História All Of The Stars - Expecto Patronum

Era meio da semana seguinte, Draco estava na companhia de Blásio no jardim, o amigo falava, falava e falava, mas ele não havia ouvido uma palavra do que ele dizia. Com as costas encostadas na arvore e seu olhar no lago negro, o loiro refletia sobre as palavras de Trewlaney no outro dia.

 - Eu falei pra você, Crabbe e Goyle são ... – Blásio parou de falar no instante que percebeu que seu amigo não prestava atenção em absolutamente nada do que ele dizia. – Draco? – Perguntou. – Draco! – Falou mais alto a fim de chamar a atenção do amigo.

Quando Draco olhou-o, Blásio voltou a falar. – O que você tem? Tá sempre distraído, tem agido estranho desde que voltamos pra escola... Tem haver com a missão que o Lorde das trevas te deu não é?

Só com aquela menção á Voldemort, Draco sentiu seu corpo estremesser um pouco. – Você sabe que eu não posso falar sobre isso Blás. – Ele voltou a olhar para o lago negro.

 - Sim, eu sei. – Blásio deu um suspiro e ficou arrancando gramas do chão.

- Você acredita que a Trewlaney é vidente ou essas coisas desse tipo? – O olhar dele permanecia no lago enquanto ele falava com o amigo.

Blásio deu uma risada ao ouvir Draco. – Eu acho que ela é uma louca isso sim, aquela mulher é muito estranha, não entendo nada do que ela fala. Mas porque da pergunta?

Draco deu um suspiro profundo antes de responder. – Porque ela teve uma profecia... Sobre mim... Eu acho. No inicio eu achava que era loucura, mas agora eu já não sei o que pensar.

Blásio pareceu analisar a situação antes de falar alguma coisa. – E qual foi a profecia?

- Ela disse que o escolhido pelo Lorde das trevas vai ter o coração despertado por aquela que possui a lontra como patrono e que vai ter que escolher entre dois caminhos... Basicamente foi isso. – Após dizer ele passou a mão pelo rosto como se aquele ato pudesse tirar de sua cabeça aquilo tudo. – O que você acha?

- Abra sua mente, use a visão interior para ver o futuro.- Blásio imitava o mesmo tom de voz da professora. - Isso é besteira, essa mulher é louca Draco, você devia esquecer isso e se concentrar em coisas mais importantes. Se te conforta não me recordo de ninguém que tenha esse patrono. – Disse Blásio decidido.

- É, acho que você tem razão, Blás. Bom, vamos indo pra única aula que presta nessa porcaria de escola. – Disse Draco.

Os dois se levantaram e entraram no castelo depois foram para a aula de Defesa contra as artes das trevas junto com a Grifinória. Foram os últimos a entrarem na sala e quando olharam ao redor viram que todas as mesas e cadeiras haviam sido retiradas, os Grifinórios estavam em um lado da sala e os Sonserinos do outro e o mais estranho era que não era o Snape quem daria aula aquele dia no lugar dele estava Flitwick.

Draco e Blásio se aproximaram dos amigos sem entender nada. – O que aconteceu? – Perguntou Blásio.

- Snape não vai poder dar aula hoje, no lugar dele vai ser o Flitwick, nós também não entendemos direito o que está acontecendo. – Respondeu Pansy e deu de ombros.

- Senhores e senhoras, silêncio, por favor. Silêncio! – Flitwick teve que dizer mais alto para que os alunos o ouvissem. – Silêncio senhor Finnigan.

Depois de um tempo quando finalmente conseguiu atrair a atenção da turma ele continuou a falar. – Como já perceberam o professor Snape não vai poder dar aula pra vocês hoje, e bem o diretor pediu para que eu o substituísse.

A turma começou a falar novamente. – Ele pode fazer isso? Digo dar aula no lugar do Snape? – Perguntou Rony para Hermione.

- Eu não sei, mas pelo visto sim. – Ela respondeu e cruzou os braços enquanto olhava para o professor que tentava desesperadamente recuperar a atenção dos alunos para ele de novo.

Quando o professor finalmente conseguiu fazer com que todos voltassem a ficar quietos voltou a falar. - Bom, hoje a aula será sobre os Patronos. Sei que muitos de vocês já sabem usar essa magia, mas vamos aperfeiçoa-la e ajudar aqueles que ainda não conseguem bem.

- Quanta perda de tempo. – Exclamou em alto e  bom som Crabbe e recebeu apoio dos Sonserinos.

Quando Rony levantou a mão para fazer uma pergunta o professor parece animado - Sim senhor, Weasley. 

- Professor, pra conseguir conjurar um patrono é preciso se concentrar em uma lembrança muito feliz não é? – Perguntou Rony enquanto cruzava os braços.

Antes mesmo que o professor respondesse, Draco se intrometeu falando para os alunos de sua própria casa com um tom de deboche. – Vocês viram? Parece que o pobretão arrumou dinheiro e comprou um livro. Muito bem Weasley, cem pontos para a Grifinória por sua excepcional inteligência, deve ser difícil pensar um pouco sem ter nada pra comer.

- Idiota. – Murmurou Hermione e revirou os olhos ao ouvir o loiro destilar o seu veneno.

Depois do deboche de Draco, os sonserinos riram e ofendiam ainda mais Rony, porém este se manteve calmo e voltou a sua atenção para o professor.

- Senhor Malfoy, por favor, sem insultos. – O professor olhou para Draco ao falar com ele e em seguida para Weasley. – Sim senhor, está corretíssimo. 

- Mas então eu não entendo...  – Disse Rony enquanto demonstrava-se pensativo.

- Menos cinquenta pontos pra Grifinória. – Exclamou Pansy Parkinson. – Pelo Weasley ser tão retardado. – A sonserina inteira riu e voltou a fazer piada.

Os Grifinórios ficaram em silêncio tentando entender onde Rony queria chegar com aquilo tudo já que dos que estavam ali ele era um dos melhores no feitiço do Patrono.

- Oh Merlim, porque eu decidi ser professor. – Murmurou Flitwick. – Eu vou começar a descontar pontos da Sonserina se continuarem debochando de seu colega. – Depois ele voltou a atenção para Rony. – O que você não entende? 

- Bom, se o patrono é feito de energias positivas, nem todos os que estão aqui são capazes de realizar uma magia tão poderosa assim. – Ele então olhou para os alunos da casa rival. – Algum de vocês tem alguma lembrança boa ou feliz? Vocês sabem o que é felicidade? A família de vocês já deu amor a vocês alguma vez? Eu prefiro ser pobre a viver a vida infeliz que vocês vivem.

Pronto, isso foi suficiente para a aula virar uma guerra, após a fala de Rony os Grifinórios aplaudiram o companheiro e gritaram ‘’ weasley é nosso rei’’ mas os Sonserinos não deixaram barato, logo recomeçaram com as ofensas.

Todos discutiam ao mesmo tempo, Harry segurava Rony para ele não avançar sobre Blásio e Draco. Neville com muito sufoco tentava segurar Simas e Dino. Parvati Patil estava prestes a ir pra cima de Pansy. Todos os outros da Grifinória discutiam com os Sonserinos com excessão de Hermione, ela observava o professor Flitwick correndo de um lado para o outro desesperado enquanto tentava acalmar os ânimos.

 Hermione se afastou da confusão encostou as costas da parede e ficou esperando aquilo tudo acabar, parecia uma selva. Uns quinze minutos se passaram até o professor por fim conseguir controlar a turma, ele teve que descontar cinquenta pontos de cada casa e ameaçou retirar mais caso aquela confusão continuasse e, além disso, suspender os dias de visita a Hogsmeade.

Quando por fim tudo estava calmo o professor voltou a falar. – Muito bem, já que toda a nossa aula foi perdida com essa discussão lamentável gostaria de um voluntário para realizar o feitiço do Patrono.

 Provavelmente o professor acreditava que as pessoas iam se animar com a ideia, mas não foi o que aconteceu, ninguém em nenhuma das duas casas se voluntariou. O pessoal da Sonserina nem fazia mais questão de prestar atenção no que o professor falava, conversavam entre si, já tinham dado as costas á ele, outros já haviam se sentado no chão, uns ainda lançavam sob a casa rival olhares de deboche. Na Grifinória também não era muito diferente, os ânimos ainda estavam exaltados.

O professor deu um suspiro de derrota e impaciência, querendo logo acabar com aquilo tudo. Hermione deu um passo para frente e falou sem animo nenhum na voz. – Eu professor.

Flitwick olhou para Hermione ao ouvi-la e sorriu aliviado. – Isso. Muito bem senhorita Granger, muito bem. Estão vendo meninos, é assim que se faz.

- Puxa saco. – Murmurou Pansy.

O pessoal da Grifinória logo se animou e começou a falar palavras de incentivo á amiga.

- Vai lá Mione! – Gritou Harry.

- Mostra pra eles como se faz.  – Exclamou Dino.

- Essa é a minha garota. – Falou Rony deixando Hermione corada. Como assim minha garota? Ela pensou consigo mesma.

- Sabe como é realizado o feitiço do patrono não é? – Perguntou o professor animado. A castanha respondeu com um aceno de cabeça indicando que ela sabia. – Então pode começar quando você quiser.

Hermione se posicionou mais para o meio da sala mesmo não gostando de ter toda aquela atenção para ela, só queria que aquela aula acabasse antes que alguém começasse um duelo. Ela fechou os olhos e se concentrou em lembranças felizes, não era tão difícil.

- Expecto Patronum. – Murmurou Hermione ela voltou a abrir os olhos quando ouviu o pessoal de sua casa exclamar positivamente então pode ver a lontra percorrer a sala majestosamente causando inveja na casa rival.

- Muito bem senhorita Granger, muito bem! Vinte pontos para a Grifinória. – Exclamou alegre o professor.

 - Grande coisa. – Bufou irritada Pansy.

- Faz você então já que é tão boa. – Falou alto Rony e pronto a discussão toda recomeçou.

Sem parar de acompanhar a lontra com o olhar enquanto ela percorria a sala e ignorando até mesmo a discussão que voltava a acontecer Blásio ficou puxando o braço de Draco que estava olhando para os jardim através da janela abstraído a tudo que acontecia na sala. – Draco. – Quando viu que o amigo não havia respondido prontamente continuou insistindo e puxando o braço dele com mais força a fim de chamar sua atenção. – Draco!

  - O que foi Zabini? – Falou o loiro de mal humor e em seguida olhou para o amigo irritado, mas antes que falasse alguma coisa viu a lontra. Ficou completamente sem reação até o ser de luz desaparecer e quando isso aconteceu olhou com receio para quem o havia conjurado, Hermione Granger. – Mas que ...

- Merda. – Completou Blásio, eles se entreolharam.

Assim que o professor liberou a turma, Draco saiu apressadamente da sala a passos largos. Zabini correu atrás do amigo para alcança-lo.

- Draco. – Chamava Blásio enquanto corria até o amigo, quando o alcançou começou a andar no mesmo ritmo que ele. – Relaxa tá? Isso tudo é só coincidência.

- É claro que é! Trewlaney é louca eu não sei porque eu dei ouvidos aquela mulher. Tenho que ir... Fazer uma coisa, depois a gente se vê. – Após dizer ele virou um corredor e se dirigiu a sala precisa.

Naquela noite durante o jantar, o assunto era o jogo de quadribol que se aproximava, Grifinória x Lufa Lufa, Rony era o único que parecia um pouco inseguro com relação á isso. Hermione perceber a tensão do amigo e colocou a mão levemente sob a dele.

 - Vai dar tudo certo Rony, você vai se sair bem. – Ela deu um sorriso encorajador ao amigo.

Rony olhou para Hermione e ao sentir a mão dela sobre a sua apertou-a levemente. – Tem razão. Você foi brilhante na aula de hoje. – Ele disse sorrindo.

- Você já disse isso. – Respondeu a castanha corando ligeiramente.

- Ah já? – Rony permaneceu sorrindo enquanto a olhava se fazendo de desentendido.

- Já, tipo umas mil vezes desde que a aula acabou. – Hermione deu uma risada, percebeu que Lilá Brown olhava para eles irritada, parecia que ia ataca-la a qualquer momento.

Ela desviou o olhar da garota e assim que fez isso percebeu que Draco Malfoy entrava no Salão Principal com aquele ar de superioridade de sempre, para a surpresa da garota ele olhou-a enquanto se dirigia a mesa da Sonserina, mas ela rapidamente desviou o olhar e tentou prestar atenção no que os amigos falavam.

Na mesa da Sonserina Blásio olhou para Draco quando ele se sentou ao seu lado, percebeu que o amigo parecia pelo menos um pouco mais aliviado. – Melhorou de humor é?

 Para alivio de Draco ele havia conseguido consertar o armário sumidouro, agora só restava mais uma coisa e talvez a pior, matar Dumbledore, a tentativa de entregar o objeto amaldiçoado para ele fracassou completamente e agora o que restava era esperar uma boa oportunidade. – Mais ou menos. – Disse ele enquanto se servia. – Acho que o meu humor não vai melhorar nunca. – Ele começou a comer e olhou para Hermione e em seguida percebeu que as mãos dela e de Rony estavam unidas então bufou. – Essa sangue ruim tá me irritando profundamente. – Ele murmurou para si mesmo.