1. Spirit Fanfics >
  2. Amor Além do Tempo >
  3. O Cinema Parte 2

História Amor Além do Tempo - O Cinema Parte 2


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Voltei pra acabar com a curiosidade de vocês. Antes tarde do que nunca.

Nem vou falar nada do restante desse capítulo porque não quero arriscar soltar alguma coisa sobre o final.

Boa leitura, jovens padawans! :)

Capítulo 23 - O Cinema Parte 2


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - O Cinema Parte 2

Chloe ligou para Max inúmeras vezes, mas as chamadas nunca foram completadas, mandou mensagens que também não foram respondidas, inspecionou as imediações do cinema de cima a baixo com extrema atenção, mas sem nenhuma sorte em sua tentativa de encontrá-la. A garota de sardas parecia ter realmente sumido no ar e não havia o mínimo sinal de sua presença nas proximidades.

Chloe tentou manter a calma, imaginando que Max não poderia ter ido tão longe a pé, até lembrar que ela podia simplesmente ter pegado um ônibus e ido a qualquer lugar. 

Droga de transporte público ferrando minha vida!

Logo que se deu conta daquilo, ela soltou um palavrão e saiu correndo em direção à parada mais próxima, torcendo para encontrar Max por lá, o que acabou não acontecendo e a deixou ainda mais frustrada.

Ela já estava começando a se desesperar, sentada no banco, batendo um dos pés repetidamente contra o chão e sustentando a cabeça entre as mãos, enquanto imaginava todos os piores cenários possíveis sobre o que podia ter acontecido com Max. Quando finalmente levantou a cabeça e olhou de relance para uma pequena praça que ficava do outro lado da rua, viu a inconfundível figura de sua namorada ao longe, sentada sozinha num banco de frente para uma fonte. Aquela visão foi o suficiente para fazer Chloe respirar aliviada e ir, sem demora, ao encontro dela.

- Com licença, moça. Esse lugar ao seu lado está ocupado? 

Ela falou tentando soar descontraída, mas Max apenas olhou para o lado, se apoiando com as duas mãos no assento e, finalmente tomando ciência da presença de sua presença, lhe respondeu com apenas um gesto negativo de cabeça.

- Posso sentar? - Max respondeu novamente apenas com um gesto, dessa vez, positivo. Sem esboçar nenhuma outra pista de seu estado ou do porquê de ter ido parar naquele local.

Chloe sentou, se mantendo calada, enquanto analisava a expressão enigmática de Max, que parecia triste e incomodada, mas não com raiva dela. Seu olhar continuava perdido adiante como se sua mente estivesse há muitos quilômetros dali e aquilo estava dando nos nervos da punk. 

O silêncio que havia se instalado era tão aterrador que Chloe começou a se sentir sufocada com a situação, mas resistindo à vontade de desabafar e falar sobre todas as coisas ruins que ela tinha temido enquanto Max estava ausente. 

Ela se segurou por um tempo, contendo seu ataque de nervos invisível mas, incapaz de conter sua impaciência por saber que a garota de sardas provavelmente continuaria naquele estado por tempo indeterminado, ela decidiu quebrar o silêncio, apelando para uma abordagem comedida.

- Por que você sumiu sem mais nem menos?

Houve mais uma momento de silêncio, onde Chloe olhou em direção a Max, esperando que ela finalmente a encarasse. Em vez disso, a fotógrafa simplesmente olhou em direção aos próprios próprios pés antes de responder.

- Não sei... eu só... acho que é o que faço quando me sinto ameaçada, é meu mecanismo defesa: eu fujo. 

- Então, vai ser assim? Você vai desistir de mim na primeira oportunidade? É assim que você me ama?

Chloe não conseguiu conter o tom magoado em seu novo questionamento e, embora estivesse perguntando, as palavras saíram de sua boca mais como uma constatação do que qualquer outra coisa. 

Aquilo finalmente fez Max reagir e olhar em sua direção e, embora ainda estivesse triste, ela parecia decidida a se defender daquela acusação.

- Não estou desistindo. É só que... eu não sou como você, Chloe. Não tenho costume de confrontar situações assim. Você sabe o quanto sou insegura. Eu só te vi lá com aquela garota e ela era tão melhor, tão diferente de mim, tão como... como a... - Ela evitou completar a sentença, se sentindo ainda mais idiota por ainda sentir ciúme da Rachel. - De repente, senti como se estivesse sobrando e fui embora. Foi isso.

- Meu deus, Max! Você não pode estar falando sério. Ela não chega aos seus pés. Eu não trocaria um fio do seu cabelo por ela inteira - Chloe respondeu enquanto balançava a cabeça incrédula - E, se você mesma percebeu o quanto ela é diferente, deveria constatar que exatamente por isso não tem nada com o que se preocupar. 

A única resposta de Max foi um suspiro. Ela sabia que Chloe não estava mentindo, mas ao mesmo tempo era uma tarefa árdua acreditar que ela fosse tudo aquilo que a outra garota dizia.

- Se você quer saber, eu estava a ponto de me gabar te apresentando pra ela quando você simplesmente sumiu e me fez passar por louca. - Chloe desabafou, mas decidiu controlar a própria reação antes de completar. - O lado bom disso é que, pelo menos dessa vez, não sou eu a responsável pelo ataque de ciúmes.  

- Desculpa... - Foi a única coisa que Max conseguiu dizer, enquanto continha toda a vergonha que estava sentindo, encarando os próprias mãos fechadas e movendo um dedo contra o outro inquietamente, em um claro sinal de ansiedade e nervosismo.

Chloe suspirou e não demorou a puxar Max para perto de si, beijando sua cabeça antes de voltar a falar.

- Não tem problema. No seu lugar, eu provavelmente teria quebrado os dedos dela antes de lhe dar a chance de tocar em você. - Chloe confessou sentindo a vibração da risada de Max contra sua pele.

- Acho que temos formas bem diferentes de encarar essas situações.

- É, e a minha é bem melhor.

Depois disso, houve apenas mais um longo momento de silêncio, onde Chloe apenas sentia a respiração tranquila de Max contra seu pescoço enquanto mexia em seu cabelo com uma das mãos até resolver voltar ao assunto.

- Max, por que você acha que eu estou contigo? 

Mais uma vez, não houve resposta para sua pergunta, mas a linguagem corporal de Max dizia tudo. Chloe podia notar claramente a tensão que havia se formado nela depois daquele questionamento, fazendo seu corpo enrijecer e ela prender a respiração quase por reflexo.

- Se, por um segundo sequer, passou por essa sua cabecinha oca que é apenas gratidão por ter salvado minha vida, saiba que você não poderia estar mais enganada. 

O silêncio que se seguiu foi suficiente para Chloe confirmar suas suspeitas e impulsioná-la a continuar seu discurso.

- Eu estou com você porque não estar é impensável pra mim. Eu nem sequer consigo imaginar o quão miserável se tornaria minha vida, se eu te perdesse de novo, principalmente agora. Você parece não fazer ideia do quanto eu te amo, mesmo depois de tudo o que passamos e do que eu já te disse, e que isso não tem nada a ver com o fato de você ter esses poderes malucos, ter me salvado várias vezes, muito menos ser um prêmio de consolação depois da Rachel. 

Quanto mais Chloe falava, mais Max tinha certeza que ela podia ler seus pensamentos, pois essa era a única forma de ela expor tão claramente todas as suas inseguranças.

- Eu te amo porque você é a pessoa mais incrível que eu conheço. Sempre foi. A única que sempre sonhei ter do meu lado, mesmo quando você não estava mais por perto. Não é aquela garota que nem sequer lembro o nome, nunca foi a Rachel e nem será mais ninguém. Espero que um dia eu consiga te fazer acreditar nisso.

Max se desvencilhou do seu abraço, olhando Chloe diretamente nos olhos, a ponto de fazê-la erguer as sobrancelhas, confusa sobre aquela atitude. Até que Max sorriu, segurou seu rosto com as duas mãos e se aproximou a beijando, sentindo seus lábios se moverem em consonância com os dela, enviando uma onda de eletricidade para todo seu corpo. Então ela parou aos poucos, dando beijos curtos em Chloe até finalmente parar e abrir os olhos para voltar a encará-la ainda sorrindo.

- Eu acredito.

- Então pare de fugir ou vou ter que te algemar a mim e engolir a chave pra você não ter mais chance de escapar. - Chloe brincou voltando a abraçá-la.

- Tão romântico e nenhum pouco doentio. - Max ironizou sorrindo.

- Olha, eu tô brincando agora, mas fiquei realmente preocupada quando você sumiu no ar e, ainda mais, quando não atendeu o telefone. Eu sei que fiz até pior quando achei que você fosse voltar pra Seattle, mas por isso mesmo você deveria saber o quanto a sensação é ruim.

- É, eu sei. Desculpa...

- Tudo bem. Só não faça isso de novo.

Quando o silêncio voltou a se instaurar, dessa vez de forma confortável e acalentadora, Max parecia muito interessada em brincar com um dos botões da jaqueta de Chloe, olhando fixamente para ele enquanto o girava com os dedos, tentando criar coragem para falar o que passava por sua cabeça naquele momento, mas sendo quase imediatamente atrapalhada pelo alvo de seus pensamentos.

- Então, você quer voltar pra ver o fim do filme ou só ficar aqui até dar a hora de encontrarmos seus amigos? - Chloe perguntou afastando o cabelo de Max e abrindo caminho para beijar seu pescoço. - Se você quiser saber minha opinião, acho que posso ser uma opção bem melhor de entretenimento.

Max sorriu sentindo aquela agora já familiar sensação de arrepio se espalhando pelo seu corpo resultado dos beijos de Chloe, o que praticamente a impulsionou a deixar escapar o que diria a seguir. 

- Eu tenho uma ideia melhor... - Ela ouviu apenas um "hum" em resposta, já que Chloe continuava mais interessada em explorar seu pescoço. - E se a gente voltasse pro meu quarto e eu te mostrasse o quanto eu acredito no que você disse?

Chloe parou o que fazia quase imediatamente após ouvir aquilo e se afastou para encarar Max enquanto começava a entender o que ela estava querendo dizer.

- O que...? - Ela conseguiu perguntar depois de superar sua surpresa inicial, piscando diversas vezes para ter certeza de que não estava sonhando acordada.

- Não me faça explicar, Che. - Max começou a responder visivelmente constrangida - Não é nada fácil pra mim tomar a iniciativa nisso.

- Desculpa, eu só queria ter certeza de que não estou confundindo ou delirando. - Ela desabafou fazendo Max rir e ficar mais à vontade. - Então você quer isso mesmo? Tem 100% de certeza?

Max respondeu com um beijo rápido e um aceno positivo de cabeça, se levantando em seguida e estendendo a mão para uma Chloe completamente pasmada. 

A punk mal conseguia acreditar no quanto os eventos tinham mudado a ponto de deixá-las naquela situação, mas não estava nenhum pouco preocupada em questionar. Então, logo que se recuperou de seu choque, deu a mão à Max e as duas saíram em direção ao estacionamento.

__________________________

- É, Kate... eu não estava me sentindo bem, aí resolvemos voltar pra Blackwell... não, não precisa passar hoje, eu já tô melhor e certamente vou estar dormindo quando você aparecer... é melhor você me visitar amanhã... obrigada por se preocupar... eu vou falar que você mandou... outro, tchau!

Chloe se mantinha em silêncio desde que entrou no carro, exceto quando Max fazia alguma pergunta ou comentário a que ela respondia monossilabicamente, parecendo não prestar muita atenção. Sua mente estava em órbita, totalmente distante, o que rapidamente ficou claro para a estudante de fotografia, graças ao comportamento incomum de sua namorada.

- A Kate mandou um beijo.

- Aham.

- E o resto do pessoal mandou oi, mas acho que a Victoria ainda estava bem irritada com você.

- Ela vai superar.

Elas chegaram ao estacionamento e Chloe desligou o carro, mas se manteve olhando adiante, com as mãos no volante, enquanto Max a observava, esperando que ela saísse de seu estado contemplativo ou desse algum sinal de que estava pronta para prosseguir, mas isso não parecia estar nenhum pouco perto de acontecer.

- Ei, tá tudo bem? - Max perguntou segurando o ombro de Chloe com uma das mãos.

- Tá, claro.

Tudo o que Chloe menos parecia naquele momento era bem, mas ela nunca confessaria. Exatamente por isso Max resolveu insistir usando uma abordagem diferente.

- Não deveria ser eu a estar nervosa agora?

- Eu não tô nervosa... o que te faz pensar que eu tô nervosa? - Ela perguntou se sentindo acuada pela observação de Max.

- Talvez você ter derrubado a chave do carro 3 vezes antes de entrarmos nele e uma enquanto tentava colocá-la na ignição, depois ter passado um tempo procurando o cinto de segurança do lado errado do assento e, em seguida, ter parado no semáforo e permanecido lá depois de ficar verde por tanto tempo que ele voltou a ficar vermelho antes que você saísse. Ainda teve o fato de que você parecer ter perdido a língua, já que mal ouvi sua voz durante o percurso até aqui. Enfim, são muitos sinais difíceis de ser ignorados.

- Tudo bem... talvez eu esteja um pouco nervosa. - Chloe confessou deixando escapar um sorriso.

- Olha, se você prefere não fazer isso hoje, não tem pr...

- Você enlouqueceu? Não tem nada a ver! Claro que eu quero. E muito. Você não faz ideia do quanto. - Chloe contrapôs imediatamente fazendo Max rir de sua reação exagerada.

- Então qual o problema?

- É que pensei que, quando isso fosse acontecer, eu teria tudo planejado. Tipo algo bem romântico, especial, talvez uma viagem, sei lá. Eu só queria que fosse inesquecível pra você e agora que vai acontecer inesperadamente, fora do meu controle, tenho medo de não corresponder a essas expectativas.

Chloe confessou, com as mãos apertando o volante do carro com firmeza e o olhar perdido, incapaz de encarar Max, que a olhava com uma expressão repleta de compreensão e carinho.

- Chlo... essas são expectativas que você criou e que só existem na sua cabeça. E outra: só ficar sentada do seu lado olhando pro céu e discutindo a forma das nuvens já é especial. Independente de como, onde e quando aconteça, tenho certeza que vai ser incrível, porque vai ser com você. - Max começou a falar encostando a cabeça no ombro dela. - Se fosse algo programado, provavelmente nem daria certo, já que o fator surpresa é o ponto forte do nosso relacionamento. Você já deveria ter notado isso há algum tempo.

- Eu notei. Só que estou acostumada a ser a causadora da surpresa e não o contrário. - Ela concluiu esboçando um sorriso.

- Se é assim, chegou a hora de você relaxar e se deixar ser surpreendida por mim.

Max concluiu a beijando no rosto com um olhar que irradiava confiança e depois abrindo a porta para descer do carro. E suas palavras, sua segurança repentina e sua certeza naquele momento foram tudo o que Chloe precisou para voltar a relaxar, sair da caminhonete e ir até ela, pulando em suas costas e a abraçando.

- Me mostre o caminho, Max Caulfield. - Chloe falou após poucos segundos, segurando a mão dela.

- Com prazer, Chloe Price.

Elas atravessaram todo o campus preenchendo o ambiente, até então silencioso, com sorrisos e conversa alta, já que poucos alunos permaneciam do lado de fora dos dormitórios devido à proximidade do toque de recolher. Esse fato só tornou ainda mais surpreendente o som de uma voz masculina chamando Max ao longe quando as duas já estavam prestes a entrar nos dormitórios femininos.

- Olá, jovem Max e amiga da jovem Max.

- Oi, Samuel.

- E aí, cara?

- Não vou incomodá-las muito tempo. Só queria dizer que os esquilos me pediram para agradecer o que você fez por eles.

Max trocou um olhar confuso com Chloe antes de decidir perguntar.

- Agradecer? Mas pelo que? Por acaso deixei algum resto de comida fora da lixeira? - Ela esboçou um sorriso.

- Não... É que eles estavam com muito medo de ser levados pela tempestade. - Samuel respondeu fazendo o sangue de Max congelar dentro de suas veias e seu sorriso se dissipar automaticamente com a menção daquele fato.

- O que?

Max perguntou, sentindo uma pressão em sua têmpora e tentando confirmar se o que ela acabara de ouvir tinha sido real mesmo ou apenas outra alucinação. Ela também sentia a mão de Chloe apertando seu ombro, tentando confortá-la ao perceber seu novo estado de espírito.

- Os esquilos me contaram que ficaram muito aliviados por você ter decidido salvar a cidade do tornado. Eles estavam apavorados.

- Eu... eu não entendo... como...?

- Samuel não sabe o que eles queriam dizer, ele apenas os ouviu falarem.

Max empalideceu mais ainda, sentindo a pressão em sua cabeça aumentar, sua visão ficar ligeiramente turva e uma dificuldade enorme para respirar normalmente. 

Ela sentiu seu interior se contorcer e embrulhar enquanto toda a empolgação que sentia minutos antes se converteu num sentimento do mais puro pavor. 

Seus olhos não demoraram a começarem a lacrimejar quando Samuel foi embora do mesmo jeito que chegou, sem nenhum aviso prévio e sem se despedir, andando calmamente pelo campus em direção ao ginásio.

Max não conseguia prestar atenção em mais nada ao seu redor, nem à Chloe apertando seu braço e chamando seu nome, tentando tirá-la daquele transe, ou mesmo no gosto metálico que surgiu em sua boca tão logo um novo sangramento começou em seu nariz.

- Tá tudo bem, Max. Só se segure em mim. - A voz ecoou ao seu lado, embora, para ela, parecesse estar a muitos metros de distância. - Fique comigo, Max. Estamos quase lá, ok?

Ela conseguiu distinguir o portão que levava aos dormitórios a alguns passos de si, mas estava muito aterrorizada para se preocupar com qualquer outra coisa que não a possibilidade de que seu segredo tinha sido descoberto. 


Notas Finais


Acho que peguei pesado com vocês dessa vez. Criei toda uma expectativa pra frustrá-la quase imediatamente. Desculpa!

Melhor eu fugir antes que alguém tente me bater.

Até a volta!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...