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História Algo a Temer - A Sucumbência


Escrita por: LFAL

Notas do Autor


Boa leitura ^^

Capítulo 3 - A Sucumbência


- Capítulo Três

 

“A Sucumbência”

 

 

 

       

Luiz entrou no condomínio com seu Siena e estacionou-o na garagem de sua casa.

O condomínio estava praticamente abandonado.

Das mais de quarenta casas que tinham, a maioria dos moradores tinham ido embora para cidades maiores como Recife, Maceió e Caruaru.

Todas as estações de rádio, todos os canais televisivos e qualquer meio de comunicação aconselhavam que os cidadãos não saíssem de casa, pois a epidemia estava aumentando a cada minuto.

Os conselhos do ministério da saúde e da OMS não serviram pra nada, pois, sempre diziam que estava tudo bem, e na realidade isso só contribuiu para desinformar a sociedade e fazer com que os riscos de contágio fossem ignorados.

Os canais de televisão entraram em colapso, somente uma programação repetível passava durante o dia inteiro falando: “Fiquem em suas casas, cuidem das suas famílias, não saiam a não ser se for uma emergência, e em caso de contágio, procure um posto de saúde próximo. Deus abençoe vocês! Brasil: um país para todos!”, e quando não era isso, passavam comerciais o tempo inteiro.

A pandemia estava assolando o mundo, pois para fazer a mídia cair era necessário algo muito sério estar acontecendo.

As estações de rádio também estavam com problemas, e a internet caiu de vez.

— Como é seu nome? — Perguntou Isaac à garotinha aterrorizada, que descia do veículo.

— Meu nome é Milena Alcântara. Eu tenho dez anos, e meus pais moram aqui em Palmares, no centro da cidade! — Respondeu Milena, ainda tremendo.

— Fique tranquila... eu... eu tentarei localizar seus pais o quanto antes... só não posso prometer que... que eles...

— Eu sei o que você quer dizer, não sou idiota! Meus pais podem ter morrido... eu só... só não quero pensar nisso... — Disse ela, desabando no choro.

— Milena... eu realmente vou tentar encontrar seus pais. Se servir de consolo eu sou um Sargento do Exército. Farei de tudo para poder saber o que aconteceu com eles pelo seu bem, confia em mim? — Isaac realmente estava pensando em ir à cidade, e isso assustou Luiz.

— Isaac... eu não sei se é uma boa ideia, você viu como as coisas estão por lá, está tudo perigoso! — Lembrou ele, apontando para fora.

— Cara... discutiremos isso depois, amanhã talvez. Mas agora precisamos reunir as pessoas daqui e... sei lá... procurar um lugar seguro... eu definitivamente não sei o que fazer! — Argumentou Isaac, passando a mão na cabeça.

— Bem pessoal, primeiro vamos entrar na casa e fazer uma contagem dos suprimentos, depois vocês pensam no próximo passo! – Falou Carla, a mulher que estava com eles.

Luiz acenou com a cabeça e trancou o carro depois de todos terem entrado em sua casa.

Ele mostrou cada cômodo da residência para os novos membros do “grupo” e levou alguns colchões antigos que tinha no guarda-roupa de seu quarto para o quarto de hóspedes.

Isaac e Milena ficaram agradecidos pela hospitalidade dele.

Carla dormiria no chão do quarto em um dos colchões, Isaac em outro e Milena na cama de solteiro que tinha lá.

Depois de definido os dormitórios, Luiz pediu para que Milena e Carla fizessem uma lista de suprimentos que continham na casa enquanto que ele e Isaac iriam procurar por mais pessoas dentro do condomínio e também por novos mantimentos.

...

 

— Bem... o que você está fazendo nesse fim de mundo? Você é um militar, não é? — Perguntou Luiz, caminhando lentamente junto com Isaac, tocando a campainha ou batendo nas portas de casa por casa e procurando por pessoas.

— Eu estava viajando. Meu destino era Recife, meus pais moram lá. Eu morava em Garanhuns antes de toda essa merda acontecer. Caralho... tudo se perdeu em questão de dias! Ainda não consigo acreditar que o governo sucumbiu e que os militares não entraram em cena. O que será que está acontecendo mundo afora? Cadê os reforços? Cadê todo mundo? — Ele tinha razão. A merda tinha batido no ventilador muito cedo, em menos de uma semana a vida de todos mudou.

— Eu não sei se você percebeu, mas... foi a doença. Eu tenho certeza! Toda a mídia mundial falava sobre o Lyssadyceps! E de repente os mortos começaram a voltar agressivos! A OMS e o nosso governo dizendo direto para nos acalmarmos e olha só no que deu? Aposto que os testes com vacinas e tratamentos falharam... mas porque não disseram mais nada? A única coisa que o rádio diz é: “não saiam de casa e em qualquer sintoma de contágio, procure por um posto de saúde urgente”, eu realmente não creio que nossa civilização foi destruída, acho que devemos esperar algumas semanas pra ver se o exército vai agir ou se seremos resgatados! Enquanto isso acho que devemos esperar aqui, na minha casa, junto com o máximo de pessoas que encontrarmos. Outra coisa que devemos fazer é procurar suprimentos! Deus me perdoe, mas... se as coisas não melhorarem em pouco tempo, teremos que roubar comida dessas casas vazias... — Falou ele, com uma expressão séria.

— Eu entendo e não vou te julgar, Luiz. Só creio que não devemos fazer isso tão cedo. Se essas pessoas não voltarem para as suas casas em dois dias, aí sim teremos uma boa razão para saquear as casas...

Isaac tocou a campainha da terceira casa e alguém respondeu.

“ESTOU INDO!”

Eles entreolharam-se surpresos.

A porta da frente rangeu e abriu-se rapidamente.

— Oh... olá! O que posso fazer por vocês? — Perguntou uma mulher, fingindo não estar nervosa.

Ela era branca, cabelos longos e pretos como a noite, estatura baixa e magra.

Claramente era descendente de japoneses, mas não tinha os olhos tão puxados assim.

— Sim, é que... nós dois estamos reunindo as pessoas para ter uma reunião de emergência, além disso eu creio que estaremos mais seguros em grupo do que separados nessas imensas casas. O que me diz? — Indagou Luiz, tentando soar agradável.

— Graças a Deus! Eu estava começando a achar que estava sozinha, até que escutei o barulho do motor de um carro. Vocês viram o que aconteceu com os canais de televisão? O que realmente está havendo? É verdade sobre os boatos de que os doentes estão agressivos? Eu... eu... desculpem... eu tagarelo muito quando estou nervosa... — Disse a mulher, que vestia uma calça jeans preta, uma camisa de botão vermelha e uma sapatilha.

A casa em que ela morava era uma das menores do condomínio. Atraente, porém não tão segura, pois o muro era baixo, sem cerca nem nada.

— Sim... os doentes estão atacando as pessoas. Não sabemos muito bem o que está havendo, mas parece que não tem mais exército, nem polícia. Estamos por conta própria. Além disso, nós dois quase não sobrevivemos ao ataque de alguns deles, está realmente perigoso lá fora. — Afirmou Luiz, tentando ser o mínimo assustador possível, mas sem sucesso.

— Ah meu Deus... eu não... eu preciso falar com meus pais! Eles moram em Maceió! Mas a área de nenhum celular pega... e agora?

— Moça... eu lamento. Todos nós queremos a mesma coisa que você, porém não é possível no momento. Por favor, junte-se a nós e vamos pensar em alguma coisa... vamos nos manter seguros por enquanto! — Pediu o rapaz, conseguindo convencê-la.

— Sim... claro! O melhor a se fazer nesses momentos é esperar! Se Deus quiser tudo vai voltar ao normal! — Nesse momento Isaac e Luiz se olharam de uma maneira triste, pensando na mesma coisa: que se o que eles viram estava acontecendo também no resto do mundo, então a possibilidade de tudo voltar ao normal era quase nula.

— Isaac? Leve ela de volta até a minha casa, por favor. Eu vou procurar mais pessoas enquanto isso. Só não se esqueça de voltar pra me ajudar! — Falou Luiz, dando um tapinha amigável no ombro do outro rapaz.

— Ok, volto em um instante, vamos lá... é... como é seu nome mesmo?

— Desculpe, eu não sou tão boa em conhecer novas pessoas. Me chamo Amanda Nakamura, moro aqui de aluguel, e sou médica. Trabalho no Hospital Regional daqui, sou solteira e morava com meus pais antes de me formar e... ah... meus pais... eu daria tudo para tê-los agora... — Respondeu ela, começando a lacrimejar.

— Não tire conclusões precipitadas, vamos esperar! Eu tenho certeza que o governo vai tomar alguma atitude quanto a isso! Primeiro vamos reunir todos que moram aqui em um local só e ter uma reunião! Depois a gente vê o que acontece, tudo bem? — Disse Isaac, tentando acalmar a moça.

— Sim, sim... obrigada! — Agradeceu Amanda, que enxugou as lágrimas com o punho.

— Me chamo Isaac, qualquer coisa que precisar pode dizer a mim ou a Luiz. Fique tranquila quanto a isso.

Amanda deu um pequeno sorriso e caminhou junto com Isaac de volta para a casa em que estavam Carla e Milena.

...

 

As ruas do condomínio eram relativamente seguras.

O muro ao redor do local era forte, mas não tão alto quanto deveria ser.

O que eles tinham ali era bom, pois em quase nenhum outro canto de Palmares existia um local bem murado e com tantas casas assim.

Luiz continuou seu trajeto sozinho, tocando as campainhas das casas à procura de novas pessoas.

Ele adorava fazer planos.

Nesse exato momento já estava pensando no futuro.

E se o governo realmente tivesse sucumbido?

E se eles tivessem que morar ali e sobreviver a cada dia?

Se os infectados invadissem aquele lugar?

Simplesmente ele não poderia deixar isso acontecer, e se sentia na obrigação de formular planos de aumentar a segurança não só de sua casa, mas do condomínio por inteiro.

Luiz sabia que quanto mais pessoas conseguisse reunir, mais seguro ele estaria e o pessoal também.

Pela primeira vez ele conseguia sentir medo e felicidade ao mesmo tempo.

Felicidade porque nunca antes tinha visto tantas pessoas juntas morando na sua casa, e medo porque a ocasião que reuniu essas pessoas era muito perigosa.

Ele tinha que se lembrar do que viu no centro da cidade.

Luiz sabia lá no fundo que nunca mais as coisas seriam as mesmas.

Nunca mais ele iria para o trabalho, nunca mais comeria naquele restaurante, nem sabia quando veria Paulo de novo e muito menos se veria.

O medo começou a assolar sua cabeça, e ele tentou combatê-lo.

“Não Luiz... não deixe que isso te enlouqueça, somente faça o combinado e volte para casa!” Pensou ele, afastando ideias ruins.

“DING DONG”

Essa era a décima oitava campainha que ele tocava, e pela segunda vez obteve alguma resposta.

“JÁ VAI!” Gritou uma mulher com voz rouca de dentro da casa.

Ela abriu a porta com cautela e uma expressão preocupada.

— Quem é você? — Perguntou ela, que aparentava ter uns sessenta anos de idade.

A senhora era negra, cabelos encaracolados e curtos, acima do peso e muito suor escorria do seu rosto.

Não era pra menos, já que fazia muito calor mesmo com o sol se pondo.

— Olá, senhora! Chamo-me Luiz Araújo e estou aqui para... convidar você e todos que moram contigo pra uma reunião na minha casa! Como todos bem sabem, estamos passando por um momento crítico. A mídia caiu junto com a internet e o rádio só tem a mesma programação. Nós não sabemos de nada que está acontecendo no mundo e... — A mulher o interrompeu bruscamente.

— Eu sei o que está acontecendo. É aquela doença, não é? Lyssa alguma coisa! Eu não me importo se as pessoas estão morrendo e voltando com sede de sangue! Preciso de ajuda para meu marido! Ele é hipertenso e está se sentindo mal desde essa manhã! Só me diga que tem como ajuda-lo que eu irei para onde você disser! — Disse ela, quase que implorando.

— Tudo bem, tem uma médica lá. Eu falarei com ela para ajudar seu marido! Agora vamos para minha casa antes que escureça por completo! Já são seis horas e ninguém sabe quando a energia cairá!

Luiz entrou na casa da senhora e encontrou seu marido deitado no sofá.

Ele era um homem grande e um pouco gordo. Deveria ter uns cinquenta anos de idade. Tinha cabelos e barba grisalhos e definitivamente não estava bem.

O homem suava muito e estava com a mão direita sob o peitoral, como quem estava prestes a ter um infarto.

— Vamos logo para a minha casa! O senhor consegue andar ou prefere que eu traga a médica até aqui? — Indagou Luiz, preocupado com ele.

— Está dizendo que eu sou incapaz? Eu consigo andar sim, seu idiota! Maria... quem é esse homem e o que ele faz aqui? — A ignorância do velho assustou Luiz.

— Primeiramente calma! Eu estou aqui para ajudar, você quer ter um infarto? Não se estresse desnecessariamente! Eu vou chamar Amanda até aqui e ela cuidará de você!

— Não! Eu prefiro andar devagar até lá! Me leve até lá, moço! — Pediu o homem, levantando do sofá com cautela.

— Perdoe meu marido, ele viveu a vida inteira no engenho de seu pai e nunca aprendeu os bons modos! Meu nome é Maria Antônia e ele se chama Carlos Nogueira. Agora eu vou trancar as portas e andaremos até sua residência. E senhor... muito obrigado por oferecer ajuda a nós dois! Iremos recompensar como quiser! — Agradeceu Maria, com um jeito bondoso.

Luiz sorriu timidamente e guiou Carlos e sua esposa até sua casa.

Ao chegar lá, encontrou Carla desenhando junto com Milena (o que era uma atitude louvável, pois a menina perdeu tudo e precisava ocupar a mente), Amanda escrevendo alguma coisa em um papel e Isaac colocando a sua pistola na parte de trás da calça.

— Luiz... eu já ia procurar por você! Que bom que encontrou novas pessoas! — Disse ele, dando as boas-vindas ao casal.

-— Eu quero saber onde está a médica que ele falou! Estou prestes a ter um infarto aqui! — Ao terminar de falar isso, os olhos de Amanda esbugalharam-se em direção ao homem.

— Eu sou a médica! Vou correndo na minha casa pegar alguns dos meus apetrechos para analisar sua situação. Não sou cardiologista, sou clínico-geral, porém posso sim ajuda-lo! — Afirmou ela, dando um sorriso meigo.

— Só faça isso rápido! Estou prestes a morrer aqui, porra!

Maria aparentava estar envergonhada pela ignorância de seu marido, mas era compreensível ele agir assim, pois o medo de enfartar deveria estar subindo à cabeça dele.

Isaac veio até Luiz, andando calmamente.

— Está anoitecendo, acho que deveríamos tocar mais uma ou duas campainhas e voltar para sua casa. Temo que possamos encontrar alguns daqueles maníacos dentro dessas casas. E com a noite chegando... creio que o melhor a se fazer é descansar e recomeçar amanhã! – E ele tinha razão, não poderiam ficar dando bobeira por aí, os infectados ao redor iriam acabar escutando.

— Beleza, Isaac. Vamos nos dividir pra ser mais rápido. Você vai pela direita e eu continuo pelas casas à esquerda. Já conferi dezoito casas, vou para a décima nona e volto aqui. Combinado?

— Combinado. Irei conferir mais duas e volto. Boa sorte! — Recomendou Isaac.

...

 

Luiz chegou à décima nona casa e tocou o interfone dali.

Não obteve nenhuma resposta.

Quando ele já estava se movendo para a próxima residência, alguma coisa de vidro se quebrou no interior.

“TRINK”

— Olá? Alguém em casa? — Chamou ele, sem ter resposta.

De repente outro barulho atraiu a atenção de Luiz.

Alguém bateu em uma mesa ou algo de madeira lá dentro.

Ele não conseguia enxergar o que estava acontecendo, mas precisava conferir se tinha alguma coisa na casa.

O muro era bastante alto e tinha cerca elétrica. Provavelmente estava ligada e Luiz não queria tentar a sorte tocando naqueles fios.

Ele tentou girar a maçaneta e para a sua surpresa a porta se abriu.

A indecisão pairou sobre sua mente.

Entrar ou não entrar?

Porém a curiosidade venceu.

— Olá? Alguém aí? Eu não sou um assaltante! Somente vim oferecer ajuda! — Disse Luiz, em um tom levemente alto.

Nenhuma resposta novamente.

O rapaz continuou entrando na residência, desarmado e temendo pelo pior.

Em filmes e séries, quando alguém fazia isso ou acabava morto, ou tomava um baita susto.

“Não desista agora! Não desista agora! Você precisa saber o que tem aqui!” Pensava ele incessantemente.

Luiz entrou pela porta principal da casa, vendo um longo corredor com duas portas na parede esquerda e uma entrada à direita, que provavelmente daria na sala.

Estava tudo muito escuro e outro barulho foi feito lá dentro.

Agora as mãos dele começaram a tremer.

“Puta que pariu, eu vou me arrepender disso!”

Luiz cerrou os punhos e continuou entrando, mesmo contra sua vontade.

Ao dobrar à direita, ele encontrou uma sala escura, vazia e espaçosa, com dois sofás, uma televisão grande e uma estante de livros. Além disso, tudo estava revirado: muita poeira, lixo pelo chão, filmes espalhados, vidros quebrados, cadeiras arrebentadas e entre outros objetos bagunçados.

Novamente um barulho de alguma coisa batendo em madeira ecoou da cozinha, que estava com a porta entreaberta e ficava no final da grande sala.

Ele caminhou devagar até o local e abriu a porta com cuidado.

— Se... Senhor? — Chamou Luiz, ao encontrar um homem de costas para ele e encarando a parede.

Estava tudo muito escuro, realmente não dava para enxergar o rosto do homem.

Mas de uma coisa Luiz tinha certeza: ele fez merda.

O homem era um dos infectados, e rosnou ao perceber a presença do sobrevivente ali perto.

 PUTA MERDA! — Xingou Luiz, assustando-se.

O maníaco pulou em cima da mesa da cozinha e se jogou violentamente contra ele, derrubando-o.

— CARALHO!

O escuro atrapalhava tudo, e a única coisa que Luiz fez foi se levantar e correr, porém no meio do caminho da sala até o corredor tinham capas de DVDs espalhados pelo chão.

“SWISH”

Luiz pisou em uma das capas e escorregou, caindo de rosto no chão.

O infectado ganhou tempo o suficiente para ir até ele e tentou segurar sua perna para mordê-lo.

— SOLTA PORRA!

Luiz deu um soco no rosto do doente, que o fez recuar.

Mas rapidamente o louco se recompôs e pulou em cima dele de novo.

O monstro estava incontrolável, ele atacava sem parar e acertou vários murros no rosto de Luiz, abrindo o supercílio dele.

A noite tinha chegado e a escuridão só atrapalhava a batalha entre os dois.

O infectado atacava de qualquer modo e o rapaz não sabia o que fazer.

Luiz pegou um jarro que tinha do lado da estante de livros e acertou em cheio da cabeça do louco.

“ARGH...”

O maníaco recuou com a pancada e o jarro de vidro espatifou-se em vários pedaços.

 FILHO DA PUTA! — Esbravejou o sobrevivente.

Luiz aproveitou a brecha que teve e partiu para cima do infectado.

Um, dois, três, quatro socos na cabeça do maníaco, e mesmo assim ele não cedia.

“THUD”

Em milésimos de segundo o louco conseguiu revidar com um golpe no meio do nariz de Luiz, quebrando-o na hora.

O sangue escorria sem parar, mas a adrenalina não deixava o homem sentir nada.

Ele só pensava em uma coisa: sobreviver, e se parasse de bater significava o fim de sua vida.

Depois de vários murros no rosto, o infectado finalmente recuou, agachando-se.

O homem teve menos de um segundo para pensar e correu de volta para a cozinha.

O louco o seguiu desesperadamente.

Luiz Araújo entrou na cozinha, mas antes que pudesse reagir, levou um golpe desgovernado na boca do estômago e caiu em cima da mesa.

O monstro continuou batendo desesperadamente, como alguém que não sabia lutar, porém extremamente agressivo.

— ISAAC... — Chamou Luiz, procurando por ajuda, mas sem ter resposta.

Durante a pancadaria, ele rolou para o chão e conseguiu alguns milésimos de segundos para recuperar o fôlego.

No exato momento que Luiz caiu no chão, avistou uma faca perto do armário que estava debaixo da pia.

Ele arrastou-se até o objeto enquanto que o monstro descontrolado arremessava a mesa para o lado à procura de sua presa.

A mão de Luiz alcançou a faca de serra no exato momento em que o infectado chutou suas costas.

“AGH...”

Aquela pancada definitivamente deveria ter trincado algumas costelas.

Quando ele se virou encarar seu agressor, o maníaco pulou em cima de seu corpo, acreditando que iria matar o rapaz.

— FILHO DA PUTA! — Gritou Luiz, ao enfiar a faca com força na barriga do maníaco.

“SWIP”

A facada feriu gravemente o monstro, fazendo com que ele perdesse todas as suas forças antes de golpear novamente.

Luiz não se controlou e desferiu várias facadas no peito do infectado, derrubando-o no chão.

O sobrevivente levantou-se o mais rápido que pôde e mudou a situação daquela batalha.

O último e fatal golpe atingiu o pescoço do infectado, entrando até ter de fora somente o cabo de madeira da faca de serra.

— Merda... merda... eu preciso... sair daqui... — Disse o rapaz, que estava seriamente machucado.

Ele ainda conseguiu se levantar, mas antes que chegasse à entrada do corredor, desabou com tudo no chão.

Seus olhos foram fechando lentamente.

O sangue não parava de sair de seu nariz quebrado.

Luiz não tinha mais forças para voltar pra casa.

Sua consciência foi se esvaindo e ele desmaiou.

           

           

 


Notas Finais


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