² que chegará em alguns dias.

De forma quase imperceptível, uma bela jovem caminha pelas ruas movimentadas da aldeia. Se não fosse por sua aparência única, poderia andar pelas ruas sem ao menos ser notada. Mas todos naquela Aldeia conhecem tal jovem. A formosa filha primogênita do líder do Clã Hyuuga. Mesmo de cabeça abaixada, ainda é possível identificar a pureza de seus olhos perolados.

Diferentemente da maioria das garotas da sua geração, Hinata usa roupas comportadas e castas. Não expõe sua beleza. Seu corpo é todo coberto pelos tecidos pesados de suas roupas — além de rotineiramente andar com a cabeça inclinada para baixo, impedindo que observem suas orbes peroladas.

A jovem garota anda com a cabeça levemente abaixada e segui em direção a uma determinada loja. Saiu de sua casa já sabendo onde iria e o que compraria. Chegou em frente ao estabelecimento e analisou o letreiro contendo o nome da loja.

 

— É essa mesma... — sussurrou adentrando o local, escutando um sininho anunciando sua chegada à loja.

 

Caminhou alguns segundos pela loja até que uma moça, que aparenta ser mais jovem do que ela, foi em sua direção, oferecendo ajuda. Olhou para a garota, analisando-a. Possui olhos castanhos e seu cabelo loiro está preso em um coque alto, está sem maquiagem e usa um uniforme marrom com um pequeno emblema em dourado com o nome da loja.

 

— Olá, bom dia. Em que posso ajudá-la, Hinata-sama? — Hinata estava acostumada com aquele grau de formalidade dentro de seu Clã, mas acha difícil se acostumar com esse tratamento fora dele.

 

Desviou o olhar da moça e sussurrou um singelo "sim".

 

— Estou procurando linhas de tricô... — sentia suas bochechas levemente coradas.

 

— Certo. Temos uma grande variedade de linhas. Me acompanhe. — A garota sorriu, simpática. Andaram para o oeste da loja, onde havia várias cestas de palha repletas de linhas de tricô. — Você já tem uma cor em mente? — perguntou olhando para a Hyuuga.

 

— Quero uma linha vermelha. — Respondeu sem olhá-la.

 

— Linha vermelha, é? — a garota sorriu. — Se for para o que estou pensando, o melhor tom de vermelho é este. — A garota pegou uma cesta contendo três rolos de linha com uma forte tonalidade em vermelho. — Este é o vermelho paixão. Também pode ser traduzido como o vermelho violação. Mas o caso é que as mulheres que estão apaixonadas gostam de usar essa cor. Mostra ao seu amado seus sentimentos. É uma cor bem mágica e é envolta por todos os aspectos românticos.  É a cor da paixão, da sedução e da sensualidade. — Enquanto falava, os olhos da garota brilhavam mostrando sua empolgação e seu empenho no trabalho.

 

Por outro lado, o rosto de Hinata estava tão vermelho quanto os fios que a garota carregava.

 

— Mas, antes de tudo, você precisa me dizer para o que é. — Sorriu, entregando a cesta para que Hinata analisasse a qualidade dos fios.

 

— É... Para... Um... Cachecol... — Sussurrou para que somente a garota ouvisse.

 

— Ah, então eu estava certa. Essa é a cor ideal. — Sorriu. — Ano passado eu também fiz um cachecol vermelho para o garoto que eu era apaixonada.

 

— E ele gostou? — Hinata perguntou esperançosa.

 

— Bom, hoje em dia estamos noivos. — A garota lhe mostrou o anel de compromisso. Não era o mais caro ou o mais belo de Konoha, mas era lindo em sua simplicidade. E, mais importante de tudo, foi dado para simbolizar o amor entre dois jovens.

 

— Mas, você não é muito jovem para estar noiva? — Hinata tinha o rosto vermelho.

 

— Nova? — riu. — Eu já tenho vinte e dois! — gargalhou e Hinata arregala os olhos.

 

Aquela moça parecia ser tão jovem quanto sua irmã mais nova. Mas, olhando bem, a garota possui quase a mesma altura que ela e seu corpo também é bem estruturado. Ela foi uma boba.

 

— Você não faz jus a idade que tem — riu, tímida.

 

— Obrigada, Hinata-sama.

 

 

Hinata saiu do estabelecimento com uma sacola de papel entre os braços. Nela há os rolos de linha de tricô e algumas agulhas. Começaria seu trabalho hoje mesmo. Se empenhará ao máximo para que Naruto note seus sentimentos através deste presente tão simbólico.

Distraída em meio aos seus pensamentos, Hinata não viu quando Sakura parou em sua frente. Iria esbarrar na mesma se ela não tivesse sido tirada de seu transe.

 

— Cuidado, Hinata. Você pode acabar se machucando caminhando pelas ruas sem olhar por onde anda.

 

— Desculpa...

 

Sakura sorriu para ela e viu que a garota carregava uma sacola.

 

— O que é isso? — Perguntou se aproximando da garota e bisbilhotou o que havia ali.

 

Hinata sentiu seu rosto esquentar e, antes que ela pudesse dizer algo, Sakura continuou:

 

— Irá tricotar algo? Que coisa diferente... — disse indicando a amiga para caminharem juntas.

 

— Irei fazer um cachecol... — Hinata sussurrou de cabeça baixa, caminhando ao lado da garota que está sorridente e alegre.

 

Sakura era tão diferente de Hinata. Extrovertida, alegre, brincalhona e... Linda. A Hyuuga queria ser como ela; afinal, Naruto era apaixonado pela Haruno justamente por causa desses atributos. Ela, sim, era a garota ideal para se ter um relacionamento estável.

Porém, diferente do que Hinata acredita, Sakura não é tudo o que mostra. Passaram-se dois anos e Sasuke não voltara de sua jornada, e Sakura, a cada dia, fica mais insegura de si. Se não fosse por Ino, a garota poderia até mesmo ter parado de trabalhar no hospital. 

O amor, realmente, é uma droga. Quanto mais amamos, mais sofremos.

Sakura, uma das mais promissoras ninjas de sua geração, que há algumas semanas foi graduada à Jounin, sofre por amor. Um amor que nunca foi correspondido. Um amor que há anos ela luta para conquistar. Tal amor que sempre fizera com que ela sofra e chore... Um amor.

Hinata olhou para o cabelo da garota. A Hyuuga sempre achou interessante a coloração rosada que eles tem. Quando Sakura virou Jounin, ela mudou seu penteado — deixou de lado seu cabelo rebelde e optou por uma versão mais comportada de si; achou que ficou até um pouco parecido com o de sua mãe, mas o caso é que Sakura nunca gostou do penteado esquisito da mãe, muito menos o de seu pai.

 

Passaram-se alguns minutos e as garotas chegaram em um restaurante. Sentaram em uma mesa à janela e começaram a conversar.

 

— Hinata... — Sakura começou a falar.

 

— Pode falar, Sakura-chan.

 

 

— Esse cachecol é pra ele, não é? — Nos lábios de Sakura havia um sorriso um tanto quanto indescritível. Hinata não soube decifra-lo.

 

— Sim... — abaixou o olhar para ver o prato que a garçonete lhe trouxera, pondo-se a comer.

 

— Espero que consiga se declarar... — Sakura sussurrou, incentivando a garota, que sorriu em gratidão.

 

Era bom ter certos momentos com garotas. Hinata não se sentia confortável conversando certas coisas com sua irmã mais nova, às vezes Hanabi lhe deixava constrangida.

 

[...]

 

No centro daquele comércio, Naruto e Konohamaru andam pelas ruas carregando vários embrulhos que o Uzumaki ganhara de suas fãs. Mas Naruto não entendia que esse gesto significava que elas tinham sentimentos por ele. Porque o importante era saber se Sakura lhe daria um cachecol. Entre todos os presentes que se pode ganhar e dar, o cachecol é o mais importante.

 

— Irmão... — a voz de Konohamaru saiu chorosa. — Por que você não faz alguns Clones das Sombras para carregarem essas coisas? Meus braços estão doendo e mal consigo ver por onde ando. — Reclamou o rapaz.

 

— Ora, Konohamaru, trate isso como um treinamento. — O mais velho sorriu. — E outra, você não pode usar jutsu apenas para facilitar suas tarefas do dia-a-dia. — Falou enquanto desviava de uma senhora que andava feito uma tartaruga.

 

— Tá, tá. Mas o que você vai fazer com todos esses presentes?

 

— Não sei... Vamos levar até minha casa. — Disse pensando no que faria com todas àquelas coisas.

 

— Ah, Naruto... Quando voltarmos de sua casa, quero lhe mostrar algumas coisas... — Konohamaru disse desviando de um gato que havia tentado pular em seu pé. 

 

O garoto passou a odiar gatos desde que suas missões ficaram baseadas em "pegue o gato". Os felinos, agora, para Konohamaru, são como doces para Sasuke.

 

— Certo... Mas que tipo de coisas seriam? — Naruto perguntou quando finalmente conseguiram sair da bagunça que estava aquele local.

 

— São coisas que encontrei no esconderijo do Velho e dos outros Velhos...

 

— Quais Velhos, Konohamaru? — Naruto não entendia o que o amigo queria dizer.

 

— Ora, estou falando dos Hokage!

 

— Ahhh!

 

 

Depois de vinte minutos de caminhada até a casa do Uzumaki e mais uma hora e meia atravessando a cidade até o Monte Hokage — isso, claro, com eles correndo pelos telhados das casas—, finalmente chegaram ao local que Konohamaru dissera.

 

— Isso são coisas que meu avô guardou. Aqui é como uma espécie de cofre em que os Hokage guardavam coisas muito valiosas. Foi aqui que eu guardei seu antigo uniforme... Lembra? — Sorriu.

 

— Sim — Naruto sorriu de volta. Era grato por Konohamaru ter guardado tão bem o seu uniforme, era um trapo velho, mas era valioso para si.

 

Naruto olhou para a caixa que Konohamaru pegou e observou o que havia ali. Para ele, tudo parecia apenas um monte de bugigangas sem sentido, como o macaco com o chapéu do Terceiro que tocava pratos. Quanto Naruto ía dizer em como achava aquilo ridículo, Konohamaru o repreendeu com o olhar.

O garoto foi até outra caixa e retirou de lá um embrulho, caminhou até Naruto e lhe entregou.

 

— O que é isso?

 

— Isso é algo que deveria ter sido entregue a você há muito tempo. Eu não abri, mas a etiqueta diz que era pra você...

 

— Pra mim...? — Naruto olha para o embrulho e pensa sobre o que seria.

 

Mesmo Konohamaru insistindo tanto, ele não abriu ali, deixaria para abrir quando voltasse para casa — que seria agora.

Sentiu seu estômago roncar. Já estava na hora do almoço? O dia passara tão depressa que nem reparara. Para ir mais rápido para casa, decidiu ir por cima dos telhados — assim não iria esbarrar em ninguém.

No caminho ele escutou a voz de Sakura e procurou saber de onde vinha. Olhou ao redor e viu que ela caminhava ao lado de Hinata. Sentiu-se incomodado com a cena. Fazia muito tempo que ele não via Sakura e, entretanto, ela continuava a manter contato com todos de maneira normal. Por que só com ele que não?

Outra coisa que lhe incomodou foi ver que Hinata estava lá, com ela. O Uzumaki e a Hyuuga estão passeando há muitos meses, mas, nos últimos dias, quase não se falam — e isso, de certa forma, deixa o garoto incomodado. O que Naruto não sabe é que esses "encontros" fazem com que Hinata tenha esperança. A garota, tão certa que um dia o Uzumaki irá olhar para ela de maneira diferente, está lhe preparando um cachecol...

Naruto desceu da casa e, com passos lentos, caminhou em direção às duas garotas. Viu quando Kiba e Shino se aproximaram de Hinata e começaram a conversar com ela — suas bochechas ficaram vermelhas. E, tentando esconder a vermelhidão de seu rosto, ela pôs as mãos na face. Como consequência, sua sacola caiu e um rolo de linha rolou até os pés de Naruto.

 

— Linha de tricô...? — sussurrou agachando e pegando o rolo. 

 

Olhou em direção ao grupo e viu que Kiba apertava a bochecha de Hinata como se ela fosse uma criança. Travou o maxilar sentindo algo estranho. Estaria ele com ciúmes ou simplesmente não gostava da forma como Kiba tratava Hinata?

Sakura olhou em sua direção sorrindo, acenou para ele convidando-o a se juntar ao grupo. Naruto sorriu de lado e levantou-se com a linha em mão. Caminhou até o grupo e viu que Hinata o olhou com as bochechas ainda mais coradas — mas, respirou fundo e controlou a timidez.

Quando Naruto se aproximou de Hinata, lhe entregou o rolo de linha vermelha, sorrindo, fazendo com que ela ficasse corada. Será que ele sabia para o que era?

 

 

 

 

 

 

 

Continua...


Notas Finais


1: Matsuri significa "Festival".
2: Saṃsāra significa Rinne, ou Rinne significa Saṃsāra ( fica ao critério de vocês!)

Literalmente significando: Festival de Saṃsāra (Rinne)


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