História Amnésia - Capitulo oito.

Harry Styles:

Havia encontrado Violet no corredor e decidiu paquerar um pouco. Sempre soube da paixão que ela mantinha por ele e sempre que podia tirava proveito dele. Não era pecado dar um pouco de “amor” ao próximo. Então sempre se aproveitava da situação, não escondia de ninguém que era desses que adorava um sexo sem compromisso.

Como também já havia consumido além de todos aqueles tipos de bebidas que passava por ele. Já que estava no seu inferno astral iria aproveitar ao estremo. Quando Melissa lhe lançou um daqueles seus olhares de ódios encravado que lhe dava sempre sua única reação foi levantar o dedo do meio lançar para ela em sinal de que não se importava.

            Quando alguns dos convidados já haviam ido embora e agora só os mais próximos estavam ali. Desfrouxou aquela gravata que lhe apertava e pegou outro copo de whisky.

            Como a garota ainda estava o seu pé decidiu leva-la para o andar de cima.

•••

         No andar de baixo a música continuavam alta os convidados mais novos não largavam aquela pista por nada. O pouco dos mais velhos que ainda restavam no local agora estava sentado rindo e comentando o quão a energia jovem era contagiante.

            Laecy como era anfitriã do local não poderia sair dali por nada. Ao menos era isso que Melissa havia lhe dito. O sapato já lhe incomodava e vontade de sair correndo dali era enorme.

            Quando percebei que ninguém ali estava prestando atenção em mim, decidir que estava na hora de ir. Subiu as grandes escadas e foi em direção ao enorme corredor. Como era tantas portas e todas praticamente iguais sempre se confundiam em qual era a sua. Seguiu até o fim do corredor mas algo lhe chamou atenção.

            Alguns gemidos baixos tirou a atenção da sua porta para aquela porta ao lado. Sabia que era errado mais a curiosidade sempre falava mais alto. Virou-se para o lado e seguiu até aquela outra porta, grudou o ouvido na mesma e agora poderia ouvir um pouco mais próximos daqueles sussurros.

            Sabia perfeitamente do que aquilo se tratava e sabia também de quem eles pertenciam. “Harry e Violet” no mesmo momento a maçaneta virou-se e a porta abriu fazendo com que eu caísse em cima de quem abriu a porta.

            Por conta do susto e o impacto da batida com aquela outra pessoa eu preferi manter meus olhos fechados até que ouvir algumas risadas.

            – Ei – o rapaz disse enquanto paro de rir – Eu não acredito no que acabei de ver.

            – Eu, eu – o nervoso era tanto que nem conseguir formular uma palavra decente.

            – Você por acaso estava ouvindo atrás da porta? – perguntou enquanto segurava a risada.

            – Eu só estava conferindo – disse – Eu ouvir uns barulhos.

            Essa era a desculpa mais idiota que eu já havia dado em toda minha vida e pela postura do Harry ele não havia acreditado nem um pouco já que ele jogou a cabeça para trás e caiu na gargalhada novamente.

– Não me diga que você pensou que era um bicho papão – ele acrescentou sem parar de rir – Pois sinto lhe decepcionar querida, fantasmas não existem.

            Aquela situação já estava constrangedora demais quando Caleb veio ao nosso encontro. Harry estava apenas de toalha enquanto isso a garota estava terminando de se vestir.  E eu ali parada procurando ao menos um buraco para me enterrar de tanta vergonha.

            – O que está havendo aqui – perguntou.

            – Nada – respondemos todos juntos.

            – Ok – levou as mãos para o alto em sinal de redenção – Então o que isso quer dizer?

            – Nada! – falei – Quer dizer, podemos sair daqui? – disse segurando na mão do menino e indo sem nem mesmo olhar para trás.

•••

             – Você é tão incrível – Violet dizia enquanto ainda estava deitado sobre o meu peito.

            Levantei e coloquei uma toalha na minha cintura. Não estava a fim de prolongar uma conversa ainda mais estando bêbado. E preferi não responder ao elogio de Violet, não que eu fosse um canalha só não estava com vontade de ter uma conversa desse tipo com ela e se ela realmente fosse esperta saberia que aquilo não iria passar de uma noite e nada mais. É talvez eu realmente fosse um canalha!

            Quando abrir a porta e dei de cara com a Laecy ali minha reação de imediato foi segura-la para que a mesma não caísse e em seguida não conseguir controlar uma gargalhada escandalosa que foi seguida pela de Violet.

            Quando eu finalmente entendi o motivo dela estar ali não conseguir me controlar de verdade e a ver tentando se explicar e na verdade se embaralhar toda com suas desculpas esfarrapadas aí sim que eu não conseguir parar com a crise de riso.

            Só que para acabar com toda diversão Caleb chegou ali, meu irmão me olhou por cima do ombro, com uma grande cara de dúvida. Laecy ainda com vergonha aproveitou a situação para sair dali.

                                                  Harry Styles:

            No dia seguinte acordei com Johanna puxando as cortinas e com aquele sol infernal invadindo meu campo de visão.

            – Não, não, não – gritei – Não acredito que você está fazendo isso.

            – Desculpe querido, são ordens – disse – Parece que seu pai quer conversar com você.

            – Sério? – perguntei com esperanças de ela dizer que era apenas uma pegadinha.

            – Sério – Sentei na cama e minha cabeça girava por conta da ressaca da noite anterior – Não poderia simplesmente dizer que eu não estou.

            – Não querido – ela riu – Tem comprimido ali no criado mudo.

             – Obrigada – peguei o remédio e o copo com água.

            Antes de sair do quarto ela sussurrou algo como “Seja paciente”.

•••

            O movimento de gente indo para lá e para cá já tinha acabado e quem não estivesse vindo ontem nem iria perceber que na noite anterior havia tido uma festa já que a equipe de decoração já havia colocado tudo no seu perfeito lugar. Os parentes distantes já haviam ido embora e assim ele não se despediu de Violet.

            Quando chegou ao escritório Robert, já estava sentado na sua espera. O homem mais velho lhe encarou e fez um sinal para que o rapaz senta-se na cadeira que estava a sua frente. E assim ele fez.

            – Qual o motivo? – perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

            – Bom dia pra você também, filho – riu de lado.

            – Não sabia que você me considerava um dos seus – riu sem humor.

            – Saiba que eu considero – disse – E ando precisando de sua ajuda.

            – Claro – levantou-se – Você nunca me chamaria aqui se não fosse algo para o seu interesse.

            – Acalme-se – gritou – O que eu quero falar com você é algo realmente sério.

            Nunca manteve com Robert nenhum tipo de conversa que não fosse nada além do necessário mesmo desse jeito quando se falavam não era nada menos do que duas palavras. Não era a primeira e nem seria a última vez que se sentia estranho em estar diante de sua própria família, sentir-se estranho na sua própria casa. Todo santo dia perguntava-se a si mesmo porque estava ali e se realmente estar ali valeria a pena.

            Sentou-se novamente não mantinha confiança em Robert, mas já que estava ali iria pelo menos tentar ouvir o que ele tinha para falar.

            – Você sabe que seu avô anda reclamando do cansaço – disse enquanto ele apenas balançava a cabeça como uma afirmação. – E você sabe também que ele não deseja mais estar à frente dos negócios da família.

            – Você poderia ser um pouco mais claro – bufou.

            – E você também sabe das tradições idiotas que mantemos na nossa família – riu – Sabe que quando o meu avô se aposentar que deveria assumir alguns cargos é sempre o primogênito da família.

            – Você já vai conseguir esse cargo – disse.

            – Não, eu não irei conquistar esse cargo sozinho – confessou.

            – Mas é claro. – murmurou

            – Você e Caleb são os primogênitos – bufou – Seu avô quer você no comande junto a mim.

            Desde quando meu bisavô havia fundado as indústrias da nossa família ele sempre manteve consigo uma tradição. Fazer com que os primogênitos da nossa família assumissem o lugar daqueles que forem saindo e assim aconteceu. Desde a sua morte quem assumiu essas indústrias foi meu avô e quem ele de alguma forma estava preparando para deixar esse cargo quando ele se cansasse seria para o meu tio Richard. Quando o mesmo faleceu e nem chegou a assumir esse cargo, essa responsabilidade ficou para Robert assumir e como agora só existia só eu e Caleb, com certeza essa bomba cairia na minha mão.

            – Agora, Harry – começou – todos sabem que você não nasceu para isso.  

            Realmente todos deveriam notar que eu nunca quis assumir aquelas indústrias. Assim como Richard meu sonho sempre foi algo muito mais além do que ficar preso numa empresa usando terno e gravata, participando de reuniões e viver frustrado. Meu sonho era ir muito mais além. E Caleb não ele como meu pai havia acabado de dizer, havia nascido para encarar esse cargo. Ele mantinha jeito para falar em público, para lidar com outras pessoas e até mesmo para brigar se fosse possível e claro ele havia nascido para usar terno e gravata. Enquanto eu era apenas um rapaz tentando encontrar meu espaço no mundo.

            – Você está certa – falei – Caleb assim como você nasceu para encarar responsabilidades desse tipo.

            – Você está falando sério? – Recuou – você não vai querer assumir os negócios da nossa família?

            – Fique tranquilo Robert, eu não quero nada que venha de você – levantei.

            – É tão bom fazer negócios com você – sorriu – pela primeira vez você foi sensato.

            – E mais uma vez você demostrou de verdade quem é você – caminhei até a porta- Um ambicioso de merda.

Laecy Spittle:

            As imagens do acidente ainda permaneciam forte na minha memória e os gritos agonizantes e principalmente o momento o qual o carro havia perdido o controle insistia em invadir minha memória toda a noite.

            Acordar suada no meio da noite já havia se tornado uma rotina desde que havia saído do hospital. Peguei o copo com água que estava no criado-mudo ao lado da cama. O suor ainda escoria pelo meu pescoço e o sono já havia passado fazia tempo. A festa havia sido uma boa oportunidade para esclarecer algumas que ainda me deixavam com dúvidas. E também conhecer gente nova havia sido uma ótima oportunidade para não me sentir tão só.

            No dia seguinte, uma boa parte da família já havia retomado sua rotina de trabalho e estudo. Como eu ainda não havia tomado nenhuma decisão do que iria fazer da minha vida agora por diante preferi ficar no quarto organizando algumas coisas. Assim que pudesse iria trocar essa decoração que Melissa havia organizado. Iria tentar deixar o mesmo com uma cara mais próxima ao meu gosto e tirar aquele lilás que estava mais para uma pré-adolescente.

            – Bom dia, senhorita – cumprimentou Janna enquanto pedia licença para adentrar o local.

            – Bom dia, Janna – respondi.

            – A senhorita está precisando de algo? – Perguntou

            – Não, não – sorrir – Na verdade estou apenas tentando organizar algumas coisas.

            – Se você me quiser ou algumas das criadas podem fazer isso para você – disse atenta

            – Realmente não precisa – suspirei – Só estou querendo ser útil em algo

            – Está se sentindo só? – Perguntou

            – Um pouco – disse para quase si mesma

            O almoço e o lanche foram servidos no quarto graças ao meu pedido. Preferi passar o resto do dia trancada no quarto e não me dirigir a ninguém. Eu conseguia ouvir os meus próprios pensamentos e se continuasse dessa forma poderia acabar entrando numa depressão profunda.  

            Na verdade, estava morrendo de vergonha de encarar o Harry novamente, desde aquele incidente da noite anterior não sabia onde enfiar o rosto quando visse o rapaz. Sempre foi curiosa demais e por conta daquilo sempre se metia em confusões.

            Antes de Violet ir embora com suas outras primas ela pediu desculpas pelo ocorrido. E a loira apenas riu e disse que era para ela ficar tranquila.

            Antes do jantar, eu decidir que já estava na hora de sair do quarto e se estivesse que encarar o Harry eu iria encarar e pedir desculpas assim como fiz com a garota.

            Fui o caminho inteiro agradecendo por não ter o encontrado. Quando já estava quase no último degrau da escada ouvir um sussurro e virei para ouvir de quem se tratava. O rapaz me olhava com um sorriso de canto enquanto chegava ao meu encontro.

            – Laecy  – ele disse quando chegou ao meu encontro.

            – Harry – respondi – não sabia que estava em casa.

            – Não precisa ficar com vergonha de mim – falou.

            – Sobre? – Eu e minha tentativa ridícula de mudar de assunto.

            – Você sabe muito bem – riu – Você pode acrescentar isso para nossa lista de segredo.

            – Não sabia que tínhamos uma – respondi, sem evitar um sorriso.

            – Agora temos – ele sussurrou – desde a noite na capela.

            – Então temos – rir levantando a mão para um cumprimento.

                                             Harry Styles:

            Passamos pelo primeiro jantar, pela primeira noite e até mesmo pela primeira festa. Para quem achou que não iria passar pelo primeiro segundo naquela casa estava tudo se saindo muito bem, sem maiores incidentes.

            Na hora do jantar, eu preferi não me dirigir à palavra a ninguém que estava naquela mesa. Assim como eu Laecy também se mantinha em silencio e só respondia com um “sim” curto algumas perguntas de Caleb.

            Tudo estava tão calmo que qualquer pessoa poderia ouvir os meus pensamentos “Que chatice” quando o jantar acabou os mais velhos se retiraram mais cedo e foram devidamente para seus quartos.

            Quando restavam apenas nós três na mesa e nenhum som além dos nossos talheres batendo sobre o prato era ouvido. A garota foi a primeira a pedir licença e se levantar, seguida por mim e Caleb.

            Desde o papo que tive mais cedo com Robert, eu havia perdido completamente a vontade de fazer qualquer coisa. Não achei que aquela conversa iria acabar de uma maneira agradável, afinal nenhuma conversa que eu tivesse com aquelas pessoas não terminava em algum tipo de desentendimento ou com alguém saindo magoado da situação e esse alguém sempre era eu.

            Nunca fiz questão de demostrar meus sentimentos, na verdade eu gostava mesmo era de descontar tudo em qualquer pessoa que eu via pela frente. Ou num belo copo de bebida, e tendo uma boa noite de sexo com qualquer mulher que demostrasse interesse, e era isso que eu iria fazer hoje.

•••

            Peguei meu carro e fui à minha direção favorita, em direção ao “The Old Red Lion” o meu bar favorito. Havia marcado com Jeff só que o mesmo havia me abandonado para estar com Celine, tudo bem não faz mal, eu poderia muito bem afundar minhas amarguras com uma boa gelada.

            O local não estava tão cheio, mas também não estava vazio. Assim que eu coloquei os pés no local notei que algumas pessoas me encaravam enquanto outras apenas davam de ombro. Fazer parte de uma família que era considerada uma “celebridade” não era nada legal. Isso fazia com que eu fosse o centro das atenções mesmo sem querer. Agora uma parte legal disso era as oportunidades que tínhamos. Como sempre ter as melhores gatas dando em cima sem ao menos você ter que correr atrás.

            Já fazia algumas horas que eu estava naquele lugar, havia paquerado um pouco, mas hoje não estava com vontade nenhuma de ir para a cama com ninguém. Tinha bebido tudo o que tinha para beber mais mesmo assim sentia que não era o suficiente.

•••

            Dirigia em alta velocidade sem se importar, teria que ter muita sorte para nenhum guarda lhe pegar no caminho de volta para casa. Além de estar em alta velocidade, havia extrapolado na bebida e o som alto fazia com que qualquer pessoa se assustasse o vento gelado daquela noite fria fazia com que seu cabelo voasse.

            No meio do caminho, percebi que tinha um carro atrás de mim, que havia surgido assim do nada. Não deveria se preocupar porque só poderia ser coisa da sua cabeça graças à bebida. Resolvi passar por outra rua que era um pouco mais movimentada afinal era rua onde se localizava outros bares.

            Decidi então aumentar a velocidade quando o outro carro de trás aumentou sua velocidade também. Comecei a correr mais e mais para tentar fugir de quem quer que fosse, mas o outro conseguir alcançar. O motorista começou a atirar na minha direção!

            – Droga – disse enquanto tentava se desviar dos tiros

            Um tiro acabou acertando o pneu fazendo com que o carro batesse num poste. E com que o garoto batesse com a cabeça no volante e desmaiasse.