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História Amor. com - Capítulo 3:


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 3 - Capítulo 3:


Camus deu um leve gemido enquanto Luana colocava sobre seu rosto, marcado pelo seu soco, um pacote de ervilhas congeladas para diminuir o inchaço.

—Francamente. –ela resmungou, amarrando nervosa a faixa que segurava seu robe na cintura, pegando um vidro de soro e gaze para limpar os arranhões dos seus gatos em Milo. –Eu devia era chamar a polícia para os dois!

—Desculpe. –disseram os dois ao mesmo tempo.

—O que estavam fazendo no meu quintal?? –ela perguntou, pressionando a gaze em um arranhão no rosto de Milo que gemeu, ignorando a dor no rapaz e fitando zangada Camus.

—Eu... –Camus limpa a garganta, procurando as palavras certas e se assusta quando o gato caolho sobe na pia, miando de modo intimidador para ele. –Eu confesso que... estava querendo saber mais sobre a senhorita.

—Podia ter olhado meu perfil no facebook! –ela disse apertando o ferimento de Milo que voltou a gemer de dor.

—Eu faço isso, senhorita! –Milo pegou a gaze da mão dela. –Obrigado!

—Eu agi como um...

—Idiota? –Milo disse, limpando um arranhão no braço.

—Infantil. –completou Camus fitando Milo para se calar.

—Qual é o seu problema, senhor duPont? –Luana perguntou exasperada.

—É. Qual é o seu problema? –disse Milo olhando para o amigo.

—Quer sabotar nossa aposta? –ela inquiriu com as mãos na cintura.

—De modo algum! Eu nunca fugi de um desafio, senhorita Raccos! -Camus fitou aquele rosto zangado.

—Então... é algum tarado que fica espionando mulheres pelas janelas?

Milo ia responder por Camus, mas achou melhor ficar quieto diante da tensão presente no ar.

—Eu não... –lembrou-se que fazia exatamente isso há alguns minutos atrás. –Foi um lamentável erro o que eu fiz. Devido ao meu, er...

—Trabalho. –disse Milo, se assustando com o gato branco sem rabo que saltou do chão na mesa e o fitava.

—Devido ao meu trabalho, eu preciso me certificar se por acaso não estou sendo exposto a eventuais contratempos que seu site poderia me causar ao colocar em redes sociais meu rosto e nome! –Milo o olhou surpreso, não inventaria desculpa melhor. –A descrição é essencial em meu ramo.

—Trabalha na CIA?

—Algo assim. –disfarçando.

—Somos seguranças particulares. –emendou Milo. –Nossa principal cliente requer muita segurança! Nem imagina o quanto!

—Entendi. Não pensei nisso. Mas deveriam ter me dito isso ao invés de estarem me espionando!

—Desculpa? –perguntaram os dois ao mesmo tempo.

—Façamos o seguinte. –ela diz cruzando os braços, e com esse movimento evidenciando o busto, ato que chamou a atenção de Camus bem mais do que queria. –Eu retiro seu perfil da rede, para que não fique exposto e o coloco em uma página oculta para que eu possa entrar em contato com seus eventuais encontros. Eu o deixarei oculto, não posso apagá-lo devido ao programa.

—Compreendo.

—Agora... saiam da minha cozinha! –ela apontou para a porta dos fundos.

Milo foi o primeiro a se levantar da mesa, passando cautelosamente pelo gato sem rabo, que o fitava como se fosse algum inimigo mortal. Camus deixou o pacote de ervilhas sobre a mesa e se levantou, um pouco constrangido pela situação.

—Mais uma vez me desculpe senhorita.

—Amanhã ligarei para o senhor com as notícias de seu primeiro encontro. Espero que seu “trabalho super secreto e discreto” não atrapalhe!

—O.K. –e saiu atrás de Milo, evitando o gato caolho que o seguia como se quisesse se certificar que estava mesmo indo embora. –Esses monstrinhos! É um perigo mantê-los perto!

—Akenaton e Nefertari não são monstrinhos! –ela os defendeu. –Vocês os assustaram!

—Eu me assustei mais! –falou saindo em seguida.

Do lado de fora, Camus ainda olhava para a porta da cozinha de Luana enquanto dava passos para trás e parou com o tapa na nuca que recebeu de Milo. Não revidou, sentia que merecia.

—Nem ... uma ... palavra! –pediu Milo indo embora, sendo seguido por Camus. –Temos sorte dela não ter chamado a polícia! Seria vergonhoso um cavaleiro de ouro com ficha na polícia por invasão de propriedade!

—Valeu a pena. –Camus comentou de modo displicente, lembrando a cena de Luana seminua. Aquela lingerie de renda branca era muito tentadora, concluiu.

—QUEM É VOCÊ E O QUE FEZ COM MEU AMIGO CAMUS? -Milo perguntou de repente, ficando de frente a Camus, que o fitou surpreso. –Onde está meu amigo responsável e chato? Eu não gosto de ser a voz da razão da turma! Essa troca de personalidade não deu certo! Volte a ser a voz da razão e eu o impulsivo! Era mais saudável para mim!

—Milo, calma. Que exagero! Foi um infeliz incidente o que houve, só isso. –Camus suspirou. –Eu não vou mais incomodar a senhorita Raccos, se ela não me der motivos, está bem? Vou cumprir os termos dessa aposta idiota, vencer e nunca mais me preocupar com isso! Ela não vai morrer de fome se perder aquela empresa ridícula de encontros! Tem uma floricultura para tirar o sustento dela e daquelas duas crias de Hades que ela chama de gatos.

—Está bem. –suspirando, Milo concordou. –Se arrependimento matasse... eu não devia ter feito a brincadeira!

—Tudo bem. Mas ainda precisarei de seu auxílio.

—Como assim? –o escorpião ficou desconfiado.

—Ouvi dizer que esses encontros costumam ser desastrosos. Preciso de ajuda para sair deles acaso algo dê errado, sem dar motivos para a senhorita Raccos achar que eu infligi alguma regra da aposta e dizer que venceu!

—Entendo. Uma palavra chave! –Milo estalou os dedos como se tivesse tido uma ideia fabulosa. –Pinguim!

—Hã?

—Se você se ver em uma situação difícil com seu encontro, fale “Pinguim” e eu irei em seu socorro! –Milo explicou com um sorriso nos lábios.

—É meio bobo. –Milo fechou a cara. -Mas acho que dará certo! Vamos então?

 

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Exatamente como havia combinado, no dia seguinte Luana ligou no número que estava no perfil de Camus e este atendeu:

—Senhor duPont?

—Oui?

Luana suspirou. Ele tinha uma voz muito sexy ao telefone e ainda atendeu falando francês? Deveria ser provocação do destino, ela pensou.

—Bem... o encontro será no Restaurante Constantinis, às sete horas. Conhece?

—Oui. É um restaurante bem conhecido. –Camus conhecia o lugar, era requintado e muito bem frequentado.

—Bem, há uma mesa reservada em nome da Amor.com. O gerente do Restaurante me deu essa cortesia eterna, já que eu o apresentei à sua atual esposa.

—Deixa eu adivinhar... pelo site? –Camus perguntou.

—Sim. Já estão esperando o segundo filho e estão bem felizes! –Luana emendou. –Quem sabe você não entra na minha lista de clientes felizes depois de hoje?

—Tenho sérias dúvidas disso. –ele sorriu do outro lado da linha. –Mais alguma coisa sobre o encontro?

—Minha secretária estará no Restaurante para se certificar de que cumpra as metas da aposta.

—Sua secretária? Pensei que seria a senhorita a ir!

—É que eu tenho um compromisso hoje.

—Um compromisso? –Camus endireita o corpo. –Um encontro?

—Isso não te interessa! Até a noite! –e desligou o telefone.

Camus fitou o aparelho e o desligou, pensando porque se importava se Luana Raccos tinha algum encontrou ou não hoje à noite. Ela era bonita, inteligente, aparentemente saudável e seria natural ter algum encontro com algum homem e...

—Isso não é da minha conta! –resmungou, deixando o aparelho de lado.

 

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Na hora combinada, Camus chegava ao Constantinis usando seu melhor terno, procurando o maitre, observou o local admirando a decoração. Logo, o maitre o recebeu e pediu que esperasse um instante para providenciar sua mesa.

—Lugarzinho chique! –Máscara da Morte comentou, logo atrás dele.

—Será que tem picanha? –Aldebaran perguntou, olhando para uma das mesas. –Esses pratinhos de gente fina não me alimenta não!

—Deve ter sim. –comentou Milo.

—Ainda não acredito que deixei que os trouxesse com você, Milo. –Camus resmungou, contrariado.

—Ficaria estranho ficar numa mesa sentado sozinho nesse lugar! –disse Milo. –Tentei chamar a Shina, mas...

—Ele engasgou e não conseguiu convidar a ragazza. –emendou o Máscara da Morte, rindo.

—Aí você se convidou? –Camus perguntou mordaz.

—Isso. –disse Máscara da Morte, nem um pouco preocupado. –E como o grandão estava perto, ficaria sem graça não chamar ele também!

—Será que fazem frango com farofa? –perguntou Aldebaran.

—É bom isso? –Máscara da Morte perguntou.

—Muito bom!

—Finjam que não estão comigo! –pediu Camus seguindo o maitre.

Camus sentou a uma mesa, posicionada em um canto discreto do restaurante, onde havia uma bela visão de um jardim de inverno e uma pequena cascata artificial. Deduziu que até o local da mesa era proposital para criar um clima romântico para quem o ocupasse. Deu um sorriso de lado, esses estratagemas não iriam funcionar com ele. Deu uma boa olhada ao redor, viu seus amigos sentados no lado oposto do Restaurante, poderiam se ver e ajudá-lo caso fosse necessário.

Novamente sentiu aquele cosmo fraco, olhou ao redor desconfiado. Não viu nada suspeito e deduziu que havia se enganado.

Avistou a jovem chamada Vênus sentada no bar do restaurante com um copo de suco na mão e observando-o. Sorriu novamente. Não daria motivos para Luana achar que ele iria fazer qualquer coisa, mínimo que fosse, para fugir desse encontro e perder a aposta desse jeito.

Foi quando avistou o maitre se aproximar acompanhado por uma mulher. Camus arregalou os olhos diante da visão. Ao menos achava que era uma mulher. Era mais alta que ele, extremamente musculosa, pele bronzeada e cabelos loiros que se destacavam, usando um vestido preto curto e apertado onde era possível ver cada músculo super definido dela.

—Atena... me ajude... –murmurou, suando frio.

—Quequeéisso? –Máscara da Morte perguntou vendo a mulher gigante e bombada que se aproximava da mesa de Camus.

—É uma ... mulher. –disse Milo. –Acho.

—Ela é bonita! –comentou Aldebaran, fitando-a.

—É... tem um rosto bonito mas...

Camus a recebeu com um sorriso, e de modo educado levantou-se da mesa para cumprimentá-la. E percebeu que o alto da sua cabeça atingia o queixo dela.

—Boa noite. –a cumprimentou, estendendo a mão. –Eu sou Camus duPont.

—Nádia Kalivas. –ela falou com uma voz mais grossa que a dele, apertando a mão dele com muita força. –Muito prazer!

—Quer se sentar? –perguntou, esfregando a mão dolorida e tentando ser educado.

—Claro! Obrigada!

—Então, senhorita Kalivas... não sei como começar a conversar.

—Me chame de Nádia! -ela pediu, recusando o menu que o garçom lhe entregou. –Posso te chamar de Camus?

—Oui. Bem...er... –olhando para os lados e percebendo que era alvo dos olhares de seus amigos e de Vênus, atentos a todos os seus movimentos, em seguida pegou o menu. –Vamos fazer o pedido?

—Ah, eu não como essas coisas do menu! –ela explicou, mostrando os músculos do braço. –Para manter essas músculos aqui só com muito treino e alimentação certa!

—Acredito que sim.

—Toca aqui! Toca! –ela pediu apontando pro braço. –São mais de 10 horas de treino pesado! Foco é a palavra! Eu já fui magrelinha igual a você, mas aí decidi que seria forte e fui a luta! Só como o que é liberado na minha dieta!

—E vai comer o que?

Nádia retira da bolsa duas marmitas de alumínio e as abre na mesa, revelando serem uma de batata doce e outra de peito de frango.

—Devia experimentar! –ela insistiu, colocando a marmita de batata doce quase na sua cara.

—Eu... obrigado... não gosto de batata doce.

—Por isso está fraquinho assim! –ela coloca o braço em posição de braço-de-ferro na mesa. –Aposto que eu ganho de você!

Camus olhou para a mulher na frente dele e depois na direção de Milo e sussurrou:

—Pinguim...

Na mesa dos amigos, eles disfarçaram tentando não achar graça do infortúnio de Camus, Milo pegou no celular pensando em como salvar o amigo dessa, enquanto tentava parar de rir.

 

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Algum tempo depois.

—Que pena que sua avó teve um enfarto, Camus! –Nádia olhava pesarosa para Camus.

—Pois é... noventa anos já! Mas ela é forte! Eu sei que vai sair dessa! –suspirou ruidosamente. –Eu vou ao hospital vê-la! Desculpe se isso atrapalhou nosso jantar, Nádia!

—Não. Está tudo bem! Vá ver sua avozinha! Não quer que eu vá junto?

—NÃO! –disfarçou e apontou para Milo e os demais que chegavam. –Não precisa! Meus amigos vão comigo!

—Fico feliz que não vai ficar sozinho nessa hora triste. –Nádia dá um abraço de quebrar ossos em Camus que quase perde o fôlego. –Bem, vou indo! Durmo cedo para acordar bem cedo e começar meus treinos!

—Você participar de campeonatos? –Aldebaran perguntou.

—Sim. Já ganhei vários regionais e nacionais!

—Puxa! Que legal!

—Meu nome é Nádia! –a mulher olhou interessada para o Cavaleiro de Touro.

—Meu nome é Aldebaran! –ele respondeu com um sorriso e olhar terno.

Os três cavaleiros olharam a cena sem entender muito bem o que acontecia ali. Nádia e Aldebaran se olhavam sem trocar mais nenhuma palavra, até que finalmente Vênus que chegava no grupo, se pronunciou:

—Senhor Aldebaran? Certo? –ele olhou para a pequena secretária. –Por que não acompanha a senhorita Kalivas até em casa?

—Não precisam se incomodar!

—Ela tem razão! –disse Aldebaran. –Andar a essa hora nas ruas sozinha pode ser perigoso!

—Quem é besta de tentar assaltar a Mulher Hulk? –cochichou Máscara da Morte a Milo.

Depois de alguma insistência, Aldebaran e Nádia desceram a rua um ao lado do outro, conversando animadamente sobre treinamento de musculação, proteínas, whey e batatas doces.

—Acho que aqueles dois foram feitos um para o outro. –Milo comentou olhando a cena e repara que Camus se afasta, rapidamente. –Ow, aonde vai?

—Ter uma conversinha com a senhorita Raccos!

—Por que? –Milo o alcançou. –Você prometeu que não iria ficar perturbando ela!

—Eu não vou espioná-la de novo! –disse Camus, um pouco irritado, deixando Milo para trás. –Esse encontro desastroso é obviamente uma vingança dela pelo o que fizemos ontem!

—Mas...

—Senhorita Vênus! –Camus virou-se para a secretária. –Onde eu posso encontrar a sua patroa agora?

—Se eu contar, posso ser demitida!

—Melhor contar. –murmurou Máscara da Morte. –O Picolé de limão tá azedo!

—Ela está em casa agora! –disse Vênus. –Acha que vão ficar bem?

—Acho que sim. –Máscara deu os ombros.

—Camus, não faça nada que se arrependa depois. –avisou Milo.

—Não farei nada, Milo. Mas se ela pensa que pode ficar tirando sarro da minha cara, me fazendo perder tempo preciso... ah, está muito enganada!

 

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Camus bateu na porta da casa de Luana com certa insistência e quando ela a abriu estava a ponto de desferir sua raiva pelo constrangimento que havia passado. Mas parou diante da cena de Luana, usando um enorme camisolão com o desenho da Pequena Sereia nele, usando pantufas de pandas nos pés e com um prato de espaguete na mão.

—O que está fazendo aqui? –ela perguntou de imediato, olhando para os lados. –Você não deveria estar no Constantinis?

—Você está acompanhada?

—Eu? –ela o estranhou e depois o fitou desconfiada. –Estou com cara de quem iria sair de casa para um encontro?

—Disse que tinha um compromisso!

—E tenho. Minha noite de folga! –Camus ergueu a sobrancelha. –Meu compromisso é com meus programas de tv preferidos!

—Que?

—Discovery ID. –ela o fitou. –Por que estou me explicando? O que faz aqui?

—Nádia precisou ir mais cedo para casa. –ele explicou. –E eu quero saber se aquilo foi alguma brincadeira de mal gosto!

—Como assim?

—Você enviou uma mulher que era o dobro do meu tamanho na altura e largura! Era puro músculo! Ainda tenho dúvidas se era uma mulher de verdade!

—Está sendo preconceituoso!

—Ela levou marmita para comer em um restaurante caro e chique! Batata doce e peito de frango!

—Ah é? Vixi... –começou a rir. –Batata doce? Ia ser um encontro bem perfumado.

—Isso não tem graça! Era o Hulk de saias!

—Desculpe... tem sim! Mas eu não fiz de propósito! Sou profissional! -e ouviu o estômago de Camus roncar. –Não jantou?

—Eu odeio batata doce. –sem graça.

—Gosta de espaguete?

Camus aceitou com um aceno de cabeça e ela lhe deu passagem. O cavaleiro entrou e notou a decoração da sala. Almofadas coloridas davam um toque alegre aos móveis brancos, uma mesa de centro de vidro com uma garrafa de vinho recém aberta em cima e uma estante cheia de livros com a tv ligada em um programa de documentários policiais.

O cavaleiro notou o gosto variado de Luana pela literatura, que variava de livros sobre história da arte, literatura moderna e clássica. Inclusive não estranhou a presença de livros de Jane Austen lado a lado da coleção de um menino bruxo de J.K Rowling.

Luana foi a cozinha e logo voltou trazendo outro prato de espaguete e mais uma taça, oferecendo a Camus que aceitou.

—Sente-se. –ela pediu, apontando o sofá. –Vamos comer e tentar não brigar?

—Concordo!

Por alguns minutos ficaram conversando e comendo como se fossem velhos conhecidos, mas Camus tinha uma curiosidade natural sobre a jovem, que parecia não se importar de continuar de camisolão perto dele, enquanto se deliciava com o espaguete que preparara.

—Achei que estivesse com alguém. –disse Camus de repente.

—Eu não. De onde tirou isso?

—Deixa eu perguntar uma coisa? –disse bebendo sua quarta taça de vinho. –Você tem uma agência de namoros e não tem um namorado? Não seria propaganda enganosa?

—Eu acho as almas gêmeas de meus clientes. –ela respondeu com um sorriso de quem queria arranhar a cara dele se pudesse. –Não tenho tempo para isso agora.

—Mas já namorou?

—Claro!

—Quanto tempo?

—O que? –sem entender.

—Há quanto tempo não namora, senhorita Raccos.

—Quatro anos, como se isso fosse da sua conta.

—Faz tempo, hein? –ele repetiu a exata frase que ela havia dito a ele outro dia e isso a irritou. –Desculpe.

—Eu não procuro uma pessoa qualquer em minha vida, senhor duPont. Assim como qualquer outra pessoa, procuro minha alma gêmea.

—Eu não acredito que tal coisa exista, mas se crê nisso... –dando os ombros.

—Apesar de tudo, ainda acredito nisso. –ela falou, dando outro gole no vinho.

Camus notou que ela devia ter algum episódio infeliz em seu passado, mas por ora, não iria persistir no assunto. Queria saber mais sobre ela, claro. Saber porque se sentia tão à vontade de conversar com uma completa desconhecida até outro dia para ele.  Descobrir porque ela o intrigava, e se souber quem sabe, conseguiria parar de pensar tanto nela.

Enquanto comiam num silêncio agradável, Luana estudou-o o mais discretamente possível. Achara que o havia decifrado depois das primeiras conversas de ambos, mas Camus continuava a surpreendê-la. Era um homem imprevisível, interessante, fascinante. Era másculo, viril, com seu corpo atlético e músculos bem-definidos, e ficava muito bonito quando se permitia sorrir.  

Quando terminaram de comer, viu-se mais uma vez atraída pelos lábios dele, depois que Camus sorveu um gole de seu vinho. Observou como eram bem desenhados e másculos.

—Tem molho em meu rosto? –ele perguntou, ao perceber que era alvo da atenção dela.

Luana não soube o que a impulsionou, mas ergueu a mão, pousando-a de leve de encontro ao rosto dele e, com o polegar, fingiu limpar o canto de sua boca de um molho inexistente e levou-o a boca.

Camus olhava para a garota fascinado. Ela fazia ideia do quanto esse gesto pareceu sensual ao seus olhos? Não se sabe bem se foi isso, ou se foi o vinho que havia tomado há pouco, mas o cavaleiro de Aquário se aproximou da garota e para a surpresa dela, tomou-lhe os lábios com os seus.

 

Continua...



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