História Amigos e amantes? - Capítulo 44 - Mark Tuan / Park Jin Young

Capítulo 44 – Mark Tuan / Park Jin Young

Depois de encontrar Junior “ao acaso” Mark se sentia mais afetado que o normal, já estava se acostumando com a ideia insuportável de não o ter mais, mas aquele convite arrancou a tampa que tinha colocado sobre seus sentimentos, tudo havia sido revirado e sabia que não iria se conter se visse o amado novamente. E se fizesse isso, suas palavras ditas para Junior depois de muito esforço iriam se tornar inúteis.

Precisa de um tempo, para que pudesse colocar a tampa sobre seus sentimentos novamente, precisa ficar longe de Junior, precisava focar em sua vida.

Pegou seu celular nas mãos e suspirou vendo seu reflexo nele, não era o certo e nenhum pouco profissional, mas tinha que fazer aquilo, seria para um bem maior. Ligou a tela e discou o numero de Jackson.

- Alô? – atendeu Jackson.

- Oi Jack,está muito ocupado? – perguntou Mark sem muita energia.

- Não, pode falar. – falou Jackson com a voz carinhosa.

- Preciso de um favor seu... – disse Mark baixo.

- Qualquer coisa. – falou Jackson com a mesma voz carinhosa.

- Preciso que afaste Junior de mim, não por muito tempo. Até o casamento é o suficiente. Preciso me recompor e com ele no mesmo local não vou conseguir. – disse Mark com a voz meio perturbada.

- Eu posso fazer isso, mas tem certeza que é só isso que quer? Eu também posso mandá-lo para longe. – falou Jackson com a voz seria.

- Não precisa disso, uma semana é o suficiente, depois ele tem a lua de mel... Até lá eu já vou estar melhor... – disse Mark sentindo uma pontada no peito.

- Aquele filho da mãe! Eu não vou perdoar ele... Vou fazer ele trabalhar muito, mais muito mesmo, que daqui uma semana nem vai mais saber qual é o próprio nome! – falou Jackson bravo.

Mark sorriu do outro lado da linha, Jackson era um grande amigo mesmo. Agradeceu o garoto e desligou o celular. Jogou o aparelho ao seu lado e suspirou profundamente. Teria uma semana e meia para se recompor.

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Midori saiu do elevador apressada, a bebida que tomou na noite anterior e a excitação de poder desmascarar Mari a fez perder a hora. Entrou no setor meio ofegante e foi até sua mesa encontrando apenas Henrique em seu lugar.

- Cadê Junior? – perguntou Midori olhando ao redor.

- Foi transferido... – falou Henrique meio triste.

- O quê? Como assim? Ela vai voltar pra China de novo?

- Foi transferido pro setor de marketing por uma semana... – falou Henrique ainda triste.

- Não me assusta garoto! Ele só tá um andar acima de nós! – disse Midori suspirando aliviada.

- É que ele faz falta... Ele trabalha tão bem... – falou Henrique olhando para pilha de tarefas em cima de sua mesa.

- Isso é verdade... – falou Midori olhando para sua mesa cheia de pastas para organizar.

Então se sentou e começou a trabalhar, pensando no modo em que ia abordar Junior e contar sobre Mari. Não via a hora de contar ao amigo e salvá-lo das garras daquela Vacando. Concluiu depois de um tempo, que, iria esperar até o horário do almoço para pode conversar com calma.

Eram exatamente 13 horas quando Midori se levantou e correu em direção ao setor de marketing para não perder Junior. Mas não o viu em lugar nenhum. Frustrada pegou o celular e ligou para Junior que não atendeu, para ser exata, a chamada caiu direto na caixa postal. A garota bufou e voltou para o seu setor brava, encontrando Henrique que saia para almoçar.

- O que foi? Aconteceu alguma coisa? – perguntou Henrique percebendo na amiga estressada.

- Junior tomou chá de sumiço, nem o celular ele atende! – falou Midori brava.

- Ah... Junior estará sem celular essa semana, ele me disse que derrubou o celular no banheiro e levou pra consertar hoje e que ia demorar uma semana pra ficar pronto. – disse Henrique calmo.

- Jura? – falou Midori sarcástica.

Era só o que faltava, sem celular, mas isso não importa. É só esperar ele na hora da saída. É isso. Pensou Midori decidida. Nada iria impedir ela de contar a verdade para Junior.

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Junior estava sentado em sua mesa “nova” e organizava os arquivos que ocupavam quase todo o espaço da superfície da mesma. Parou um pouco e suspirou, aquilo era cansativo demais, seus olhos ardiam e começava a enxergar embaçado.

Olhou para o relógio e balançou a cabeça em negativo. Teria que avisar Mari que não iria conseguir comparecer no exame de ultrassom que ela tinha marcado para hoje. Antes de derrubar seu celular acidentalmente no vaso sanitário, a garota havia lhe mandado uma mensagem dizendo que tinha marcado exame como haviam combinado. Mas seria impossível, Jackson tinha deixado claro que queria os arquivos organizados até amanhã cedo e com certeza teria que fazer horas extras para poder cumprir a tarefa.

Pegou o telefone fixo de sua mesa e ligou para a garota, pediu-lhe desculpas e desligou o telefone. Encostou sua cabeça no encosto da cadeira e passou a mão entre seus cabelos. Sua vida estava indo em uma direção que nunca tinha imaginado, parecia tudo tão surreal, ele iria se casar e seria pai. Se sentia com toneladas em suas costas.

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Midori se espreguiçava terminando sua ultima tarefa, faltavam 5 minutos para o termino de seu expediente. Desligou o computador em sua frente e começou a arrumar suas coisas. Iria falar com Junior agora e antes de perder ele iria até seu setor.

Levantou-se e deu tchau para Henrique e correu para o setor de Junior, entrou um pouco sem graça, ainda tinha muitas pessoas que a olharam de forma não tão agradável. Mas, Midori foi entrando mais até encontrar Junior concentrado em uma pilha gigante de documentos.

- Ai está você! – falou Midori chamando a atenção de Junior.

- Midori, o que faz aqui?

- Foi difícil te encontrar... E como você deixa seu celular cair na privada? – falou se sentando na cadeira vaga do lado de Junior.

- É... Acho que estava mais bêbado do que imaginava – disse Junior rindo sem graça.

- É... Eu também... Perdi a hora hoje... – coçou a cabeça. – Mas então, preciso falar com você, sobre uma coisa muito séria e acho que aqui não é o lugar certo. Vamos para um lugar mais calmo. – falou Midori mudando o tom da voz para séria.

- Aconteceu alguma coisa? – perguntou Junior confuso.

- Sim e eu preciso falar para você. Vamos, conheço um lugar aqui na empresa que quase ninguém vai. – falou Midori se levantando.

Junior a seguiu e parou quando chegou ao terraço, o ar estava mais gelado do que os outros dias. E a noite começava dar as caras.

- Então o que aconteceu? – perguntou Junior colocando as mão no bolso da calça.

- O que eu vou falar agora... Pode ser que você não acredite e fique bravo, mas eu preciso que você ouça até o final, porque eu não estou brincando e não tenho motivos para brincadeira também. – falou Midori séria.

- Tudo bem... Fala... – disse Junior meio tenso.

-É sobre sua noiva, Mari. Eu conheço ela d. – foi interrompida pelo toque de seu celular. Pegou e olhou para ele, era de sua casa. – Só um minuto. – disse para Junior e atendeu o telefone. – Alô? Oi mãe, aconteceu alguma coisa? O-o quê!? – falou Midori arregalando os olhos. – Estou indo. Qual hospital é? Tá, não se desespera, vai dar tudo certo! Estou indo. – disse e desligou o celular.

- Está tudo bem? – disse Junior se aproximando da garota que estava um pouco pálida.

- Meu pai... Ele teve um AVC... Meu deus! E-eu preciso ir! – falou Midori com as mãos trêmulas.

- Meu deus, vai dar tudo certo, fique calma. Eu vou com você até o hospital. – disse Junior segurando a mão da garota.

- Não precisa Junior, e-eu vou sozinha, estou bem. Obrigada, depois eu te ligo ou sei lá... – falou apertando o ombro do amigo e correu até a porta.

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Junior se olhava sentado no grande espelho da sala de espera do salão de casamento. Havia se passado uma semana já desde que o pai de Midori faleceu. O velório foi há alguns dias e o estado da amiga era deplorável. A garota havia perdido os brilhos dos olhos, ouviu de Henrique que ela era muito apegada ao pai.

Suspirou pensando ainda na amiga quando a porta da sala foi aberta por seus pais que estavam vestidos elegantemente. Levantou-se e os abraçou, podia imaginar a dor de Midori.

- Amo vocês... – falou Junior baixo.

- Também te amamos querido. – disse sua mãe retribuindo o abraço com força.

- Filho, queremos te dar algo. – falou o pai com a mão no ombro do garoto.

- ...? – Junior se afastou da mãe e os olhou curioso.

- Queremos que dê isso para sua noiva, é de nossa família há muito tempo e agora que ela vai fazer parte da família... – disse a mãe lhe entregando uma caixinha aveludada.

Junior pegou a caixinha e abriu com cuidado, era uma corrente de ouro delicada entrelaçando pequenas pedras de diamantes. Olhou para os pais com o coração apertado.

- É lindo não? Seria ótimo se você entregasse antes do casamento, dá sorte. – disse a mão passando a mão no rosto do garoto carinhosamente.

- Sim é lindo. Vou entregar para ela agora mesmo, ela vai adorar. – falou Junior sorrindo sem mostrar os dentes.

Os pais sorriram para o filho e saíram da sala. Junior olhou para a joia em sua mão e suspirou.

- Família... – falou pesadamente.

Lembrou-se de Mark e as conversas que tiveram antes de acontecer todo o ocorrido. Mark queria ter filhos futuramente, queria construir uma família com ele. E Junior se sentia do mesmo jeito. Queria o amado para sempre em sua vida.

Levantou sua cabeça para evitar as lagrimas que vinham com força. O que estava pensando? Tinha que parar com essas recaídas, tinha que se concentrar em sua realidade. Pensou.

Suspirou e tirou o excesso de lágrimas de seus olhos, deu uma pequena olhada no espelho e saiu de sua sala indo até a sala de Mari.

Viu a porta da sala da garota entre aberta e resolveu dar um pequeno susto na mesma. Aproximou-se devagar e olhou através do vão pequeno. Mari andava de um lado para o outro de dentro da sala com o celular na mão. Parecia extremamente nervosa, Junior sorriu e desistiu de assustá-la, colocou sua mão no batente da porta, mas parou quando ouviu a voz de outra garota soar grave na sala.

- O que você fez!? – falou a voz.

- Eu tive que fazer! Eu o amo! – disse Mari brava.

- Meu deus, como pode? Isso não se faz, mesmo amando ele... – falou a voz.

Junior engoliu seco e se afastou da porta um pouco, o bastante pra não ser visto e ficou ali.

- Eu não preciso de sermão agora Carla! Já falei para a Thalita dar um jeito no ultrassom e ela deu. Vai dar tudo certo. Só preciso de um cenário para simular o aborto agora. – disse Mari.

- Isso é loucura! Se descobrirem... – falou Carla.

Junior sentia seu coração bater freneticamente, seus pulmões falhavam com o choque da notícia. Mari não está grávida? Como? O exame de sangue... Meu deus! A cabeça de Junior tentava processar tudo, mas não conseguia fazer com muito êxito. Um sentimento inexplicável crescia. E seus pensamentos o levaram para fora de órbita.

Cerrou os punhos inconscientemente e sentiu uma pequena dor que o fez encarar sua mão, a joia da família lhe fez um pequeno corte lhe trazendo para a realidade de volta.

Mari havia mentido e tramado tudo aquilo. Tinha enganado ele e todos de sua família, fez pessoas sofrerem por que amava ele? Aquilo era doentio e nojento. A ira começava a se manifestar em seu interior. Se voltou para a porta e colocou novamente sua mão no batente, não iria deixar passar, ela tinha passado dos limites...