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História Algo a Temer - Bem e Mal


Escrita por: LFAL

Notas do Autor


Descobriram quem foi o assassino.
Agora o grupo teria que lidar com mais outro problema.
As definições de bem e mal estavam confusas.

Capítulo 11 - Bem e Mal


- Capítulo Onze

 

“Bem e Mal”

 

 

 

       

            Tristeza.

            Esse era o pior sentimento de todos quando mesclado com o arrependimento de não ter feito alguma coisa melhor.

            Isaac sabia que poderia ter se esforçado mais.

            Ele poderia ter salvado Milena.

            Poderia ter feito muitas coisas...

            - O que... o... que vamos fazer? – perguntou Luiz Araújo, segurando a menina sem vida nos braços.

            - Eu não sei...

            Os dois continuaram na chuva por muito tempo ainda, lamentando por suas falhas de não terem conseguido salvá-la.

            As gotas geladas que caíam no rosto de Luiz faziam sua pele se arrepiar.

            As trovoadas continuavam intensas, mas ninguém se importava com isso.

            Isaac estava deitado no meio da lama, com a visão vislumbrando o céu acinzentado e triste.

            Os olhos dele estavam vermelhos e irritados de tanto chorar, mas na sua cabeça passava um intenso flashback de quando conheceu a pequena garotinha indefesa.

            “Eu sei o que você quer dizer, não sou idiota! Meus pais podem ter morrido... eu só... só não quero pensar nisso...” relembrou Isaac, de quando estava com Milena no carro, antes de chegar ao condomínio.

            - Precisamos descobrir quem fez isso... – falou Luiz, ainda de olhos fechados.

            - ...

            Isaac não conseguia encontrar palavras para dizer.

            Ele continuou deitado na lama, completamente sujo e perdido.

            - Vamos... por favor! – pediu o rapaz, abraçado com o cadáver.

            O corpo de Milena estava sujo de lama e já tinha começado a apodrecer, mesmo que pouco por causa do tempo.

            Em mais de uma semana a vida deles tinha mudado radicalmente.

            Para pior.

            - Vou cobri-la...

            Luiz colocou gentilmente o corpo da menina no chão e foi buscar o lençol que antes estava forrado na cama em que ela tinha sido morta.

            Ao voltar, ele percebeu mais um detalhe: as roupas íntimas da garotinha haviam desaparecido.

            Ela não tinha sido somente assassinada: Milena havia sido violentada também.

            “Meu Deus...” Luiz não conseguia conter suas lágrimas, e ficou de pé, segurando o lençol com uma mão e com a outra enxugando os olhos.

            “Isaac não precisa saber disso, ele já está mal demais...” pensou Araújo, cobrindo por completo a menina.

            Depois disso, ele colocou-a nos braços, tirou-a da chuva e a deitou na cama.

            - Isaac... levante-se! –chamou Luiz, andando e se agachando ao lado do amigo.

            - Eu não sei se isso é real... talvez seja só um sonho... ou talvez nós estamos mortos e... no inferno! – divagou o militar, ainda deitado e com o olhar perdido nas nuvens cinzentas.

             - A vida segue, cara... ela morreu, eu sei. Mas nossa vida continua seguindo... vamos dar um enterro digno pra ela... e antes disso eu preciso descobrir quem foi que a matou. E essa pessoa... esse monstro... vai sofrer! Vai sofrer mais do que poderá imaginar! Venha comigo! Vamos fazer justiça... por Milena! – pediu ele, estendendo a mão para Isaac.

            A tristeza do militar rapidamente transformou-se em ódio.

            Eles precisavam descobrir quem fez aquela atrocidade...

            - Vamos... agora me escute bem: quando eu encontrar o culpado... seja quem for... vou matar com minhas próprias mãos... e você não vai deixar ninguém se meter no meio, entendeu? – esbravejou Isaac, com os olhos queimando de fúria.

            - Então não vamos perder mais tempo.

            Isaac segurou firme na mão de Luiz e se levantou.

            Os dois saíram da chuva e entraram na casa.

            Luiz Araújo pegou o corpo de Milena e começou a carregá-lo, ainda coberto pelo lençol.

...

 

            Amanda Nakamura estava sentada numa cadeira de frente para Carlos Nogueira.

            Uma pequena mesinha de plástico separava os dois.

            A chuva ainda não tinha dado trégua, e eles tiveram que se afastar um pouco da varanda.

            - Não se mexa tanto... – pediu Amanda, mexendo na mordida do braço de Carlos com uma pinça e um pequeno bisturi.

            - Isso dói... tá muito ruim? – perguntou ele, com o braço esticado em cima da mesa.

            - A infecção está avançando cada vez mais... provavelmente se dá na corrente sanguínea. E essa gosma... está vendo? Essa gosma branca que parece pus? Não é pus. É o fungo agindo... está ruim sim... acho que temos somente duas saídas! – respondeu a médica, retirando o excesso de gosma com a ponta do bisturi, bem devagar.

            - Duas saídas? Ótimo. Quais?

            - Ou você espera e vê o que acontece... ou então amputamos seu braço. Se é que ainda dê tempo! – os olhos do velho se esbugalharam, e Maria, que estava em pé do seu lado, colocou as mãos na frente do rosto, preocupada.

            - Amputar meu braço? Eu já estou com febre, fodido e com quase todo o antebraço enraizado por veias pretas e grossas... não quero sofrer mais. Vou esperar pra ver o que acontece! – resmungou ele, tremendo de frio (que era efeito colateral da febre).

            - Se é isso que você quer... eu já tirei o excesso de gosma, mas não vai adiantar. Acho que se cortássemos o “x” da infecção, talvez você melhorasse!

            - Corte. Por favor, corte o braço dele! – implorou Maria, voltando a chorar.

            - O braço é meu ou seu, porra? – reclamou Carlos, olhando de cara feia para a esposa.

            - Você tem que deixar de ser assim... um ignorante! Isso vai custar sua vida! Tem medo de ficar deficiente? É o de menos! Prefiro ter você comigo! – afirmou Maria, alisando o cabelo dele.

            - Não vou mais...

            “MEU DEUS! O QUE HOUVE? MEU DEUS, MEU DEUS!” gritou alguém do térreo.

            Carlos franziu as sobrancelhas e levantou-se.

            - O que foi agora? – perguntou Amanda, guardando os equipamentos de primeiros socorros e descartando o bisturi e a pinça suja.

            O casal voltou para o quarto e Nakamura decidiu descer as escadas e conferir o que estava acontecendo.

            Ao chegar no terraço, ela se deparou com uma multidão olhando para a entrada da casa.

            - O QUE HOUVE? – indagou ela, empurrando Gilberto e Sarah para o lado.

            Luiz e Isaac tinham voltado.

            E com péssimas notícias.

            Eles nem precisaram dizer o que tinha acontecido só o fato de Luiz Araújo carregar um corpo de uma criança em um lençol coberto já explanava tudo.

            - MILENA...

            O portão principal da casa estava aberto, pois já tinham encontrado as chaves.

            Luiz entrou primeiro e logo atrás veio Isaac.

            - Meu Deus... o que aconteceu? – perguntou Carla, desabando no choro.

            O silêncio perdurou entre os sobreviventes.

            Gilberto e Sarah se abraçaram solidariamente.

            Luíza e Júlia se uniram à Carla para chorar, enquanto que Amanda estava paralisada, sem saber como reagir diante da situação.

            - Quem foi? – perguntou Luiz, ainda segurando a menina.

            Isaac andou até ficar no meio de Luiz e da multidão e sacou a pistola.

            - EI, EI! O QUE É ISSO? – gritou Gilberto, tomando um baita susto ao ver o cano da arma apontada para as pessoas.

            - EU QUERO SABER QUEM FOI QUE FEZ ISSO! NÃO ADIANTA NEGAR, EU VOU DESCOBRIR. AGORA RESPONDAM: QUEM FOI? – o militar estava visivelmente descontrolado.

            Ele mirava em Júlia, depois Carla... Luíza... Gilberto...

            E estava prestes a atirar em alguém.

            - NÃO SABEMOS! SE ACALME ANTES QUE UMA TRAGÉDIA ACONTEÇA! SE ACALME! VOCÊ ACHA MESMO QUE O ASSASSINO ESTARIA AQUI? – falou Gilberto, com as mãos para cima e tentando manter a paciência.

            - PSICOPATAS FINGEM! NÃO TEM SENTIMENTO! EU VOU ESTOURAR A CABEÇA DO CULPADO! NÃO QUERO SABER! E SE ALGUÉM ESTIVER ESCONDENDO OU PROTEGENDO ELE, VAI MORRER TAMBÉM! QUEM É O ASSASSINO, PORRA?

            Luiz colocou o corpo de Milena no gramado e tentou acalmar o amigo.

            - Isaac, pare! – pediu Luiz, encostando a mão no ombro do militar.

            Mas não adiantou.

            Isaac perdeu a cabeça.

            - ME SOLTA!

            O militar deu um soco no estômago de Luiz Araújo, fazendo ele recuar.

            - CALMA!

            Amanda tentou separar a briga, mas foi empurrada para o lado.

            O descontrolado Isaac derrubou Luiz no chão com um golpe de judô e ainda deu um chute nas costas do rapaz.

            - EU AVISEI QUE NÃO DEIXARIA NINGUÉM ME ATRAPALHAR! AGORA DIGAM QUEM FOI! – ordenou ele, ainda apontando a pistola para o povo.

            Luiz rolou para o lado com as mãos no estômago e tentou levantar aos poucos.

            - Porra, cara...

            De repente Carla olhou para trás.

            - ELE! FOI ELE! – acusou ela, apontando para a área gourmet.

            Todos olharam ao mesmo tempo para o local, e encontraram o culpado.

            Daniel estava subindo no telhado da área gourmet, com uma mochila nas costas e um revólver na mão direita.

            “BANG! BANG!”

            O rapaz deu dois tiros na direção da multidão, acertando um na parede e o outro na perna de Sarah, de raspão.

            - SEU FILHO DA PUTA! – xingou Isaac, apontando a arma para o assassino.

            “BANG!”

            O tiro disparado por Isaac acertou as telhas.

            - PARE!

            Daniel andou com cautela sobre as telhas e pulou para o lado de fora do condomínio.

            - PEGA ELE, PORRA! – ordenou Luiz, levantando e começando a correr em direção à porta principal da casa.

            Isaac sabia que perderia o assassino de Milena de vista se fosse dar a volta até a entrada principal do condomínio.

            Quando ele alcançasse a parte de fora da casa, Daniel já teria escapado.

            Então ele fez o mesmo: correu na direção do muro, se apoiou e subiu até o telhado da área gourmet.

            “BANG! BANG!”

            Mais dois disparos foram feitos por Daniel, que já estava longe dali, correndo em direção às casas abandonadas e à área de construção em que Paulo e Cláudio brigaram anteriormente.

            As balas passaram zunindo perto da cabeça do militar, mas mesmo assim ele não se assustou.

            Isaac pulou para fora do condomínio também e começou a perseguição.

...

 

            A respiração dele era ofegante.

            A corrida estava muito intensa.

            Isaac passou por algumas casas abandonadas e pôde perceber com o canto dos olhos alguns corpos de infectados espalhados pelo chão.

            - PARE! – ordenou ele, dando mais um tiro na direção do assassino.

            Daniel estava um pouco longe.

            Aproximadamente uns cinquenta metros na frente do militar.

            - Porra...

            Depois de passar as casas e o galpão da confusão entre Paulo e Cláudio, os dois rapazes entraram em um emaranhado de ruas apertadas e escuras.

            As pequenas residências simples ficavam uma colada com a outra, com vários carros abandonados pelas vielas e alguns cadáveres sujando o asfalto.

            Parecia uma cena de guerra.

            “BANG!”

            Daniel disparou mais uma bala que tinha no seu revólver, acertando a porta de um dos veículos da rua.

            “CLICK, CLICK”

            Isaac reconheceu aquele som que vinha da arma do assassino.

            Era o som de um revólver descarregado.

            Daniel, desesperado, entrou em uma rua à direita e deu de cara com um beco sem saída.

            Tinha chegado ao fim da perseguição.

            - Não... não... pelo amor de Deus! Me desculpa... eu não queria! – implorou ele, encostando no muro do fim do beco e vendo Isaac se aproximar cada vez mais.

            - VOCÊ A MATOU!

            Daniel teve uma ideia para poder escapar: correu para dentro de uma das casas abandonadas.

            - VOLTA, PORRA!

            Isaac correu atrás dele e entrou também.

            O militar estava perto o suficiente para tentar agarrá-lo, mas antes que pudesse alcançar, foi atingido em cheio por alguém.

            “THUD!”

            - Ugh...

            Isaac caiu no chão da casa, batendo a lateral do corpo na parede.

            “ROARG!”

            Ele demorou alguns segundos para entender o que estava acontecendo.

            - SOLTA... MERDA!

            Isaac tinha sido encurralado por dois infectados, que agrediam o homem insanamente.

            “BANG!”

            O militar atirou na cabeça de um deles, matando-o na hora, e quando foi disparar no outro, levou uma pancada na mão que empunhava a pistola e a deixou cair.

            “SOCK”

            O homem distribuiu alguns socos no rosto do monstro, fazendo com que ele recuasse, e quando teve uma brecha, derrubou o maníaco no chão.

            Depois de derrubá-lo, pisou várias vezes no crânio dele e o matou também.

            “Hmpf... Uff...”

            Ele estava muito cansado, mas precisava encontrar o assassino.

            Agora onde estava Daniel?

            - MERDA! PORRA! – xingou Isaac, esmurrando a parede com raiva.

            Mas ao que parece esse não era o único problema que ele teria que lidar: mais infectados estavam vindo pelas ruas apertadas.

            - Droga...

            Eram três.

            Depois de pegar a arma, Isaac apontou-a para os monstros e escutou um barulho familiar desagradável.

            “CLICK!”

            Sua munição tinha acabado também.

            Mas ele não era de se entregar fácil.

            O rapaz procurou por alguma coisa para se defender e encontrou uma pá de ferro encostada na bancada da cozinha da pequena residência em que estava.

            Ele segurou-a firme e esperou pelos inimigos que estavam a caminho.

            “BANG! BANG! BANG!”

            Alguém derrubou os três monstros com três tiros certeiros.

            - ISAAC! CADÊ ELE? – perguntou Luiz, vindo pela mesma rua que o militar tinha vindo anteriormente.

            - Eu o perdi... que merda... não acredito!

            Ao ouvir aquilo, Luiz pôs as mãos na cabeça, desesperado.

            - Não pode ser! Não pode... droga... DROGA! Mas não vamos desistir... siga por onde ele entrou que eu vou dar a volta, quem sabe temos sorte! – disse o rapaz, segurando firme sua pistola.

            - Vamos...

            Isaac sabia que Daniel tinha corrido pelas portas dos fundos daquela casinha e seguido por ali.

            - Caralho...

            Ao sair da residência, ele deu de cara com um apertado beco escuro e sujo com uma única saída.

            O militar seguiu o trajeto e, ao dobrar duas esquinas à direita, reencontrou o assassino, só que dessa vez era ele quem tinha problemas.

            Daniel lidava com dois infectados.

            - SOCORRO! SOCORRO! – implorava ele, correndo dos dois monstros que o seguiam.

            E a perseguição recomeçou.

            Isaac, Daniel e os dois infectados correram vários metros por entre as vielas claustrofóbicas com a grossa chuva batendo em suas faces.

            Até que chegaram a uma das ruas principais, mais espaçosa.

            Ao dobrar à esquerda na rua, dois tiros foram disparados.

            “BANG, BANG!”

            Um dos infectados morreu instantaneamente e o outro foi atingido na perna.

            Luiz tinha feito aquilo.

            Agora eram somente os três.

            Cara a cara.

            E Isaac não teria piedade daquele psicopata.

            - Mano... por favor... eu tenho esquizofrenia! Pelo amor de Deus, cara... não faz nada comigo! – pedia desesperadamente Daniel, com as mãos para o alto.

            - Como você tem coragem em implorar a Deus? Como você pôde fazer uma coisa dessas? Ela era uma criança INDEFESA! SEU FILHO DA PUTA! ELA ERA UMA MENININHA QUE NUNCA FEZ MAL A NINGUÉM, PORRA! – urrou Isaac, segurando firme a pá com as duas mãos.

            O militar estava tão vermelho que parecia que iria explodir de raiva.

            - Eu não quis... simplesmente enlouqueci e vi a merda que aconteceu... ela... ela não teve culpa, mas eu sou doente... por favor, me entenda!

            Luiz aproximou-se dos dois sobreviventes e disparou na cabeça do infectado que estava no chão, ainda vivo e baleado na perna.

            O monstro finalmente parou de se contorcer.

            - O que vamos fazer, Isaac? – perguntou Luiz Araújo, apontando a arma para Daniel.

            Isaac estava a alguns metros do assassino.

            Ele olhou aos arredores e viu que tinham várias casas abandonadas como de costume, mas uma delas estava com a porta aberta e não era protegida por muros.

            - Você vai fazer nada. Simplesmente vai garantir que ninguém nos interrompa... – falou Isaac, extremamente frio.

            Ao ouvir isso, Daniel caiu no choro.

            - POR... POR FAVOR... EU NÃO QUERIA... MATAR A MENINA! SIMPLESMENTE... ACONTECEU! – choramingava ele, entre soluços.

            Isaac caminhou até o psicopata e deu um soco no rosto dele.

            Depois disso começou a arrastá-lo pelos cabelos até chegar dentro da pequena casa de porta aberta e sem muros.

            - NÃÃÃÃÃÃÃÃO... NÃO! POR FAVOR! ME DEIXA IR EMBORA! EU NUNCA MAIS APAREÇO NA FRENTE DE VOCÊS DOIS! – implorava ele, se debatendo enquanto era arrastado pelo forte militar.

            - Luiz... eu vou fechar a porta. Você fica do lado de fora... não tente interromper. – disse Isaac, jogando Daniel no canto da parede da pequena salinha escura.

            - Você não acha que deve...

            - NÃO INTERROMPA! DE JEITO NENHUM, TÁ BOM? – ameaçou Isaac, segurando a pá com tanta força que parecia que iria quebrá-la ao meio.

            Luiz acenou com a cabeça e sentou-se na pequena escadaria da entrada da residência.

            “BAM!”

            Isaac fechou a porta com força, e agora era somente ele e Daniel naquele lugar.

            O soldado e o assassino.

            “PENSE BEM... VOCÊ NÃO QUER CARREGAR ISSO NAS COSTAS! NÃO ME MATE, MANO! DEIXE EU IR EMBORA! EU PROMETO NUNCA MAIS VOLTAR!” dizia Daniel, com o som da voz abafado pela porta fechada.

            “Tarde demais... o que você fez é imperdoável... comece a rezar.” disse Isaac, com frieza.

            “CLANG! CLANG!”

            O barulho da pá batendo no corpo de Daniel era assustador.

            Isaac provavelmente estaria usando de toda a sua força para agredir o assassino e estuprador de Milena.

            - Meu Deus... o que está havendo com esse mundo? – indagou Luiz Araújo para ele mesmo.

            “CLANG! CLANG! CLANG!”

            As pancadas não cessavam.

            Os únicos sons que saíam de lá de dentro era esse e o dos gritos de dor de Daniel.

            “VOCÊ A MATOU! VOCÊ A MATOU! ELA ERA JOVEM! MILENA TINHA SOMENTE DEZ ANOS! VOCÊ A MATOU ENQUANTO ESTÁVAMOS SE FUDENDO PARA DEFENDER O CONDOMÍNIO DOS INFECTADOS! SEU BOSTA! SEU BOSTA!” gritava Isaac, enquanto agredia o psicopata.

            O barulho que as pancadas fazia foi diminuindo aos poucos, e os gritos de Daniel cessaram.

            Ele tinha morrido.

            Luiz não suportou mais ouvir aquilo.

            Ele afundou a cabeça entre as próprias pernas e começou a chorar.

            O mundo estava perdido.

            Talvez não tivesse mais como recuperar a humanidade das pessoas.

            A única coisa que Luiz Araújo pensou em fazer foi em tapar os ouvidos e deixar as lágrimas rolarem.

            Definitivamente tudo tinha mudado.

        A água da chuva se misturou com as lágrimas do rapaz de uma forma parecida como o bem e o mal tinham se mesclado naqueles novos tempos.

            Ninguém mais sabia a definição do certo e do errado.

            Agora só existia a definição de viver ou morrer.


Notas Finais


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