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História Algo a Temer - Os Primeiros Avisos


Escrita por: LFAL

Notas do Autor


Sejam bem vindos a Algo a Temer! Essa é a primeira estória que estou postando, estou muito ansioso para saber a opinião de vocês e espero que gostem!

Boa leitura ^^

Capítulo 1 - Os Primeiros Avisos


“Cada dia deve ser vivido como

Se fosse o último, pois nesses novos tempos,

A vida é uma inconstante”

 

- Capítulo Um

 

“Os Primeiros Avisos”

 

       

Quinze meses.

Esse era o tempo que Luiz Araújo estava morando em Palmares, no estado de Pernambuco.

Luiz Araújo era um homem nervoso, e não estava gostando nada de sua nova rotina desde que se mudou. Ele residiu na cidade de Recife, até que passou em um concurso público para ser servidor do INSS e teve que se mudar para Palmares.

Todos ao seu redor o parabenizavam pelos seus esforços, mas ele não estava feliz, mesmo recebendo um salário ótimo e tendo um trabalho tranquilo e relativamente bom.

Luiz nasceu em Recife, foi um garoto de uma família classe média e sempre estudou em escolas particulares, por causa dos esforços de seus pais para pagarem um colégio bom.

Sempre estudioso, formou-se e conseguiu uma vaga na UFPE, realizando seu sonho de cursar Direito. Com o tempo, Luiz garantiu seu diploma e logo ao sair da universidade passou em um concurso ao qual muitas pessoas sonham em ganhar uma vaga.

Mudou-se para Palmares e começou uma vida solitária, sem conhecer ninguém nesta cidade, mas aos poucos foi aprendendo a se virar.

Ele tem 25 anos, mas não consegue curtir como um adulto nessa fase tão boa da vida, pois carrega traumas que o impedem de ser feliz e de ter uma pessoa boa ao seu lado.

Luiz teve alguns relacionamentos que deram errado, pois ou ele se envolvia com mulheres complicadas, ou ele que complicava as coisas.

Seu hobbie favorito era malhar, jogar futebol, assistir futebol e correr na orla de Palmares, algo comum entre os homens da sua idade e principalmente dessa região.

Não tinha ninguém a quem amasse de verdade, e muito menos pessoas que o amassem.

Ele não deixava aparentar isso, mas era uma pessoa sofrida, que se apegava fácil às pessoas ao seu lado, e que geralmente se prejudicava muito ao fazer isso.

E sobre seu trauma... Bem... Ele tinha perdido os pais e a irmã que tanto amava num acidente de carro aos 16 anos. Isso acabou com a auto estima dele e o prejudicou tanto a ponto de não se sentir mais feliz com nada nessa vida.

O trauma por qual passou, fez com que ele se sentisse culpado de tudo o que aconteceu, porque ele decidiu não viajar naquele dia, talvez por algo predestinado, ou talvez por simplesmente ter “sorte”.

Mas tudo estava para mudar.

...

           

— Bom dia, senhor! Já fez o seu pedido? — Perguntou o atendente do restaurante.

Luiz frequentava o Restaurante Carne e Brasa fazia tempo.

Ele gostava do ambiente, pois tinha música ao vivo algumas vezes (o que não era naquela ocasião) e tinha boas comidas aliadas ao ótimo atendimento. Esse restaurante se encontrava bem ao centro da cidade, e tinha uma boa movimentação de clientes.

— Não... ainda estou escolhendo, mas... me vê um prato executivo dessa parmegiana aqui... pode ser? Pra bebida prefiro um suco bem gelado de laranja sem açúcar! — Falou Luiz, apontando para o prato referido no cardápio.

— Sim senhor! — O garçom retirou-se para outra mesa, atendendo a família de um senhor e sua esposa.

O dia estava com um clima agradável, pouco sol e muito vento, o que era raro naquela região.

Luiz olhou ao seu redor e percebeu que o restaurante estava com quase metade de suas cadeiras ocupadas, com algumas famílias sorridentes e uns casais apaixonados. Aquilo mexeu com ele.

O ambiente era bem tranquilo, o restaurante era coberto por um telhado rústico, mas com as paredes somente até a metade, dando para ver o movimento da rua e os carros passando.

Já era quase Dezembro de 2019, e ele sabia que as festividades de final de ano o deixavam mais para baixo do que o habitual.

Enquanto Luiz se perdia nos pensamentos, seu celular começou a tocar.

— Alô? Paulo? Qual a bronca? — Perguntou, ao atender a ligação de seu amigo do trabalho.

Paulo era um homem festeiro, que amava sair e beber. Para ele não tinha tempo ruim. Gostava de academia tanto quanto Luiz, porém amava em dobro a farra. Não se preocupava muito com a família e não era casado, adorava a vida que tinha e, além disso, era alguém bom pra conversar, e aparentemente se preocupava com Luiz, quem ele considerava como um dos melhores amigos.

Ele tinha 29 anos, era solteiro e tinha boa aparência, cabelos na altura do ombro ao estilo Kurt Cobain (além de ser fã da banda), 1,90m de altura, bom porte físico, também servidor público e adorava torrar seu salário com coisas fúteis.

O único patrimônio de Paulo era seu carro: um Golf de 2018, cinza e completo (e bem conservado).

— Bronca? Nenhuma bronca! Só que hoje é quinta feira e amanhã é dia de beber! E aí? Vamos sair? Tomar uma gelada e “caçar” algumas belezinhas? — Antes de atender o telefonema, Luiz já imaginava que se tratava disso.

— Não estou muito no clima... talvez eu vá ou talvez não. Mas se der vontade te dou um toque!

— Um toque? Não, muito obrigado! — Disse Paulo sarcasticamente.

— Ah... você entendeu!

— Tudo bem, mas eu vou te encher o saco até você dizer sim, ou senão vou acabar com sua reputação com todas as mulheres que eu puder. — Brincou ele, zombando do amigo.

— Então nesse caso vou pensar melhor! Amanhã te respondo, até mais!

— Beleza, qualquer coisa avisa! — E desligou.

Paulo era uma boa companhia, às vezes era bom pra Luiz esquecer de seus problemas saindo com ele, porém somente algumas vezes.

O noticiário não parava de bombear a população com más notícias.

Não era mentira o que falavam, porém sempre existiu sensacionalismo na mídia, e isso fazia Luiz desconfiar das informações.

A cada minuto tinham telejornais falando do novo surto de epidemia: uma doença gerada por uma mutação do vírus da raiva com um fungo desconhecido, ao qual os cientistas deram o nome de Lyssadyceps.

Tal doença foi considerada uma “evolução” da natureza, pois o vírus da raiva ao entrar em contato com um fungo não conhecido gerou tal doença.

As pessoas infectadas começavam a sentir os sintomas dentro de 24 horas, e no máximo em 48 horas acabavam surtando e tinham derrame cerebral, o que as matava instantaneamente. E para piorar, os cientistas ainda acreditavam que a doença estava em mutação constante, ficando a dúvida de o que aconteceria a seguir.

O surgimento da doença até hoje não tem explicação. Ninguém sabe como isso foi gerado e existem várias teorias sobre o início de tudo.

Algumas dessas teorias diziam que isso foi feito pelo governo em seus testes virais, e que esses testes em algum momento deram errado e acabaram vazando. Outras teorias dizem que isso simplesmente aconteceu porque é uma evolução da natureza para uma nova forma de vida, e que o homem tem culpa disso por causa da poluição, do aquecimento global etc.

Mas o que realmente interessava não eram as teorias, e sim o que estava acontecendo ao redor do mundo.

Mais ou menos 50.000 pessoas se infectaram em diversos países e nenhuma conseguiu sobreviver mais de 48 horas (Sendo no Brasil somente 3 casos confirmados).

Zonas de quarentenas surgiram para se colocar essas pessoas e estudar os efeitos da mutação, mas até agora o medo pairava no ar e nada se resolvia.

Todo o planeta começou a temer pelo pior e várias medidas de segurança foram sendo aplicadas, e enquanto isso a OMS (Organização Mundial de Saúde) continuava tentando acalmar a população dizendo que estava tudo sob controle e que a doença seria contida em semanas.

Nos EUA, país que teve 43 casos dessa doença, o Presidente atual começou a construção de zonas de quarentena e investiu pesadamente em pesquisas para tratamento da doença.

No Brasil, a população começou a temer pelo pior quando o primeiro caso surgiu no mês de outubro de 2019, e que a pessoa morreu em exatamente 32 horas depois de infectada (além dos outros dois casos em que as pessoas também morreram precocemente).

Agora as potências do mundo inteiro estudam medidas a serem tomadas.

O almoço de Luiz chegou e o suco também. Ele logo começou a comer e ao mesmo tempo assistir ao noticiário, que não parava de falar sobre o Lyssadyceps desde o primeiro caso da doença, que surgiu na África em 15 de Junho de 2019.

...o problema é que não temos infraestrutura para se caso essa doença se alastrar no nosso país, o Brasil NÃO ESTÁ PREPARADO para suportar algo tão grande de nível mundial e agora com essas novas informações de que as mutações virais não param de ocorrer, temos que temer pelo pior! Evitem sair de suas casas desnecessariamente, lavem as mãos com álcool gel a todo momento, cuidem de suas higienes pessoais... isso NÃO É um vírus comum, NÃO É algo como H1N1, Ebola, Zika Virus, Dengue etc. Isso É MAIOR que todas essas doenças juntas, temos que temer pelo pior e nos preparar, pois esse novo “vírus” é uma evolução da natureza, que nunca antes juntou um vírus com um fungo, e agora parece que temos um problema a nível mundial. Muito obrigado por ceder a palavra!”  Falou o médico que estava sendo entrevistado pelo telejornal da Rede Globo.

“Grande merda, toda vez é isso: surge uma nova doença, todos acham que vão morrer, nada acontece, isso passa e vamos esperar pela próxima...” pensou Luiz, ignorando o que o médico dizia.

...

 

Ao terminar seu almoço, Luiz passou ainda uma hora mexendo no celular e pensando em seus problemas, quando de repente a programação normal da televisão foi interrompida por um Plantão de Urgência (que só acontecia quando algo de grave ocorria, como acidentes aéreos, tragédias etc).

Agora a pouco tivemos notícias de que em São Paulo um homem enlouqueceu e atacou várias pessoas na Rua 25 de Março. João Macedo da Silva, de 47 anos, agrediu alguns cidadãos que transitavam naquele local e fugiu para dentro de uma loja de roupas, onde assassinou Maria Roberta Lima, de 35 anos, que trabalhava no local e tentou ajuda-lo. João Macedo matou Maria Roberta com mordidas na região de sua nuca e se escondeu no estoque da loja. Os policiais foram atrás do suspeito e dispararam contra ele, que morreu na hora. Mas o mais curioso do caso é que nos exames feitos no corpo de João Macedo, demonstraram que ele estava acometido pela doença do Lyssadyceps a mais de 48 horas, e isso prova que ele foi um dos primeiros no mundo a sobreviver aos sintomas da doença. O corpo de João Macedo foi cremado para evitar contágio e foi constatado que as pessoas atacadas por ele foram infectadas também. O Ministério da Saúde se pronunciou sobre o caso dizendo que as pessoas infectadas foram conduzidas até uma das zonas de quarentena improvisadas em São Paulo, e afirmou também que está tudo sob controle.”

Ao término da pronúncia, várias pessoas do restaurante começaram a se agitar e a ir embora chocadas com o acontecimento.

Aquilo deixou Luiz preocupado.

Que merda de doença era aquela?

Antes todas as pessoas doentes morriam em menos de 48 horas, e além disso no Brasil só tinha tido alguns poucos casos, mas agora os doentes estavam enlouquecendo? Quem foi atacado se infectava?

Mas o que era isso?

A mídia provou como é poderosa naquele exato momento.

Ao término da veiculação da notícia, praticamente todas as pessoas que estavam no restaurante se levantaram e começaram a se dispersar.

Alguns entraram em seus carros e foram para suas casas, outros saíram apressados a pé. Ninguém mais falava em nada a não ser sobre aquela doença, o medo estava assolando o povo, até mesmo uma das crianças de um casal presente no restaurante perguntava: “Pai, nós estamos doentes?” E a expressão facial do pai queria transmitir segurança, porém só conseguia transmitir medo e dúvida.

Luiz levantou-se e entregou o dinheiro ao garçom imediatamente.

— Aqui está, até a próxima!

— Volte sempre, senhor! — Agradeceu o garçom, entregando o troco e um panfleto do restaurante, ao qual Luiz já tinha pego diversas vezes.

Depois, ele foi em direção ao seu carro, um Siena 2019, preto, com ar condicionado e quatro portas, e disparou para sua casa, ao qual se encontrava em um condomínio murado nos confins da cidade.

Ao ligar o rádio, todas as estações só falavam disso: alguns debatiam sobre o assunto, outros citavam novos casos acontecendo no mundo inteiro e o pânico estava instalado.

Por incrível que pareça, as ruas de Palmares estavam mais desertas que o normal. Culpa desse “terrorismo” que a mídia vinha fazendo e que Luiz discordava por achar que era besteira.

De uma coisa ele tinha certeza: que não queria mais ouvir uma única notícia a mais sobre essa doença. Ele já tem problemas demais para lidar em sua vida.

Ao chegar em sua casa, ele estacionou seu carro na garagem e foi direto para o chuveiro. Jogou as suas coisas em cima da mesa e trancou as portas.

A casa de Luiz Araújo era grande demais para ele, e pequena para uma família de pelo menos um filho.

Se encontrava dentro de um condomínio com mais de quarenta casas, todas muradas e em sua maioria seguras, e que contava com boas pessoas, na sua maioria casais de idosos. A casa dele era branca com detalhes modernos, de primeiro andar, com um muro relativamente alto e cercado eletricamente. Continha duas suítes pequenas, uma sala de estar com uma televisão, um PS4 e um sofá não tão confortável. A cozinha tinha pouca comida, uma mesa solitária de vidro para refeições raras, um fogão simples, uma geladeira pequena e um armário. A dispensa estava cheia, porém a maioria das coisas eram de biscoitos, enlatados, comidas light e entre outras do tipo.

Luiz odiava morar sozinho, porém não tinha escolha. Sua casa era confortável, mas solitária. Ele tinha um jogo de futsal com os amigos marcado nessa quinta feira, mas já imaginava que tal jogo não aconteceria mais depois dessas notícias e do pânico geral.

“Que merda” Pensou ele, irritado com tudo.

Decidiu ir para o seu quarto e descansar um pouco, pois para ele a vida seguia normalmente como sempre e essa doença não iria atrapalhar em nada no seu dia a dia.

Contudo ele estava errado.

Muito errado.

           

 


Notas Finais


E aí, o que acharam? Estou aberto a elogios e críticas construtivas ^^


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