Sentada na mesa da Grifinória, Hermione remexia na comida que estava em seu prato com o garfo, ela era uma das poucas pessoas que já haviam acordado e estavam no Salão Principal para tomar o café da manhã, deu um suspiro apoiando o cotovelo na mesa e olhou para a mesa das outras casas e sem querer seu olhar se deparou com o loiro sentado na mesa da Sonserina, era Draco. Mesmo sem encara-lo pode perceber que o olhar dele era perturbado, seu semblante parecia mais cansado do que o dela, ele aparentava estar desconfortável.
Ao ouvir as vozes de Harry e Ronald, Hermione olhou-os tirando a atenção que estava no loiro da casa rival.
- Bom dia! – Exclamaram Harry e Ronald ao mesmo tempo ao se aproximarem mais da amiga, se sentaram em frente a ela, logo depois começaram a se servir.
- Bom dia. – Respondeu Hermione sem muita emoção na voz e em seguida bocejou.
- O que foi Mione, não dormiu bem? – Perguntou Harry após beber um gole de seu suco de abóbora.
- Na verdade mal dormi, tive pesadelos. – Ao responder, a garota deu de ombros e passou as costas das mãos pelos olhos ela resolveu mudar de assunto, não queria compartilhar com ninguém os seus pesadelos. – Então quando começam os treinos de quadribol?
- Amanhã á tarde. – Respondeu Ronald enquanto atacava seus ovos mexidos.
Alguns minutos depois quando terminaram de tomar o café os três saíram do Salão Principal e seguiram para a primeira das muitas aulas que teriam aquele dia: História da magia com a Corvinal.
Draco ficou acompanhando o trio de ouro com o olhar enquanto saiam do Salão Comunal ele apertava com força o garfo na mão e quando se deu conta disso largou-o raivosamente sob a mesa produzindo um alto barulho que atraiu a atenção de alguns alunos mas ele não se importou. Pouco depois que os três saíram Blásio Zabini entrou e se sentou ao lado de Draco.
- Bom dia. – Disse Blásio se servindo.
- O que tem de bom? – Respondeu Draco com um tom de voz amargurado.
- Alguém acordou com o pé esquerdo. – Murmurou Blásio enquanto comia um pedaço de sua torrada.
- O que você disse? – Draco agora olhava com os olhos semicerrados para o amigo.
- Nada, nada não. Cara você tem que relaxar, ainda é a primeira semana de aula e você já está desse jeito? – Disse Blásio enquanto mastigava.
Draco ficou em silêncio após ouvir o amigo, ele podia sentir o peso de carregar a marca negra em seu braço e deu um suspiro.
- Vamos, a aula já deve ter começado. – Blásio se levantou desanimado, Draco assentiu com a cabeça e se levantou logo após o amigo, ambos saíram do Salão Principal e seguiram para a primeira aula.
O dia passou bem lentamente, mas já estavam no final da ultima aula do dia. Draco ficou olhando para a janela perdido em seus próprios medos e pensamentos. Quando a aula de adivinhação finalmente acabou ele se despediu de Blásio, o amigo ia treinar para o quadribol, já ele não se importava mais com o jogo, tinha assuntos mais importantes para tratar.
Foi o ultimo a se dirigir a saída da sala, mas antes que pudesse fazer isso sentiu alguém agarrar seu braço direito e quando olhou para trás se deparou com a professora Trelawney olhando assustadoramente para ele.
- Mas o que... – Ele começou a dizer, mas foi interrompido pela professora com uma voz que causou arrepio ao loiro.
- O escolhido pelo Lorde das trevas vai ter o coração despertado por aquela que possui a lontra como patrono, mas no final ele terá que escolher entre dois caminhos. Duas opções uma só escolha.
Trelawney parou de falar, fechou os olhos e abriu-os em seguida soltou o braço de Draco e olhou com curiosidade. – Perguntou alguma coisa querido?
Ele a encarava com completa confusão. - N-n-não. – Draco gaguejou enquanto se afastava rapidamente da professora e se dirigia a saída da sala tropeçando nos próprios pés. Ao sair da sala andou apressadamente pelos corredores sem um rumo certo, passando a mão pelo cabelo ele tentava organizar seus pensamentos. Será que aquela louca profetizou realmente alguma coisa? Se sim era realmente sobre ele? As palavras ecoavam intensamente na sua cabeça e ele tentava organiza-las. Uma só escolha. Coração despertado. Lontra... Mas quem diabos têm a lontra como patrono? Ele sequer se lembrava.
Draco teve seus pensamentos perdidos quando esbarrou com força em uma pessoa, inevitavelmente ele parou e olhou para quem havia atrapalhado e quando fez isso seus olhos se depararam com olhos castanhos, era Hermione Granger.
- Mas que droga, Malfoy! Você não olha por onde anda? – Ela já havia se agachado e recolhia os livros que haviam caído de suas mãos quando se esbarraram.
Nervoso ele chutou um dos livros para longe e ficou olhando-a de cima com um olhar de nojo em absoluto silêncio. Hermione ao ver o que ele havia feito se levantou e olhou-o. – Qual é o seu problema garoto? Não cansa de ser desprezível?
- Como você ousa dirigir a palavra a mim? Sujeitinha de sangue ruim. – Ele olhava com desprezo bem no fundo dos olhos dela enquanto se aproximava. Inicialmente Hermione sustentou o olhar, mas depois começou a ficar com receio quando ele começou a avançar sobre ela com ódio estampado em seu rosto. Ela começou a se afastar até bater com as costas contra a parede. Draco colocou a mão em um dos braços da garota com força e apertou-o. – Em breve você e os seus amigos vão se arrepender de terem nascido e eu pessoalmente vou ter o prazer de exterminar a sua raça nojenta, começando por você.
O loiro soltou a mão do braço da castanha que o olhava assustada mas se esforçava ao máximo para tentar não transparecer o medo. Por fim ele se afastou, chutou o livro mais para longe, virou um corredor e sumiu de vista.
Hermione voltou a respirar quando Draco virou o corredor, lágrimas escorriam pelo seu rosto, mas ela limpou-as com as costas das mãos depois de alguns minutos se recompôs, pegou o restante dos livros e andou rapidamente até a torre da Grifinória. ‘’- Vou ter o prazer de exterminar a sua raça nojenta, começando por você.’’ As palavras dele tomavam conta de seus pensamentos enquanto ela andava e não pode evitar de sentir um tremor percorrer seu corpo, jamais havia ficado com tanto medo de Draco Malfoy em toda sua vida até aquele dia. Naquela noite ela teve o pior pesadelo de todos.
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