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História Amor Além do Tempo - Juntando os Cacos


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Pra sorte de vocês ninguém me matou nesse meio tempo e eu tive como postar a continuação da história. Espero que tenha valido a pena toda a espera.

Vocês me contam no final!

UPDATE: Eu deveria ter sugerido pra vcs ouvirem Mirrors durante a leitura desse capítulo. Pena que esqueci e a maioria não vai ver isso. sorry!

Capítulo 13 - Juntando os Cacos


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Juntando os Cacos

Chloe acordou na manhã seguinte com a sensação de ter sido atropelada por um caminhão e sem a mínima força de vontade para mexer um músculo.

Todas as suas energias pareciam ter sido drenadas pelo último esforço que fez para impedir a si mesma de se jogar do penhasco no dia anterior. Chloe decidiu que não desistiria pois, se seu pai conseguiu enfrentar uma realidade em que a própria filha estava à beira da morte, ela poderia suportar mais um abandono. Por mais difícil que fosse, ela superaria. Só que não naquele dia ou naquela semana. Ela precisava irremediavelmente escapar da realidade por um momento e adiar aquela batalha por tempo indeterminado.

Assim, Chloe voltou pra casa, se trancou em seu quarto e bebeu até aplacar seu desejo de quebrar cada objeto e de gritar até não ter mais voz, até finalmente apagar em sua cama, ainda com as roupas do dia anterior, sem descer para jantar ou tomar café na manhã seguinte. Ela decidiu permanecer por lá até que fosse capaz de dominar a vontade incontrolável que sentia de chorar sem parar.

- Chloe, você não vai descer pra comer? Pensei que você fosse ao hospital hoje.

A simples menção daquele fato fazia seu estômago revirar e todos os flashes do dia anterior voltarem como socos atingindo seu estômago em cheio.

- Eu não estou me sentindo bem, mãe. Vou só ficar no meu quarto hoje. - Chloe respondeu tentando esconder seu real estado.

- O que aconteceu, querida? Posso entrar? Você não parece nada bem... - Joyce perguntou preocupada.

- Me deixe em paz, mãe. Eu quero ficar sozinha, só isso. - Chloe tentou manter sua voz firme, enquanto a camuflava embaixo do travesseiro.

- Tudo bem, filha, mas depois vamos conversar sobre isso. E me ligue, se precisar de alguma coisa. Eu já estou de saída.

Chloe não respondeu, apenas se encolheu mais ainda na cama, abraçando as próprias pernas dobradas contra seu peito e tentando não desabar outra vez. Ela queria ter outra garrafa de vodka escondida em seu quarto, pois seria muito mais fácil ignorar a realidade massacrante, se estivesse bêbada. Então ela lembrou das cervejas que David guardava na geladeira, mas não se sentia capaz de descer as escadas naquele momento e não queria cruzar acidentalmente com ele pelo caminho.

Enquanto ainda considerava todas as possibilidades, novas batidas na porta atrapalharam seus pensamentos, mas ela decidiu não responder. As batidas se tornaram mais firmes e insistentes, a impedindo de ignorar por mais tempo.

- Eu já disse que não quero conversar, mãe. Vá embora! - Ela falou com raiva.

- Abra a porta, Chloe.

A voz abalada de Max do lado de fora fez com que Chloe se sentasse instantaneamente na cama, quase por impulso.

- O que você quer aqui? - Ela perguntou sem tentar disfarçar a raiva que estava sentindo.

- Eu preciso falar com você e vou entrar. Não tente me impedir.

Antes que Chloe conseguisse correr em direção à porta para segurá-la, Max entrou no quarto rapidamente, fechando-o em seguida. Ela estava num estado tão lamentável quanto o de Chloe, seus olhos vermelhos e inchados, seu rosto pálido e seu corpo fragilizado parecia não ter tido nenhum minuto de descanso na noite anterior.

- Por que você está aqui? Veio me dar o golpe de misericórdia? - Chloe disse, com os braços cruzados, encarando Max de frente.

- Por que você não apareceu ontem? - Max perguntou, ignorando o ataque inicial de Chloe e mal conseguindo controlar o tremor de suas mãos estendidas ao lado de seu corpo, sua voz também estava trêmula, num tom quase desesperado - Eu entrei em pânico, não sabia onde você estava, te liguei 1 milhão de vezes e quase fugi do hospital no meio da noite para vir te procurar. Você não pode fazer isso comigo...

- Eu não posso? - Chloe perguntou com um quê de ironia em sua voz. Seu coração batendo ainda mais rápido, seu sangue borbulhando em suas veias, deixando seu corpo quente, enquanto uma onda avassaladora de adrenalina tomava conta dela. - Não sou eu quem está indo embora.

Max arregalou os olhos surpresa pela resposta de Chloe, que agora tremia, com os punhos cerrados e um olhar cheio de fúria e mágoa, quando suas lágrimas começaram a cair contra sua vontade.

- Chloe...

- Já que você está voltando pra Seattle novamente, o mínimo que pode fazer é ouvir o que tenho pra dizer. - Chloe a interrompeu, aumentando seu tom de voz - você não pode aparecer, salvar minha vida e ir embora de novo desse jeito, principalmente depois de prometer que não iria. Você me fez acreditar que realmente sentia algo por mim, depois de anos de silêncio, você me fez ter esperança. Eu acreditei e nunca fui tão feliz na vida, mas pelo visto era tudo mentira, porque agora você vai simplesmente me abandonar como da primeira vez...

- Chloe, por favor...

- Se eu soubesse que você iria fazer isso, se pudesse escolher, iria preferir que você não tivesse me salvado de forma nenhuma.

Chloe podia ver suas palavras penetrando Max uma a uma enquanto sua expressão de tristeza aumentava e a emudecia como consequência. Ela se mostrava cada vez mais frágil, mais fraca e a dor em suas feições era tão evidente que Chloe quase parou com seu desabafo por um momento. Ela sentia a dor de Max como a dela própria e seu coração apertava ao olhar a garota mais nova a encarando naquele estado.

Mesmo agora eu não consigo odiá-la. Depois de tudo, eu ainda a amo. Mesmo com ela partindo, me magoando de novo, mesmo assim eu não consigo. Como eu sou idiota!

- Então, se você voltou apenas para tornar minha vida um pouco mais longa e miserável. Parabéns! Você conseguiu.

- Pare, por favor, Chloe.

- Agora, dê o fora daqui, vá para Seattle, se recupere, entre numa faculdade, faça novos amigos, arrume um emprego, se case, tenha um monte de filhos e um cachorro estúpido, faça o que quiser e apenas me deixe aqui.

Ela começou a chorar de novo, as lágrimas a dominaram como todos os outros sentimentos que a consumiam desde o dia anterior.

- Vá embora! - ela disse com a voz embargada pelas lágrimas, encarando o chão, incapaz de olhar em direção a Max.

- Não, Chloe. Você precisa me ouvir...

- VÁ EMBORA!

- CHLOE! 

- O QUÊ?!

Chloe voltou a levantar o rosto e, de repente, as duas voltaram a se encarar, quando Max segurou os braços dela com as mãos trêmulas e suadas após um acesso de fúria. Por um momento, Chloe temeu que os pontos dela se abrissem. Então teve que lembrar que não deveria ligar para aquilo e nem para o fato de que o toque de Max parecia queimar sua pele.

- SERÁ QUE VOCÊ PODERIA CALAR A BOCA E ME OUVIR POR UM MINUTO? - ela esbravejou - você não não pode simplesmente sumir daquele jeito. Eu fiquei desesperada. Eu te vi morrer tantas vezes... eu... eu não aguentaria ter perder assim de novo, Chloe.

As mãos de Max tremiam ainda mais e seus olhos estavam escondidos pelas lágrimas, numa máscara de desespero e pavor, mas Chloe continuava irredutível, já que pela sua perspectiva, era ela quem deveria estar furiosa naquele momento.

- Não me venha com essa. - Chloe respondeu - Eu não quero ouvir nada que você tem pra dizer, apenas vá embora de uma vez... Espera... o que você pensa que está...?

Num movimento súbito de aproximação, Max segurou o colar da camiseta de Chloe com as duas mãos e a puxou em sua direção a beijando furiosamente. Chloe congelou ao sentir o impacto, mas não conseguiu resistir ao toque macio e quente dos lábios de Max, fazendo todo seu ódio se dissipar e derreter dentro de si quando correspondeu ao beijo, como se não pudesse ter nenhuma reação diferente, como se seus lábios tivessem sido moldados para permanecerem um contra o outro. 

A mente de Chloe era um grande espaço em branco. Tudo o que sentia era o gosto de álcool misturado às lágrimas de ambas, enquanto o beijo se tornava ainda mais passional e intenso. Então ela, contrariando sua própria vontade, puxou Max para ainda mais perto de si, fazendo-a ficar na ponta dos pés para prosseguir com o beijo.

Quando finalmente se separaram, se distanciando apenas o suficiente para recobrarem o ar, ainda abraçadas e de olhos fechados, Chloe recobrou sua voz.

- O que diabos foi isso? - ela questionou quase num sussurro, com os olhos percorrendo todo o rosto de Max, tentando entender o que ela acabara de fazer.

- Eu não vou embora. - Max finalmente falou - É isso que estou tentando dizer desde que botei os pés no seu quarto. Eu não vou a lugar nenhum.

- O que? Mas como...? - Chloe arregalou os olhos, em choque, se distanciando alguns centímetros para encarar Max, sem conseguir acreditar na repentina mudança de cenário - mas eu ouvi, no hospital...

- Eu não vou te deixar. Nunca. Falei sério quando prometi. - Max reafirmou com os olhos penetrando os de Chloe. - a enfermeira me falou que te viu no hospital. E eu não sei o que você ouviu, mas eu não ligo pro que meus pais disseram e você deveria parar com essa mania irritante de ouvir atrás da porta e tirar conclusões precipitadas.

Chloe sorriu envergonhada ao ouvir aquilo e esboçou um pedido de desculpas em voz baixa, enquanto voltava a abraçar Max.

Eu não estou sozinha.

- Eu não vou embora nunca mais. Pelo menos não sem você, Chlo. Não vou cometer o mesmo erro duas vezes.

- Espero não estar sonhando.

- Você não está. - Max respondeu e logo repousou seu rosto contra o ombro de Chloe suspirando aliviada - eu fiquei tão preocupada quando não consegui falar com você que liguei pra sua mãe no meio da noite, convencendo ela a invadir seu quarto para saber se você não tinha feito nenhuma bobagem.

- O que? Mas eu não lembro disso. Como...? 

- Eu voltei no tempo quando ela te achou completamente bêbada e começou a brigar com você. Eu sei que não deveria ter feito isso, que posso causar outra catástrofe ou qualquer coisa do tipo. - ela falou notando o olhar de reprovação de Chloe - só não queria te meter em mais problemas à toa. Só precisava saber se você estava bem antes de tentar escapar do hospital de madrugada.

- Max... eu pensei em fazer - Chloe confessou sentindo os olhos inquisidores de Max recaírem em si e rosto dela ainda mais pálido. - mas não fiz, por vontade própria. Saber o que meu pai enfrentou por mim naquela outra linha do tempo me fez perceber que eu precisava ser mais forte, me fez não querer desistir da minha vida tão facilmente.

- Eu fico feliz que você tenha me contado isso, embora não esteja sentindo minhas pernas direito agora.

Chloe a levou até a cama e ambas se sentaram, ficando em silêncio por vários minutos, ainda abraçadas, tentando se acalmar depois da discussão acalorada de pouco antes.

- Você vai dormir aqui hoje?

- Não sei... eu saí do hospital antes que meus pais aparecessem... eu preciso falar com eles, dar alguma satisfação...

- Por favor, não me faça implorar... Eu preciso de você aqui.

Max sorriu para Chloe e beijou seu rosto antes de responder.

- Eu vou só ligar pra eles pra dizer onde estou e que conversaremos amanhã. Tudo bem? - Max perguntou se levantando. 

- Claro. Eu vou tomar banho e depois a gente toma café aqui no meu quarto. - Chloe respondeu também se levantando e respondeu ao beijo de Max com um na boca e um sorriso agradecido.

- É um bom plano.

__________________________

Quando voltaram ao quarto, Chloe trouxe comida e ambas devoraram tudo rapidamente, sem muita noção da fome repentina que as consumia depois de toda a energia que gastaram minutos antes. Quando ficaram satisfeitas, permaneceram deitadas na cama, Max apoiando a cabeça no ombro de Chloe até pegar no sono após alguns minutos de um confortável silêncio.

Chloe permaneceu acordada, apenas observando Max dormir, acariciando seus cabelos, enquanto aproveitava aquele momento ao máximo, repassando em sua mente tudo o que aconteceu, se sentindo feliz e eufórica demais para conseguir dormir. Ela ficou assim por horas até Max acordar bruscamente, se levantando com uma expressão assustada.

Chloe já sabia que ela tivera outro pesadelo quando a questionou sobre o que houve e recebeu apenas um curto "nada" em resposta. Então a garota mais nova voltou a deitar em seu ombro, incapaz de encará-la. 

Chloe sabia que Max vinha tendo os mesmos pesadelos desde o primeiro dia em que acordou no hospital, embora ela sempre negasse. Então a garota de cabelos azuis fingia engolir as justificativas da amiga para sua insônia repentina, pois sabia que Max estava apenas tentando não preocupá-la. E Chloe decidiu deixar aquilo passar de novo, simplesmente porque não seria de nenhuma ajuda pressioná-la a falar sobre o assunto naquele momento de fragilidade, depois de toda a tensão da briga das duas.

Chloe resolveu adiar aquela conversa para outro dia e simplesmente fazer o que tinha se acostumado naquelas situações, distrair Max de seu estado aterrorizado com piadas e conversas aleatórias até ela voltar a sorrir. 

Não um daqueles sorrisos que você força mostrando todos os dentes quando está tirando uma foto que não quer, mas sim daqueles que você dá com os olhos, que as outras pessoas não precisam nem olhar para sua boca para saber que você está sorrindo de verdade. Eram esses que ela sempre gostava de causar em Max.

Com o clima mais leve, elas se deitaram de lado na cama, uma de frente para outra, Chloe com uma das mãos ainda no cabelo de Max e esta com a sua repousada na cintura da garota mais velha. Seus olhares vidrados um no outro, seus corpos se movendo em uníssono, enquanto seus lábios exploravam um ao outro e suas línguas provavam o sabor da boca uma da outra. Elas sentiam que poderiam permanecer a vida inteira presas naquele momento sem nenhum prejuízo.

Quando se separaram, permaneceram afastadas apenas por centímetros, dispostas a respirar o ar dos pulmões uma da outra, apenas para se sentirem mais próximas. Então Chloe decidiu tirar uma dúvida que passou por sua cabeça enquanto Max estava dormindo.

- Você contou pra seus pais sobre nós?

- Não exatamente. Eu contei sobre como me sinto em relação a você. Até porque não sabia o que esse "nós" significava quando conversei com eles.

- Não acredito que você esteja dizendo isso. - Chloe respondeu fingindo exageradamente estar ofendida e fazendo Max esboçar um sorriso.

- Mas é verdade. Apenas nos beijamos duas vezes e depois você sumiu. - Chloe notou a tristeza dela ao dizer aquela última frase e tentou distraí-la daquilo antes que causasse um estrago maior.

- Não seja por isso. - ainda na mesma posição de antes, ela segurou as duas mãos de Max entre as suas e voltou a falar - Maxine Caulfield, você aceita casar comigo e morar no meu quarto? Eu prometo te alimentar com a comida da minha mãe e te deixar escolher o lado da cama, te amando e te agarrando pelo resto de nossas vidas.

- Eu aceito - Max respondeu sorrindo logo depois de dar um beijo rápido em Chloe - mas estou falando sério, Chlo. O que eu deveria ter dito?

Chloe pensou por alguns minutos, considerando todas as possibilidades e deixando Max ansiosa com a espera. Elas certamente eram bem mais que melhores amigas agora, mas "namoradas" não parecia o suficiente para descrever o status. Ela se sentia muito mais que isso.

- Bom... Você poderia ter dito que eu sou sua Chloe e você é minha Max. 

E finalmente estava lá, o sorriso que ela estava buscando. E ele nunca foi tão grande e tão brilhante como após ouvir aquela frase. Então Max a puxou para mais perto e a envolveu num abraço apertado.

- Então vou dizer isso quando falar com eles amanhã.

- E eu vou junto pra reforçar seus argumentos.

- Você vai comigo? - Max perguntou surpresa.

- Cara, eu acabei de te pedir em casamento e você se surpreende quando me proponho a encontrar seus pais agora que somos um casal? Você continua a mesma Max Caulfield de sempre, pelo visto.

- Talvez você devesse me dar um anel da próxima vez em que me pedir em casamento, se quiser me ver surpresa.

- Nossa, Max, nunca pensei que você fosse tão materialista.

- Idiota.

- Sua idiota.

- Minha idiota.


Notas Finais


Vocês estão vendo como sou boazinha? Nunca faço vocês sofrerem por muito tempo.
Só dou um sustinho ou outro de vez em quando pra vcs ficarem atentos. Hehehe!

Espero que tenham curtido! :)


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