História All Of The Stars - A carta

Já era tarde do dia seguinte daquele fatídico dia, Hermione havia ido para uma sala vazia desde a noite do dia anterior e até agora não havia tido forças nem vontade de sair dali tão pouco queria a companhia de alguém.

Ela tentava compreender tudo que havia acontecido, o porquê de Draco fazer aquilo, tentava encontrar na sua memória qualquer resquício que indicasse que ele de fato era um comensal, mas não conseguia, aquela altura ela já questionava se alguma vez ele havia sentido alguma coisa por ela, no final já achava que ele havia feito aquilo tudo pra descobrir mais sobre Harry. Ela abraçou os joelhos e fechou os olhos quando ouviu a porta da sala sendo aberta.

- Rony, por favor, eu já disse que quero ficar sozinha. – Ela falou com um tom de voz sufocado.

- Não é o Ronald. Sou eu. – Falou Blásio se aproximando mais da garota e se sentou ao lado dela, ela levantou a cabeça e olhou para Blásio com ódio.

- Veio aqui se divertir com o sofrimento que o seu amigo me causou? Anda pode correr e ir contar pra ele que foi bem sucedido. – Ela falou rispidamente.

Blásio deu um suspiro. – Hermione, eu sinto muito por isso tudo e tenho certeza que o Draco também.

Hermione deu uma risada debochada ao ouvir o Sonserino. – Zabini, por favor, eu já estou acabada não precisa mentir.

- Só me ouve tá? – Pediu o rapaz. – Eu sei que você está sofrendo muito, eu entendo que você deve estar se sentindo usada, mas eu posso te garantir, o Draco te ama de verdade. Ele lutou muito contra o que sentia por você, mas por fim ele acabou aceitando, Hermione... Eu conheço o Draco desde que éramos pequenos e eu posso afirmar, eu nunca o vi olhar para alguém da forma como te olhava, eu nunca o vi se importar tanto com alguém como se importa com você, eu nunca o vi sorrir da forma como ele sorria quando te olhava.

- Realmente nós temos conceitos bem diferentes do que é amor. Ele fez com que eu me apaixonasse por ele, que eu o amasse, enquanto isso ele fazia parte do exercito de Voldemort, planejava a morte de Dumbledore e sabe-se lá quantas mais. – Falou Hermione reprimindo um choro.

Blásio ficou em silêncio ao ouvi-la, não tinha como defender o amigo contra aquelas acusações, ele deu um suspiro profundo. – Você tem razão. – Ele falou se levantando. – Ele foi um covarde, mas mesmo assim, afirmo, ele te ama, ele deve ter os motivos dele pra fazer isso.  – Zabini fez uma pausa. – Espero que você fique bem Granger, de verdade. – Após dizer ele se dirigiu a porta da sala e saiu.

Motivos.

A carta que Draco havia lhe entregado no outro dia, se agora não era o momento certo ela nem conseguia imaginar qual seria. Se levantou do chão e saiu da sala. Caminhou pelos silenciosos corredores agradecendo por não encontrar ninguém durante todo o trajeto até o Salão Comunal da Grifinória, ao chegar foi para seu dormitório e ficou aliviada por estar vazio.

Pegou o seu malão em baixo da cama, abriu-o e tirou de dentro o envelope, se sentou na beira da cama e com a mão trêmula ela abriu-o vagarosamente de dentro tirou um pedaço de pergaminho, ao desdobra-lo notou a bela caligrafia.

‘’ Hermione,

Se você está lendo essa carta é porque a essa altura eu já terei partido, você deve estar me odiando com todas as forças do mundo agora e te dou toda razão por isso, sou um ser desprezível e como diz o Potter digno de pena.

Não peço que me perdoe, não sou merecedor do seu perdão, só me sinto na obrigação de ter explicar o porquê eu estou fazendo isso.

Não tive escolha, ou fazia o que fui ordenado a fazer ou a minha mãe morria, eu não podia permitir que isso acontecesse. Quando eu voltei para Hogwarts estava seguro que faria isso sem hesitar, mas quando eu comecei a me envolver com você as coisas mudaram drasticamente.

Minha vida sempre foi obscura e triste até você chegar e virar o meu mundo de cabeça pra baixo. Você trouxe luz e paz para a minha vida e eu sou grato por isso pois nunca pensei que eu poderia conhecer esse tipo de sentimento. Você me fez enxergar o mundo de outra forma.

Só Merlim sabe o quanto eu queria ficar com você, queria muito ver seu rosto todos os dias, admirar seu sorriso e até mesmo ouvir as suas broncas, mas agora tudo que eu vou ter de você é o desprezo e as lembranças. Eu mereço isso. Vou olhar as estrelas e te imaginar, todas as noites.

Você pode não acreditar, mas eu te amo e vou te amar eternamente.

Pra sempre seu,

Draco Malfoy. ‘’

Ao terminar de ler a carta Hermione já não conseguia mais controlar as lágrimas que caiam torrencialmente. Odiava Draco por tudo que ele fez, mas se odiava ainda mais por continuar amando-o. Algum tempo se passou até que Hermione finalmente se movimentasse, ela foi em direção ao banheiro levando junto a carta.