História All Of The Stars - Dando uma volta pelo beco diagonal

Draco foi embora na manhã seguinte pouco depois que Harry acordou, não queria ter que se despedir de Hermione por isso nem esperou-a acordar. Ele aparatou em frente de casa e entrou na mansão, como já esperado seu pai estava louco atrás dele depois que os sequestradores voltaram sem ele. Inventou a desculpa que havia sido petrificado por alguém que ele não sabia quem era.

Não sabia se tinha sido muito convincente, mas não se importou nem um pouco, quando Lucio começou a gritar irritado pelo filho ter deixado Harry escapar foi o momento que o loiro deu as costas ao pai e subiu as escadas seguindo para seu quarto.

Quando chegou no local se jogou sobre a cama, colocou o braço sobre os olhos e a primeira coisa que lhe veio a cabeça foi a conversa que havia tido com Hermione, haveria uma hora em que os dois lados iriam se enfrentar, e o que ele ia fazer? O que todos esperavam que ele fizesse ou o certo? Com esses pensamentos martelando em sua  cabeça ele acabou pegando no sono.

(...)

Draco abriu lentamente seus olhos, esfregou o torço das mãos pelos mesmos e se levantou, quando olhou ao redor ficou completamente confuso, estava no beco diagonal, mas diferente de todas as vezes em que havia estado no lugar estava vazio, olhou para os dois lados, mas não viu absolutamente ninguém.

Ao olhar para si mesmo viu que usava uma regata branca e uma calça da mesma cor, notou que a marca negra não estava em seu braço e inevitavelmente sorriu ao passar a mão pelo local.  Olhou ao redor mais confuso do que antes. – Eu morri? – Questionou para si mesmo.

Então começou a caminhar pela rua sem destino certo apenas atrás de qualquer coisa que pudesse lhe dar a mínima pista do que tinha acontecido. Chegava próximo ao Gringotts quando notou uma figura sentada em um banco, a pessoa olhava serenamente para as lojas parecendo estuda-las.

Sem ter muita opção Draco se aproximou do desconhecido meio inseguro sobre seu ato, andou até ele a passos lentos. Quando estava longe não havia reconhecido, mas ao se aproximar mais o rapaz sentiu seus músculos ficarem rígidos e o sangue gelar.

Dumbledore  estava sentado olhando despreocupado para a loja em frente de onde estava, o semblante calmo do ex-diretor só deixou Draco ainda mais frustrado. – Olá Draco. – Falou Dumbledore quando o rapaz já estava próximo o suficiente. – Sente-se.

Sentindo as palmas das mãos suarem, Draco se sentou ao lado do diretor e olhou em direção á loja tentando encontrar o que de tão fascinante havia ali para o homem do seu lado ter fitado aquele local durante certo tempo, mas não encontrou nada fora do comum. Após um tempo incomodo em silêncio, ele pigarreou. – Eu morri? – Questionou Draco se sentindo um tolo.

- Ah não, não. – Respondeu Dumbledore. – Não consegue adivinhar o que é isso?  - Questionou ao rapaz.

Draco olhou ao redor em seguida olhou para o local onde ficava a marca negra e depois olhou para o ex-diretor de Hogwarts, deu um suspiro profundo ao compreender o que se tratava. – É só um sonho, nada disso é real.

- Naturalmente está acontecendo dentro da sua cabeça, mas por que é que isto deveria significar que não é verdadeiro? – Perguntou Dumbledore.

Os dois ficaram em silêncio durante alguns segundos até Draco ter coragem de falar. – Eu sinto muito... Por tudo que tem acontecido. Não queria que as coisas tomassem esse rumo, mas sei que é tarde pra arrependimentos.

- Sabe Draco na vida todos temos um segredo inconfessável, um arrependimento irreversível, um sonho inalcançável e um amor inesquecível. – O diretor deu uma pausa. – Seu arrependimento não vai fazer com que suas escolhas do passado mudem, mas você pode mudar seu futuro.

- Não vejo como meu futuro possa ser mudado. – Murmurou Draco. – Nada de bom está reservado pra mim.

- Pode sim... A não ser que você não queira. – Falou dando um sorriso. – Já parou pra pensar que a escolha na qual a profecia se referia não quis dizer a que você fez, mas sim a uma futura?

Draco franziu o cenho ao ouvir Dumbledore e ficou pensando naquela possibilidade, ia fazer uma pergunta, mas o ex-diretor se adiantou. – Uma vez um amigo me disse um frase: O mundo não é dividido entre pessoas boas e comensais da morte, todos nós temos luz e trevas e nossos corações. O importante e qual o lado que decidimos agir. Tenho certeza que irá fazer a escolha certa. – O homem se levantou e começou a caminhar pelo beco diagonal. – Boa sorte, Draco.

O rapaz se levantou do banco e deu um passo em direção ao diretor que continuava caminhando de costas para ele, mas então não sentiu mais a chão e começou a cair em um vazio profundo, quis gritar mas a voz não saiu.

Draco sentou em sua cama ofegante e todo suado olhou para os lados esperando encontrar qualquer vestígio do beco diagonal ou Dumbledore, mas ele estava em seu quarto. Se levantou da cama passando as costas da mão pela testa, deu um suspiro profundo e foi até a janela. Olhando para o céu nublado sem o menor sinal de luz ficou refletindo sobre seu sonho, havia sido apenas uma ilusão, mas se deu conta de que havia passado tempo demais se castigando quando podia estar agindo.