-Como você fez isso? -Vough estava no chão, olhando para Vênus, que o havia imobilizado.
-Eu... não sei... só fiz. -ela o soltou, olhando para ele surpresa. -Caesar...
-Calma. -ele sorriu para ela. -Descobri isso ontem, mas ia te contar mais tarde... Parece que o Alpha te deu um presente: a capacidade de aprender dele, mesmo que funcione de uma maneira diferente em você.
-E achou que isso não era importante? Que podia esperar pra me contar? -Vênus começou andar nervosamente pela sala, de um lado para o outro.
-Calma garota. -Vough riu. -Isso é um dom, então vamos tirar o máximo de proveito dele.
-Não sei se gosto disso. -ela começou a torcer a trança nervosa. Caesar se levantou, pegando as mãos dela. -Como assim funciona de um jeito diferente em mim...?
-Vai se machucar. -ele a abraçou, mantendo as mãos dela ocupadas. -Tem que ficar calma. Vough, acho que podemos fazer uma pausa...
-Sem problemas casal. -Vough apertou alguns botões enquanto eles saíam da sala, trocando as configurações.
Vênus se sentou na cama, cobrindo os olhos. Sempre que ficava nervosa parecia que o quarto encolhia e se fechava sobre ela. Não que fosse um quarto grande, nem pequeno demais, na verdade era maior do que o que ela tinha no apartamento, mas aquela brancura, a decoração faziam com que ele encolhesse para ela.
-Você está bem? -Caesar se sentou ao lado dela, pegando a mão dela e a beijando quando negou com a cabeça. -Desculpe Raposinha.
-Estou com medo... -ela se virou, olhando para ele, com os olhos abertos. -E se eu... sei lá... Sobrecarregar?
-Acho que isso não vai acontecer... -ele sorriu de modo tranquilizador para ela. -Você não vai sair aprendendo todo tipo de coisa... Pelo que eu pude perceber é apenas as quais você já tem uma... predisposição genética.
-Como? -ela olhou para ele sem entender.
-Você tem naturalmente habilidades de artesanato, desenho, pintura... Essas coisas assim. -Caesar sorriu para ela, vendo o medo começar a desaparecer dos lindos olhos azuis dela. -Conversei com Enzo algumas vezes e ele me disse que seu pai tinha um porte atlético e gostava de exercícios, principalmente lutas, das mais diversas.
-Acho que estou entendo... -ela se sentou. -Isso parece interessante... Será que funciona com cozinha também?
-Talvez... -Caesar riu, puxando Vênus para um abraço. -Vai ficar tudo bem. O Vough vai ensinar você a se defender e eu vou sempre te monitorar para garantir que você não surte.
Vênus riu, se jogando sobre ele e o derrubando na cama, o enchendo de beijos. Caesar cuidava dela, mesmo que ela tivesse crise de ansiedade por coisas bobas, ou se isolasse quando ficava nervosa ao invés de logo resolver as coisas. Por isso ela havia pensado no que teria acontecido com ele por todos aqueles anos.
-❤- -
Vênus jogou Vough no chão mais uma vez, e ele sorria.
-Muito bem garota... -Vough se levantou, feliz em ver que ela estava fazendo progresso. -Dou duas semanas para você fazer o mesmo Cientista ou quem vai parar no chão é você.
-Só para te lembrar não tenho a super habilidade dela. -Caesar continuou a digitar no notebook, sem levantar os olhos para eles. Ele já tinha se divertido o suficiente vendo Vênus dar uma surra em Vough. -Raposinha, acho que temos um trabalho...
-Preciso dos três. -a Amazona Negra apareceu na porta, jogando um uniforme branco sobre Vênus. -Vista isso e os siga.
-Ela não espera mesmo que eu entre nessa coisa né? -ela levantou a roupa colante que a Amazona jogou para ela, a comparando com suas roupas. -Nem morta, me arruma outra coisa.
-Infelizmente garota precisa usar isso. -Vough olhou para ela, rindo quando ela bufou. -Vamos, vou te dar alguma assistência.
-Isso vai ser um saco. -ela ficou sozinha na sala, dando pulinhos para entrar na roupa, enquanto os rapazes esperavam do lado de fora. -Pronto...
Vough estava acompanhado de Vênus, criando um perímetro de segurança para manter e tirar os civis da zona de perigo.
-Então é isso o que você sempre faz? -Vênus olhou para os agentes que corriam de uma lado para outro e atiravam na enorme coisa, apenas a irritando mais. -Eles sabem que isso é inútil né?
-Sabem... -Vough riu da sinceridade dela. Caesar estava certo, se tivesse um pouco de paciência com ela, ela se mostrava uma pessoa maravilhosa, doce, desbocada e faladora. -Mas esse é o trabalho deles.
-É uma pena. -ela olhava para trás, enquanto Vough afastava alguns curiosos e mantinha a imprensa a uma distância segura. -É... Só uma curiosidade, já que o gênio é o Caesar, mas esse tipo de animal não anda em dois?
-Sim Raposinha... -a voz de Caesar vinha do ponto no ouvido dela. -Tem outra equipe cuidando do parceiro dele não muito longe daqui.
-Só mais uma pergunta... O que estamos fazendo está resolvendo alguma coisa? -ela olhou para cima no exato momento em que o laboratório passou sobre ela.
-Sim... -ela pode ouvir a risada dele do outro lado. -Isso vai ser rápido, não tem com o que se preocupar.
-Está bem. -Vênus se virou, ouvindo o alarme de uma loja próxima. -Ouviu isso Vough?
-Sim. -Vough olhou para ela, com um sorriso triste. -Infelizmente acho que não podemos fazer nada.
-Diga isso por você. -ele olhou para ela, vendo que ela já ia na direção das lojas. -Você dá conta disso tudo sozinho, olha só o seu tamanho...
Ele riu, olhando para as pessoas que observavam a confusão de uma certa distância. Ele se amaldiçoou mentalmente pelo que estava fazendo, enquanto ia para a mesma direção que Vênus.
-Ei garota. -ele sorriu, quando ela deu um pulo de susto. -Tem que ser mais atenta. O alarme veio daquela joalheria.
Vênus seguiu Vough, caminhando cautelosamente para a joalheria, onde alguns homens quebravam as vitrines e jogavam as joias dentro da sacola. Vough tirou a arma do coldre, entrando na loja, sendo seguido por Vênus.
-Bem rapazes... -Vough disse assustando a dupla de assaltantes. -Vai ser do jeito fácil ou do difícil?
Vênus viu um terceiro elemento se aproximando por trás dela, com um canivete. Em um rápido movimento, ela jogou no chão, o imobilizando.
-Acho que é do difícil... -Vough correu para cima de um dos homens, o derrubando com um soco e o nocauteando com um segundo, enquanto o outro homem começou a correr na direção da porta, na esperança de escapar com o roubo, mas Vênus o derrubou com a mesma rapidez que havia imobilizado o segundo.
-Idiotas. -ela jogou o homem para dentro, em cima de uma das poucas vitrines que ainda estavam inteiras, a quebrando. -Droga...
-O dono deve ter seguro. -Vough riu do jeito dela. -Muito bem rapazes... Agora vamos levar vocês para a cadeia, onde espero que fiquem um bom tempo.
-E agora? -Vênus pegou o saco com as joias, olhando o conteúdo. -Nossa, é um mais lindo que o outro...
-Tira a mão daí. -Vough olhou para ela. -Isso são provas, vão ser devolvidas aos donos. Ai!
-Eu sei! -ela deu um soco no braço dele. -Só queria olhar os brincos... Isso acontece com frequência? Os roubos?
-Com mais frequência do que gostaríamos. -um policial colocava os assaltantes na viatura, enquanto outro enchia a Vough de perguntas. -Infelizmente não podemos passar do perímetro criado por vocês, por seu perigoso para nós, mas vocês também não cobrem todas as entradas para ruas e lojas e isso acaba sendo um prato cheio para bandidos.
-É uma pena. -Vênus olhou para a pequena joalheria parcialmente destruída. -Nunca tentaram uma operação conjunta para tentar evitar ou reduzir isso?
-É meio complicado. Sou a Detetive Calleigh... -uma mulher de curtos cabelos loiros, de olhos verdes e uma boca cereja se aproximou de Vênus.
-Vênus... Er... bem, não sei ainda o que sou na Providência. -Vênus apertou a mão dela, sorrindo e um pouco sem graça.
-Raposinha! -Caesar a puxou pelo pulso e a abraçou. Ele a afastou um pouco, olhando nos olhos dela enquanto segurava seu rosto com ambas as mãos. -Nunca mais faça isso... E você prometeu cuidar dela.
-Ela está bem e sem nenhum arranhão. -Vough ignorou o olhar de Caesar, enquanto Vênus segurava uma risada.
-O que é tão engraçado? -ele olhou para ela irritado, se derretendo quando ela lhe fez uma carícia no rosto e lhe deu um beijo.
-Você fica fofo quando está irritado... -ela sorriu de modo doce para ele, enquanto ele a abraçava mais uma vez. -Detetive, esse é o Dr. Caesar Salazar.
-É um prazer doutor. -Calleigh sorriu para eles, enquanto olhava preocupada para as lojas ao redor. -Os EVO's já foram contidos Doutor?
-Sim. -ele se afastou um pouco de Vênus, olhando ao redor, procurando pela Amazona. -Bem, se não se importam, eu vou... preencher alguns relatórios.
Vênus riu, enquanto ele se afasta, depois de dar um beijo na bochecha dela. Alguns repórteres se aproximavam, enchendo policiais e civis de perguntas.
-Bem srta Vênus, eu preciso dar uma declaração a imprensa, mas se ainda quiser conversar sobre uma operação conjunta... -Calleigh entregou um cartão a Vênus, se distanciando e indo responder as perguntas do repórteres.
Vough se aproximou de Vênus, que olhava para o cartão, colocando a mão no ombro dela.
-Vamos garota. -ele sorriu orgulhoso par a ela. -Fez uma coisa boa hoje. Agora vamos voltar... E provavelmente ouvir uma bronca da Amazona por termos deixado nosso posto.
-Saco. -Vênus o seguiu, evitando os repórteres o máximo que podia, com a ajuda de Vough.
- ❤ -
Por mais que a Amazona tivesse odiado a insubordinação da garota e de Vough, a imprensa tinha adorado a atitude dos dois.
-Consegui a informação de que a garota conversou com a detetive local, aparentemente interessada em algum tipo de parceria para lidar com os assaltantes que se aproveitam dos eventos EVO's. -o Peão Negro passou o relatório para ela, se retirando ao terminar.
-O que essa garota anda fazendo? -ela acessou a câmera do quarto de Vênus, olhando a rotina dela durante a semana anterior. Exceto pelos dias em que a câmera estava congelada, Vênus passava o tempo livre lendo livros, assistindo séries policiais e uma única de terror com dois irmãos caçando monstros. -Isso explica muita coisa... Chamem o Salazar.
Caesar entrou na sala escura, enquanto Vênus ficava do lado de fora, segurando o pequeno pacote que havia acabado de receber.
-Precisa passar a monitorar o que sua namorada assiste. -a Amazona olhou para ele.
-Para ser sincero, a ideia de uma operação conjunta com a policia não é ruim. -Caesar entregou o cartão da Detetive para a Amazona. -Em parte por nossa culpa os índices de roubo a lojas sobe drasticamente durante eventos EVO's. Bandidos não se importam com os riscos ou perigos que um EVO representa.
A Amazona pensou por alguns minutos, o encarando. Ela o dispensou com um aceno de mão, depois de lhe entregar um cartão, enquanto apertava um botão, preparando uma conferencia.
-E então? -Vênus estava parada na porta, ainda olhando para a caixinha.
-Isso é para você. -ele entregou o cartão a ela. -Cartão de débito, não sei quanto tem nele. O que tem na caixinha?
-Não sei. -ela abriu a caixinha, revelando um par de pequenos brincos. -São lindos...
-E são de diamantes. -Caesar pegou um dos brinquinhos, brincando com eles nos dedos. Enquanto pegava o bilhete no centro da caixinha. -É uma cortesia do dono da joalheira.
Vênus colocou os brincos, voltando rapidamente para o quarto e admirando os brincos.
-Ficou lindo. -Caesar deu um beijo no pescoço dela, a abraçando. Ele encarava os olhos dela pelo espelho, eles tinham o mesmo brilho que aqueles diamantes. E aquilo o lembrou da primeira vez em que ele sentiu aquele sentimento diferente por ela.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.