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História Amor Além do Tempo - Um Novo Começo - Chuva


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Vou postar aqui bem rapidinho porque já atrasei muito e ainda preciso tirar essa folguinha curta pra responder os comentários antigos.

Me desculpem, mas a vida adulta tá ferrando meus prazos. Não cresçam, gente. É cilada! XD

Boa leitura p!

Capítulo 11 - Chuva


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Um Novo Começo - Chuva

O barulho sequencial de alguns trovões, seguido pela iluminação arbitrária da mesma quantidade de relâmpagos em meio à tempestade, plenamente perceptível através das janelas da suíte da casa do Caulfield Price, despertou Max de um sono atribulado no meio da madrugada.

Olhando para o lado oposto ao seu na cama, a fotógrafa estranhou a ausência de Chloe Price no lugar que ocupava costumeiramente desde que as duas passaram a dormir juntas muitos anos atrás.

Entretanto, Max já sabia, por experiência, o rumo que Chloe costumava tomar quando despertava no meio da madrugada e precisava de um tempo para espairecer antes de voltar a dormir. Por isso, ela pegou um cobertor, se cobriu quase completamente com ele e levantou da cama, andando rumo à varanda do quarto até ficar próxima o suficiente para enxergar a figura da esposa através da porta de vidro, sentada numa das cadeiras, observando a chuva torrencial, enquanto bebia uma cerveja direto do gargalo.

Após um longo momento de pura contemplação à distância, Max decidiu se aproximar devagar até ficar a centímetros das costas de Chloe, que só esboçou uma reação a primeira reação ao ter seu pescoço entrelaçado por braços que vinham de sua retaguarda e seu rosto beijado carinhosamente pouco antes de a fotógrafa repousar o queixo em sou ombro.

- Atrapalho? - Max perguntou, sem desfazer o enlace que mantinha em torno de Chloe, recebendo um sorriso e um aceno negativo dela, no momento em que esta ergueu a mão livre na direção de seu braço para acariciá-lo. - Você sabe que pode pegar um resfriado ficando aqui fora durante essa chuva, né?

- Eu vou ficar bem, mamãe. Não caiu sequer uma gota em mim. - Chloe ironizou a preocupação de Max como já era seu costume em situações daquela espécie.

Depois, ignorando o olhar crítico que recebeu pela ironia, a punk apontou para o próprio colo,  esperando que Max seguisse a deixa silenciosa e se sentasse nele, o que ela fez em apenas alguns segundos, se posicionando meio de lado, tendo sua cintura contornada pelo braço livre da punk e seu peito feito de travesseiro por ela.

- Pelo menos, hoje, você não decidiu vir até aqui sem camisa como da última vez. - Max comentou, lembrando que Chloe não precisava de muitos pretextos para andar seminua pelo quarto ou, até mesmo, pela casa, quando as duas estavam sozinhas.

- Pensei que você gostasse de me ver seminua. - Chloe protestou em tom de lamento, forçando uma expressão triste apenas por saber o quanto Max era suscetível a ela.

- Eu amo você seminua ou nua por completo, mas não gosto que nossos vizinhos te vejam quando você decide andar por aí assim. - Max concluiu o raciocínio com um beijo rápido no rosto da punk.

Chloe apenas riu, decidindo não irritar mais a nerd e então tomou um novo gole da garrafa, mais generoso que os anteriores, numa tentativa de findar o líquido mais rapidamente. Depois, ela moveu a mão com a garrafa na direção de Max e, quando teve a atenção dela, ofereceu:

- Quer um gole?

- Eca! - A fotógrafa disse após fazer uma careta de nojo involuntariamente. Algo não muito longe do que Chloe esperava como uma possível reação dela. - Você tem uns horários bem estranhos pra beber.

Chloe riu de novo, tomando o último gole da garrafa e, em seguida, a repousando do lado da cadeira para, assim, livrar a outra mão e poder fechar o enlace em torno de Max.

- Eu estava precisando disso pra relaxar um pouco. - Ela explicou com o olhar perdido no cenário das casas vizinhas e na rua completamente vazia assolada pela chuva forte e aparentemente incessante.

- Hum... e o que te fez “precisar relaxar” no meio da madrugada, posso saber?

Embora já imaginasse o motivo daquilo, Max resolveu permitir que Chloe decidisse por vontade própria entre contar o que tinha acontecido ou simplesmente fugir do assunto. Era o que ela sempre fazia, tentando evitar pressionar a punk em momentos delicados como aquele.

- Você sabe que dia é hoje? - Chloe devolveu a pergunta, inclinando cabeça, que continuava repousada no peito de Max, apenas para ver a reação dela ao seu questionamento.

Após um longo suspiro e um instante de desconforto e silêncio, Max finalmente deu a resposta que Chloe esperava e que já estava praticamente tatuada em seu olhar.

- Claro que sei. - Max respondeu, enquanto sentia a ansiedade a consumindo e fazer seu estômago revirar apenas pela mera lembrança. - 11 de outubro. - Ela respondeu e depois completou quase automaticamente com seus próprios questionamentos. - Você sonhou com o tornado?

Chloe negou com um simples aceno de cabeça, apertando o abraço em torno de Max e a sentindo corresponder ao gesto afagando seus cabelos e lhe dando todo o tempo necessário para criar coragem de se abrir.

- Eu sonhei com o dia em que você me ligou no meio da madrugada com medo que a tempestade fosse acontecer de novo. - Chloe confessou sem medir as palavras e Max apenas arqueou as sobrancelhas, enquanto a esperava reorganizar os pensamentos para continuar a falar - Eu estava apavorada naquele dia. Com medo de te perder completamente, de que você fosse enlouquecer depois de tudo que aconteceu, a ponto de não conseguir distinguir mais o que era realidade e o que era pesadelo. Aí, depois que cheguei nos dormitórios, fiquei mais apavorada ainda, porque você estava coberta de sangue, acuada num canto do quarto, trêmula e completamente em choque. Você não faz ideia do quão perturbada eu fiquei com a aquela imagem. Ficou gravada nitidamente na minha memória.

- Não faço mesmo... - Max confessou em meio a um suspiro. Ela tinha visto Chloe morrer muitas vezes e ficado desesperada com esses acontecimentos outras tantas, mas nunca teve a sensação de completa impotência diante deles, que o poder de voltar no tempo amenizava. - E, mesmo assim, você conseguiu me ajudar, sem nem me deixar perceber o quanto eu tava mal.

- Nem eu sei como não perdi a cabeça. - Chloe confessou, enquanto assistia o momento ser reprisado em seus pensamentos como um flashback - Eu só sabia que precisava continuar firme por nós duas, se eu quisesse te ajudar em alguma coisa, te trazer de volta pra mim.

Depois de ouvir aquilo, a nerd compartilhou com Chloe um sorriso amoroso e, segurando o rosto dela com as duas mãos, inclinou a cabeça para beijá-la calmamente.

- Você sempre foi a verdadeira heroína da história.- Max declarou, ao encerrar prematuramente o beijo.

- Nada disso... - Chloe refutou a hipótese de imediato - Nós sempre fomos um time. Parceiras no crime e no tempo. Por isso estamos aqui juntas hoje.

- Então, já que somos um time, você deveria saber que pode me acordar sempre que tiver esses sonhos. - Max salientou, assistindo a punk acenar positivamente antes de responder com mais precisão.

- Eu prefiro ficar te assistindo dormir quando isso acontece. Me tranquiliza demais. - Chloe confessou, a encarando - Eu devo ter ficado uma meia hora olhando pra você antes de decidir me levantar e vir pra cá. Isso é muito doentio?

- Se for. Eu também sou culpada desse crime. - Max respondeu, sem conseguir conter o próprio sorriso - Ouvir sua pulsação continua sendo minha canção de ninar.

A chuva já começava a cessar, quando Chloe respirou profundamente, fechando os olhos e tentando sentir o vento frio da madrugada cortar seu rosto com mais precisão. Depois, ela soltou o ar que estava preso em seus pulmões para, em seguida, falar com Max a respeito de outro assunto também relacionado ao pesadelo.

- Quando eu vim aqui pra fora, não foi só por causa do sonho, foi também pra refletir a respeito de uma coisa que está me incomodando desde nossa última conversa a respeito do assunto.

- Que assunto? - Max perguntou confusa com a fala misteriosa da punk.

- Contar a verdade pra Ellie. - Ela respondeu sem fazer rodeios - Nós concordamos em contar, mas sempre adiamos a conversa por qualquer pretexto bobo. - Max assentiu e Chloe continuou seu discurso - Esse sonho acontecendo logo hoje me trouxe o medo de que algo assim possa vir a acontecer com nossa filha, de a gente não estar lá pra ajudar. Enfim, precisamos deixá-la preparada para esse tipo de situação.

- Eu concordo. Só fico receosa de encher a cabeça dela com algo tão pesado. Ela só tem 12 anos e a possibilidade de herdar poderes de mim é mera suposição, já que até hoje não sabemos como eles surgiram.

- É, mas acho melhor encher a cabeça dela do que deixá-la passar pelo que você passou sem nenhuma noção do que estava acontecendo. - Chloe rebateu e Max concordou em meio a um suspiro - Nós não precisamos contar todos os detalhes, só os necessários.

- Você venceu. - Max disse ao se render finalmente - A gente fala com ela amanhã de manhã.

- Ótimo. Tenho certeza que vai dar tudo certo. - Chloe comentou, encerrando o assunto com um beijo rápido no rosto da nerd.

- Agora vou voltar pra cama porque to congelando aqui fora. Não sei como você aguenta.

Max já se ajeitava de novo no cobertor, de modo a evitar o máximo de contato possível com o vento gelado, ao se preparar para levantar, quando foi contida inesperadamente pela punk e impedida de prosseguir.

- Espera só eu pegar uma coisa, que eu te acompanho.

A fala de Chloe deixou a fotógrafa mais confusa, porém, apesar disso, ela acenou positivamente e relaxou no lugar. Com isso, a punk livrou uma das mãos que contornavam a cintura dela, a moveu até a altura dos joelhos e, num movimento repentino e bastante elucidativo sobre suas intenções, deu um impulso e ergueu a si mesma e também a uma Max assustada nos braços.

- Você não cansa de fazer essas coisas não? - A fotógrafa protestou com um olhar indignado enquanto era conduzida de volta para o cômodo.

- Acho que essa pergunta foi retórica, né?

Chloe debochou, usando o pé para fechar a porta e, logo em seguida, indo em direção à cama onde colocou Max delicadamente e, no momento posterior, se deitou com parte do corpo por cima do dela.

- Que novidade é essa? - Max perguntou num tom bem humorado, enquanto a punk se encolhia  de modo a sustentar a cabeça no ombro dela ao mesmo tempo em que contornava o corpo dela com uma das pernas e um dos braços.

- Só queria saber como é a sensação. - Chloe explicou, de olhos fechados, para uma Max que afagava seus cabelos, enquanto a observava.

- E então?

- É bom... - Chloe respondeu vagamente, ficando em silêncio e apenas aproveitando o conforto que aquela posição lhe garantia. Mas, alguns minutos depois, ela simplesmente girou na cama sem qualquer aviso e deitou de barriga para cima, trazendo Max consigo e invertendo suas posições. - Mas prefiro o jeito convencional.

- E também prefere sempre fazer tudo de surpresa. - Max ironizou, enquanto se ajeitava em sua nova posição.

- Sim - A punk respondeu com um sorriso debochado estampado em seu rosto, apertando o abraço em torno de Max - E você ama isso em mim. Então para de fingir o contrário e vamos logo voltar a dormir.

- Tá. Mas só porque tô pregada de sono. - Max concordou, se esticando para beijar o rosto de Chloe, mas logo voltando a se deitar no ombro dela. - Boa noite, convencida.

- Boa noite, hippie.

__________________________

Na sala de sua casa, Ellie roía as unhas, afundada na poltrona e com o pensamento longe, enquanto imaginava o que suas mães poderiam querer conversar de tão importante consigo logo cedo.

O tom sério e preocupado das duas, ao lhe advertirem sobre a necessidade da reunião logo nas primeiras horas da manhã de sábado, não serviu em nada para conter a ansiedade que a garota sentia em relação ao significado que aquela conversa poderia ter ou às implicações que poderia trazer.

Seu cérebro parou momentaneamente de processar sinapses normalmente quando ouviu o barulho de passos vindos da escada e enxergou Max e Chloe descendo os degraus sem pressa, uma seguida da outra, fazendo o trajeto até onde ela estava e sentando lado a lado no sofá, onde mantiveram os olhos fixos em sua figura, mas não falaram nada de imediato.

- Eu tô encrencada? - Ellie externou seu primeiro palpite repentinamente, quando ficou impossível conter sua própria ansiedade.

- Está? - Chloe devolveu a pergunta num tom enigmático, o que só serviu para deixar a garota ainda mais apreensiva.

- Chloe... - Max intercedeu, direcionando um olhar crítico para a esposa e logo cuidando de acalmar Ellie - Não, filha. Você não está.

Ellie deixou escapar um longo suspiro aliviado, quase como se estivesse prendendo a respiração até aquele momento em que eliminou uma dentre suas preocupações. 

- Essa conversa é mais sobre a gente que sobre você, mas ela influencia diretamente na sua vida. - Chloe disse, evitando fazer novas brincadeiras até segunda ordem. - Por isso, depois de debatermos várias vezes sobre o assunto, decidimos abrir o jogo com você, que é nossa filha e parte interessada indiretamente nele.

- V-vocês vão... se divorciar? - A garota arriscou com uma voz vacilante, enquanto olhava de Max para Chloe, tentando analisar as reações delas.

Max ficou confusa com a pergunta, franzindo o cenho e pensando se tinha entendido direito, enquanto Chloe caiu na gargalhada no mesmo instante, sem entender de onde a filha tinha tirado aquela suposição.

- De onde você tirou isso? - A punk perguntou ao controlar as próprias risadas.

- Eu não sei... Vocês estavam tão sérias quando me chamaram e agora disseram que é um assunto sobre vocês, mas que me afeta... - Ela tentou se explicar aos poucos - isso foi a única coisa que me veio isso à cabeça.

- Max, acho que precisamos nos beijar mais na frente da nossa filha antes que ela acabe ficando traumatizada. - Chloe brincou, se dirigindo diretamente à nerd, enquanto Ellie ia de apreensiva para curiosa, quando voltou a ter a atenção da mãe toda para si - Pode ficar tranquila, que ninguém vai se divorciar. Na verdade, é exatamente o oposto disso. - Ela fez uma pausa, atiçando ainda mais a curiosidade da garota - Nós temos um segredo que queremos dividir com você. O segredo que nos ajudou a permanecer juntas.

A garota se ajeitou no sofá, repassando mentalmente a história sobre como suas mães haviam se conhecido, do momento em que se tornaram amigas até evoluírem para um relacionamento amoroso. Mas, mesmo assim, Ellie não conseguia pensar em nada.

- Vamos direto ao ponto porque eu não gosto de ficar enrolando muito. - Chloe falou, captando de novo a atenção de uma Ellie antes distraída - Você lembra das histórias que eu te contava antes de dormir sobre a garota com o poder de voltar no tempo e a amiga dela?

- Claro, mãe. Mas o que isso tem a ver com nossa conversa?

- Bom. A garota com super poderes é sua mãe e a parceira dela sou eu.

Ellie ficou boquiaberta, encarando Chloe e Max por um tempo, esperando que uma das duas caísse na gargalhada, mas, quando isso não aconteceu, foi ela a não aguentar se manter séria, rindo abertamente, enquanto suas mães permaneciam com a mesma expressão do início da conversa, assistindo seu ataque de riso.

- Mãe, por favor, eu não sou mais criança. Não vou cair numa pegadinha tão absurda como essa. - Ellie falou no momento em que começou a reestabelecer seu estado normal.

- Não é brincadeira. - Foi a vez de Max falar, tentando reforçar a seriedade do assunto - De alguma forma, meus poderes se ativaram quando, depois de 5 anos de separação, reencontrei a Chloe na iminência de ser morta no banheiro feminino da escola por um garoto perturbado.

- A Max salvou minha vida naquele dia e em vários outros, exatamente como nas histórias que eu te contava. 

Chloe continuou ao mesmo tempo em que a expressão risonha de Ellie se convertia numa desconfiada, quando ela passou a escanear qualquer indício de que a mãe estivesse mentindo. Mas não havia nenhum.

- E, assim, ela me salvou repetidas vezes até o dia em que descobriu que minha morte estava ligada a vários fenômenos estranhos que estavam acontecendo na nossa cidade na semana do nosso reencontro. O último deles seria um tornado que destruiria tudo. - Chloe concluiu visivelmente emocionada com as próprias lembranças.

- Eu lembro de quando você me contou isso. - Ellie falou de repente, enquanto puxava o momento de algum lugar profundo em sua memória - Você disse que ela escolheu se sacrificar pra salvar a cidade e a garota, mas sobreviveu porque o tiro que levou no banheiro não foi letal... e elas tiveram um final feliz. - Ela concluiu, refletindo sobre o que acabara de dizer - Mas isso não faz sentido. A mamãe nunca foi embora de Arcadia Bay sem você.

Chloe assentiu, olhando de relance para Max com o intuito de checar o estado dela e, logo depois, contornando o ombro dela com o braço.

- Não faz sentido porque eu não te contei a história completa na época. - Chloe explicou para a garota e seu olhar questionador - Depois de um tempo, a Max descobriu que aquele sacrifício não tinha sido o suficiente. Ela tinha sonhos proféticos sobre como seria nosso futuro e visões sobre eu continuar morrendo. Com isso, passamos por várias coisas juntas até descobrirmos que o momento em que ela havia ativado os poderes não tinha sido o do tiro no banheiro, mas sim o em que nos conhecemos ainda crianças e a única forma de me salvar era voltar até lá e arriscar nunca nos conhecermos.

- Mas felizmente, deu tudo certo e estamos aqui hoje contando isso pra você! - Max completou, com a cabeça repousada no ombro da punk e o olhar perdido, revivendo em seus pensamentos cada trecho da história narrada por Chloe.

- E as memórias? Como vocês mantiveram as memórias? - A garota perguntou cada vez mais àvida por outros detalhes da história.

- Nós não mantivemos. Elas só voltaram no dia do nosso casamento. - Chloe explicou de imediato - Foi a borboleta. Ela reapareceu e tudo voltou de uma vez só.

Ellie ficou em silêncio, com mão postada no queixo, refletindo sobre tudo o que acabara de ouvir e decidindo se acreditava ou não na história.

- A mamãe pode provar que tem super poderes? - Ela questionou após o período de reflexão.

- Não. Ela os perdeu quando consertamos tudo. Só temos nossa palavra mesmo. - Chloe explicou, trocando mais um olhar com a nerd - Lembra daquela viagem pra casa dos seus avós em que eu agi super estranho quando você brincou que podia fazer o mesmo? - Ellie assentiu - Foi por isso. Porque nós sabemos como pode ser perigoso e não queremos que você precise passar pelo mesmo que passamos.

- Por isso, estamos tentando te preparar pra que, caso aconteça, você tenha alguém com quem conversar e que te apoie. - Max completou a linha de raciocínio de Chloe. - A única coisa que sabemos de concreto é que a Chloe ativou meus poderes, a ligação que tenho com ela. Por isso, temos receio que isso possa ser repassado pra você, que é nossa filha.

- Entendi... - A garota disse após um suspiro, olhando para o chão e depois de volta para as mães, antes de voltar a falar - Então pode-se dizer que, de alguma forma, a mamãe recebeu os poderes pra te salvar porque ela te amava?

- Considerando tudo o que aconteceu na nossa vida antes e depois, acho que sim. - Chloe respondeu prontamente - Isso quer dizer que você acreditou no que falamos, né?

- Bom, você não parece tá brincando e a mamãe não costuma brincar com esse tipo de coisa, então, sim. Mas ainda parece bem absurdo. - Ellie confessou com um olhar deslumbrado, se recostando mais relaxadamente na poltrona ao completar. - Minhas duas mães são como heroínas de verdade. Isso é hella foda! - e se corrigiu em seguida - Desculpa pelo palavrão. Saiu sem querer.

- Tudo bem. Acontece. Quanto a parecer absurdo, também é pra nós que vivenciamos. Nada mais natural que seja pra você, que está descobrindo assim. - Max tentou confortar a garota, que apenas acenou positivamente em resposta.

- Por isso, é muito importante que isso permaneça só entre nós três. - Chloe indicou com uma voz firme - Esse assunto morre aqui nessa sala. Você não pode contar pra ninguém. Nem pros seus avós, muito menos pros seus amigos. Entendido?

- Aham. - A garota falou, se levantando no momento seguinte - Guardar segredo e não me apaixonar.

- O que? - Max p questionou com um sorriso ao ouvir a segunda parte da declaração da filha.

- Se é assim que seu poder surgiu, então é a forma mais lógica de evitar que aconteça comigo. - A garota se explicou despreocupadamente ao se aproximar e sentar no sofá ocupado por Max e Chloe.

- E você acha que é fácil assim? - Max perguntou num tom sarcástico e a garota assentiu sem pensar duas vezes,  enquanto esticava o braço para pegar o controle e ligar a tv.

Depois que zapeou entre os canais e finalmente escolheu o preferido, ela se deitou no colo de Max, voltando sua atenção para a programação.

- E como é isso? Posso saber? - Max provocou a filha, que girou cabeça de modo a encará-la no momento de dar a resposta

- É só eu não me apegar a ninguém profundamente e me afastar quando sentir que isso pode estar acontecendo.

- Certo. Veremos se é assim tão fácil, quando tivermos essa conversa de novo daqui a alguns anos. - Max ironizou o plano da filha, afagando os cabelos dela, enquanto a observava voltar a atenção para a tv de novo.

- Nós vamos estar aqui quando seu plano falhar. - Chloe fez coro ao sarcasmo de Max.

- Espero ser recompensada quando ganhar essa aposta. - Ellie brincou, sem tirar os olhos do programa que acompanhava, incapaz de notar o furo óbvio em seu plano. Então estendeu a mão para que Chloe apertasse, selando o acordo, que estava fadado ao fracasso.


Notas Finais


Vejo vocês nos comentários, pessoal!

Beijos e até! :D


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