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História Amnésia - Capitulo Um.


Escrita por: holyfo0l

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 2 - Capitulo Um.


Fanfic / Fanfiction Amnésia - Capitulo Um.

Fechei os olhos por alguns segundos, preparando-me para a avalanche de emoções que eram constantes e totalmente confusas dentro de mim. Toda aquela agonia me dava uma imensa vontade de vomitar. E fora que eu ainda
  
 continuava deitada naquela cama daquele hospital. Aquelas paredes brancas, aqueles moveis da cor marfim já haviam me deixado completamente acostumada, afinal as semanas que eu havia passado trancada neste quarto enquanto ainda me recuperava do acidente o qual havia sofrido. No acidente, esse era meu foco principal, havia perdido minha mãe, a única pessoa na qual eu tinha na vida. Ou achava que tinha. Lembro-me muito bem o motivo que havia me trazido nesta cidade.

O motivo era conhecer a família do meu pai. O pai que nunca tive a oportunidade de conhecer por culpa de um maldito acidente de carro. Anos depois outro maldito acidente de carro mata minha mãe e quase me mata também. E, engraçado, no mesmo lugar, na mesma cidade e pelo mesmo motivo: a família Parker. Irônico, não é?

 


•••


 

“Mansão dos Parker, sejam bem vindos”

A placa dizia, enquanto eu encarava as letras devagar. Não havia mentira nenhuma quando aquela placa dizia “mansão”. Aquele era um lugar enorme e tomava dois a três quarteirões daquela rua. Algumas árvores e flores ajudavam no enfeite da fachada, também era composta por um enorme portão e um muro bastante alto que, mesmo assim, não empatava nem um pouco na amostra que era a beleza daquele lugar. O lugar realmente fazia jus ao nome e quem não conhecesse poderia até pensar que ali morava umas quatro ou mais famílias.

Olhei de relance para a senhora ao meu lado, de cabelos grisalhos e numa elegância que só. Poderia parecer estranho mais eu me sentia confortável o tempo inteiro em estar ao seu lado. Havia conhecido Rose Parker no tempo que havia ficado no hospital, agora estávamos ali dentro do carro e um passo em estar dentro da sua "casa". Agora o chofer estacionava próximo a um chafariz perto da entrada principal da mansão. Logo, ele fez questão de sair e abrir a porta para a senhora que agora sorria para mim como se dissesse “Já pode sair”. Ainda levei alguns segundos para ingerir toda aquela situação: em menos de um mês eu havia pedido a minha mãe para me trazer no local no qual ela viveu aquele amor estilo Romeu e Julieta com o meu pai; logo depois minha mãe morre num acidente o qual há anos atrás o meu pai, que eu nem se quer pude conhecer, morreu também. E agora estou aqui, prestes vivenciar algo parecido.
 

— Querida? —  Perguntou fazendo com que minha atenção voltasse para si — Você não acha melhor conhecer a sua nova casa lá dentro?
 

Assenti, confirmando que sim, e assim sai do carro. As minhas malas o Sr. Vincent, o chofer, ficou encarregado de levar para dentro. Entrei com a senhora e já tinha uma mulher esperando por nós na porta.

— Bem, Laecy, essa é a Johanna, uma grande amiga da família e também nossa governanta. Ela irá ficar responsável por lhe ajudar no que quiser, principalmente sobre a casa. — A senhora pegou na minha mão levando-me até a mulher que sorria de forma simpática para mim.

— Você é tão linda! — A senhora de vestido azul e com um grande sorriso amarelo no rosto disse.

— Obrigada! — Sorri sem graça

— Robert ou Klaus, alguém dessa família já deu noticias? — Perguntou a senhora de cabelos grisalhos.

— Seu marido e seu filho estão no banco. O senhor Caleb deve estar na faculdade e a Sr. Coleman... — A mulher ia dizendo quando uma figura acabou a interrompendo.

— Falam de mim? — Disse a mesma enquanto descia as escadas. Ela estava com um chapéu dos quais se usam para ir à praia e também um óculos de sol.

— Sim, estava perguntando sobre os membros da família Parker, os quais não fizeram um pingo de questão em receber o novo membro da nossa querida família — Disse dando destaque à “querida”.

— Desculpem, todos os outros tiveram compromissos os quais não puderam faltar. Só que a noite haverá um belíssimo jantar para a nossa querida nova Parker — Disse sorrindo — Você deve ser a Laecy, não é? Nossa! Que linda é você!

Não sei porquê, mas a cada palavra que saia da boca daquela mulher eu sentia um calafrio. Ela não me parecia nem um pingo gentil e mesmo que tentasse ser, parecia tão forçado. Sei que é feio julgar as pessoas antes mesmo de conhecê-las, só que infelizmente esse é um mal da humanidade.
 


•••
 

Depois daquela querida apresentação na sala, Johanna havia ficado encarregada de me mostrar mansão.  A casa era composta por milhares de quartos e todos com suítes, tinha sala de estar, sala de jantar, sala de cinema, biblioteca e, se bobear, mesmo sem crianças, acho que tinha até uma brinquedoteca, academia e sauna. Agora, o local que me chamou bastante atenção e com toda certeza eu iria fazer questão de ir sempre, era no enorme jardim que havia ali.  Era tão bem cuidado, tão cheio de vida... Aquelas flores lindas e bem cuidadas, aquele cheiro vivo de rosa era tão encantador! E fora que ficava em frente a uma enorme piscina que ficava no mesmo lugar.

Lembro-me em uma dessas conversas com minha mãe, na qual ela havia me contato que, uma vez, o meu pai e ela haviam tomado banho aqui escondido, quando nenhum dos membros da família estava presente, claro, afinal o romance dos dois era escondido.

•••

— Você é tão bonita quanto a sua mãe — Essa fora a primeira coisa que depois de horas a senhora havia me dito. — Lembro bastante dela e das vezes as quais ela aparecia escondida aqui.

— Você conheceu ela- Perguntei.

— Sim, afinal eu ajudava seu pai a encontra-la - sorriu.

— E a casa? Digo, é tão grande para tão poucas pessoas, eu ainda não sei muito sobre a família. Será que você poderia me ajudar para não ficar tão perdida?
 

Sentamo-nos num desses bancos que ficavam ali para enfeitar o ambiente. Johanna fazia questão em responder cada pergunta e duvida que eu tinha sobre o meu pai. Ela mantinha em mãos um caderno, na verdade era uma espécie de álbum de família com algumas fotos da Família Parker. O homem que sempre aparecia sorridente e alegre era Richard, ou melhor, o meu pai. Ele tinha um sorriso tão lindo, o cabelo dele era extremamente cacheado. E fora um jeito engraçado de se vestir, ao mesmo tempo em que era elegante, era completamente louco, numa mistura de “Sou roqueiro doidão”. Ele ainda era novo quando havia falecido.

Janna como havia pedido para mim chama-la dessa forma. Ela citou algumas curiosidades entre elas um dos hobbies favoritos era Robert tinha era cantar e que o mesmo tinha uma voz muito bonita. Também citado que eu tinha um tio e que ele se chamava Robert, era o filho caçula da Sra. e do Sr. Parker.  Richard era diferente do seu irmão mais velho. Esse já era mais ligado aos negócios da família, formado em advocacia, era tipo o filho perfeito. Os herdeiros dos Parker eram somente dois, só que com o passar do tempo, como ela havia crescido. Richard de fruto com a sua morte só havia mim deixado e, antes da minha existência na família, tinha somente os filhos de Robert. 

Folheando o álbum, Janna mostrou também meu primo. Caleb, esse tinha quase minha idade, na verdade só tínhamos alguns meses de diferença. Era filho de Melissa atual esposa de Robert.  Havia contado que o garoto era meio “mauricinho”, fazia faculdade de advocacia assim como o seu pai e, assim como o mesmo era o "queridinho" dos pais. Já sobre a loira, Meiissa, ela havia mim falado que ela não trabalhava e vivia em casa, ou então no shopping. E que também era presidente de uma organizações para mulheres da alta sociedade.  E por fim, quando estava prestes a terminar aquele álbum um detalhe não poderia passar despercebido.

Quando já estava acabando eu lembrei de algo importante minha mãe havia me falado sobre um garoto o qual meu pai fazia questão de proteger.  Henrique não, Heitor também não. Harry. Isso. Era Harry o nome dele.
 

— E o Harry? — Perguntei assuntando um pouco a mulher que já se mantinha de pé e com o álbum fechado. — Não vai me falar sobre ele? E nem mostrar sua fotografia?

— Ah! O Harry! Bem agora eu tenho que organizar o jantar. Você também precisa descansar, não? — Deu sorriso.
 

•••
 

Não entendi o fato dela não ter falado sobre ele. Será que o garoto era um assunto proibido nesta casa? Será que ele era o excluído da família? Se isso fosse mesmo real, eu estava completamente perplexa com essa possibilidade. Será que ele era tão maldito para chegar nesse ponto? Eram umas duvidas quais eu ainda não tinha resposta. Não agora.
 


•••
 

Abrir levemente os olhos e até se acostumar com a claridade foi um pouco difícil. Johanna estava sentada na beira da enorme cama, na qual eu ainda permanecia totalmente esticada depois de horas e horas de sono. A mulher sorria para mim e isso ainda era meio estranho, afinal, onde eu vivi, sempre ouvir algumas pessoas dizer que o povo inglês era frio e grosso e até agora eu só fui recebida com sorrisos. 

Havia totalmente esquecido que a noite, ou melhor, agora, iria acontecer o jantar especialmente dedicado a mim. De início eu havia achado uma completa bobagem e se mim perguntasse se eu queria com certeza minha resposta seria "NÃO" e iria tentar de alguma maneira recusa-lo. Não gostava nem um pouco de ser o centro das atenções em qualquer lugar que fosse. Também como havia sido um jeito de Melissa mim agradar e fazer com que eu conhecesse logo os meus familiares e claro o jeito deles de se desculpar dos outros por não estarem aqui quando eu havia chegado. Então eu não poderia recusar.

Johanna deixou bem visível um vestido lindo que a Sra. Parker havia mandado para que eu usasse para o jantar. O mesmo era simples, do jeito que eu gostava. Ao menos isso alguém tinha que acertar. Já hoje cedo, quando estava conhecendo a mansão ainda, eu fui apresentada ao meu quarto, e ele era totalmente infantil. A decoração estava bem formal. Onde eu teria liberdade para decora-lo do jeito que quisesse.

 

•••
 

Respirei fundo enquanto fazia me analisava pelo espelho novamente. Como, em tão pouco tempo, a vida de uma pessoa pode mudar completamente e radicalmente, assim, de uma hora para outra, sem nem mesmo ela está preparada para isso?! Como minha vida pode mudar tanto? Eu, que havia sido criada apenas com a minha mãe, do dia para a noite descubro sobre meu pai e então, por obra do destino, ou até mesmo de alguma burrice minha decido, procurar saber mais sobre ele e acabo perdendo minha mãe. Agora estou aqui, numa casa com pessoas totalmente estranhas, apesar de estarem sendo totalmente amáveis. Mesmo dessa forma eles não deixariam de ser menos estranho, pelo contrário: tornava-se pior a cada minuto ao lado de qualquer um. E olha que nem se quer 24hrs eu tinha ali.
 

Todas aquelas semanas que passei numa cama de hospital enquanto estava recuperando do acidente haviam sido torturantes. Não estava completamente machucada fisicamente, na verdade nem se quer havia machucado grave.Bem, na verdade tive apena uns ferimentos de leve, e isso não me impediria de sair do hospital no dia seguinte, só que a minha mente estava tão perturbada que precisava ficar ali. Inventei uma desculpa qualquer para poder ficar ali por dias, meses e, se possível, anos. Aquela decoração terrivelmente branca ajudava bastante para que eu conseguisse colocar meus pensamentos no devido lugar.  Depois de um tempo eu conseguir tentar entender: se Deus havia feito isso comigo é porque algum proposito ele tinha que ter, afinal, isso não era justo. Não poderia ser justo!


•••
 

Já estava tudo em ordem.  Agora só era uma questão de coragem para descer. Pelo que Johanna havia contado, aquela família não era tão grande. O Sr e a Sra. Parker somente tiveram meu pai e Robert e Robert também só havia tido dois filhos e pelo que entendi o tal do Harry não morava aqui e o outro passava maior parte do tempo estudando. 

Quando eu já estava quase no último degrau da escada ouço uma movimentação de vozes vindo da sala de visitas. Respirei fundo antes de adentrar o local. E assim que fiz, todos se calaram e os olhares vieram ao meu encontro. Dei apenas um meio sorriso sem graça.
 

— Querida! — A Senhora gritou logo vindo ao meu encontro. 

A mulher ainda permanecia com aquele mesmo sorriso de todas às vezes que havia me visto. Enquanto falava comigo pude perceber a reação de cada um que estava presente naquele lugar. O senhor, também de cabelos grisalhos e barbudo, olhava-me sem reação nenhuma. Já o outro homem que mantinha uma barba malfeita e extremamente sexy fazia questão de olhar com a boca meio aberta e ao seu lado esquerdo aquela mesma figura loira de hoje cedo dessa vez ela mantinha aquele mesmo sorriso falso de antes. E o garoto do lado direito que só poderia ser o filho do casal. Ele bem, tinha um olhar meio sorridente. 

— Venha! — Sorriu. —  Irei te apresentar ao restante da minha, ou melhor, da nossa família — A senha novamente disse, tomando a minha atenção para si.

Os outros integrantes já haviam ficado de pé. O senhor mais velho veio até a mim e fez questão de ser o primeiro ao fazer o cumprimento.

— Que bom finalmente te conhecer, Laecy. —  disse, ainda mantendo uma voz firme.

— Também! É muito bom conhecer o você. Digo o senhor Parker — Sorri, tentando demostrar ao máximo algum tipo de sinceridade em meio aquilo tudo.

— Sei que vai ser difícil. E falando desse jeito, pode ser um pouco assustador de início, só que eu ficaria bastante feliz se você pudesse começar a mim considerar como seu avô — também esboçou um sorriso.

Não estava falando do mesmo homem, estava? O senhor havia sido totalmente agradável comigo completamente diferente do que minha mãe contou na história, e até mesmo diferente da figura repugnante a qual eu imaginei durante dias e anos.

Logo foi a vez do outro homem se aproxima diante de mim. Ele ainda mantinha o mesmo olhar perplexo de antes.

— Então você existe mesmo — brincou.

— É acho que sim — tentei sorrir também.

— Fico feliz em lhe conhecer, Laecy — aproximou-se — Espero que se sinta super bem-vinda à nossa família.

Melissa também se aproximou e diferente do seu marido, ela foi mais ousada e me puxou para um abraço apertado.

— Espero que goste do jantar que preparei para você.

Quando foi a vez do rapaz mais novo. Ele apenas fez questão de levantar sua mão para fazer um cumprimento

— Seja bem-vinda — sorriu.

O garoto parecida ser do tipo que não gostava muito de ser tocado. Pelo pouco que percebi o mesmo era uma cópia idêntica ao pai e ao patriarca da família.

Durante o jantar tudo permanecia agradável, aquela família por mais estranha que fosse em todos os sentidos para mim estava dando o máximo fazer com que eu me sentisse à vontade. Ríamos de alguma piada boba que o homem mais velho tentava contar do seu jeito enrolado. A senhora continuava me dando uns olhares como se tivesse dizendo “liberte-se você faz parte disso assim como eles”

Porém a quem eu estava querendo enganar, não estava nem um pouco confortável com toda aquela situação. Meses atrás eu nem se quer sonhava em se mudar para cá, depois de uma decisão rápida eu estava numa situação terrivelmente inapropriada para qualquer outra pessoa.

Vivendo com pessoas completamente estranhas e que do dia para noite eu teria que acostumar a chamar de minha “família” vivendo numa casa terrivelmente enorme que muitas horas me lembrava de aquelas casas de filme de terror. Que a qualquer momento iria sair algum fantasma pronto para o ataque. Ou pior, muitas das horas eu parecia viver num pesadelo terrível e que isso tudo era apenas fruto da minha pobre imaginação fértil que vivia imaginando coisas que nunca iria acontecer. E que depois eu iria acordar com a minha mãe acariciando meus cabelos e que logo ela me chamaria para tomamos uma xícara de chá enquanto assistiríamos algum filme de terror ou estaríamos rindo de alguma bobagem que se passava na TV. Só que por mais que eu quisesse que fosse assim não seria e que alguma hora eu teria que aceitar que havia me tornado uma das herdeiras das famílias mais ricas da cidade.

Por mais que eu quisesse ou ao menos tentasse fazer parte dos assuntos os quais eram levantados durante ao jantar eu ainda não feliz. A Sra. Rose havia comentado que seria muito bom se eu procurasse um psicólogo ou então fazer alguma coisa que ajudasse fazer com que eu mim sentisse mais confortável e que ocupasse o meu tempo. 

Não poderia mudar minha vida drasticamente do dia para noite, por mais que tudo estivesse acontecendo rápido eu queria ter tempo para organizar como seria minha vida daqui por diante. Queria poder respirar em paz e sem nenhum sentimento de culpa para me atormentar.

 


Notas Finais


Até a próxima ;)


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