História Alguém Individual - 1.2 Rodear e sufocar

As noites, são os meus melhores momentos, posso respirar sem ter medo, segura dentro do meu quarto, sozinha.

Pois de dia posso sentir e ouvir aquela voz dentro da minha mente dizendo o quanto todos me odeiam e sentem pena, sendo obrigados a fingir gostar de mim, sorrindo apenas por sorrir, me sentindo sozinha mesmo rodeada e sorrindo o tempo todo, mesmo estando perto de pessoas que gostam da minha presença, posso ouvir a voz na minha cabeça dizendo, que eu fui acolhida no grupo porque não tinha outra pessoa para colocar, que a pena foi grande o suficiente e que eu não importo tanto assim, que ninguém nunca vai pensar,

  Que bom que esta aqui! Senti sua falta, pra onde foi?

Sendo sempre um fardo, com as pessoas pensando, quanto tempo mais vou ter que lidar com isso, sem nunca dizer o que está preso dentro de você a elas, por que mesmo no fundo você sabendo que elas se importam, você tem medo de ao falar tudo se confirmar o que você acha, porque pra você, ninguém se importa o suficiente pra ver que está sendo consumida aos poucos pelo veneno em sua mente que todos os dias te mata um pouco.

Mas ninguém sabe, porque por fora, você parece  sempre ter o controle emocional inabalável, sendo forte e egoísta, sem precisar de ajuda, quando tudo o que você mais quer é gritar por socorro, pois a todo momento a mentira que você conta pros outros te prende dentro de você e você se mata um pouquinho a cada choro preso, a cada frase sua, a cada “nada, ta tudo bem” você se mata afogada em si mesma, mas sem nenhuma lagrima.