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História Amnésia - Capitulo cinco.


Escrita por: holyfo0l

Notas do Autor


•Novamente peço mil desculpas pela demora.
•Peço para quem for ler se possível ouvir "Take Me To Church" do Hozier (combina bastante com esse capitulo).
•E agradecer a intact pela betagem do capitulo e a Nina pela capa maravilhosa.
•Lembre-se que plagio é crime ;)
•(Outras informações nas notas finais)

Capítulo 6 - Capitulo cinco.


Fanfic / Fanfiction Amnésia - Capitulo cinco.

                                                           

Laecy Spittle:

            A igreja realmente permanecia lotada, Johanna havia me informado que aquela missa era uma tradição de todos os religiosos da cidade e minha “família” não era diferente. Uma vez ao mês, ou uma vez ao ano, acontecia uma grande celebração. E todos da cidade que eram católicos deveriam comparecer.  Então isso explicava o fato da igreja está perfeitamente lotada. 

 

            Como não havia lugares para todos, alguns ficavam do lado de fora. Caleb continuava sendo muito atencioso comigo enquanto me guiava pelo local. Na entrada, havia um fotógrafo que fez questão de tirar uma foto nossa. Algumas pessoas olhavam e sussurravam coisas e algumas garotas apenas encaravam e isso causava certo desconforto. 

 

            Passei os olhos pela fila. O Sr. Klaus encontrava-se ao lado de sua esposa. No outro lado encontrava-se Melissa — em um vestido digno de um tapete vermelho— ao seu lado Robert encontrava-se na sua postura de sempre e ao meu lado Caleb mantinha uma aparência no rosto. 

 

 

            Continuei dando uma discreta olhada no local e logo no fim da fileira, Harry também mantinha uma postura séria com um olhar que muitas vezes causava até arrepios. Ainda o encarava quando o mesmo direcionou seu olhar pra mim. Desviei mudando um pouco o foco e quando voltei a olhá-lo o mesmo ainda encarava com as sobrancelhas um pouco erguidas. Quando estava quase fazendo o mesmo com ele o sino tocou em sinal que a missa já iria começar. 

 

•••

 

            O padre que tinha se apresentado como Charles já havia feito oração e agora falava algumas coisas aleatórias. O meu olhar voltou-se para o mesmo lugar de antes. Onde Harry Styles agora permanecia sentado. 

 

 

            Fiquei observando-o novamente e as caras de tédio que ele fazia até chegavam a ser engraçadas. Quando o padre anunciou que já estava próximo de finalizar a missa o garoto se endireitou na cadeira e bocejou. Durante o canto, o padre e os ministros dirigiram-se ao altar. O padre fez uma inclinação profunda e deposita um beijo no altar, endereçado a Cristo. 

 

            Em seguida, o padre fez o sinal da cruz e o povo fez com ele, mas sem dizer nada. Ao final, todos nós respondemos o "Amém". 

 

 

•••

 

            Como a missa já havia acabado algumas pessoas já deixava o local e outras ficavam ali apenas para receber uma oração especial do padre ou apenas uma palavra de conforto do mesmo. Alguns membros “especiais” como a minha família continuavam no mesmo lugar para uma conversa particular com o mesmo.                                                                 

 

            O local era enorme e aos fundos havia uma capela pequena onde as pessoas poderiam ir para fazer suas orações, sem precisar ser incomodado por outras pessoas e assim eu segui até o local. Algumas janelas permaneciam abertas, apesar de ser à noite, e isso fazia com que o vento gelado batesse no meu rosto fazendo os fios rebeles que estavam soltos balançar-se. 

 

            Observei a cruz de mármore e logo em cima uma imagem de Jesus Cristo. Nunca havia sido muito religiosa e muito menos era do tipo que ia à igreja com frequência. Ao menos rezar eu sabia e havia aprendido isso com minha mãe quando tinha mais ou menos quatro anos. 

 

            As lágrimas agora escorregavam por meu rosto enquanto apertava o colar que havia ganhado de minha mãe quando tinha completado quinze anos. Sentada ali, enquanto as lágrimas rolavam, eu orava baixinho clamando a Deus que estivesse colocado minha mãe em um bom lugar. 

 

            Minha mãe, Emma, havia sido uma mulher boa e enquanto estava viva sempre havia sido ou tentado ser a melhor mãe do mundo. Não tínhamos uma boa condição financeira e com seu salário de professora sempre deixava algo faltando para si para tentar ao máximo me agradar. Morrer do jeito que havia morrido era algo que eu não aceitava e sabia muito bem que se não fosse por minha mãe seria eu que estaria morta. Tem vezes que ainda não me perdoo por não ter sido comigo. 

 

My lover's got humour 

(Minha amante é bem humorada)

She's the giggle at a funeral 

(Ela é a risada em um funeral)

Knows everybody's disapproval 

(Sabe que todos desaprovam)

I should've worshipped her sooner 

(Eu deveria tê-la venerado mais cedo)

 

 

Harry Styles:

 

            A missa já havia acabado e eu estava do lado de fora enquanto os outros ainda permaneciam lá dentro. Um copo de uísque agora iria cair bem ou em qualquer lugar, isso não poderia negar. Repreendi-me pelo pensamento ridículo e voltei a minha caminhada. Conhecia aquela igreja como a palma de minha mão e quando estava ali, sempre gostei de ir à capela pedi perdão a Deus por todos os meus pecados já cometidos e pensados. 

 

If the Heavens ever did speak 

(Se os céus falassem)

She is the last true mouthpiece 

(Ela seria a última palavra)

Every Sunday's getting more bleak 

(Cada domingo esta ficando mais sombrio)

A fresh poison each week 

(Um veneno fresco a cada semana)

 

 

            Não era também uma figura religiosa e muitas das vezes já cheguei até mesmo a duvidar da existência de Deus, só que isso era apenas uma dúvida idiota que tive quando mais novo. Quando criança sempre tive o costume de ir nessas missas com minha família e antes de dormir, quando Janna me contava uma história, a mesma me incentiva a fazer uma oração. 

 

            Eu acredito em Deus, só que não tenho o costume de falar com o mesmo diante de outras pessoas. Então sempre me senti mais à vontade quando ia à capelinha que ficava aos fundos. 

 

We were born sick 

(Nós nascemos doentes)

You heard them say it 

(você ouviu quando eles falaram)

 

            Lá poderia ser eu mesmo e até mesmo chorar quando estava frustrado ou me sentia triste com o mundo lá fora. Ser o garoto assustado de quando tinha dez anos e que quando o pai brigava e ele ia correndo para o quarto chorar, ou o menino revoltado dos quinze. Na verdade, ali eu era apenas o rapaz que tinha um bom coração que muitas das vezes Janna falava que eu tinha. 

 

My church offers no absolutes 

(Minha igreja não oferece absolvição)

She tells me "worship in the bedroom" 

(Ela me diz " adore no quarto")

The only heaven I'll be sent to 

(O único paraíso para onde serei enviado)

Is when I'm alone with you 

(É quando eu estiver a sós com você)

 

 

            O vento gelado batia em meu rosto enquanto me aproximava da porta com as mãos no bolso. O lugar estava silencioso e algumas luzes iluminavam. O local era pequeno e tranquilo e por isso sempre gostei de ir fazer minhas orações e sabia que nesse horário ninguém estaria ali já que todos estariam no salão principal. 

 

I was born sick, but I love it 

(Eu nasci doente, mas amo isto)

Command me to be well 

(Me ordene a ficar bem)

 

            Quando adentrei o local, que só estava iluminado por causa de algumas luzes fracas, segui um pouco mais para perto do altar onde olhei de relance e vi um corpo ajoelhado sobre o chão. A imagem havia chamado minha atenção e apertei os olhos para poder olhar bem. Sabia que reconhecia aquela garota de algum lugar. Sim, claro que reconhecia. Laecy. E ela parecia está chorando. 

 

Amen. Amen. Amen 

(Amém, amém e amém)

 

            Aproximei um pouco mais e a garota orava em sussurros. Tive a certeza de que ela estava orando quando finalizou com um “Amém” 

 

            — Quando eu era pequena — disse ainda de costa. — Minha mãe sempre dizia que o “Amém” é uma forma expressar e demonstrar nossa fé. 

 

            A garota virou o rosto para mim. Aproximei-me um pouco devagar e ajoelhei-me ao lado da mesma. Desde que a conheci — o que não tinha muito tempo — sabia que ela apenas fazia-se de forte diante daquela tamanha dor. Eu havia ficado sabendo do acidente que ela sofreu e do fim triste que sua mãe havia morrido. Da mesma forma que meu tio o pai de Laecy também faleceu.

 

Take me to church 

(Leve-me à igreja)

I'll worship like a dog at the shrine of your lies 

(Eu adorarei como um cão no santuário de suas mentiras)

I'll tell you my sins 

(Irei lhe contar meus pecados)

So you can sharpen your knife 

(Assim você poderá afiar sua faca)

Offer me that deathless death 

(Ofereça-me essa morte imortal)

Good God, let me give you my life 

(Bom Deus, deixe-me dar-te minha vida)

 

            — Eu juro que só queria entender o motivo disso tudo — me encarou. — Primeiro, o pai que eu nunca tive e agora a minha mãe. Será que o meu destino vai ser igual? 

 

            Demorei alguns segundos para entender que aquilo havia sido uma pergunta. Uma pergunta dirigida para mim. E eu sabia muito bem que não sou um bom conselheiro e todos os conselhos que dei sempre havia um “manda se foder” e agora estava diante de uma garota completamente perdida e que havíamos trocado apenas algumas palavras e nem se quer tinha intimidade para abraça-la e dizer que ficaria tudo bem. Mesmo sabendo que não ficaria.

 

            — Acontece que as pessoas boas sempre vão — disse pela primeira vez. — E talvez esse não seja seu destino, não que você não seja uma boa pessoa. E sim, talvez, o destino nem sempre seja como a gente quer. 

 

            — E como você sabe que eu desejo isso? — Perguntou espantada. 

 

            — Está na forma que você olha — palpitei. — É do mesmo jeito que eu olho há anos. 

 

            — Você não tem noção de como eu queria que isso tudo fosse um pesadelo— As lágrimas voltaram a cair. — Como eu queria ter morrido no lugar dela.

 

            Voltei minha atenção a figura de Jesus diante daquilo tudo. Não entendia o motivo de sentir tão comovido com aquilo tudo. Só que no fundo lembrava-me de Richard e as poucas memórias do meu tio fazia com que ao menos eu pudesse tentar ajudar ou apenas ouvir quieto as coisas que a garota falava. 

           

            Nas poucas memórias que eu tinha do meu tio, lembrava-me o quão defensor ele era e o quanto ele havia feito papel de pai na minha vida, quando nem mesmo meu pai verdadeiro lembrava-se de minha existência. 

           

            — O seu pai e provavelmente sua mãe, não iriam gostar de lhe ouvir falando dessa maneira — Sussurrei. — E, por favor, nunca mais pense assim — falei meio autoritário. — Não pense em morrer. 

 

If I'm a pagan of the good times 

(Se eu sou um pagão dos bons tempos)

My lover's the sunlight 

(Minha amante é a luz do Sol)

To keep the Goddess on my side 

(Para manter a Deusa ao meu lado)

She demands a sacrifice 

(Ela exige um sacrifício)

 

            Depois de alguns segundos em silêncio, a garota virou-se por completo para poder  enxergar melhor. 

 

            — Como ele era? — Soluçou. — Como meu pai era? 

 

            — Quando Richard morreu eu era muito pequeno — Fechei os olhos. — Normalmente, crianças tão pequenas não lembrariam perfeitamente, só que eu consigo me lembrar de algumas coisas. Agora não sei se são apenas lembranças que eu criei com histórias que as pessoas contam sobre ele. 

 

            A garota fez sinal para que eu prosseguisse. 

 

            — Richard era a melhor pessoa que eu pude conhecer na vida. Ele sempre estava de bom humor e cantando — ri. — Ele sempre me ajudava e contava histórias. Me defendia de tudo e de todos. Sei que depois que ele morreu nada ficou igual. E as coisas só pioraram para mim e para todos os outros. 

 

If I'm a pagan of the good times 

(Se eu sou um pagão dos bons tempos)

My lover's the sunlight 

(Minha amante é a luz do Sol)

To keep the Goddess on my side 

(Para manter a Deusa ao meu lado)

She demands a sacrifice 

(Ela exige um sacrifício)

 

            — Eu sinto muito — Fora a única coisa que ela conseguiu dizer.

 

            — Só consigo lembrar de poucas coisas, — levantei-me — se você quiser saber mais pergunta pra Johanna... Ela sabe de tudo. 

 

            — Obrigada por tudo, Harry — sorriu. — Você tem um bom coração. 

 

We've a lot of starving faithful 

(Nós temos muitos fiéis esfomeados)

That looks tasty 

(Isso parace saboroso)

That looks plenty 

(Isso parece bastante)

This is hungry work 

(Isso é um trabalho faminto)

 

            Já estava próximo da porta e quase gargalhei quando ouvi a garota dizer que eu tinha um “bom coração”. Iria gargalhar pelo modo como a garota disse e isso havia me lembrado de todas as vezes que Janna dizia isso. Agora se eu tinha um coração bom não sabia. A única coisa que sabia relacionada ao meu coração é que ele estava batendo acelerado demais. 

 

            Já estava praticamente na metade do caminho de onde havia deixado Laecy segundos atrás. Os batimentos iam voltando ao normal e agora só senti minha respiração ofegando. 

 

            Estava quase perto da porta onde me levaria para o salão principal, quando esbarrei em alguém. Por um segundo, pensei até em me desculpar pensando que provavelmente teria sido alguém indo fazer uma oração no lugar onde antes eu estava. Só que meus pensamentos mudaram quando percebi o garoto em minha frente.

 


Notas Finais


Contatos:
Ask (MilenaKellen)


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